P.D.V Myla.

Acordei, escovei os dentes e desci para tomar café com a mamãe.

–Bom dia- falei dando um beijo em sua bochecha e me sentando ao lado dela no balcão.

–Bom dia- falou mamãe- então vai à casa da vó Lena?

–Sim, vou passar à tarde lá- falei me servindo com pão de creme e suco.

–Não volte muito tarde.

–Pode ficar tranquila. Ate 20h estou em casa.

–Ok, juízo e agora estou indo.

–Bom serviço- falei acenando pra ela.

Terminei de tomar café e subi para o meu quarto para me arrumar. Liguei o som colocando o cd do Paramore para tocar e fui me arrumar. Tomei banho coloquei (Roupa da Myla aqui), peguei meu celular, varinha e chaves. Liguei e pedi um taxi. O taxi chegou em 15 minutos.

–Maria estou saindo- gritei já da porta.

–Ok -ouvi Maria dizer enquanto fechava a porta.

Entrei no taxi e dei o endereço. O caminho foi rápido levou uns 35 minutos já que não tinha transito. Paguei o taxi e sai apertando a campainha. E a bisa Lena apareceu abrindo o portão para mim.

–benção vó?!- pedi abraçando e dando um beijo em sua bochecha.

–Deus te abençoe querida- falou ela ao sair do abraço- vamos lá para sala.

–Ok- falei entrando passando pelo jardim indo ate a sala.

–Como você esta bonita.

–Brigada vó- falei me sentando- então fez minha torta?

–Sim- falou ela sorrindo e se levantando para pegar – fique já venho- disse quando fiz o gesto de me levantar.

–Ok -falei sorrindo.

Ela voltou da cozinha com a torta flutuando atrás de sí e uma jarra de suco, junto com os pratos, copos e talheres. Os colocando na mesa de centro. Servindo-nos em seguida. Pergunto-me como ela conseguiu esconder isso todo esse tempo.

P.D.V. Helena Pardo.

Após nos servimos me acomodei no sofá de frente para Camila, que me observa atentamente.

–Então por onde quer que eu comece?-perguntei.

–Não tem mais ninguém em casa?- respondeu Myla com outra pergunta.

–Não estamos sozinhas, seu avô foi no cemitério deixar flores e depois ia encontrar uns amigos, ele vai demorar- respondi.

–Hum...- falou Camila comendo um pedaço de sua torta- esta muito boa- sorri em resposta- que tal você começar pelo começo.

– Tudo bem, nasci em uma família de sangues puros, filha única. Você sabe como devia ser meus pais com toda essa historia de purificação.

–É tenho uma ideia- falou Camila.

–Mas eles não me ensinaram nada sobre magia das trevas, mas não aceitariam se me cassasse com trouxa ou sangue ruim de jeito nenhum.

–Como foi seu tempo em hogwarts?-perguntou Camila.

–Comecei estudar no castelo em 1933. A primeira vez que pisei naquele castelo fiquei maravilhada. Com tudo. Fui para a corvinal como minha mãe. E você pertence a qual casa?

–Sou da grifinória- falou Camila com os olhos brilhando- mas como se chama seus pais e quais casas eles pertenceram?

–Minha mãe se chamava Eleanor e meu pai Ygor. Mamãe pertenceu e corvinal e papai a sonserina. Então quando fui para corvinal mamãe ficou muito orgulhosa.

–No seu tempo em Hogwarts você teve um amor bisa?- perguntou Camila com um olhar sonhador.

–Em Hogwarts sempre achamos um amor não e mesmo?! Tinha um nascido trouxa, Jorge pertencia a Lufa-lufa. Ficamos escondidos por um ano, no nosso último ano no castelo. Mas não deu certo. E você pelo que fiquei sabendo você arrumou um namorado lá no “internato”.

–Sim, estou namorando o James Potter. Mas o que aconteceu entre você e o Jorge para não da certo Bisa?

–Um Potter. Conheci um quando estava para mim forma ele entrou dois anos antes. Bom como disse meus pais não aceitariam que a única filha sujasse o nome da família. Assim que minha mãe descobriu quis por um fim nisso dando minha mão em casamento para Lestrange, não preciso nem dizer o que acho daquela família detestável. Então assim que me formasse me casaria.

“Eu não iria casar com esse Lestrange, não somente pelo Jorge, mas eu não queria me prender em casa e ser igual a todas as mulheres da época que era submissa aos maridos. Queria viajar conhecer e explorar o mundo todos os países e continentes”.

–Então você fugiu para não se casar?- perguntou Camila.

–Sim assim que sai de hogwarts e cheguei a casa eu já estava pronta, mas precisa me despedir da minha família sem eles perceberem a minha 1° noite já foi o jantar de noivado. Foi horrível, ele era horrível bem mais velho que eu. De madrugada peguei minha mochila com tudo que precisava inclusive minhas economias e sai aparatando em seguida. Em um parque trouxa. Havia combinado com Jorge de encontra-lo ali. Mas ele não apareceu e nem mandou noticias. Esperei por horas. Como não apareceu entrei em desespero, o que eu faria voltaria para casa e me casaria ou seguiria minha vida? Decidi que não iria ficar ali sozinha ainda mais pela Grã- Bretanha com um louco por artes das Trevas causando fazendo a “purificação”. Aparatei na América do sul no México.

“ Fiquei por lá por uns 5 anos. Trabalhei em cidades trouxas, evitei usar minha varinha, tinha medo de ser rastreada. No começo não foi fácil, mas consegui me virar bem tinha uma vida diferente e gostava muito dela. Em 1946 resolvi ir a Inglaterra ver como estavam todos e como estava o mundo bruxo já que tive a noticia de que Gerardo Grindelwald foi derrotado e a 2° guerra mundial acabado. Parecia que enfim o mundo estava em paz.”

“Quando voltei fiquei em Hogsmead, não usei o nome Pardo por precaução. Fiquei no vilarejo por duas semanas e foi o suficiente para mim. Nos primeiros dias aparatei no parque que havia combinado com Jorge fiquei lá por uns minutos ate ver uma cabeleira loira que conhecia muito bem, mas ele não estava sozinho e sim com uma mulher com longos cabelos castanhos, a reconheci era a amiga dele da grifinória nunca me perguntei o nome dela. E eles estavam com uma garotinha que aparentava ter uns 3 anos.”

–Você foi falar com ele?

–Não. Não tive coragem, eu estava péssima. No começo achei que tivesse acontecido algo com ele. Mas vi-o dias depois quando fui ao parque novamente. Ele ia sempre ao que me pareceu.

–E seus pais você foi vê-los?

– Sim fui. Mas não foi muito bom. Quando cheguei a casa, ela aparentava abandono. Quando entrei estava mesmo encontrei tudo sujo nem parecia à casa que cresci. Deu-me um aperto no coração ver tudo naquele estado. Procurei coisas pela casa. Achei vários jornais. Li cada um. Informei-me no que aconteceu no mundo bruxo de novo. Achei também o diário de minha mãe. O li e sabia que a decepcionei ela como a preocupei. Depois de tudo peguei o diário dela e o meu, que havia ganhado dela e a chave do gringotes e tranquei a casa prometendo a mim mesma nunca mais voltar ali.

“Voltei para Hogsmead onde estava hospedada e descobri o que aconteceu com meus pais. Eles morreram em 1943, parece que foi morto por Gerardo Grindelwald, isso não fazia muito sentido pra mim e passei a semana procurando informações. Não achei muita coisa. Depois disso tudo fui ao banco e pedi para entrar no meu cofre, guardando nele os dois diários. Deixando ali meu passado. Aparatei no México de novo, mas não queria mais ficar ali como estava tudo calmo entre os trouxas decide vim para o Brasil já que falavam bastante dele.”

–Chegando aqui?

–Encontrei seu bisavô, ele me conquistou. Namoramos por 2 anos e depois ele me pediu em casamento.

–Ok. Agora me conta uma coisa alguém aqui mais e bruxo e não sabe?

–Sua vó foi uma bruxa. Ela nunca soube, ela desconfiava já que coisas estranhas aconteciam com frequência com ela. Mas sempre consegui contornar a situação. Já o resto nenhum é. Achei que não teríamos mais bruxos na família, bom ate aparecer você.

–Você sabia?

–Sim como sua Vó, vocês sempre fizeram coisas estranhas acontecerem você só nunca deu total atenção a isso.

–Ah. Falou Camila absorvendo as informações.

–Camila, eu já pensei em contar, mas sabia que o mundo bruxo não estava seguro e tinha esse tal de Lord Das Trevas. E aqui estávamos todos seguros fiquei quieta sobre isso para a nossa segurança. Só uns anos depois que saíram esses filmes que você vivia falando que vi que estava tudo bem...

–Mas ai já era tarde de mais né.

–Para sua vó sim.

–Alguém mais sabe que você e bruxa?

–Não. Nem seu avô sabe. E espero que continue assim.

–Se é assim que a senhora quer.

–Sim é assim. Camila quero te entregar uma coisa- falei me levantando e indo ate a cozinha com a Camila me seguindo, fui ate as gavetas e peguei um chave dourada bem trabalhada- quero que fique com você.

–Isso e uma chave...

–Sim essa e a chave do nosso cofre no banco do gringotes. Toda nossa fortuna esta lá. E quero que fique com você tudo incluindo a mansão Pardo. Esta tudo lá no cofre que você precisa saber. O numero do cofre e 2222.

–Mas...

–Mas nada aceite e herança de família e sei que você vai fazer o que é certo.

–Ok. Obrigada- falou Camila me abraçando.

–De nada e tenha juízo- falei retribuindo ao abraço.

–Tenho que ir já esta tarde- falou Camila.

–Ok! Vou chamar um taxi- falei saindo da cozinha e indo pegar o telefone, pedindo um taxi.

P.D.V. Myla.

Coloquei a chave dentro da bolsa e fui ate a sala pegando mais um pedaço de torta. Depois de comê-lo ajudei a levar as coisas para a cozinha. O taxi chegou logo em seguida. Despedi-me da Lena.

–Nos vemos no casamento do Paulo- falei entrando no taxi.

–Sim, ate o casamento- falou ela fechando a porta do taxi e acenando.

O taxi deu partida enquanto eu acenava para ela.

Quantas descobertas eu fiz hoje, e preciso ir ao banco quero pegar esses diários e lê-los para saber melhor o que aconteceu. Cheguei em casa rápido, paguei o taxi e entrei.

–CHEGUEI!-gritei ao entrar.

–Estou ouvindo-falou Roberto aparecendo na sala–Como foi lá?

–Foi muito interessante- falei subindo as escadas para o meu quarto.

Entrei troquei de roupa colocando uma roupa confortável. E desci encontrando minha mãe sentada na sala. Sentei-me com ela e com a Carla contando tudo que descobri hoje. Elas ficaram bem surpresas como eu. Depois de contar jantamos e subi para o quarto ligando para o Jay passando boa tarde da madrugada conversando.