The Princess And Dragon escrita por Witter Dreams


Capítulo 2
1. As coisas não podem piorar.


Notas iniciais do capítulo

Capitulo pequeno, mas o próximo vai ser bem maior. Sei que falei a mesma coisa no cap seguinte, mas esse precisou ser pequeno e próximo, com certeza, vai ser maior.
Por favor, comentem.



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Se alguma coisa puder correr mal, correrá mal.”

                               Lei de Murphy




Para mim aquela era a pior parte.



No começo, quando a dor é tão grande que chega ser incalculável, você pensa que não pode suportá-la, mas depois de um tempo ela torna-se normal e seus danos causados quase ínfimos. Você se acostuma, querendo ou não.  E ela, você familiarizado ou não, continua lá, esperando o momento propicio para aparecer.


Depois vinha tédio, á angustia e a sensação de impotência.


E, finalmente, o pior de todos.


O vazio.


Eles também continuam lá.


Suspirei, me aconchegando mais na banheira. A água morna relaxando meu corpo, fazendo com que meus vários machucados recentes se aliviassem. Esse era um dos poucos momentos em que eu sentia a liberdade. Ou pelo menos, o que eu suponha ser a sensação de liberdade.


Liberdade. Um sentimento desconhecido e estranho para mim.


Eu não me lembrava muito bem como fora minha infância, apenas alguns vultos nebulosos e desconexos, mas eu sabia ser ela de suma importância para minha felicidade. Essencial. Meu objetivo.


Vagarosamente sai da banheira, me sequei e coloquei minha roupa – que se resumia a um vestido longo e simples. A hora já estava chegando. Ele viria. Os pelos de minha nuca se eriçaram de medo, minhas mãos começaram a tremer.


Não.


Eu, definitivamente, não poderia demonstrar ter medo dele.


Com passos lentos fui até a janela de meu cativeiro, numa tentativa de tentar aproveitar o máximo o pouco de paz que me restava. Uma vasta floresta fechada se erguia – que, mesmo iluminada pelo forte sol, era escura e nevoenta – diante de minha prisão. Um límpido lago estendia-se pela extensão do pomar que encontrava-se antes da floresta.


Toc. Toc. Toc.


As batidas na porta eram fortes e decididas. Eu sabia quem era.


Involuntariamente me retesei. Minha respiração e batimentos aceleram-se.


Medo.


Um sentimento que eu conhecia muito bem. Inspirei e expirei fundo, tentando me controlar.


- Pode entrar, Igneel – Falei com a voz mais calma e fria que pude.


Como sempre uma vontade quase irreprimível de vomitar veio assim que ele entrou. Os olhos duros, a roupa elegante e a expressão indecifrável no rosto. Eu achava que ele ficava menos pior no formato de dragão.


- Princesa – Voz cortante – Vim para a visita costumeira.


- Claro – Forcei um sorriso – A visita costumeira para pegar minha magia emprestada
para a rainha.


- Cuidado com a boca, princesa.


- Oh, claro! – Escondi o meu tremor – Vamos logo, sim? E, por favor, dragão, tente me deixar com uma ferida menor e menos dolorida.


- Claro – Sorriso indecifrável.


Eu fechei os olhos.


Ele me tocou com a luva. E, como, sempre... A dor lancinante.


E o escuro.


De uma coisa eu tinha absoluta certeza.


As coisas não poderiam piorar.














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