Fantasia escrita por Suzana San


Capítulo 20
Capítulo 14 – Quando o Coração Fala (Parte I)


Notas iniciais do capítulo

Oieeeee, minna! Como passaram a semana? Espero que tenham passado bem. ^^ Hoje eu não vou falar muita coisa, pois já estou atrasada na postagem (gome ne ^^), então antes que vocês me atirem kunais, vamos ao capítulo 14! Ah! Leiam a nota final! Tem uma surpresinha lá para vocês. ;) Beijocas!
E não se esqueçam: O mangá/anime Naruto e seus personagens não me pertencem! Peguei emprestado de Kishimoto Masashi-sensei. *reverência* Mas a Keiko e a Aki são minhas e ninguém tasca! U.u



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Capítulo 14 – Quando o Coração Fala (Parte I)


Viva intensamente cada minuto ao lado dele.

(Miko do templo Kokoro)

Motos. Elas eram veículos perigosos e vulneráveis, mas muito atraentes e charmosos. Keiko nunca sentira vontade de andar nelas, mas seu shinobi havia demonstrado um grande interesse. E havia chegado a oportunidade perfeita de convidá-lo para dar uma volta.

Keiko precisava distraí-lo do seu desejo de procurar o criador de Naruto, pelo menos por tempo suficiente para que Aki a ajudasse a encontrar uma forma de evitar que isso acontecesse. Essa distração aconteceria como uma visita a uma concessionária para comprar uma moto, seguida de algumas horas numa escola de pilotagem, afinal, Keiko não sabia pilotar motos e duvidava muito que Kakashi soubesse.

Seu coração acelerou-se, animado com aquela idéia. Então ela levantou-se, saiu do quanto e bateu na porta de Kakashi.

Ele apareceu pouco depois, com um olhar intrigado, e falou:

– Dez minutos não são suficientes para você se recuperar.

Keiko deu um sorriso tímido.

– Na verdade, sua massagem fez a minha dor de cabeça desaparecer. – Ela disse. – Então apenas fiquei deitada, pensando sobre a sua investigação, e acabei tendo uma ideia.

– Hm... – Kakashi murmurou interessado. – Que idéia?

– Eu decidi que vou comprar uma moto.

– Uma moto? – Agora ele estava surpreso. - Não vejo uma ligação possível entre uma moto e a minha investigação.

Keiko corou. Falando assim, até que a sua ideia parecia mesmo absurda.

– Na verdade, eu achei que ficaria muito mais fácil se locomover pelo trânsito de Tóquio usando uma moto. E suponho que sua investigação vai exigir que você vá a muitos lugares. – Ela se justificou.

Kakashi estreitou levemente os olhos. O ponto de vista da ruiva era interessante. Além do mais, ele gostaria de experimentar aquele tipo de veículo antes de voltar para Konoha.

– Hm... Você tem um bom argumento nas mãos. – Ele disse e assistiu ao sorriso de Keiko aparecer, radiante, em seu rosto.

– Ok! – Ela arfou em meio ao seu pequeno surto de alegria. – Preciso dar três telefonemas.

– Três?

– Sim. O primeiro, para uma escola de pilotagem, o segundo, para uma concessionária, e o terceiro, para um restaurante. Eu realmente não estou pretendendo cozinhar nosso almoço. - E correu para a sala, pegando a lista de telefones sobre o console, e discando o primeiro número.

–x-x-x-x-

A campainha soou, e Keiko foi receber as sacolas do restaurante. Quando voltou para a cozinha, Kakashi já estava esperando, encostado no batente da porta da área de serviço. Ela colocou as refeições sobre a mesa, equilibrou os hashis sobre a sua tigela, e já ia se dirigindo para a sala quando Kakashi perguntou:

– Aonde você vai?

– Vou para a sala. – Ela respondeu. – Ou você vai sentar aqui na mesa comigo e simplesmente tirar a máscara para comer?

– Por que não? – Ele perguntou casualmente.

O queixo de Keiko caiu. Ele não estava falando sério, estava?

Kakashi deu uma risadinha, descruzou os braços e foi até a mesa.

– Estou brincando. Acho que vou manter o mistério por mais um tempo.

“Ele acha?!”

Keiko entrou naquele estado de torpor no qual só Kakashi conseguia fazê-la mergulhar.

Ele revirou os olhos, sorrindo. Não deveria gostar tanto assim do efeito que tinha sobre ela; mas ele gostava.

– A educação não me permite deixar você comer na sala, enquanto eu fico na mesa.

As maçãs do rosto de Keiko ganharam um leve tom avermelhado.

– Ah... Sendo assim, a minha educação também não me permite deixar que meus hóspedes comam na sala. – Ela rebateu.

– Por que você sempre tem um argumento pronto? – Ele sentiu-se derrotado.

– Isso significa que eu ganhei? – Ela não conteve o sorriso vitorioso.

– Não. Vou comer na sala, com você.

Keiko piscou duas vezes, antes de processar o que ele havia dito. Vendo sua cara confusa, Kakashi completou:

– Vamos, o tapete da sala parece bem confortável.

Como no dia anterior, quando almoçaram sob uma árvore do instituto, eles sentaram-se de costas um para o outro. Porém, desta vez, não havia uma árvore para se recostar, de modo que estavam apoiados um nas costas do outro, Keiko apoiando-se mais, visto que Kakashi era muito maior e mais forte do que ela.

Kakashi destampou a tigela do restaurante e deixou escapar um murmúrio de aprovação.

– Ramen!

Keiko sorriu e intimamente deu pulinhos de alegria. Ela sabia que comer ramen era um hábito comum entre os moradores de Konoha, e ao fazer o pedido do almoço, resolveu arriscar.

– Não sei se é tão bom quanto o do Ichiraku. – Ela disse.

– É engraçado ouvir você falar do Ichiraku como se já tivesse ido lá.

Keiko deixou escapar um suspiro nostálgico.

– Acho que li tanto os mangás que sinto como se conhecesse Konoha.

Kakashi não disse nada. Ele chegou a pensar em convidar Keiko, mais uma vez, para ir a Konoha, mas ela já havia dito não antes. Além disso, ele havia percebido que o seu “não” fora sofrido, e que existia um motivo secreto por trás dele, e Kakashi não queria que Keiko revivesse aquele sentimento de tristeza. Não agora, que seu humor estava tão bom.

– Itadakimasu! – Ele disse alegremente, quebrando o silêncio, e ouviu Keiko dizer o mesmo às suas costas.

Ela estava apreensiva. Será que ele gostaria do ramen? Não sabia ao certo porque aquilo importava tanto, afinal, não fora ela quem preparara o prato. Mas ela havia escolhido a refeição e esperava que a pequena surpresa o agradasse. Pelo canto do olho, percebeu Kakashi tirando a máscara e aguardou ansiosa pelo comentário dele depois que provasse o ramen.

– Hm... – Ele disse, e o coração de Keiko se aqueceu, pois percebeu um tom de aprovação. – Está muito bom, Aka-chan.

Ela sorriu, suspirou aliviada e começou a comer, saboreando, além da comida, o gostinho daquele singelo momento de felicidade.

–x-x-x-x-

Keiko estacionou o carro no pátio da concessionária. Era um daqueles prédios enormes, situados numa área movimentada de Tóquio, bem distante do seu bairro tranqüilo e sereno. Tinham enfrentado um trânsito complicado, o que atrasou a viagem, mas o tempo correu sem ser percebido, pois ela e Kakashi passaram todo o caminho conversando sobre diversos assuntos, começando por uma descrição detalhada do Ichiraku e seu ramen - que Kakashi fez a pedido de Keiko – e chegando ao assunto principal do dia: motos.

Keiko estava sentindo-se inesperadamente empolgada, visto que seus dias ao lado de Kakashi estavam contados, e que ela havia ficado muito preocupada diante da perspectiva de Kakashi ir atrás do autor do Naruto. Porém, por algum motivo que ela desconhecia, seu coração estava falando alto, impedindo que ela escutasse os problemas que a sua razão insistia em recitar repetidamente na sua cabeça, como um mantra bizarro.

Talvez fosse a adrenalina que corria em suas veias sempre que visualizava a cena de Kakashi pilotando uma moto, ou talvez a bebedeira da noite anterior tivesse afrouxado algum parafuso em sua cabeça. Ela não sabia dizer. Mas o que importava, é que ela estava gostando desse novo sentimento.

Uma moça bem vestida veio atendê-los, e Keiko a odiou no instante em que ela os cumprimentou. Ela parecia ter 1,80m de altura, empoleirada naquele salto-agulha. Suas unhas, de uma polegada de comprimento, estavam pintadas de vermelho cereja, enquanto sua blusa branca possuía mais transparência do que o recomendado pelas normas de ética do trabalho, permitindo que qualquer pessoa soubesse que seu sutiã era de renda.

“Ah, não. Outra Natsumegera na minha vida, não!” – Keiko pensou, exasperada.

O crachá, posicionado estrategicamente na altura do decote, de modo que todos que olhassem para ele acabariam vendo a fartura dos seus seios, indicava que aquela distinta donzela se chamava Harumi.

Keiko não evitou que seus olhos voassem para o rosto de Kakashi, buscando qualquer sinal de que ele estava admirando a voluptuosidade daquela mulher. Mas ele estava aparentemente muito distraído, olhando os veículos expostos no saguão do prédio.

Embora ele não parecesse ter sido fisgado pelos atrativos da mulher, Keiko não queria correr nenhum risco. Num súbito momento de inspiração, ela forçou um sorriso, apontou para um atendente que estava distante, no fundo da loja, e disse:

– Temos um horário marcado com aquele rapaz.

Harumi franziu levemente as sobrancelhas, decepcionada por não ter a chance de atender aquele bonitão misterioso que acompanhava a baixinha ruiva. Por que ele usava uma máscara? Devia ser algum famoso se escondendo dos fotógrafos. Que pena que ela não teria a chance de dar a ele o seu número de telefone...

– Ok... – Ela disse, recompondo-se. - Sejam bem vindos.

Keiko deu outro sorriso forçado, pegou Kakashi pelo braço e praticamente o arrastou para longe da Natsume número dois.

Quando estavam a certa distância, Keiko arriscou uma olhadela para Kakashi. Ele estava segurando o riso.

– O que é tão engraçado?

– Não temos horário marcado, temos? – Ele perguntou, divertido.

– Isso não vem ao caso. – Ela praticamente grunhiu.

Kakashi deixou escapar uma risadinha, lembrando-se que Keiko também ficara muito aborrecida quando ele mencionara a Sakura apenas como sendo uma ninja médica que ele conhecia.

– Quem olha para você não imagina que pode ser tão ciumenta. – Ele falou.

Keiko olhou para ele com os olhos apertados.

– Eu não estou com ciúmes! Por que eu teria ciúmes de você? – Ela negaria tudo até a morte, envergonhada demais por ele ter percebido. – Pare de ser tão convencido! - Sibilou, mas, no fundo, ela sabia que ele tinha razão.

O sorriso de Kakashi se alargou, mas ele não teve tempo de dizer nada, pois Keiko já havia se adiantado e cumprimentado o atendente. Com um sorriso animado e um ar jovial, o rapaz guiou os dois até o setor de motos, que ficava dois andares acima.

– E então, vocês já têm ideia do modelo que vão querer? – O atendente perguntou.

– Hm... – Keiko não tinha pensado nisso. No fundo, ela não estava muito preocupada com modelos. Ela só queria sair dali com uma moto. – Queremos ver os modelos que você tem disponível para entrega imediata. Depois decidimos qual delas vamos levar.

– Entendi. Tenho diversos tipos de motos que podem ser entregues ainda hoje e todo o tempo disponível para vocês. Que tal começarmos por esta seção?

Os olhos do rapaz brilharam e ele sorriu. Entrega imediata? Era desse tipo de cliente que ele gostava.

Passaram cerca de uma hora caminhando por entre várias fileiras de motocicletas de diversos tipos: custom, off-road, street... Mas as que mais agradaram Kakashi foram as esportivas; aquelas motos com design futurista, enormes e ultra-velozes.

Tinham passado por diversos modelos esportivos até que chegaram no corredor das Kawasakis. A primeira moto da fila era uma obra de arte. Sua cor negra reluzia debaixo das luzes que iluminavam o saguão. Toda a moto era negra, exceto pelos anéis do amortecedor traseiro, pintados de vermelho-sangue.

Kakashi apontou para o ponto vermelho e cochichou no ouvido de Keiko:

– Vermelho. Como você, Aka-chan.

Como que para confirmar o que ele havia dito, Keiko ficou completamente corada. Um pouco tímida, ela apontou para o nome da moto escrito na carenagem e sussurrou de volta:

– Ninja. Como você, Kakashi-kun.

Kakashi olhou para onde ela estava apontando. De fato, havia a palavra “Ninja” estampada na moto.

O atendente sorriu, e apressou-se em dizer:

– Esta é uma Kawasaki Ninja 650 cilindradas. Se me permitem dizer, é uma excelente motocicleta. Veloz, muito agradável de pilotar. Bom desempenho tanto no trânsito da cidade, quanto na autoestrada. Além disso, o banco do carona tem uma suave inclinação, permitindo que o passageiro se acomode confortavelmente.

– Gostei dessa moto... – Kakashi disse, com um ar pensativo.

– Eu também. – Keiko concordou. – Vamos ficar com ela.

– Ótimo! – Exclamou o atendente, animado. – Vamos ao escritório fazer os acertos finais da compra.

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Keiko e Kakashi saíram da concessionária no meio da tarde. A moto ficara sob a supervisão de um dos mecânicos, que se encarregara de limpar toda a graxa dos pneus novos, para que pudesse ser usada assim que saísse da garagem, sem riscos de derrapar.

A primeira etapa do plano estava concluída. O próximo passo seria uma visita à escola de pilotagem. O lugar não ficava muito distante, então gastaram pouco mais de 5 minutos para chegarem lá. O gerente do lugar era um velho amigo dos pais de Keiko. Quando ele a viu entrar na escola, cumprimentou-a com ternura.

– Keiko-chan! Já faz muito tempo que você não aparece por aqui! – Seu sorriso era margeado por rugas que denunciavam a sua idade avançada.

– Como vai, Tetsuo-san?

– Vou muito bem para um velho de 70 anos. – E ele piscou para ela. – Ora, quem é o seu amigo? – Ele olhou para Kakashi com interesse.

– Ah, este é o Hatake Kakashi.

Os dois se cumprimentaram educadamente.

– Em que posso ajudá-los?

– Sensei, eu vim pedir um favor... – Keiko disse, um pouco tímida. – Eu sei que isso não é muito comum, mas eu queria uma aula intensiva de pilotagem de motos.

– Ah, mas não podemos negar um favor para a pequena Kei-chan. - O velhinho sorriu paternalmente. – A aula é para você?

Keiko olhou para Kakashi, que estivera apenas observando a conversa, distraído, então olhou de volta para Tetsuo, apontou para o ninja e disse:

– Não. É para nós dois.

(Continua...)

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~~Glossário dos Termos Japoneses~~

Hashi: Talheres de madeira usados no japão.

Ichiraku: Famoso restaurante de ramen da série Naruto.

Kokoro: Coração.

Ramen: Também conhecido como lamen, é um prato japonês de origem chinesa. É uma espécie de sopa com macarrão fino, ervas, legumes, carne de porco ou peixe.

Shinobi: ninja

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Notas finais do capítulo

Yo, minna! Gostaram do capítulo? Que tal um pouco mais de adrenalina no próximo? *-* Já que estamos falando de adrenalina, quero tornar as coisas um pouco mais emocionantes. Para todos que deixarem um comentário, eu vou enviar por mensagem privada, um fragmento do próximo capítulo. =D Então, vamos lá, minna! Já para a caixinha ali embaixo escrever uma mensagem para a Tia! Beijoooosss!!!