Fantasia escrita por Suzana San


Capítulo 14
Capítulo 10 – Perguntas e Respostas (Parte I)


Notas iniciais do capítulo

Tadaimaaaaa! Que saudades de vocês, meus fofos! *-* A viagem foi tranquila, me diverti bastante! E já cheguei escrevendo os novos capítulos! *o* Espero muito que vocês gostem! ^^
Ahhhhh!!! Hina-chan, minha flor! Obrigada pela recomendação! Fiquei emocionada! :)
Bom, lindinhos da tia, não tirem da cabeça que Naruto e seus personagens não me pertencem! Peguei emprestado de KishimotoMasashi-sensei. *reverência*



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Capítulo 10 – Perguntas e Respostas (Parte I)

“Não procure pelas respostas que não podem ser dadas,

pois você não seria capaz de vivê-las”

(Rainer Maria Rilke)


– Bonitas flores... – Kakashi disse, apontando para o ramalhete de pequenas flores lilases que Keiko segurava.


Ela sorriu.

– Lavandas. Também conhecidas como Alfazemas. São as flores que uso em minhas pesquisas.

Eles entraram no carro e Keiko colocou as flores no banco de trás antes de dar a partida. Ela dirigiu pela estradinha que saía do IPF até chegar à avenida principal.

Ficaram em silêncio durante algum tempo. Keiko estava com o coração extremamente dividido entre a dor de perder Kakashi e a felicidade de poder acompanhá-lo para seu mundo. Ela sabia que essa sua angústia só terminaria depois de uma boa conversa com a Miko. Além disso, depois que pedisse a ela que levasse Kakashi de volta, se veria livre do sentimento de culpa.

Ao seu lado, o shinobi mascarado olhava para a estrada, perdido em pensamentos. Ele não estava muito acostumado a deixar que seus sentimentos falassem mais alto do que sua razão; mas admitia que estava gostando do que sentia pela ruiva.

Havia uma certa tensão no clima dentro do carro. Kakashi tinha percebido que, desde o almoço na floresta, sua Aka no Onna havia ficado muito silenciosa. Ela devia ter notado os olhares apaixonados que ele não conseguiu evitar, e Kakashi sabia que ela era muito tímida para dizer qualquer coisa a respeito.

– Gosto da tecnologia de transportes que existe em seu mundo. – Ele disse, puxando conversa para descontrair.

– Ah, é muito boa mesmo. – Ela respondeu, emergindo de seus pensamentos e tentando sorrir um pouco. Era difícil sorrir quando havia uma possibilidade muito grande de separar-se de Kakashi.

– Vou conversar com os engenheiros de Konoha quando eu voltar. Talvez eles consigam desenvolver algo semelhante.

Keiko não conseguiu disfarçar a tristeza no semblante ao ouvir Kakashi dizer “quando eu voltar”. Ele percebeu a mudança na expressão da ruiva e compreendeu que seu retorno para Konoha era algo que a entristecia. Era mais uma prova de que ela estava apaixonada. Os pelos de sua nuca se arrepiaram.

No fundo, ele também sentia um aperto no peito quando pensava em voltar, o que era realmente estranho. Quando havia percebido que estava em outro mundo, seu único foco tinha sido descobrir quem o trouxera e o que era preciso fazer para voltar. Agora estava mais preocupado com o amor repentino que havia brotado em seu coração, e cujas raízes já estavam grandes o suficiente para que machucassem se fossem arrancadas.

E se pudesse levar Keiko consigo? Esse era um pensamento recorrente, que lhe dominava a mente sempre que pensava no seu retorno a Konoha. Ele gostaria de sugerir isso a ela. Só não estava muito certo se esse era o momento para falar tão abertamente sobre um possível relacionamento.

Kakashi suspirou. Não gostava de ter tantas dúvidas. Sempre fora muito decidido e seguro do que fazia. Estava começando a acreditar que era mais fácil lidar com uma missão do que com um amor...

– Eu não acho que os carros possam ser ferramentas úteis para os ninjas. – Ela disse de repente, jogando um balde de realidade em cima dele.

– Por quê?

– Ninjas precisam ser silenciosos e discretos. Os carros não possuem essas qualidades. Pelo menos não ao nível de um ninja.

Ela era esperta. Kakashi havia pensado no mesmo. Ele sorriu e disse:

– Você está certa. Eu estava mais interessado no transporte de mantimentos para a vila.

Keiko ficou orgulhosa de si mesma.

– Talvez as motos fossem interessantes... – Ela recomeçou, feliz porque o assunto trivial havia melhorado o seu humor e abafado um pouco a angústia crescente com a aproximação do encontro com a Miko.

– Hm... – Kakashi sabia o que era uma moto desde o dia em que fora fazer compras no shopping com a ruiva. – Elas também são barulhentas e chamativas. – Considerou.

– Mas permitem que você tenha uma maior mobilidade. Além do mais, você poderia saltar dela quando quisesse para se desviar de um ataque ou algo do tipo.

Ele encarou Keiko com um olhar surpreso, as sobrancelhas levemente erguidas.

– É um bom argumento. – Disse. – Você fala com se fosse uma ninja, Aka.

Keiko sorriu, orgulhosa mais uma vez.

– Leio muito mangá, só isso. – Suas bochechas estavam levemente coradas.

Eles voltaram a ficar em silêncio. Algum tempo depois, Keiko virou à direita numa estradinha estreita. Estavam se aproximando do templo. Já podia ver a suntuosa construção - muito semelhante aos templos xintoístas - com suas várias colunas de madeira e teto com pontas arqueadas para o alto. A madeira pintada de vermelho se destacava contra o verde da floresta que cercava o local. O pôr do sol já se anunciava no horizonte, e o céu laranja emoldurava aquela paisagem onírica.

Quando estavam a poucos metros de distância, Kakashi perguntou:

– Sua cliente vive num templo?

Keiko quase tinha se esquecido da pequena mentirinha que havia contado para visitar a Miko.

– Ah... Sim. – Respondeu um pouco sem jeito. – Ela usa ervas para queimar durante orações e coisas do tipo.

– Hm...

Keiko estacionou o carro a certa distância do portão de entrada.

– Você pode me esperar aqui? – Ela disse, pegando o ramalhete de flores. – Minha cliente é uma senhora de idade e gosta de conversar, mas prometo que tentarei voltar logo.

Kakashi acenou a cabeça com um sorriso.

– Não tenha pressa. Estarei te esperando.

Keiko agradeceu e praticamente correu em direção ao templo. Seu coração batia acelerado. Estava prestes a se encontrar com a Miko e descobrir se poderia ir ou não com Kakashi para o outro mundo.

A segunda possibilidade fazia seu coração falhar uma batida, reclamando da dor que teria que suportar se a sacerdotisa lhe dissesse que não poderia ir com Kakashi.

Havia um sino de metal pendurado ao lado do portão de madeira. Ela balançou a corda que pendia dele, fazendo soar um som alto e grave. Em pouco tempo, o portão se abriu e uma jovem, vestindo trajes tradicionais nas cores vermelha e branca, veio atender.

Keiko pediu para falar com a Miko anciã do templo e identificou-se como sendo a jovem que havia recebido um presente da sacerdotisa. Esperava que a velha Miko se lembrasse dela. A moça convidou Keiko para entrar, fechou o portão e pediu que ela aguardasse um instante, desaparecendo por uma porta.

Havia um banco comprido de madeira e Keiko sentou-se nele. Enquanto ficou ali, esperando pela Miko, teve a impressão de que os minutos se arrastaram lentamente. Tentou se distrair, apreciando a beleza do templo. Na noite em que viera com Aki, não tivera oportunidade de prestar atenção nos detalhes. O vermelho das colunas cilíndricas vibrava mais intensamente sob a luz do sol e ela observou que havia alguns detalhes pintados em amarelo. O teto era negro e as telhas estavam perfeitamente encaixadas, como as escamas de uma carpa chinesa.

Havia uma enorme claraboia no meio do teto, a qual permitia que a luz do sol entrasse e se espalhasse pelo lugar. Logo abaixo dela, a água do lago artificial ondulava suavemente, acariciada por uma gostosa brisa que não parava de soprar. Tudo era rodeado por um belíssimo jardim zen. Os desenhos na areia branca prenderam a sua atenção. Formavam círculos concêntricos e caminhos sinuosos. Alguns círculos, ela observou, eram, na verdade, espirais que se desenrolavam em harmonia e desapareciam em alguma outra forma serpenteante, contornando bonsais e pedras. Era muito gostoso acompanhar aqueles desenhos com os olhos...

– Eu esperava pela sua visita. – Disse uma voz feminina ao seu lado.

Keiko assustou-se e olhou em direção à voz. Era a Miko.

A velha sacerdotisa deu um leve sorriso e continuou:

– Esta é a função deste jardim... Fazer-nos esquecer das preocupações e aflições por um tempo, para que, com a mente calma, possamos encontrar as respostas para nossas perguntas.

Keiko devia concordar. Havia se esquecido completamente do objetivo da sua visita enquanto olhava o jardim; mas agora estava de volta à realidade. Levantou-se e ofereceu o ramalhete de flores para a Miko.

– Peço que aceite estas flores.

A Sacerdotisa pegou as Lavandas e deu um longo suspiro, sentindo o aroma fresco que emanava delas.

– Lavandas... – Ela disse com um tom pensativo. – São excelentes para aliviar o stress e combater a tristeza. – A Miko ergueu os olhos e olhou fixamente para Keiko, como se estivesse avaliando-a. – Obrigada pelas flores. Venha, vamos para um lugar mais reservado para conversarmos.

Keiko seguiu a velha senhora até um pequeno aposento, onde havia uma mesa de chá. A simplicidade do local não diminuía sua beleza. Uma pequena mesa de madeira escura estava posicionada no centro do tatami. Logo atrás dela, uma cômoda antiga, também de madeira escura, era o segundo e último móvel do quarto.

Sentaram-se nas almofadas e, com muita paciência, a Miko serviu um chá para as duas.

– Diga-me o que a aflige. – Ela falou com a sua voz suave.

Keiko não conseguiu conter um suspiro. Fechou os olhos por um momento, pensando nas palavras certas para dizer tudo o que estava sentindo. Aquela mulher tinha o poder de acessar o mundo de Kakashi, e aquilo lhe dava um frio na barriga.

Diante dela, estava a pessoa que lhe diria se ela teria um futuro feliz – indo com Kakashi para o mundo dele – ou se sua vida passaria por uma grande fase de tristeza – com a separação do shinobi mascarado. Tudo o que precisava fazer agora, era falar sobre os seus sentimentos para a Miko e fazer a ela as perguntas certas.

(Continua...)

–x-x-x-x-

~~Glossário dos Termos Japoneses~~

Aka no Onna: Mulher de Vermelho.

Miko: Sacerdotisa, mulher xamã, médium, profeta.

Tatami: é o nome dado ao tapete de palha de arroz que cobre o chão das casas japonesas. (A forma correta de escrever é com i no final, e não com e ;P).

Shinobi: Ninja do sexo masculino.


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Notas finais do capítulo

Genteeee!!! Então, então? Gostaram? Eu fico aqui esperando os comentários, hein? Não deixem de fazer a tia Su feliz, onegai! *o*
E vocês não perdem por esperar! Semana que vem o capítulo está... ah... *suspiro* Sou suspeita pra falar, mas eu prometo que vai mexer com vocês!
Até sábado que vem, minna!!!
Super beijocas da tia Su! ;D