Castle Of Shadows (HIATUS) escrita por Caroline Santos


Capítulo 2
Capítulo 1




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Viagem de escola, sempre uma má ideia. Aquele bando de pessoas com quem você não suporta conviver durante o período escolar, e ainda tem que os aguentar durante as férias de verão, porque eventualmente, excursões e viagens escolares contam ponto na minha escola. E aqui estou eu, em um ônibus escolar, indo em direção à viagem dos meus pesadelos. Quarta fileira do lado esquerdo do ônibus, esperando que algo realmente milagroso aconteça.

Depois de 1 hora sentada em uma posição, não muito confortável eu diria, lendo um livro chato pra caramba que eu não sei por qual motivo doentio resolvi trazê-lo, resolvo me levantar para ir ao banheiro, má ideia.

Antes mesmo de eu conseguir entrar no apertado banheiro na parte de trás do ônibus, sinto um par de braços me empurrar para dentro do pequeno espaço e me prensar contra a porta recém-fechada, me fazendo sentir todo o seu corpo, e que corpo. Levanto a cabeça e dou de cara com lindos olhos azuis que brilhavam maliciosamente, como sempre. Nathan Carter, atual capitão do time de futebol do colégio, por qual toda a população feminina do colégio babava, exceto eu, a única que realmente pode ser considerada com cérebro naquele fim de mundo.

- Muito entediada? – ele falou rouco depois de ter me dado um beijo rápido.

Então, vamos explicar umas coisinhas. Como eu disse, eu tenho cérebro, não morro de amores por ele. Mas não que eu não tenha uma queda básica de neurônios de vez em quando, principalmente depois da festa de halloween do colégio. Digamos que beber não seja muito adequado, principalmente porque sua consciência vai embora depois de umas poucas garrafas de vodka e outras coisas. E depois uma ressaca que te impede de pensar direito, e te faz fazer coisas estúpidas. Digamos que eu estou nessa ressaca até hoje.

Despertei dos meus pensamentos quando senti as mãos do infeliz em minhas coxas, me levantando e me fazendo colocar as pernas em sua cintura.

- Nathan para!

- Me faça parar – murmurou enquanto atacava meu pescoço com fúria, me fazendo gemer pedindo por mais. Mas eu não queria mais, ou queria?

- Nat... Nathan... para – e o filho da mãe continuou o que estava fazendo. Desisti de tentar convencê-lo – Nathan aqui não.

- Porque não? – o desgraçado apertou a minha bunda, golpe baixo.

- A gente tá em um ônibus cheio de gente da escola, e se alguém ouvir? Ou pior, resolver vir no banheiro e pegar a gente aqui, transando? O que vão pensar? – comecei a apelar para o lado consciente dele, se é que ele realmente tinha um.

- Não me importo, e você me deve uma! Ou se esqueceu quando me deixou na mão no vestiário? – e o imprestável apertou meus seios por debaixo da blusa, me fazendo perder qualquer pensamento coerente.

- Eu te odeio – e ataquei seus lábios em um gesto de desistência silencioso.


Um pouco mais de meia hora depois, eu já estava de volta ao meu lugar. Nathan me olhava com um sorriso torto do outro lado do ônibus, um sorriso que eu fazia questão de ignorar. Só mais uma hora de viagem e eu estaria livre. Livre desse maldito ônibus, livre das indiretas do Nathan. Eu passaria a viagem toda o ignorando. Com esses pensamentos eu acabei adormecendo.

Acordei com Nathan me chacoalhando.

Mas que merda. Será que eu não podia ficar um minuto sem ver a cara desse infeliz.

- O que você quer agora? – olhei para ele com a cara mais assassina que pude. Não surgiu efeito.

- Só queria companhia, estava me sentindo solitário.

- Então vá atrás de alguma das suas vadiazinhas, eu quero dormir.

- Aí é que está o problema, eu não quero deixar você dormir – e o infeliz ainda teve a cara de pau de se inclinar e beijar o meu pescoço.

- Aí é que está o problema, eu não estou nem aí para o que você quer – empurrei seu peito com força, fazendo-o se afastar de mim.

Ele ia responder quando uma batida do ônibus nos forçou contra o encosto do banco. Olhei para ele em busca de respostas, mas ele estava olhando para frente assustado, em busca da mesma coisa que eu.

O ônibus foi preenchido pelo barulho de trinta adolescentes assustados reclamando.

- Fiquem todos calmos, foi só uma batida, não tem nada de mais – e é aí que você se engana querida professora de história, uma batida tem tudo mais.

- Ótimo, além de ser obrigada a viajar com vocês, inúteis, ainda tenho que me envolver em um acidente de ônibus com vocês.

- Kath, é arriscado me incluir nessa definição não acha? Eu posso muito bem te arrastar até o banheiro e te provar que eu não sou um inútil – o filho da mãe tinha um ridículo sorriso malicioso estampado em seu rosto. Raiva, isso era que eu sentia.

Resolvi sair do ônibus, todos já tinham saído e eu não queria arriscar ficar sozinha com o Nathan. Mas como tudo que é fácil demais a gente tem que desconfiar, o infeliz veio atrás de mim.

- Não tinha um lugar menos estranho para esse ônibus quebrar? – Jessica, minha melhor amiga desde sempre, comentou. Até então eu ainda não tinha visto ela, já que eu fiz questão de me atrasar e tive que sentar em um dos bancos da frente.

Quando ela falou, foi que eu notei o quanto assustador o local era. Estávamos rodeados por uma floresta, não “rodeados”, essa não era a expressão correta. A estrada em que estávamos passava por dentro de uma floresta. Uma floresta que parecia ter saído de algum filme de terror maluco.

- Foi só um problema com o tanque de gasolina, não sei como isso foi acontecer, mas ele furou.

A voz da nossa professora de história me tirou dos meus pensamentos.

- E como o motorista não percebeu isso hein? – algum garoto do time de futebol perguntou, nem me importei em virar para ver quem era.

- Acho que ele tava concentrado em comer a professora com os olhos – outro garoto falou baixo, mas conseguiu uma onda de gargalhadas do resto da turma.

- Fale isso mais uma vez e você levará uma advertência, Sr. Harper. Mas respondendo a pergunta do seu amigo, não, nós não percebemos que estávamos ficando sem gasolina. O tanque estava cheio, pelo menos o mostrador mostrava isso. Deve ter algum problema com o mostrador, deve ser isso. Nós vamos ligar para o reboque, e resolver o problema.

Eu não estava totalmente concentrada da conversa como o resto da turma estava para dizer a verdade, pouco me importava quem estava comendo quem ou quem levaria advertência.

O que me preocupava era o fato de que havia alguém, ou alguma coisa, nos observando de trás das árvores. Me afastei de Nathan que estava ao meu lado e fui em direção as árvores, tinha uma sombra, uma sombra humana. Um homem. Havia um homem nos observando de trás das árvores. Quando cheguei perto o suficiente para ver quem era, a sombra havia sumido. E não havia sinal dela por perto. Quando me virei para voltar para perto do pessoal, minha calça jeans agarrou em algum galho, me fazendo ir direto para o chão. Com certeza eu tinha me machucado, a ardência em meus joelhos me diziam que algo estava errado. Me levantei com certa dificuldade, sem nenhum apoio por perto. E de repente, todo o meu ar havia “sumido”. O homem estava lá, a menos de um metro a minha frente. Me encarando como se eu fosse algum tipo de presa.



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Notas finais do capítulo

Alguém gostou?
xoxo



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