Amor Eterno escrita por Cate Cullen


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

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 Esme deixa-se ficar sentada até muito depois de Marcus sair. Pensa no que ele lhe disse. Realmente seria mais uma história de amor a acabar mal e por orgulho. “Eu amo-o, não posso deixar tudo acabar assim” levanta-se e nesse momento alguém bate à porta.
- Entre.
Isabella entra com um tabuleiro.
- Trouxe-lhe o jantar, senhora.
- O jantar? – Esme está completamente baralhada. – Que horas são?
- Quase nove. – responde Isabella. – Como não apareceu lá em baixo tomei a liberdade de lhe trazer qualquer coisa para comer.
Olha em volta e repara que a senhora está a arrumar as malas. “Alguma coisa aconteceu” pensa “O patrão está fechado no escritório e não apareceu para jantar e a senhora está a arrumar as malas e também não apareceu.”
- Nem dei pelas horas passar. – desculpa-se. – Obrigada por me trazer o jantar.
- Desculpe a pergunta indiscreta. Vai-se embora? – pergunta Isabella sem conseguir conter a curiosidade.
Esme olha para a mala e para a roupa e não consegue evitar sorrir.
- Não. Estou só a organizar umas coisas.
- Hum. Peço desculpa a pergunta.
- Não tem problema.
Isabella poisa o tabuleiro na mesa.
- Quer alguma ajuda? – pergunta Megan.
- Não, obrigada.
- Se precisar chame na campainha, agora vou levar o jantar ao patrão.
- Ao patrão? Carlisle não foi jantar?
- Não.
- Quer dizer que Marcus jantou sozinho?
- Foi.
- Podia ter-me chamado.
- Peço desculpa. – desculpa-se imediatamente Megan. – Pensei que não quisesse ser incomodada.
- Não faz mal. E obrigada pelo jantar.
- Estou aqui para isso. – murmura pensando que não é bem só para isso e sai.

Depois de jantar Esme arruma tudo e vai para o computador escrever. Pela primeira vez não se consegue concentrar. Está curiosa sobre a história da família de Carlisle e por isso vai até à biblioteca.
Já é bastante tarde e o corredor está escuro. Quase se perde pois acaba por virar para o corredor errado. Encontra umas escadas alternativas para o andar de cima e sobe. Imediatamente vê que está no lado contrário da casa, a biblioteca é no meio. Pega no telemóvel e usa-o como lanterna para não estar a acender as luzes todas. Sabe que para o mesmo candeeiro há vários interruptores, só que são tantos juntos que ela não sabe quais pertencem a um candeeiro e quais pertencem a outro.
Avança pelo corredor e entra numa porta grande. Vê-se imediatamente na biblioteca. Acende a luz e avança pelas prateleiras cheias de livro à procura da história da família Cavendish. Quase como por magia um livro cai da prateleira. Esme pega nele e vê que é aquele que procurava.
- Não cais-te por acaso. – diz para a capa do livro.
Senta-se numa poltrona a ler.
Lê a história sobre Esme e Carlisle, os fantasmas que lhe aparecem. E lê mais umas quantas histórias antes de se ouvir uma gargalhada estrondosa que a faz deixar cair o livro. As luzes apagam-se e ouve-se uma voz. “Estás amaldiçoado Duque, amaldiçoado para sempre. Nunca mais poderás dormir descansado. Nem tu nem nenhum dos teus familiares. Viverás para sempre com medo. É assim que acontecerá à família que possuir esta casa.” Outra gargalhada e silêncio absoluto. Só se ouve a chuva a cair lá fora.
Esme tira o telemóvel do bolso e com as mãos a tremer liga a lanterna. Mete muito mais medo ouvir a voz assim sozinha numa biblioteca antiga do que quando está abraçada ao Carlisle ou na cama junto dele.
Com a luz do telemóvel a iluminar-lhe o caminho, vaia até à porta e carrega no interruptor várias vezes. Como não acende acaba por concluir que a luz faltou. “Deve ser da chuva” pensa.
Leva a mão ao puxador da porta e roda a maçaneta. A porta não abre. Faz mais força tentando abri-la, sem sucesso.
- Está trancada. – murmura assustada. – Agora estou trancada numa biblioteca sozinha sem luz numa noite de chuva. – treme ligeiramente. – Mas quem me trancou? – é a pergunta que faz para o ar.
De repente aparece uma luz do outro lado da divisão e a Esme fantasma aparece enroscada num canto. Parece que está a chorar.
Esme aproxima-se.
Esme fantasma está com um vestido primorosamente branco, mas com o cabelo solto e emaranhado, e esconde a cara nas mãos.
Quase como por magia a biblioteca desaparece e Esme vê um quarto que reconhece como sendo o quarto onde tem dormido, apenas um pouco diferente. Uma mulher entra pela porta.
- Menina, deixai-me arranjar o vosso cabelo. – pede.
- Eu não me vou casar, Jane, não vou.
- Não podeis recusar, ficou acordado.
- Eu não acordei nada.
- Tendes de casar com Sua Graça. – a mulher, Jane, ajoelha-se junto da rapariga.
- O único com quem casaria é com o meu Carlisle e ele está morto. Não me vou casar com o assassino dele.
- Não podeis escolher, querida.
- Jane, eu estou grávida dum filho do irmão dele. – Esme agarra-lhe nas mãos.
- Oh, meu Deus. – murmura Jane horrorizada. – Agora tendes mesmo de casar senão sereis desonrada.
- Não serei. Eu casei com o Carlisle em segredo. Íamos torna-lo público assim que ele derrotasse o Charles.
Esme está a olhar para a cena de boca aberta como se estivesse a ver um teatro, é praticamente isso. É como se estivesse a ver uma das cenas do livro que acabou de ler.
- Tendes testemunhas? – pergunta Jane.
- Apenas Deus e o padre. – murmura baixando a cabeça.
- Ninguém vai acreditar em vós.
- Irão acreditar, Jane. Ajudai-me a fugir. Eu terei esta criança e quando nascer reclamarei as propriedades que pertenceram ao pai e que serão dela.
- Não tendes como provar. Irão dizer que não passais de uma prostituta e que pagastes ao padre para ele mentir. Tereis de casar com Charles.
Aparece um homem e ouve-se o som de uma porta a bater.
- Não ireis fugir e a vossa ama tem toda a razão, não passais de uma prostituta. – levanta-a agarrando-lhe nos cabelos. – Com que então estais grávida do meu irmão. – ri-se. – Não ireis fugir, ireis casar comigo. Porque ou casais ou sereis envergonhada para toda a vida e o vosso filho será um bastardo e vós uma puta. – dá-lhe um estalo. – Ireis casar comigo. Tendes quinze minutos para estar pronta. – atira-a contra a parede. – Arranjai-a e depressa. – grita para Jane saindo do quarto voltando a bater com a porta.
Esme está encolhida junto à parede a chorar. Jane ajoelha-se junto dela e abraça-a.
No segundo seguinte já não está lá ninguém.
Esme caminha até ao sítio onde elas estavam. Naquele sítio está um gancho. Esme pega-lhe e observa-o. Parece de prata e tem uma pedra azul que parece verdadeira.
“É para ti” murmura a voz doce da Esme fantasma. “Não percas o teu amor.”
Esme encosta o gancho ao coração.
- Amanhã falarei com ele. – murmura para a escuridão. – Não o irei perder.
Ouve uma porta a abrir e vira-se. É a porta que dá para o escritório de Carlisle. Como é que não pensou nisso? O escritório tem saída para o corredor.
Carlisle aparece por essa porta com uma lanterna muito mais potente que o telemóvel de Esme. O coração dela começa a bater, é tão bom não estar sozinha. Corre para ele e aninha-se nos seus braços.
Carlisle fica meio espantado por a ver ali e por aquele abraço, mesmo assim retribui. Sente o cheiro do cabelo dela mesmo junto ao seu nariz e as mãos suaves dela no seu pescoço. Aperta-a mais nos seus braços. Como é que ele pôde pensar ir embora e deixar esta mulher maravilhosa? Como pôde pensar que ela não o amava? Como pôde pensar em desistir dela?
Esme levanta os olhos para ele e os lábios dele estão imediatamente sobre os dela. Beijam-se apaixonadamente como se não suportassem estar mais tempo separados. Ele aperta-a contra ele e ela entrelaça os dedos no cabelo dele sentindo a sua textura macia.
Quando afastam os lábios ela encosta a cabeça no pescoço dele sentindo o seu cheiro.
- Amo-te, Carlisle. – murmura. – E quero viver aqui contigo para sempre. Quero casar contigo. Quero ter filhos contigo. Quero ser feliz contigo.
Ele aperta-a ainda mais.
- Eu também quero fazer isso tudo contigo. – murmura beijando-lhe o cabelo.
- Desculpa ter dito que não esta tarde. Tu apanhaste-me de surpresa. Desculpa.
- Desculpa ter dito que não me amavas como eu te amo. Desculpa-me.
- Desculpo. – dizem ao mesmo tempo rindo.
Beijam-se apaixonadamente.
- Não sabia que estavas aqui. – começa Carlisle poisando a lanterna sobre a mesa.
Esme guarda o telemóvel.
- Estou trancada. – murmura.
- Também trancaram esta porta? – pergunta ele indo até à porta e tentando abri-la.
- A do teu escritório também está? – pergunta Esme.
- Parece que estamos trancados. – diz Carlisle pegando nela ao colo e sentam-se os dois numa das poltronas. – Parece que vamos ter de passar aqui a noite. – começa a beijar-lhe o pescoço. – Contigo será bastante agradável. Seria mais agradável numa cama, mas não me importo que seja num sofá.
- Tarado. – murmura ela dando-lhe uma leve palmada no braço.
Ele ri.
- Tu gostas.
- Muito.
Beijam-se.
Ele começa a puxar-lhe a camisola.
- Agora não. – ela afasta-se e levanta-se.
- Porquê? – pergunta ele fazendo beicinho.
- Porque não. Quero descobrir o que se passa aqui. Aquela voz e as gargalhadas, a falta de luz. É tudo muito estranho. – tira do bolso o gancho que a Esme fantasma lhe deu. – A Esme fantasma deu-me isto. – mostra-lhe. – Logo não é ela que nos quer fora daqui. Nem a Elizabeth I do quadro que não tem nada a ver com isto.
- Tens alguma ideia do que se possa passar?
- Tenho suspeitas.


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