Tom Riddle: Set Fire. escrita por RitaSkeeter, WithLoveRamona


Capítulo 13
Seleção.


Notas iniciais do capítulo

Recebi poucos reviews no capítulo anterior, mas sou uma pessoa generosa e vou publicar o capítulo pronto mesmo assim. Mereço reviews em dobro, não acham? :)



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Quando Hermione chegara à Hogwarts, naquela mesma noite estrelada de setembro, tudo lhe parecera novo. Os olhos ávidos correram pela sala onde os primeiranistas aguardavam o sinal de avanço para o Salão Principal, notando como Hogwarts parecia única. Em nada lhe lembrava a estrutura da Hogwarts da década de 90, onde as coisas começavam a se mostrar mais 'evoluídas' e menos requintadas com o charme da época de 40. Era isso que Hermione via pelos corredores de imensas pilastras e tochas de luz avermelhada como fogo vivo: o charme de uma época de belezas naturais e sutis, coisa única no mundo.

Apoiada na parede mais próxima da porta, os ouvidos de Hermione já haviam se desligado dos burburinhos que preenchiam ansiosamente a sala, concentrando-se no batucar leve dos dedos em um apoio de madeira. Do outro lado daquela porta próxima a ela havia um mundo novo. Uma missão que duraria longos sete anos e a qual ela torcia para ser capaz de concluir. Porque, se não o fosse, teria que cumprir com a promessa que deixara sub-entendida: matar Tom Riddle.

Por mais que a esse ponto do jogo ela já não se lembrasse das coisas mais recentes que haviam acontecido em sua antiga vida, as palavras de Morgana permaneciam ali, bem guardadas na sua mente até que fosse hora de entoarem como o canto das aves matutinas a saldar o dia seguinte. Era tudo novo e, portanto, assustador. Os olhos ofídicos de Voldemort ainda lhe perturbavam o sono, mesmo que ela soubesse que naquele tempo existia apenas um garoto solitário e temeroso ao extremo. Diferente, como ele mesmo dissera. Porém, não havia de se esquecer de um fato: aquele era exatamente o começo, o que fizera Tom Riddle tornar-se um monstro. Coisa que ela havia de evitar.

— Podem entrar. — Dissera uma bruxa de ares alegres, abrindo a porta ao lado de Hermione e a tirando de seus devaneios.

Ela então fora uma das primeiras pessoas a cruzar a sala, parando diante do usual banquinho de três apoios, onde jazia o Chapéu Seletor. E foi nesse instante que uma dúvida correu por sua mente: o Seletor se lembraria dela? Hermione sabia que magias comuns não afetavam objetos mágicos e que aquele chapéu em especial se lembrava de todos que haviam cruzado seu caminho. Essas regras valeriam diante de magia negra, tendo ela trocado de lugar com uma pessoa que vivera no passado?

— Srta. Gaunt! — Dissera com um pouco mais de intensidade a bruxa diante do banquinho de madeira, atraindo a atenção de Hermione.

"Granger", ela gostaria de corrigir, "Hermione Granger". Por mais que alguns meses houvessem se passado, ela ainda não perdera o costume de lembrar-se de seu antigo sobrenome e atender ao atual era uma coisa quase impossível de fazer de primeira, com naturalidade.

Ainda assim, rumara até o lugar e apanhara as abas imensas do chapéu com os dedos trêmulos, sentando-se no lugar apropriado e deixando que o Seletor pousasse em sua cabeça. E ele ganhara vida após isso, cantarolando palavras em alto som e remexendo-se com certa alegria única. 

— Vejo que você é muito inteligente e sedenta por conhecimento, Hermione Gaunt. — Dissera o Chapéu, tranquilizando-a por não lembrar-se dela. — Seria uma ótima 
Corvina, não acha?

— Não... — Sussurrara ela, nervosa por um instante.

— Bem, você também é digna de coragem e esperteza. — Recomeçara ele, fazendo-a sorrir diante de que seria novamente uma grifinória. — Porém, há uma 
característica forte no seu sangue descendente de Slytherin que só torna possível uma única opção: SONSERINA!

A mesa da extrema esquerda se levantara em acenos e boas-vindas, deixando Hermione um tanto confiante, apesar da surpresa. Ela... Uma sonserina? Por mais que Morgana lhe tivesse adiantado essa idéia, ainda lhe assustava um pouco. Os sonserinos eram sempre frios, calculistas. Ela não era assim e não queria conviver com pessoas que o fossem. Imaginava como Draco Malfoy reagiria se soubesse que ela estava indo para a Sonserina.

E por alguns instantes ela se pegou pensando sobre a época que vivera ou o pouco que se lembrava de tudo aquilo, em tal altura do campeonato. Os meses que passara a sentir falta de Harry e Ron haviam sido difíceis, mas estar ali diante do Salão Principal de Hogwarts sabendo que não os veria, era certamente um tipo drástico de tortura do destino. E então ela deixou os ombros caírem, sentindo-se já não tão alegre. Por que apanhara aquele livro? Por que aceitara uma missão que não era sua? Ela poderia estarao lado dos amigos naquele momento, lutando contra Voldemort. Poderia estar protegendo os pais, que se perguntariam onde ela estaria quando terminasse o ano letivo. Não teriam cartas. Nunca mais.

Assim, deixou a mente vagar ao longe durante o que lhe pareceram minutos. Se permitira sentir saudade dos verões na Toca, dos invernos em Hogsmeade. Sentira falta de cada momento que passara ao lado dos amigos e das conversas entre copos de cerveja amanteigada, que agora pareciam não terem sido suficientemente bem aproveitados. E ela se lembrara da paixonite que tivera por Ron, estragada pelo relacionamento-relâmpago dele com Lilá Brown. E ela teria chorado amargamente com tais pensamentos, se não tivesse se lembrado do real teor da sua missão: salvar o mundo do terror de Voldemort. Ela nunca mais veria as pessoas que eram importantes para si, mas as estava salvando agora. Estava lutando para que todas aquelas pessoas pudessem viver felizes.

Enquanto descera do acento, pousando o chapéu novamente em seu lugar de espera, ela avançara pelo corredor sonserino recebendo sorrisos e cumprimentos de mão, a deixando mais satisfeita. "Uma descendente de Slytherin!", diziam alguns animados. "Tenho certeza de que vai conseguir muitos pontos para nós na Copa das Casas!", diziam outros. E ela teria apenas ficado ali, sentada em seu novo lugar no Salão Principal, escutando os comentários alegres dos outros, mas então avistara o garoto do Expresso.


— Por que ele é tão sozinho? — Questionara a si mesma, intrigada com a visão.

— Riddle tem andado estranho desde o final do ano, na aula de História da Magia. — Uma garota ao lado dela respondera, olhando na mesma direção. — Acho bobagem o modo como o tratam, ele é o melhor aluno de toda a Hogwarts.

— Como o tratam? — Hermione perguntara, nitidamente curiosa.

— Zombam dele pelos corredores, dizendo coisas horríveis sobre a sua família. Até mesmo os colegas de quarto mudaram de dormitório, para ficarem longe dele. —  Sussurrara a garota, com medo de ser ouvida. — É tão maldoso serem assim com ele apenas por não ter o sangue puro nas veias!

— Não imaginava que fosse assim. — Finalizara a nova sonserina, sentindo o peso que o garoto carregava nos ombros por algo tão fútil e sem importância.

— Ele também é descendente de Slytherin, como você. — Falara a outra, voltando o olhar na direção da colega de banco. — A propósito, sou Eileen Prince.

— Hermione Gaunt. — Sorrira em resposta.

— Espero que sejamos colegas de quarto. Sabe, é bom ter uma amiga por perto nesse primeiro ano, principalmente porque Hogwarts ainda é um mistério para mim.

— Tagarelando pelos cotovelos, Eileen? — Questionara um garoto, que jazia parado atrás de ambas as meninas. Se Hermione achava que Eileen era parecida com Snape, aquele garoto era uma versão fiel ao que ele teria sido quando jovem.


— Oh, não encha Josh. — Ela revirara os olhos. — Esse é Joshua, meu irmão.

— Prazer em conhecê-lo. — Rira a morena, olhando-o fazer caretas para a irmã. — Hermione Gaunt.

— Belo nome, garota. — Ele sorrira de volta à ambas.

Sim, era um belo nome para alguém que estava com uma história tão incrível por vir.

* * *


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