BORN TO KILL - versão Clove escrita por Mrs Delacour


Capítulo 12
Casamento?


Notas iniciais do capítulo

demorei pra postar, mas ta ai :)



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Encontro KJ e ele me diz que um motorista me levará para casa. Fui para a minha antiga casa, porque ainda não me mudei para a Aldeia dos Vitoriosos. Chego em minha casa e encontro meus pais na porta, estavam me esperando.

- O que foi? – pergunto fechando a porta

- Tem uma pessoa te esperando no seu quarto – diz meu pai

Dou um sorriso. Logo penso que é Cato. Mas já? Ele não ia vim mais tarde? Nós não íamos sair escondidos?

- Não é quem você está pensando – diz a minha mãe preocupada.

Como ela sabia que eu pensava que era Cato? Subo correndo pelas escadas. Na porta do meu quarto estavam dois grandes Pacificadores com metralhadoras nas mãos. Um deles me encara e diz:

- Entre, agora!

Abro a minha porta e um velho está sentado em minha cama, lendo um livro. Snow.

- Sente-se – ele diz

Sento-me na cama. Ele fecha o livro e o joga na cama.

- Sabe por que estou aqui, não sabe? – ele me encara

Balanço a cabeça em negatividade.

- Estou com problemas, senhorita Kentwell - diz o presidente Snow – Um problema que começou desde o momento em que você teve a ideia inútil de que só sairia da arena se o garoto fosse com você.

Não consigo abri a boca e falar. Minha feição não muda, continuo séria. Sinto o cheiro de sangue a cada movimento que  Snow dá. Meu olhar se fixa no velho. Penso no momento em que eu e Cato estamos para cometer suicídio. Os Idealizadores dos Jogos teriam que escolher entre nos assistir morrendo e nos deixar vivos. É claro que eles escolheriam a segunda opção, além do mais eles teriam que ter um vencedor, ou dois.

- Se Seneca Crane, o Chefe dos Idealizadores dos Jogos, pensasse um pouco mais acredito que ele teria te transformado em pó ali mesmo. Creio que ele deve ter tido um ataque de sentimentalismo e acabou deixando os dois vivos. E agora você esta aqui. Sabe onde ele está? – diz o Presidente Snow.

Pelo visto morto. Seneca Crane foi executado. Será que é por isso que estou sentindo o cheiro de sangue vindo de Snow? Há uma rosa na lapela do Presidente, assim também começo a sentir o cheiro da rosa.

- Você sabia que em quase todos os outros distritos, as pessoas viram seu “truque” como um ato de desafio e não como um ato de amor – diz Snow – O que poderá impedir, digamos, um levante?

- Um levante? Ocorreram levantes? – pergunto desesperada e morrendo de medo.

- Ainda não. Mas creio que irão acontecer se as coisas continuarem como estão – diz Snow – E levantes podem levar a revoluções. Você faz ideia do que isso significa? De quantas pessoas irão morrer? Das condições que os sobreviventes teriam de enfrentar?

Não sei o que falar, até que uma ideia me deixou um pouco triste.

- Então porque não me mata? Porque não me mata agora? – pergunto

- Porque te matar não seria a solução – diz o Presidente

- E qual seria?

- Case-se com Cato – diz Snow se levantando

- Casar? Mas eu não posso, sou nova demais para casar. Acabei de fazer dezesseis anos – me levanto

- Ou você casa, ou todos morrem, incluído você – Snow abre a porta do quarto e vai embora.

Me sento na cama e fico paralisada. Casar? Não é isso que eu quero agora. É claro que eu penso em me casar com Cato, mas não agora. Meus pais não aceitariam. Ouço batidas na janela, são pedras.

- Cato! – grito

- Shhh! Não grite, seus pais vão desconfiar – ele sussurra – Vem.

Pulo a janela e ele me segura. Meu Deus porque estou fazendo isso?

- Eu preciso te contar um coisa – digo chateada

- Então diga.

- O Presidente Snow veio me fazer uma visita.

- Como é que é? – ele me puxa pelo braço – O que ele foi fazer na sua casa?

- Ele veio me dizer que está com problemas. E nós somos o problema – digo – Disse que os outros distritos não gostaram muito que nós saímos juntos da Arena. E que provavelmente ocorreram levantes e com levantes provavelmente ocorrem revoluções.

- E o que você disse? – ele fica indignado

- Que ele poderia me matar – digo – Assim não ocorreria revoluções.

- Ficou maluca? – ele me fala – Me dê seus braços – ele puxa meu braço e analisa.

- O que você está fazendo? – digo

- Verificando se você foi picada por teleguiadas novamente – ele diz

- O que? – digo – Para de palhaçada. Ah! E tem mais

- Tem? – ele fica preocupado

- Ele disse que nós temos que nos casar, ou todos que eu amo vão morrer – abaixo a cabeça e olho para o chão.

- Sério? – ele sorri

- E você está sorrindo por quê? – digo brava

- É porque nós vamos no casar, isso não é legal! – ele continua sorrindo – Vai me dizer que você não quer?

- Eu quero, mas não agora – digo – Você quer se casar agora? Perder toda a sua vida ao meu lado? Justo eu?

- Claro!

- Jura? Mas você não vai mais poder ficar com nenhuma garota – digo

- Pra que? Eu tenho a única de que preciso – ele acaricia meu rosto

- Nem vem, porque eu ainda estou estressada – digo.

- Vamos lá, faquinha.

Faquinha? Aquilo me deixou sem graça, que fofo! Ele me leva para um lugar onde eu nunca fui antes, não havia nada de interessante. Sem cesta de piquenique, sem velas, sem nada. Só nos dois e a lua.

- O que nós viemos fazer aqui? – digo

- Ficar juntos – ele se senta no chão – Já que vamos nos casar.

- Cato! – digo me sentando no chão.

- Sabe que o quanto antes nós nos casarmos vai ser melhor – ele se aproxima de mim.

Seus olhos se fecham e sinto os lábios dele tocarem os meus. Um beijo delicado que logo se torna um beijo ardente. Ele me puxa para o seu colo e nós continuamos a nos beijar. Ar? Não, sem respirar! Até que aquilo se torna insuportável e nós damos uma pausa de dois segundos, no máximo. Minhas mãos vão até a sua nuca. Voltamos a nos beijar, mas continuamos no mesmo ritmo em que estávamos. Ele põe a mão na minha cintura e sorri durante o beijo. Ele me puxa pela cintura e nós caímos deitados no chão. Altas gargalhadas, seguidas de beijos. Como aquilo era bom.

Até que um luz muito forte se direciona para nós dois. A luz é tão forte que não consigo ver quem está fazendo aquilo. Pacificadores?

- Trazendo a namorada para um lugar como esse Cato, que romântico.

São os amigos de Cato. Cinco adolescentes que se acham os melhores do Distrito 2.

- Que gracinha – diz um deles.

- O que estão fazendo aqui? – diz Cato

Levanto-me e viro para o lado. Deixo Cato lá, sozinho com os amigos dele. Como assim os amigos dele chegam bem na hora em que estamos nos beijando e que estava tudo tão bom? Ah, claro! Ele tinha que chamar os amigos para mostrar que tem uma “garota nova”. Cato sempre viveu rodeado de garotas, porque ele queria a mim? Agora que nós ganhamos os Jogos a situação só piorou, porque havia mais garota gritando por ele. Ele com certeza não estava levando a história do casamento a serio.

Ouço-os conversarem.

- Mais uma para a sua lista? – um dos garotos ri.

- Pode ir parando – diz Cato

- Ah, qual é garotão! Vai dizer que não quer só aproveitar a menininha. É porque ela te ajudou a vencer? – diz um dos meninos – Você está dando uma recompensa? – ele ri.

- Seu idiota – diz Cato num tom bravo

- Corre garotão, porque ela está indo embora.

- Espera aonde você vai? – diz Cato

- Para a minha casa - digo

- Clove! – ele corre atrás de mim.

- “Mais uma para sua lista?” – digo me virando e fitando ele com os olhos – Ok pegador, me desculpe se não chego aos pés das suas namoradinhas. Se não sou alta, se não sou bonita e se não tenho um corpo desejável – lágrimas escorrem em meu rosto – Sabe, eu acho que você deveria ter ficado com e Glimmer. Ter morrido para ficar bem juntinho dela.

- Clove! – ele seca as minhas lágrimas – Você é perfeita para mim

- Não fale comigo – digo brava e saio andando

- Espera, é só uma brincadeira – ele segura o meu braço

- Sabe o que é mais legal – digo dando empurrões nele – Saber que você não se importa com as brincadeiras. Tchau Cato.

- Clove!

Saio de perto dele e quando olho para trás ele está parado me olhando ir embora. Vou para a minha casa.

Triste mesmo é pensar que amanhã eu terei que passar horas do lado dele. Nossa turnê ainda não acabou, ainda temos que passa pelo Distrito 1 e ir para a Capital, onde teremos que disfarçar uma paixão.

Eu ainda amo o Cato, mas não posso deixar que ele pense que eu ainda o amo. Estou confusa demais. Não sei se ele estava falando a verdade quando disse que eu era perfeita para ele ou se os amigos dele estavam falando a verdade quando disseram que eu era só mais uma da lista.

Amanhece e eu me levanto completamente acabada, triste e desanima. Pode se dizer que eu estou mais sensível que antes. Sensível? Sensível!

Me despedi da minha família e KJ veio me buscar para irmos para o trem em direção ao Distrito 1. No carro tive que me sentar do lado de Cato, foi a coisa mais terrível que fiz em toda a minha vida. Ele tentou pegar na minha mão e ficou o percurso inteiro me olhando. Eu sequer olhava para ele.

Quando chegamos na estação de trem muitas pessoas estava gritando nossos nomes. Aquilo me deixou chateada, porque todos ainda pensavam que nós éramos os amantes desafortunados do Distrito 2.

- Clove, dê um sorriso e faça o possível para que pareçam apaixonados – diz Célios – Faça isso por todos nós.

Olho para todos e dou um sorriso. Eles clamam por um beijo, eu acabo cedendo ao pedido e beijo Cato. Sentir aqueles lábios novamente era como sentir uma facada no coração. Meu mundo desaba. Senti tanta saudade daqueles beijos. Nós nos abraçamos e Cato sussurra no meu ouvido “Volta para mim”. Eu me afasto para não me descontrolar e acabar beijando ele de novo, quero tanto. Não posso! Ele não existe mais para mim.

Dentro do trem nós sentamos lado a lado.

- Pare de mentir para si mesma – diz Cato

- O que você quis dizer com isso? – pergunto fingindo estar brava

- Sei que você ainda gosta de mim – ele me olha – Sei que você gosta quando eu te beijo, quando eu te toco, quando eu te abraço.

- Não, não mais – digo – Licença – me levanto e vou para o outro vagão, o meu quarto. Me deito na cama e fico pensando no beijo que ele me deu na estação de trem. Ele tinha toda a razão do mundo, eu sinto tudo aquilo que ele disse.

Ouço uma batida na porta.

- Cato, nem pense em entrar – jogo um travesseiro na porta.

- Não é o Cato – diz Louise. Ela é a única mulher na qual eu posso conversar. Conto tudo para ela e ela me ajuda quando preciso.

- Clove, vocês está assim por causa do Cato? – ela se senta em minha cama.

- Sim, e só estou piorando – digo deitando minha cabeça no colo dela. Ela massageia meus cabelos e me faz dormi.

Ouço trovões invadindo o céu e me acordando. Já disse que tenho horror á trovões? Não? Então, tenho. Acordo de madrugada, coberta com um cobertor quente e macio. Me levanto num pulo ao ouvir outro ‘brum’ de um trovão. Paro na frente do quarto de Cato, penso se entro ou não. Ouço mais um trovão. ENTRO! Vou na pontinha dos pés para não acordá-lo e me deito na cama, pego o coberto e me cubro.

- O que você está fazendo aqui? – ele olha para mim com uma cara de desconfiado.

- Quer que eu vá embora? – pergunto me levantando

- Não – ele me puxa pelo braço e me deita na cama

- Então, cale a boca – me cubro novamente. Ele está virado de costas para mim.

- Quer que eu vire? – ele me olhou

- Não – eu o empurro para ficar longe de mim. Até que eu ouço outro trovão, esse foi o mais forte de todos, eu acho – Caaaaaato! Vira, vira, vira. VIRAAAAAAAAAAAA. Me abraça agora, me abraçaaa. CAAAATO! – grito desesperada me debatendo na cama e ele quase cai no chão.

- Calma, calma. CAAAAAAAAAAAAAAAAAAALMA – ele grita e me pressiona na cama. Eu só me sinto segura dos trovões quando ele me abraça. Me acalmo e aperto a mão dele, a que estou com os dedos entrelaçados nos dele, a cada trovão que estoura. É um tal de “brum” pra cá e um “brum” pra lá. E eu fico maluca.

- Mas que medo é esse? Eu estou aqui – ele me abraça achando que está tudo bem entre nós, é só o que ele acha – Eu estou aqui Clove – acaricia meu rosto.

- Não vai se aproveitando só porque estou com medo dos trovões. Não está nada bem entre nós dois – tira a mão dele do meu rosto.

- Então porque está aqui? No meu quarto? – ele continua me abraçando

- Você queria que eu fosse dormir na cama do KJ, do Célios ou da Louise? – pergunto franzindo a testa.

- Não – ele diz

- Então não reclame. Só me abraça e... vai dormir – digo brava e fecho os olhos.

Posso dizer que estou feliz de estar deitada na cama com ele novamente, ele me abraçando forte com aqueles braços incrivelmente musculosos. Ele gosta de mim, não há dúvidas. Eu gosto dele, o que é bem provável. Então porque estou dando uma de difícil, pro Cato?  Lógica? Oi? Cadê você?

Passamos pelo Distrito 1, como nos outros distritos foi a mesma coisa. Mas era o distrito de Marvel e Glimmer, me emocionei ao lembrar dos dois. É, eu disse ‘dos dois’. A Glimmeranha era uma fresca, mas faz uma falta danada.

Até que chegamos á Capital. Gritos, gritos, gritos, gritos e mais gritos. Vamos dar outra entrevista a Caesar, de novo não!

Todos me deixa linda, toda arrumadinha e fofa. Não gostei! Mas estou bonita. Não tentem me entender. NÃO.

A entrevista chega a ser igual as outra duas que demos anteriormente. Depois de horas falando eis que surge uma coisa inesperada...

- Caesar pode falar um coisa? É rápido – diz Cato.

Meus olhos se arregalaram. Ele não vai falar na frente de todos.

- É claro! – diz Caesar sorrindo.

Cato se levantam e estende a mão para que eu me levante. Acabo cedendo, por que não?

- Clove – ele olha timidamente para o chão enquanto segura as minhas mãos – Passei anos ao seu lado – ele sorri – Depois de te conhecer a menina que morava do lado da minha casa e ficava me observando pela janela do quarto. Depois de várias vezes te levando para casa depois do colégio. Depois de ser levado para a Arena do seu lado. Depois de quase te perde e quase morrer do coração ao ver caída no chão. Depois de tantos beijos, abraços, carinhos, risadas, brigas – ele me olha, e estou derretendo em lágrimas. Os olhos deles estão cheios de água, mas era o Cato. Impossível vê-lo chorar. Ele se ajoelha.

- Levante daí – sussurro disfarçando com um sorriso para ninguém perceber – Cato levanta – puxo a mão dele de leve.

- Espere! – ele sussurra.

Mas continua. Droga!

 – Depois de quase não conseguir fala tudo o que sinto aqui e agora – ele sorri – Você aceita se casar comigo?

NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO acredito que ele fez aquilo. Meu coração dispara, minhas pernas tremem, por um momento paro de respirar e fico vermelha. Fico paralisada sem saber o que fazer. Eu vou aceitar é claro. Mas não consigo falar nada e nem me mexer. Olho para o presidente Snow e ele mexe a cabeça freneticamente em positividade.    Fale Clove! Fale! Eu não consigo.

- Clove, você está bem? – Cato sussurra para mim, mas disfarçando – Clove, aceita – ele sussura.

- Eu... eu... eu aceito – olho para o chão e Cato percebe que estou triste. Será que ninguém entende que eu não queria aquilo, agora?

Todos vibram, comemoram, gritam...

Saímos do palco. Fomos convidados á comparecer em um banquete na mansão do Snow. Fomos, é claro. Havia tanta comida que até esqueci-me do pedido de casamento. Comi parecendo uma porca. Por Deus, estou morrendo de fome. Paro de comer e me sento. Cato se senta ao me lado. Fico tímida.

- Você não queria, não é? – ele diz triste

- Queria – digo – Mas não agora – olho nos olhos dele.  Ele chega mais perto. Lábios colados. Dessa vez eu deixo só por deixar, eu queria aquele beijo.  Queria mais que tudo no mundo.

- Não vai me xingar nem me bater? – ele sorri

- Ao invés de fazer isso, eu podia te beijar o que você acha? – pergunto sorrindo

- Mas é claro – ele fecha os olhos e me beijar.

Nós ficamos a festa inteira, juntos. Tiramos fotos, demos autógrafos, nos beijamos muito. Não fazia mais sentido fingir que eu não gostava mais dele, além do mais, minha vida não tem graça sem ele.


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Notas finais do capítulo

eu gosto de capítulo, amei. espero que gostem e continuem lendo e dando reviews. obrigada por ler :D



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