BORN TO KILL - versão Clove escrita por Mrs Delacour


Capítulo 11
Turnê da Vitória


Notas iniciais do capítulo

demorei para postar, mas postei



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Minha despedida na Capital foi mais dolorosa do que eu pensava que seria, pois me apeguei a todos. Na volta para casa nosso trem teve um pequeno problema e nós tivemos que parar por uma hora. Eu já estava cheia de tudo o que estava acontecendo, só de me lembrar da arena já fico brava e triste. Evito lembrar, mas é difícil esquecer. O trem para no meio do nada. Saio do vagão onde estou e vou para o fundo do trem. Olho para todos os lados, mas só vejo mato. Desço do trem e o sol ardente atrapalha a minha visão, mas mesmo assim continuo andando. Ando no mínimo uns vinte minutos e encontro uma árvore com sombra onde posso me sentar. Me sento, fecho os olhos e sinto o vento em meus cabelos. Acho que já faz uns quarenta minutos desde que sai do trem, o tempo passou rápido. Abro os olhos e vejo uma sobra de um homem. Me viro e...

- O que uma moça faz aqui sozinha? – Cato se senta ao meu lado – Aconteceu alguma coisa?

- Não aconteceu nada, só estou espairecendo as coisas um pouco – digo. – É difícil de acreditar no que houve.

- Eu sei – ele me olha – Clove?

- O que? – digo olhando para Cato

- E se eu tivesse morrido? E se não houvesse “nós”?

- Não sei – Arranco uma flor do chão e a cheiro.

- Você ganharia os Jogos? – Ele tira a flor da minha mão

- Cato! Sem você eu nem estaria viva. Teria morrido no momento em Thresh me agarrou pelo pescoço. O que seria de mim de você? – digo me encostando em seus braços. Ficamos observando o pôr do sol, mas não demoramos muito tempo.

- Acho que nós devemos voltar – Ele se levanta e ergue a mão para mim.

- Sim! – Seguro em sua mão e me levanto.

Parece até cena de filme. Nós dois nos equilibrando nos trilhos de trem de mãos dadas.

- Onde vocês estavam? – Diz Louise desesperada.

- Nós estávamos dando uma volta, por ai – Digo despreocupada

- Dando uma volta por ai? Sabem que nós temos que chegar ao Distrito 2 e nos preparar para Turnê da Vitória – Ela começa a ficar brava

- Louise, relaxa, nós não estávamos fazendo nada de mais. Estávamos apenas andando. – Cato dirige o olhar para mim e depois para Louise.

- Escutem, vocês são dois adolescentes que precisam de disciplinas e... – Louise fica mais brava ainda

- Louise! Poupe-me dos seus sermões – digo – Nós já estamos aqui. Você não precisa dar chilique.

Vou para meu vagão, meu quarto, e me deito na cama. Fico horas acordada pensando em nada. Ai me veio á cabeça todas as mortes em que vimos na entrevista, todo aquele sangue e membros jogados no chão. Viro minha cabeça e acabo vomitando. Tudo aquilo me deixou com náusea.

- Louise! – grito

- O que foi? – ela grita ao entrar em meu quarto – Mas que estrago você fez aqui? – ela faz uma cara de nojo – Vou chamar alguém para limpar isso. Louise sai do meu quarto e trás uma mulher idosa para limpar a sujeira que eu fiz.

Levantei-me para que ela pudesse limpar tudo direito. Quando levantei senti uma tontura e me segurei nos braços de Louise.

- Vamos, vou chamar o médico para te examinar – ela diz.

- Desde quanto temos médico aqui no trem? – digo.

- Desde o dia em que você e Cato ganharam os Jogos – Ela me senta no sofá – Agora nós temos todo atendimento de que precisamos.

- Ótimo. Mas acho que é só uma virose. Nada de mais – digo sentando-me.

- Aqui está o médico – Louise trás o médico para me examinar.

Ele me examina, mas chega á mesma conclusão em que cheguei.

- Ela só está com um resfriado. Tomando remédio ela irá melhorar – Diz o médico.

- Eu disse! – digo olhando para Louise

- Você só precisa descansar um pouco – O médico me alerta saindo do vagão.

- Senhora Louise. O quarto da garota já está limpo – Diz a velha

Louise me leva para o quarto e me deita em minha cama. Me cobre com um cobertor felpudo e muito macio.

- Onde está Cato? – pergunto para Louise

- Ele está no vagão dele, provavelmente dormindo – ela diz – Agora você precisa descansar.

- Louise, me desculpe por hoje de manhã – digo

- Tudo bem Clove. Eu também estava um pouco tensa com o atraso do trem – ela diz

- Onde nós estamos? – digo

- Estamos chegando no Distrito 12 – ela diz

- Porque não começamos a turnê pela Capital?

- A Turnê da Vitória sempre começa pelo Distrito 12 – Louise sai e fecha a porta.

Adormeço e sonho com os cachorros selvagens que mataram Peeta. Os cachorros me parecem familiares. Me vejo abraçada com Cato, e Katniss já estava morta. De repente ela começa a se transformar numa forma bestante, e se levanta. Começa a se curvar e se transforma em um cachorro. Junto com os outros ela pula em Cato e começa a mordê-lo. Vejo o sangue de Cato espirrar e ele grita, mas eu não consigo fazer nada. Algo me segura para não ajudá-lo.

Acordo e grito, já está de noite. Grito por Cato e ele adentra em meu quarto em poucos minutos.

- Clove! – Ele grita entrando em meu quarto – O que foi? – Ele se senta em minha cama e me abraça.

- Pesadelos – respondo abraçando-o forte.

- E com quem estava tendo pesadelos?

- Com nós. Quero dizer com todos nós – digo – Na verdade os cachorros selvagens da arena estavam te estraçalhando todinho.

- Que bom que isso não aconteceu – Ele sorri

Ela se levanta, mas eu peço para ele ficar comigo só naquela noite, ele aceita. Deito-me em seu peito e consigo dormir.

- Clove – ele sussurra em meu ouvido – Acorda

- O que houve? Que horas são? – pergunto meio sonolenta

- São três da manhã – ele diz mexendo em meus cabelos – É que você está ardendo em febre.

- Febre? – pergunto

- Sim – ele coloca a mão em minha testa – Vou buscar o remédio.

- Tudo bem – digo

Ele demora pelo menos uns cinco minutos, mas logo volta com o remédio.

- Aqui, beba – ele estende um copo com um liquido laranja.

- Isso é remédio, mesmo? – pergunto franzindo a testa.

- Sim – ele ri

Dou um gole no remédio, mas era tão ruim que cuspo.

- Mas que coisa é essa? – pergunto

- Seu remédio. O doutor me mandou trazer e vai te fazer melhorar – ele se senta em minha cama.

- Isso aqui é muito ruim – digo

- Mas você precisa beber – ele empurra o copo em minha boca

- Não - afasto o copo

- Deixa de besteira e tome – ele me faz engolir o remédio

- Urgh! – digo fazendo careta.

- Deite, você precisa descansar – ele toma o copo da minha mão e me deita na cama.

Ele se levanta e abre a porta

- Ei, espera! – digo – Você vai voltar, não vai?

- Sim – ele sorri

Deito-me e caio no sono com uma rapidez incrível, antes de Cato chegar. Eu realmente estava com uma febre altíssima, mas nem percebi porque estava e sentindo ótima. Durante o resto da madrugada senti o abraça de Cato. Ele realmente voltou para ficar comigo. Abro os olhos quando já estava amanhecendo, mas estava tão bom nos braços de Cato que voltei a dormir.

- Levantem, os dois – diz Louise – Mas o que você está fazendo aqui Cato?

- Eu o chamei para ficar aqui comigo essa noite – digo

- Ela estava passando mal – Cato interrompe a conversa

- E desde quando você virou médico? – Louise diz indignada

- Para que toda essa preocupação? Ela é minha namorada – Cato se levanta da cama – Não é? – ele dirige o olhar para mim.

- Claro! – digo me levantando da cama.

- Estamos chegando no Distrito 12, arrumem-se – Ela diz

Corri para a janela e Cato veio atrás.

- Aqui é o Distrito 12? Da Katniss e do Peeta? – pergunto

- Sim – ele responde

- É tão pobre e deprimente – digo – Parece que não tem vida.

O Distrito 12 tinha casas bem simples, mas tão simples que parecem que vão desabar. Cheio de cercas eletrificadas e com mato para todos os lados.

- Acho que eles não tinham uma vida muito boa aqui – digo.

- Creio que não – Cato me olha.

Somos levados para o Edifício da Justiça um lugar cheio de tristeza onde iríamos nos arrumar. Antes de sermos levados para lá, passamos pela praça. Não estava tão festiva quanto eu achava que estaria. Além do mais os tributos do Distrito 12 haviam morrido, para que festa?

- Vocês vão receber uma homenagem na praça, e tudo será filmado e passado por toda Panem. Seja amigáveis e pareçam o mais apaixonados o possível – Diz KJ

- Por quê? Para que? – digo – Nós não parecemos apaixonados.

- Eles viram o truque das facas como um símbolo de rebelião – diz KJ

- Como é? – diz Cato

- Vamos.

Um Pacificador enorme abre a porta e praticamente nos empurra para fora do Edifício. Somos levados até o palco da praça.

Pensei que seriamos idolatrados e que todos clamariam por nós, mas não. Eram apenas palmas desanimadas e rápidas.

Uma plataforma especial foi construída na base do palco para a família dos tributos mortos. Do lado de Peeta há apenas um casal, devem ser os pais dele. Do lado de Katniss havia uma menina de cabelos louros e aparentemente tinha uns doze anos, Prim provavelmente, a irmã da garota quente. Uma mulher também de cabelos louros, a mãe de Katniss e também um rapaz alto, com cabelos escuros e olhos azuis. Podia ser irmão, primo ou até mesmo namorado, ou até um amigo. O rapaz era muito atraente, mas estava triste, é claro. Namorado eu acho meio improvável porque na última entrevista que demos para Caesar, mostrou Peeta e Katniss se beijando em uma caverna na Arena.  Ainda não sei o seu nome, mas realmente me deixou impressionada.

- O que foi? – Cato me olha – Já dá para parar de olhar para o bonitão ali?

- Você com ciúmes? – dou risada

- Não é ciúmes, é que...

- Vamos dar a boa vindas aos vencedores da Septuagésima Quarta edição do Jogos Vorazes – Diz o prefeito.

O prefeito faz um discurso e depois duas menininhas nos trazem buquês de flores. São tão lindas e cheirosas.

Cato faz seu discurso e agradece. Minha vez de falar, mas falar o que? Irei improvisar, tentarei.

- Quero agradecer a todos que nos receberam no Distrito 12 – digo – Eu não fiquei ao lado de Peeta por pouco tempo, mas ele era uma pessoa... Uma pessoa... Determinada a vencer. Nós nos falamos poucas vezes e ela era legal. É legal! Percebi que ele não queria fazer mal a Katniss, na verdade queria protegê-la, diferente de nós. Era o no objetivo, matá-la para viver. Falei com Katniss uma única vez em que tentei matá-la e sei que ela amava muito a família, e peço desculpas aos familiares de Katniss – Me enrolo inteira para falar, na verdade nem sei o que falar.

Assim que paro de falar me dirijo á irmã de Katniss. Ela não olha para mim, raiva talvez por eu ter matado a irmã dela.

- Prim, não é? – pergunto

- Sim – ela responde me olhando com raiva.

- Me desculpe – digo quase chorando – Antes dela ser levada, consegui apanhar isso – estendo a mão – O broche da sua irmã.

- É um tordo – ela estende a mão e pega o broche – Obrigada por me devolver isso.

- Ela estava segurando ele nas mãos – sinto lágrimas escorrerem em meu rosto - Sinto muito

Eu não era muito ligada á Katniss, também não gostava dela. Mas sei que se fosse a minha família no lugar da dela, ela tentaria amenizar o sofrimento de meus pais. Eu precisava fazer aquilo, além do mais eu a matei.

Dou um abraço na mãe de Katniss e no bonitão também. Aqueles braços fortes me lembram Cato. Faço o mesmo com os pais de Peeta. Logo em seguida percebo que todos os habitantes do Distrito prescionam três dedos nos lábios e os erguem.

Nós somos levados de volta para o trem e seguimos em direção ao outros Distritos. Faço com os familiares dos tributos mortos o que fiz com os familiares de Katniss e Peeta, os abraço e lhes digo “Sinto muito”.

Agora estamos á caminho do meu distrito, o Distrito 2. Estou tão feliz. Não vejo a hora de ver meus pais e meu irmão.

Durante todas as noites tive pesadelos com cada tributo, o que é estranho. Porque eu teria aqueles pesadelos? A maioria deles é com Marvel, Glimmer, Katniss e Peeta. Assim que grito, Cato sempre vem deitar em minha cama para que eu possa dormir. Essa noite foi diferente.

Acordo deitada em meu quato com Cato.

- Sem pesadelos – ele diz.

- O que? – pergunto

- Você não teve pesadelos essa noite – ele acaricia meus cabelos.

- É porque você está comigo – digo sorrindo

Nós estamos chegando no Distrito2 e sentimos o trem balançar. Todos gritavam e chamavam nossos nomes.

- Cato? – Olho sorrindo

- Clove – ele diz – Nós chegamos em casa.

Nós dois levantamos num pulo e fomos correndo para a janela, mesmo completamente desarrumados. Meus cabelos bagunçados, minha roupa amassada e sem ao menos escovar os dentes. Cato está um pouco melhor que eu, está mais arrumado. Me sentir em casa era tão bom quanto ganhar os Jogos.

Célios está na sala e nos chama para poder nos arrumar, junto a outras duas mulheres que ajudam a nos preparar desde o desfile, mas ainda nem sei seus nomes. Já deveria saber, mas não sei.

Quando saímos do trem vemos todos que conhecemos. Meus pais estavam lá com o meu irmão, sorrindo. Ao lado deles estão os pais de Cato, igualmente sorrindo. Todos os presentes na nossa chegada começam a gritar “Beijo” “Beijo” “Beijo”. E é claro que nós atendemos ao pedido de todos. Vejo que meu pai não gosta muito da ideia, mas minha mãe dá uma ajudinha e ele acaba cedendo.

Nós recebemos a autorização para nos encontrar com nossos familiares. Corri e abracei meu pais e meu irmão.

- Filha você conseguiu – disse a minha mãe me abraçando

- Eu disse que iria conseguir – digo – Agora tudo vai mudar.

Cato se aproxima e aperta a mão do meu pai e abraça minha mãe.

- Estou contente que vocês ganharam – diz meu pai – E Cato, obrigado por salvar a vida minha filha na Arena.

- Só fiz o que eu achava melhor para nós dois – Disse Cato

- É claro – meu pai abraça Cato.

- Vocês estão liberados para ir para casa – diz KJ – Nós nos vemos amanhã.

Cato me puxa e me leva para um lugar onde não há mais ninguém, só nós dois. Ele me beija e sorri durante muitos beijos.

- Nós nos vemos amanhã – ele sorri

- E hoje? Nós não vamos nos ver hoje? – pergunto

- Talvez – ele continua sorrindo – Quer me ver hoje?

- É claro que eu quero – Sorrio

- Então hoje á noite eu vou à sua casa te pegar para darmos um passeio – ele diz

- E aonde vamos? – pergunto

- Surpresa – digo.

- E como vamos? Quero dizer, como vou conseguir sair de casa. Meu pai não vai me deixar ir com você – digo acariciando o rosto de Cato

- Você pula a janela. E eu te pego – ele sorri

- Jura? – digo sorrindo

- Eu juro – ele diz e em seguida me beija

- Nós temos que ir, eles vão sentir nossa falta – eu o solto

- Então ta, vamos – ele se distância

Cato vai para um lado e vou para o outro.

- Clove! – ele grita e corre em minha direção

Eu olho para trás, ele se aproxima e me beija novamente.

- Até mais tarde – ele sorri

- Até mais - sorrio


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Notas finais do capítulo

ainda não acabou ta! continuem lendo e dando reviews



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