Abriu os olhos. Estava em uma sala escura. Não conseguia medir exatamente, parecia ser pequena. Levantou o tronco e ao tentar ficar de pé notou uma estranha corrente presa ao seu tornozelo. A corrente estava ligada a uma bola de ferro. As luzes acenderam sobre um tanque. Dentro dele havia alguém, com a cabeça coberta por um pano. A pessoa estava desacordada, presa ao chão do tanque. Acima do tanque havia uma janela com uma cortina de futon. De lá alguém se pronunciou.

- Caro Kaji, é ótimo vê-lo aqui em meu recinto. - uma luz iluminou a câmara e uma sombra aparecia por trás da cortina - Mas, como vê, não exatamente em uma situação agradável. - a sombra soltou uma risada maliciosa - Para dizer a verdade, você está com sérios problemas. Ali no tanque está um conhecido seu, alguém que você não gostaria de ver morrer. Quem eu não direi, isso você só vai descobrir depois. Mas saiba, meu querido, que assim que eu der o sinal, aquele tanque começará a encher e não há como esse seu amigo fugir. Você terá de se mover o mais depressa que conseguir com essa bola de ferro até aquela caixa ali. - e outra luz surgiu sobre uma caixa em outro canto da sala - Dentro da caixa há uma chave que abre a fechadura do tanque e salva seu amigo. Claro que não é tão fácil. Dentro da caixa pode haver uma de três opções: Aranhas, ratos ou só espuma. Você decidirá se vai arriscar sua vida por essa pessoa, mesmo sem saber quem é.

- Sr. S... - sussurrou Kaji pela primeira vez.

- Sim... Sr. S. é como as pessoas me conhecem agora... Você sabe quem eu sou, não é? Se não se mexer vai levar o segredo para o túmulo, meu caro. Assim que o tanque encher eu irei liberar a água, que vai inundar esta sala aí inteira e depois eletrocutá-lo. Ah sim... E saiba que todo o prédio é protejido por um jutsu. Dentro dele seu chakra é reduzido a praticamente zero. Você só tem forças para executar a tarefa... Não faça nada engraçadinho... - a última frase saiu com certo escárnio.

- Por... quê... você... - começou, fraco demais para terminar a frase.

- Faço isso? Ora, Kaji... Você sempre foi um bom moço, mas nos últimos tempos tem feito coisas vergonhosas... Ah, Kaji, você é um rapaz pecaminoso e tem sido um mau menino comigo, sim... Você tem sido um mau menino. - repetiu a última parte com certa raiva e luxúria. - Comece... Agora...

Naruto correu por entre as árvores, procurando seu alvo. Tinha certeza de ter visto ele se escondendo por aquelas partes. Não era muito grande, mas tinha algo bem chamativo nas costas. Aonde teria se metido?

Subiu em alguns galhos baixos e olhou por cima. Havia encontrado aquele ninja dentro da sala da Tsunade-sama e não pensou duas vezes em segui-lo. Se ele havia levado algo da Godaime, seria ele o herói a resgatar, o que quer que fosse. Procurou em alguns arbustos e finalmente encontrou o rastro de algo. Continou, andando por alguns metros até encontrar uma caverna. Olhou desconfiado, mas... Que mal haveria de entrar ali?

A sensação gelada em sua testa o fez despertar. Gotas de alguma substância caíam em sua testa e ele levantou assustado. Em pé, viu que era água que caía de uma rachadura no teto. Percebeu que estava em uma minúscula sala com apenas uma porta e um alto-falante preso no teto. Entendeu então que fora capturado, como um pato. Só ele mesmo. Sentiu-se um idiota. O alto-falante soltou um som como que avisando que havia sido ligado e uma voz saiu de lá. Uma voz forte e desconhecida.

- Caro Naruto, finalmente despertou. Que bom.

- Quem é você? O que estou fazendo aqui?!? - gritou Naruto, sem conseguir conter a raiva. Uma voz daquelas só poderiam ser problemas.

- Você foi aprisionado para um jogo. O que o trouxe aqui foi apenas a isca da minha armadilha. Agora você está nos meus domínios e fará o que for dito. Primeiro, as regras... - a voz esperou que fosse interrompida por Naruto, o que não aconteceu. O Kyuubi estava ansioso, mas não era tolo. Falar algo agora seria um erro - Você não pode usar qualquer jutsu aqui, já que o meu jutsu retira seu chakra. E também selei a raposa em seu corpo, impedindo que faça algo para estragar nossa brincadeira. A qualquer momento você pode desistir do jogo, mas isso só fará que eu exploda o prédio, junto com todas as pessoas que eu capturei aqui com você. Não vou lhe dizer quantas e nem quem. Tem de se preocupar com todas. - aquela parte foi dita com uma misteriosa malícia - Segundo, a primeira tarefa... Esta sala será isolada em alguns minutos. Saia pela porta a sua frente e siga pelo corredor. Não entre em nenhuma porta lateral, não importa o que há nelas. Vá até o final do corredor. Eu lhe darei as próximas instruções lá.

Naruto esperou que a voz terminasse. Enquanto ela falava, ele havia examinado a sala e procurado por seus utensílios. Por alguma razão ele continuava com uma kunai. Ela lhe seria um imenso auxílio se houvesse alguma confusão. Por sorte, ele não era mais o garoto que fora há três anos. Junto de Sakura, Sai, Kakashi e Yamato, além de, é claro, seu mestre Jiraya, ele havia crescido e talvez conseguisse completar aquele desafio. Talvez...

Abriu a porta e encontrou-se em um corredor bem comprido. Deveriam haver umas cinco portas de cada lado até o fim dele, todas distanciadas por mais ou menos dois metros. Qual seria o tamanho desse prédio?

Avançou, primeiro a passos rápidos, e depois quase correndo. Quando chegou na segunda porta, começaram os gritos. De todas as portas, várias pessoas clamavam por ajuda. Naruto parou e olhou para as portas. Mesmo com o aviso do seu carcereiro, ele avançou para a quarta porta da esquerda, de onde parecia vir a voz de Sakura-chan. Abriu a porta receoso com o que poderia encontrar e quando já estava na metade saltou para o lado, como que por instinto. De dentro da porta saiu uma rede de kunais com selos que se ativaram na parede, lançando-o para longe. Feriu um pouco o lado esquerdo do corpo, mas nada o que o fizesse parar de vez. Dentro da sala avistou o gatilho da armadilha e um gravador de onde saiam os gritos. Ficou furioso, com o armador e consigo, por ter sido tão estúpido. Continuou até o fim do corredor e atravessou a porta, com o braço esquerdo doendo. Por estar bloqueada a Kyuubi não o regeneraria.

Mais uma sala como a primeira, só que agora com mais duas portas e novamente um alto-falante preso ao teto. Esta sala porém possuía uma mesa e em cima dela duas caixas, uma vermelha e uma azul. O alto-falante soltou um som baixo para avisar que estava ligado e ouviu-se novamente a voz.

- Ora, meu caro Naruto, eu esperava mais de você. Eu não lhe disse para não tocar em nenhuma porta? Tsc tsc, que criança teimosa. - a risada que se seguiu fez surgir um arrepio no pé da espinha de Naruto, que por sua vez trincou os dentes de raiva. - Mas você estava certo, infelizmente, pois dentro de apenas uma daquelas portas estava uma das pessoas que eu trancafiei. Você poderia tê-la libertado e pedido sua ajuda, mas agora vocês só irão se encontrar no final. SE você chegar lá, claro. - o final da frase foi seguido pela gargalhada mais cruel que Naruto já ouvira, mais do que a de Orochimaru.

As portas fizeram um barulho esquisito e trancas surgiram sobre as as três. De um canto da sala começou a sair um gás.

- Agora, Naruto, você terá de fazer uma escolha. Não pode mais voltar e só há duas portas para fugir. Em cima da mesa a sua direita há duas caixas que contém cada uma chave. Você terá de escolher qual das caixas prefere e tentar abrir uma das outras duas portas da sala ANTES de morrer asfixiado com o gás, ou envenenado por ele. Em uma das salas há um desafio chocante, por assim dizer. Na outra há uma das minhas vítimas. Você escolhe por qual seguir. Se entrar na da vítima poderá adquirir um companheiro... Se entrar na outra só o encontrará no final. Você escolhe... Ah sim... Há antidoto nas duas... Boa sorte... - e desligou, rindo ainda.

Naruto olhou para as duas caixas... E agora?!?