Ponto de vista Freddie

O relógio despertou ás 5:30. Ainda estava um pouco escuro lá fora, e estava fazendo tanto frio que resolvi ficar na cama por mais uns cinco minutos. Era aquele o dia. Meu último dia naquela pequena cidade no interior de Washington.  Já estava tão acostumado com aquele lugar que poderia até me considerar um verdadeiro morador dali. Iria sentir falta das pessoas, do lugar, iria sentir falta de tudo. Com certeza aqueles três meses me transformaram em uma pessoa bem melhor do que eu era quando cheguei. Estava pensando nessas coisas quando minha mãe bateu na porta do quarto, me avisando que faltavam apenas quinze minutos para as seis horas. Levantei-me rapidamente e tomei um banho rápido também. Teria que sair dali ás 6:30 para chegar ás 7:00 no aeroporto, já que o voo era ás 7:15.

Coloquei uma calça jeans escura, uma camisa vermelha e um casaco preto, já que estava fazendo frio. Já eram 6: 10. Olhei pela janela e vi que o dia já estava claro e que algumas pessoas estavam lá embaixo esperando para se despedir de mim e da minha mãe. Não consegui avistar Sam ou Carly, mas sabia que elas iriam. Desci as escadas e tomei um café da manhã rápido. Minha mãe estava no jardim junto com os outros. Nossas malas já estavam no carro do tio Karl, que iria nos levar ao aeroporto. Dei uma última olhada na casa do tio Karl e fui para o jardim. Com certeza sentiria muita falta daquela casa, principalmente do silêncio daquele lugar.

Avistei alguns tios e tias, todos vieram se despedir assim que me viram. Eram 6:20 quando Carly apareceu e, assim que conseguiu me avistar foi correndo ao meu encontro.

- Freddie! – Ela sorriu e me abraçou forte. – Eu vou sentir muito a sua falta. Por favor, mantenha contato! Preciso saber como estão as coisas.

- Ok, Carls. – Sorri e a abracei forte também. – Prometo que vou manter contato com todos. – Nos separamos do abraço. – E... Onde está Sam?

- Ah, ela está em casa. Falei para que ficasse lá.

- O quê? E porque fez isso? Eu vou embora daqui a uns dez minutos, preciso me despedir dela!

- Eu sei, eu sei. – Ela sorriu. – E é por isso mesmo que pedi para que ela ficasse em casa. Você tem que ir lá, Freddie. Eu disse a ela que você iria e esse foi o único motivo pelo qual ela aceitou ficar. Sei que precisam pelo menos de uns minutos sozinhos.

- Ah. – Olhei para baixo, tentando entender o que Carly prentendia com tudo aquilo. – Bom, obrigado. Eu vou lá.

Carly assentiu com a cabeça e fui na direção da casa de Sam, que não ficava muito longe dali. Para a minha sorte, ninguém percebeu que eu tinha saído.

Parei em frente à casa verde e quando ia tocar a campainha, Sam abriu a porta me dando um abraço apertado.

- Nossa! Parece que fui pego de surpresa! – Retribuí o abraço.

- Deixa de ser bobo. – Ela se afastou um pouco e pude ver seus olhos cheios de lágrimas. – Só não fui lá me despedir de você porque Carly me prometeu que você viria e que assim seria melhor.

- Ela falou comigo. – Tentei sorrir enquanto segurava as lágrimas. – Bom... Eu tenho apenas mais alguns minutos, então se você...

- Cala a boca. – Ela me interrompeu e em seguida me beijou. Abracei-a forte enquanto nos beijávamos e pude sentir que ela me abraçava forte também. Entrelacei meus dedos nos seus cabelos cacheados e com a outra mão toquei levemente seu rosto. Meu coração estava acelerado e, enquanto a beijava, pude sentir que ter passado aqueles três meses ali realmente valeu a pena.

Fomos parando os beijos aos poucos, eu sabia que com certeza estavam procurando por mim, mas eu não ligava. Estava vivendo um dos momentos mais inesquecíveis da minha vida e não deixaria que nada atrapalhasse aqueles últimos minutos ao lado dela.

- Você tem que ir. – Ela sussurrou.

- Eu sei. Eu sei que tenho que ir. Mas não se esqueça que nos veremos novamente.

- Eu não vou esquecer, nerd. – Ela sorriu e eu sorri também.

- Bom... Eu acho que vou indo. Até o ano que vem?

- Até o ano que vem. – Ela sorriu e eu dei um beijo na sua testa. Depois, fui embora, com uma imensa vontade de ficar ali ao lado dela, mas também com a certeza de que tudo tinha sido como deveria ser e eu sinceramente não me arrependia de nada que aconteceu naqueles três meses.

Depois de despedir-nos de todos, fomos para o carro do tio Karl. Acenamos para todos e alguns segundos antes de sairmos, pude ver Sam chegando. Ela sorriu para mim e isso me deixou satisfeito. Guardaria aquele sorriso comigo até a próxima vez que nos víssemos. E com certeza não demoraria muito.

FIM.