Amor À 19 Vista escrita por RoBerTA


Capítulo 6
Piquinique feliz. Ou não


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas lindas! ^^ Vocês viram que tragédia no meu nome no nyah?! Era para ser xXRoBeXx, mas o enter é um pária, e causou um RoBeX. Caramba, parece SEDEX. >< Fora essa tragédia, boa leitura ^^



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Dia do piquenique, que empolgante.

Levanto sem ânimo algum. Querendo fazer qualquer coisa. Menos isso. Qualquer coisa que não envolvesse alguém cujo nome começa com “R”.

Coloco um vestido branco, simples. Calço uma sandália tão singela quanto o vestido e deixo o cabelo solto.

Vou em direção à cozinha, conformada com minha falta de sorte. Mas a gente sempre pode se surpreender, não é mesmo?

Lá estava ela, minha querida avó, responsável pelo quase-ataque cardíaco que acabei de quase ter com aquele top rosa neon.

Sério. Não é piada.

— Vó?

— Sim?

Só para confirmar.

Limpo a garganta.

— Hum, o que você está vestindo?

— Um top, ué, Você não disse que todo mundo usa toda hora?

Mordo a língua para não desmentir minha própria mentira.

— É.

— Os rapazes já devem estar esperando lá embaixo. Vamos.

Descemos em silêncio, e quando chegamos ao térreo, todos olham para a garota de top — eu que não sou!

Nem preciso descrever a reação de quem estava lá, né?

Saio praticamente correndo para a rua, e eles se obrigam a me seguir.

— Uau, você está... Nossa!

O dono desse comentário infeliz foi Joseph.

Minha vó corou.

— Obrigada...

Rafael me alcança, e passa a andar ao meu lado, como se nada tivesse acontecido ontem, no chuveiro.

— O que deu nela?

— Culpa sua.

Contei para ele sobre a história do top para todas as horas. É, a situação devia estar realmente crítica para nós mantermos um diálogo civilizado.

— E ela acreditou?

Parecia genuinamente cético.

Levantei uma sobrancelha para ele.

— Aquilo não parece prova o suficiente?

Apontei para o top que certamente me daria pesadelos.

— Você fica bem melhor.

— O quê? — Perguntei, certa de que havia ouvido errado.

Nada.

Continuamos os quatro em silêncio até chegarmos ao parque.

Era realmente lindo, parecendo um bosque encantado saído diretamente de um livro infantil. O perfume das flores era inebriante, e suas cores me hipnotizavam. As árvores altas e imponentes faziam com que eu me sentisse pequena. As estradinhas de pedras, estilo mosaico também não deixavam a desejar.

Mas o que mais me chamava atenção era o enorme chafariz no coração do parque. Era... Perfeito.

Chegando mais perto, era possível ver os detalhes esculpidos no mármore branco. E bem no centro, uma estatua de uma mulher com enormes asas de anjo repousava. Sua expressão era de uma profunda melancolia. Fitava o horizonte, como alguém que espera algo. De uma forma inexplicável, senti pena da estátua, por mais estúpido que possa parecer.

— Dizem que a fonte concede desejos. Ela tem até uma história.

Ouço Rafael dizer atrás de mim.

— Mas não tem nenhuma moeda lá. — Olho chocada para ele — Roubaram?

Sua risada é agradável, diferentemente dele.

— É claro que não sua boba. Você só precisa... Desejar. Tem quem diz que funciona. Mas eu não acredito. No dia em que desejei passar o resto da minha vida com a pessoa que amo, Rachel terminou comigo.

Por sua causa. Ele não diz, mas sei que é isso que pensa. Digo a única coisa que me vem à mente.

— Lamento.

Ele apenas dá de ombros.

— Vamos.

Dou uma última olhada na fonte, com a intensão de voltar depois.

O sigo até encontrar a toalha do piquenique estendida.

Dessa vez, agimos de forma civilizada. Mas ainda somos inimigos de alma.

— Já volto — digo quando acabo meu sanduíche de atum. Vovó e o tiozinho lá estão ocupados demais conversando para me ouvir.

Apenas Rafael se levanta.

— Vou contigo.

Não digo nada, apenas ignoro ele e as borboletinhas no meu estômago.

Ando até parar em frente à estatua, e me sento na beiradinha. Rafael faz o mesmo.

— Adelina, precisamos conversar.

Seu tom é sério, mas apenas ouço a primeira palavra que ele fala. Meu nome.

Sem perceber, algo me puxa em direção dele, e o mesmo parece acontecer com ele.

Estávamos quase nos beijando. De novo...

— Rafael.

... quando...

...ele me empurra. E eu caio na fonte. Dentro.

Me levanto atordoada, a tempo de ver uma pessoa ruiva correndo sem rumo, para longe de nós.

Olho para meu vestido e entro em desespero. Eu não acredito! Qual é o meu problema com roupa intima?

Nem me dei conta de que estava com as roupas de baixo vermelhas, quando pus o vestido branco, que quando molhado, ficava transparente. E nem preciso descrever o resto.

Rafael me olhou arrependido, pedindo desculpas silenciosas. Quando ele percebeu minha situação crítica, pareceu ainda mais arrependido.

— Nossa, que gata! Que tal dar uma passadinha lá em casa?

Olhei para o dono do comentário.

Devia ser um pouco mais velho do que eu. Era moreno e muito musculoso. Estava acompanhado de um amigo que parecia alheio ao que estava se passando.

Nunca me senti tão exposta antes.

— Vista.

Olhei para um Rafael sem camisa. Meu Deus, o que é isso!?

Peguei a camisa dele sem jeito, envergonhada por quase ter babado nele, e torcendo para que ninguém tivesse notado.

Vesti rápido, feliz por a camisa ser relativamente grande em mim e tapar bastante coisa.

O musculoso se postou na frente de Rafael.

— Quem você pensa que é?

— Eu sei que sou o cara que vai quebrar a tua cara se sequer olhar para ela de novo.

Os dois se encararam com ódio.

— O que te faz pensar que tem esse direito? Que eu saiba a gente olha pra quem quiser.

— Ela é minha.

Minha.

A palavra martelava em minha cabeça. O modo como ele falou. Como se fosse verdade. Lógico que não era.

O musculoso recuou diante da palavra que abalou meu mundo e me fez ficar co muita raiva também.

Simplesmente deu as costas e partiu, com seu amigo avoado.

— Vamos.

Rafael me puxou — lê-se, arrastou — pela mão, deixando minha pele em chamas onde tocou. Isso deve ser muita ira neutralizada.

Não tive coragem de falar. Não queria quebrar o silêncio.

Deus, o que estava acontecendo aqui?

Eu deveria odiá-lo, afinal ele é meu inimigo. Certo?

Então por que sinto essas coisas perto dele? Ou como seu toque é viciante?

Eu tenho que consertar isso, mesmo que me arrependa mais tarde.

— Larga.

Rafael me encarou surpreso e ofendido.

— Por quê?

— Porque eu não gosto de você.

Olhei no fundo de seus olhos, não só tentando convencê-lo, mas a mim também.

Ele não disse nada, apenas me largou e caminhou em direção oposta ao caminho em que estávamos indo.

Droga, o que foi que eu fiz?

Resisti ao impulso de correr atrás dele.

Quem é você, e o que fez comigo?

Praticamente me arrastei de volta ao “piquenique feliz”.

O tiozinho e a vovó continuavam rindo. Pareciam chapados.

Quando me viram, perguntaram o que aconteceu comigo e onde estava o indeterminado. Desconversei a primeira parte, e quanto à segunda, falei a verdade. Eu não sabia.

— Vou voltar para casa, estou com medo de pegar pneumonia e ir na UTI com direito à enterro e cemitério.

Só um pouquinho de drama para alegrar o dia.

— Vai na frente. Só vou ajudar Joseph a arrumar tudo e estou indo. Tome um banho quente, vai ajudar.

Concordei e comecei a andar para um lugar que agora eu considerava meu segundo lar.

Rezei para que ele não estivesse por perto.

E dei sorte, pois não o vi em lugar algum.

Passei direto por André, ignorei o elevador — de novo — e subi as escadas.

Agora sei por que continuo em forma.

Tomei uma ducha quente e demorada. Pus apenas uma camisola do Frajola. Então comecei a encarar a camisa no chão.

— Fica aí! Não se mexe!

Não acredito que falei com uma peça de roupa! Dá pra decair ainda mais? Óbvio que sim, sempre pode.

No meu estado lamentável de dúvida, me joguei na cama, pensando na camisa dele, no chão do banheiro, que provavelmente tinha seu cheiro. Não que eu gostasse. Também fiquei um bom tempo articulando planos maléficos que fariam eu odiá-lo ainda mais. E ele a mim.

Ou pelo menos era isso que eu queria.

Acho.


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Notas finais do capítulo

pOk, eu sei que isso vai parecer chantagem emocional, mas não é! Então, se vocês derem uma passadinha nessa fic http://fanfiction.com.br/historia/281952/Desavencas_As_Avessas , eu prometo postar outro capítulo do Amor à 19ª vista. Ok, isso é chantagem emocional...