Sempre Com Você escrita por oinani
Notas iniciais do capítulo
~~vamos todos chorar em uníssono~~
Eu estava completamente perplexa. Eu…Eu tinha regressado a Nárnia? Como é que era possível? Será que Sirama tinha falado com Aslan e ele já lhe tinha dito uma solução? Será que era um sonho? Era tudo tão real, não sei se podia ser. Era uma noite de verão e uma brisa suave passou-me pelos cabelos. Sonho ou não estar de volta era fantástico.
E aí atingiu-me. Se eu estava em Nárnia, Caspian estava lá. Comecei a correr com toda a velocidade em direção ao castelo. Fiquei surpreendida porque não havia guardas a guardar a entrada e as grades do portão encontravam-se completamente abertas. Estranhei isso. Aproximei-me de uma das portas que iam dar às cozinhas e encontrava-se aberta. Entrei facilmente e percorri o castelo. Ainda não tinha visto uma alma desde que regressara a Nárnia. O castelo encontrava-se de certo modo mais sombrio que a floresta. Já me encontrava no salão de festas quando ouvi passos. Olhei para trás e vi-o. O meu coração parou. Era ele.
Corri a toda a velocidade para ir ao seu encontro. Quando finalmente o alcancei, dei-lhe um abraço longo e apertado. Não acreditava que ele estava ali. Tinha tido tantas saudades dele. Mas algo ali estava errado. Ele não me retribuiu o abraço. Eu lançara-me a seus braços mas ele permaneceu rígido, como uma estátua. Eu abracei-o mas ele ficou sem mexer um músculo. Acabei por interromper o abraço e ver qual era a expressão do rapaz que eu amava. Toda a sua cara formava um enorme ponto de interrogação. Ele estava muito confuso. A sua confusão fez com que eu própria ficasse sem perceber o que se estava a passar.
-Desculpe, a senhora é?
-Sou a Susan! Caspian…O que é que queres dizer com essa pergunta? – perguntei completamente desesperada.
-Será porventura Susan, a Gentil? Que outrora foi rainha de Nárnia? – eu não respondi, mas sabia que o terror estava espalhado nas minhas feições. Mal podia acreditar naquilo que estava a ouvir. – Susan, é um prazer conhecê-la. Eu já tinha conhecido os seus irmãos na sua última visita a Nárnia, mas sempre tive curiosidade em a conhecer a si. – Caspian não se lembrava de mim? O que é que se estava a passar? Voltei a ouvir passos e olhei por cima do ombro de Caspian. Alguém se aproximava de nós…Era uma rapariga. Quando ela se encontrava bastante próxima de nós pude observá-la melhor. Era loira e dona de uma beleza estonteante. Parecia ser delicada e gentil. Senti-me intimidada com a sua aparência. Eu era completamente horrenda comparada com ela.
-Querido, quem é esta? – perguntou timidamente a rapariga.
-Ah, esta aqui é Susan, a Gentil. Foi em tempos rainha em Nárnia, conjuntamente com os seus outros irmãos.
-É um prazer conhecê-la. – disse ela educamente ao mesmo tempo que fazia uma vénia.
-Esta é a rainha de Nárnia e minha mulher, Lilliandil. – fiquei completamente atrapalhada. O meu corpo começou a ficar pesado e fiquei com dificuldade a respirar. A minha garganta secou e as lágrimas ameaçaram aparecer.
-Está bem? – perguntou-me amavelmente Lilliandil. – Aconteceu alguma coisa?
Virei costas e corri. Corri como se não houvesse amanhã. Abandonei o salão e desloquei-me em direção a uma das varandas do castelo. O meu coração estava muito apertado. Lágrimas invadiam a minha face.
Corri em direção àquela varanda com esperança de que pudesse fugir à dor que me invadia. Mas nós não podemos nunca fugir daquilo que está dentro de nós, certo?
Saí do castelo o mais rapidamente possível. Finalmente quando já me encontrava numa clareira dentro da floresta, permiti-me a mim própria sucumbir. Caí na relva. Soluçava. Quem me visse naquele momento ia achar-me uma fraca. Mas eu não queria saber. Secalhar eu até o era. O que é que eu ia fazer? Caspian não sabia quem eu era. Por algum motivo a minha existência tinha sido eliminada da memória dele. Ele…Ele era casado. A sua mulher era lindíssima e parecia ser uma ótima pessoa. Ele tinha avançado com a sua vida. E eu estava presa a ele, talvez para sempre. Eu não compreendia o que se tinha passado. Sirama tinha-me dito que ele também ainda me amava, que ele ainda andava à procura de uma solução.
Subitamente ouvi sons no meio das árvores. Todo o meu corpo ficou petrificado. Era atrás de mim e eu não tinha coragem de me virar para ver o que é que se encontrava a aproximar cada vez mais de mim.
Seguindo um impulso, levantei-me. Olhei e fiquei frente a frente com o ser que tinha produzido os sons intrigantes.
-A-aslan? – comecei a tremer dos pés à cabeça. – O que é que estás aqui a fazer?
-Susan, vim aqui para falar contigo.- falou pausadamente Aslan. – eu não consegui dizer nada. Não sabia sequer o que haveria de responder.
-Aquilo que viste no castelo não é real. – assegurou-me Aslan calmamente.
-Não é? – perguntei eu insegura.
-Não. Nada disto é real.
-Eu não voltei? Eu não estou em Nárnia? – questionei incrédula.
-Não. Isto é tudo um sonho. Aquilo que viste foi apenas o que poderá acontecer se Caspian tomar a poção de esquecimento que Sirama faz. Aquela que também tu já quiseste tomar. – fiquei subitamente arrependida de ter desejado esquecer Caspian.
-E Sirama? Já falou com ela?
-Não. Ela ainda não me encontrou, mas vai fazê-lo em pouco tempo. Susan, terás que fazer decisões muito difíceis. Vais ter que abdicar de coisas muito importantes. - Lembrei-me subitamente daquilo que Sirama me tinha dado a entender da última vez que tínhamos estado juntas. Ela tinha dado a entender que amar Caspian era algo mau.
-Diz minha querida.
-Amar Caspian é algo mau?
-Pensei que nunca ias fazer essa pergunta. Infelizmente não te posso dar a resposta.- tudo o que me rodeava começou a ficar cada vez mais esfumado e desfocado. Senti-me a cair e o local onde eu me encontrava com Aslan começou a desparecer. Estava quase a sair daquele mundo, mas ainda fui a tempo de ouvir um último enigma de Aslan. - Isso será algo que terás de descobrir tu mesma…Até breve, Susan.
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