Sempre Com Você escrita por oinani


Capítulo 20
Conflito interior


Notas iniciais do capítulo

~~espero que gostem~~



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O tempo rapidamente se passou e já o fim-de-semana se encontrava a acabar.

Estava no meu quarto a estudar para o teste de História e decidi que era melhor fazer uma pausa.

Saí do quarto lentamente e, em vez de me encaminhar para a cozinha de modo a poder comer algo, dirigi-me ao quarto de Edmund. Antes de bater à porta ouvi duas vozes a conversar alegremente. Era Peter e Edmund. Pareciam estar mesmo bem-dispostos. Era um alívio para mim ver que Edmund tinha esquecido o que acontecera entre eles e voltara a dar-se com Peter como dantes. Decidi não bater à porta. Não queria interromper o convívio deles.

Subitamente, a porta abriu-se e Edmund saiu, ficando surpreso com a minha presença.

-Susan! Assustaste-me!

-Desculpa Ed. Não tinha intenção de fazer pouco do teu pobre coração.

-Muito engraçadinha tu. Olha por que é que estavas aqui de pé e parada feita stalker?

-Bem, queria perguntar-te umas coisas… - hesitei pois não queria falar ali tão próxima de Peter. Não queria que ele ouvisse a conversa. Pedi a Edmund para irmos para o meu quarto de modo a falarmos sem que os outros membros da família ouvissem.

-Olha, o que eu te queria perguntar vai parecer uma pergunta um pouco disparatada e provavelmente não vai ter fundamento nenhum mas…Ed… Sabes se Stanley teve algum problema com Peter? Ou com William? – Edmund olhou para mim com uma cara de gozo.

-Estás a falar a sério? – perguntou-me ele com um enorme sorriso na cara. Confrontado com a minha cara grave ele percebeu que eu não sabia mesmo o que se tinha passado por isso ele deixou de brincar comigo. –Bem, não acredito que não sabes…Mas há uns tempos, antes de Peter namorar, ele e Stanley gostavam os dois de Margaret. Um dia, Peter apanhou-os os dois aos beijos. Escusado será dizer como é que ele ficou. Mas, embora ele tivesse ficado enraivecido com o que viu, ele não atacou Stanley, apenas ignorou o que viu. Margaret não hesitou em dizer que Stanley é que a tinha beijado e que tinha sido contra a vontade dela. Peter acabou por acreditar nela. No entanto, depois desse incidente, sempre que Peter passava por Stanley, ele provocava-o dizendo coisas completamente desnecessárias. Peter acabou por se fartar e entrou numa luta com ele. William, como bom amigo que é, foi logo socorrer Peter, ajudando-o.– a raiva tomou posse do meu corpo todo. Odiava Margaret mais do que tudo. – E foi assim que as coisas aconteceram. Eu pensava que sabias, afinal, toda a escola andava a falar disso. – fiquei um pouco envergonhada por não ter reparado no que se passava na vida de Peter. Na altura em que essa briga aconteceu eu devia andar distraída e ocupada com outras coisas.

Aquela Margaret. Já devia ter beijado mais de metade dos rapazes da escola. O que é que Peter teria visto nela? Como é que ele poderia ter perdido sequer tempo com uma rapariga como ela? Não me cabia na cabeça. Para ser sincera acho que uma rapariga como Elizabeth era muito mais apropriada para ele. Não por causa de ser mais bonita que Margaret, mas sim porque a sua personalidade era muito mais encantadora e não nojenta e repugnante como a de Margaret. Mas, infelizmente não era eu que controlava o coração de Peter por isso não o podia obrigar a amar Elizabeth.

Finalmente fui para a cozinha e comi um snack. A minha mente começou lentamente a divagar. Já tinham passado alguns dias desde que ouvira a voz de Caspian, mas a memória mantinha-se tão presente como se apenas tivesse acontecido há minutos. Aquilo abalara-me dos pés à cabeça. Mal podia esperar pelo regresso de Sirama…Mas ainda faltava tanto tempo para ela chegar. Todos os dias a ansiedade apoderava-se de mim. Que novidades é que ela me iria trazer? O que é que ela me iria dizer? Receava que ela me dissesse que não havia maneira de abrir nem de alcançar um portal entre o meu mundo e Nárnia. O meu maior receio era estar afastada de Caspian para sempre. Se isso acontecesse o que é que eu iria fazer? Não. Não queria pensar sequer nisso. Tinha que haver uma maneira…Uma qualquer.

Não percebera muito bem o que Sirama me dera a entender no nosso último encontro. Quando nos conhecemos, ela dissera-me para nunca me esquecer de algo que me fizera feliz e que só me fora tirado pelo destino. Mas da última vez que nos encontramos ela disse indiretamente que amar Caspian apenas me fazia sofrer e que era o “lado negro” das minhas idas a Nárnia. O que é que ela achava da nossa relação? Ela apoiava-a? Ela achava que não ia dar certo?

Decidi ir dormir. Afinal, pensar nisto não me ia ajudar a chegar a nenhuma conclusão. As pessoas eram demasiado complexas para sequer se compreender metade do que elas pensavam.

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Senti o meu corpo a flutuar. Logo a seguir começou uma série de contrações e distensões. Subitamente isso parou e comecei a andar à roda. Aquilo era completamente estonteante. O que é que estava a acontecer comigo? Subitamente o meu corpo parou. Ao fim de algum tempo voltei a ser movimentada, mas desta vez era como se estivesse a andar aos ziguezagues. Estava tão tonta e enjoada. Só me apetecia vomitar. Voltei a experienciar as contrações seguidas de distensões. Era como se o meu corpo fosse feito de borracha e alguém se estivesse a divertir a esborrachar-me e logo a seguir a largar-me.

Tudo cessou. Senti o meu corpo repousado num local macio. Parecia…Parecia relva…Mas não podia ser…Abri os olhos a muito custo, vendo mesmo por cima de mim um céu estrelado e uma lua cheia a olhar para mim, como se estivesse à minha espera. Levantei a cabeça um pouco para ver onde é que eu estava. Eu reconhecia aquele sítio. Mas não…Não podia ser. Ergui-me totalmente e à minha frente estava, imponente, nem mais nem menos que o castelo de Caspian.


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