Sempre Com Você escrita por oinani


Capítulo 18
Namoros


Notas iniciais do capítulo

neste capítulo vamos ficar a conhecer melhor a namorada de Peter, Margaret xx



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Estava a afastar-me daquele corredor quando uma voz começou a ecoar.

-Hey, Susan, Susan!

-Que foi?! – questionei eu virando-me.

-Era só para perguntar se estavas bem…-arrependi-me um pouco de ter sido tão bruta pois ele não tinha culpa nenhuma.

-Ah…Estou Charles…Agora quanto àquele paspalho não sei.

-Ele está num péssimo estado. Principalmente depois de William ter acertado contas com ele. Devias ter visto Susan, pareciam dois furacões à luta. As pessoas estavam completamente ao rubro.

-O Will fez o quê?!

-Começou a lutar com Stanley.

-Quando?

-Mal viraste costas. – olhei para o local  de onde tinha vindo procurando com o olhar algo que indicasse uma rixa, mas não vi nada.

-Como é que William está?

-Ele está apenas um pouco ferido, mas já foi para a enfermaria.

-Charles, desculpa, eu agora tenho mesmo de ir para a aula.

Olhei para o relógio que se encontrava na parede do fundo do corredor e apercebi-me que estava vinte minutos atrasada.

Após pedir mil desculpas pelo atraso, acabei por conseguir convencer o meu professor a entrar. A aula passou rapidamente e mal esta acabou precipitei-me para Claire, Elizabeth e Miriam. Contei-lhes o que se tinha sucedido no intervalo anterior.

-Coitadinho do William, ele é tão bom rapaz… - comentou Miriam.

-Ei, Beth, o Stanley não era aquele rapaz que andava atrás de ti? – Elizabeth não parecia estar muito contente com o facto de Stanley estar interessado nela.

-Ele é mesmo um idiota…Não acredito que foi capaz de dizer essas coisas sobre Peter.

Passado algum tempo, Miriam quis ir comprar algo para comer e Claire acompanhou-a, deixando-me a mim e a Elizabeth a sós.

-Beth, queria falar contigo…

-Comigo? Sobre o quê? – perguntou-me ela curiosa.

-Sobre Peter. – a cara de Elizabeth tornou-se instantaneamente mais séria e as suas feições ficaram ligeiramente vermelhas. – Ele deve voltar no final desta semana.

-A sério?! – Elizabeth estava completamente radiante. Aquilo que eu lhe tinha acabado de contar tinha-a deixado verdadeiramente feliz.

Olhei em volta e comecei a refletir. A minha vida ultimamente não corria muito bem. Ela era como um pequeno rio. Surgia na sua frágil nascente e percorria a montanha, em busca do oceano, mudando de percurso sempre que embatia contra alguma pedra. Mas, neste momento tinha passado por ele um fatal furacão que tinha levado toda a sua água reduzindo o rio, que outrora fora belo, a um pequeno e insignificante riacho. Quando é que ele iria recuperar a água perdida? Será que este rio alguma vez voltaria à sua antiga glória? Eu não sabia. Mas queria com todas as minhas forças que isso acontecesse. Mas havia certas coisas que uma vez perdias não podiam nunca voltar. E eu ainda estava a aprender que ao longo da vida, as pessoas mudavam, tudo mudava. No entanto eu tinha a certeza que uma coisa não iria mudar. Eu nunca iria parar de amar Caspian. Mesmo que um dia eu me casasse e até tivesse filhos (coisa que eu seriamente duvidava), iria continuar a gostar dele.

Elizabeth estava a olhar para mim com um sorriso na sua face. Eu sabia exatamente o que corria na mente dela naquele momento. Ela pensava em Peter. Aí lembrei-me. Já contara a William que era o melhor amigo dele, já contara à rapariga que estava apaixonada por ele, agora só me faltava contar à sua namorada, Margaret.

-Elizabeth, onde é que Margaret tem aulas?

-Ahm, é no andar de cima, na sala ao lado da de William.

-Vou falar com ela sobre Peter, queres vir? – vi o imediato desconforto que surgiu na cara dela mal eu lhe fizera aquela pergunta.

-Bem, sendo assim, acho que vou ter com Claire e com Miriam…

Quando me estava a aproximar da sala onde a namorada de Peter tinha aulas, vi-a imediatamente. Ela era fácil de identificar, mesmo estando de costas. Mas algo ali me parecia estranho. Vi uns braços à volta da cintura de Margaret. Tentei encontrar o dono daqueles braços. À medida que me ia aproximando fui apercebendo-me do que se passava ali. Um rapaz estava abraçado a ela e encontrava-se a beijá-la. Ainda no dia anterior Margaret tinha andado a chorar baba e ranho por causa de Peter e agora já estava agarrada a outro. Toquei com força nas costas dela. Surpreendida, ela virou-se. O rapaz que estava com ela ficou a olhar para mim com um ar terrivelmente confuso.

-James, deixa-me falar a sós com ela- ordenou Margaret. -S-Susan?- falou ela com uma voz muito mais dócil. Não sei qual era o meu aspeto, mas devia estar de meter medo.

-Só vim aqui para te dizer que Peter deverá voltar até ao final da semana. Mas vejo que ele já não te faz falta. Adeus. – virei costas e comecei a andar. Fui amarrada repentinamente num dos ombros.

-Susan! Não podes contar isto ao teu irmão, peço-te. – ela estava um pouco desesperada. Não percebia bem o que é que ela mais queria.

-Porque não? – perguntei usando um tom irónico.

-Porque…Porque se ele souber nunca mais olhará para mim.

-Diz-me, tu só o querias para manter uma boa figura não é? Só o querias como namorado porque ele é bonito e popular, certo?

-Oh Susan, não sejas ingénua. – a voz dela tinha mudado novamente, agora estava  mais melíflua.- É assim que as coisas funcionam. As pessoas populares e atraentes andam com pessoas populares a atraentes. As pessoas têm tendência a procurar os seus iguais. Mesmo que não nos amemos, é assim que deve ser, é assim que é suposto ser. É como tu e o William. Vocês namoram porque são parecidos, porque se encontram no mesmo “nível”, por assim dizer. O Peter sabe perfeitamente que eu não o amo. Ele também não me ama.

-Já ouviste bem o que acabaste de dizer? És ridícula. Faz-me um favor e nunca mais te voltes a aproximar nem de mim nem da minha família…Ah, e podes ter a certeza que Peter vai ficar a saber disto. Adeus Margaret…E James.

-Susan!-ela voltou a agarrar-me o ombro impedindo-me de prosseguir o meu caminho.

-Larga-me. Tu metes-me nojo.- sacudi a mão dela e fui-me embora. Ela estava completamente escandalizada. Aquela devia ser a primeira vez que Margaret ouvia algo tão desagradável a seu respeito. Eu sabia bem como é que raparigas como ela eram. Faziam-se de inocentes e queridas para toda toda a gente, quando na realidade tinham personalidades completamente horrorosas. Eu odiava esse tipo de pessoas. E Peter também. Como é que ele fora capaz de se envolver com uma rapariga assim?


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Notas finais do capítulo

reviews são muito bem-vindas



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