Sempre Com Você escrita por oinani


Capítulo 16
Regresso a casa


Notas iniciais do capítulo

eu sei que demorei imenso tempo a postar este capítulo mas pronto, espero que gostem :)



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Quando saí da aula, só queria pensar e refletir, mas Miriam arrastou-me imediatamente com ela. Miriam começou a dialogar comigo mas logo a seguir Claire e Elizabeth juntaram-se a nós. Matthew também acabou por vir para a nossa beira. Passados alguns minutos, Charles e Dempster vieram ter com Matthew e também entraram no diálogo.

Todos nós estávamos a ter uma conversa animada. Eu não conhecia bem Dempster e a única coisa que eu sabia sobre ele é que ele também estava apaixonado por Claire, assim como Grayson. Quando ele se juntou a nós, tanto ele como Claire ficaram um pouco embaraçados, mas acabou por passar. Eu pensava que ele era tímido, e quando uma pessoa não o conhece, isso é verdade. Mas ao fim de algum tempo ele já parecia outro. Claire e ele começaram a falar e tinham imensas coisas em comum. Miriam e Matthew levantaram-se e começaram a andar pelos corredores. Eu notei que Matthew lhe deu um beijo nos lábios. Eles faziam um casal lindíssimo.

No entanto, durante a conversa, Charles ficava fixado em mim. Isso deixava-se desconfortável. Eu sentia-me muito observada com ele a olhar para mim assim. Não percebia bem porquê é que ele estava a fazer aquilo, mas esperava que ele não gostasse de mim. Não que eu tivesse algo contra ele. Eu até achava que ele era um bom rapaz. E parecia também ser muito fiel a Matthew. Estava sempre lá para o apoiar. Contudo, ter William apaixonado por mim já era suficiente. Não necessitava de mais um desgraçado atrás da rapariga que demonstrava menos interesse amoroso pelos rapazes da escola.

Elizabeth levantou-se calmamente e aproximou-se de mim. Ninguém do grupo estranhou aquela atitude e continuaram a conversa. Ela tocou-me levemente no ombro. No momento em que olhei para ela, Elizabeth virou a sua bela cara para mim e todo o meu coração doeu. Os seus olhos estavam tristes e parecia que ela estava prestes a chorar. Aquela era a primeira vez naquele dia que Elizabeth se aproximava de mim. Afastei-a do resto dos nossos amigos e pus-lhe as minhas mãos nos seus ombros.

-O que é que se passa Beth?

-O teu irmão…C-como é que ele está? – achei estranho ela estar a perguntar-me aquilo. Quanto mais tempo eu olhava para ela, mais me parecia que ela estava prestes a romper em lágrimas.

-Ele está bem, não te preocupes. – Elizabeth não aguentou mais e fios de água começaram a surgir por baixo dos seus olhos. Ela escondeu a cara, envergonhada. Eu abracei-a. Não compreendia porque é que ela estava assim. Elizabeth não tinha motivos para estar naquele estado, mesmo sendo minha amiga. Senti-a a soluçar. Já não estava a perceber nada do que se estava a passar.

-Elizabeth, o que é que aconteceu? – Ela não disse nada, limitou-se a abanar negativamente com a cabeça. – Elizabeth, fala comigo!

-Ele… Ele…- o choro interrompeu Elizabeth impedindo-a de prosseguir.

-Elizabeth, fala comigo por favor. – por aquele andar quem ia começar a chorar era eu. Não suportava ver Elizabeth naquele estado. Notava-se que ela estava a sofrer imenso.

-S-Susan…Ele…Ele… - o corpo de Elizabeth sucumbiu e eu tive que ampará-la de modo a impedir que ela se colapsasse mo chão. Ela não parava de chorar e soluçar.

Aí apercebi-me. Entendi tudo. Era tão óbvio. Tudo fazia sentido. Lembrava-me perfeitamente da reação estranha e violenta que Elizabeth tinha tido quando tínhamos visto Peter com a sua suposta namorada, Margaret. E ainda naquele mesmo dia, Miriam tinha-me dito que quem sabia muitas coisas sobre Margaret era Elizabeth. E vendo-a naquele estado de desespero total apercebi-me que Elizabeth sempre gostara de Peter. No início quando nos conhecemos ela perguntou-me várias vezes se Pete tinha algum interesse amoroso por alguém. Como ela questionara-me aquilo de uma maneira tão casual, eu não tinha estranhado. Mas naquele momento tudo se tornou claro como a água. Elizabeth amava Peter. E os soluços intermináveis dela apenas mostravam que eu tinha razão.

No fim das minhas aulas voltei para casa sozinha pois Lucy e Edmund tinham aulas até mais tarde.

Entrei na minha casa, completamente exausta. Aquele dia tinha sido muito longo e repleto de revelações. Ao abrir a porta, dei de caras com Len. Ela ficou muito surpreendida com a minha entrada repentina.

-Len! O Peter já voltou para casa? – o meu coração começou a ficar acelerado pois as expetativas que eu tinha eram muito elevadas.

-Sim. Está no seu quarto, se quiseres ir falar com ele. – a cara de Len não mostrava nenhuma expressão, o que começou a preocupar-me.

-Como é que ele está? – de certo modo, parecia que Len já sabia que eu lhe ia fazer aquela pergunta.

-Hoje quando o fui buscar ao hospital ele não me reconheceu imediatamente, mas passado algum tempo acabou por se lembrar. – senti um enorme aperto no peito. Ele podia não se recordar de mim.

Subi as escadas lentamente e de seguida dirigi-me ao quarto de Peter. Antes de entrar, o colar que Caspian me tinha dado começou a ser demasiado pesado para mim. A minha garganta começou a ficar seca e só me apetecia começar a chorar. Eu não sabia o que ia acontecer. Eu só queria que Peter estivesse bem e que se lembrasse de todas as pessoas importantes para ele, incluindo eu. De Len ele lembrava-se. O meu coração acelerou outra vez. Voltou a ser difícil respirar. O peso no meu peito parecia que já não tinha mais espaço dentro de mim e que ia explodir a qualquer momento. Estava totalmente desesperada. Bati ao de leve na porta e a voz calma de Peter disse:

-Entra.

Respirei fundo e rodei a maçaneta, entrando. Peter encontrava-se deitado na sua cama de casal, ao fundo do quarto. Dei passos tímidos aproximando-me lentamente dele. O seu aspeto era horrendo. Ele era uma sombra da pessoa que tinha sido. Tinha enormes olheiras, os seus olhos estavam mais escuros que o normal. Ele estava magro e com uma palidez pouco saudável. E o fogo que ele sempre tinha no seu olhar tinha desaparecido completamente. Onde é que estava o meu irmão?

-Peter… - engoli as lágrimas que queriam surgir na minha cara.- Como é que estás? – Sentia-me toda a tremer. O medo tomara conta de mim. A expressão vazia de Peter manteve-se igual. Ele não disse nada durante algum tempo.

-Desculpe, conheço-a? –disse ele com um ar um pouco confuso.

Tudo à minha volta começou a ficar desfocado e a desaparecer. Eu não era ninguém para Peter. 


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Notas finais do capítulo

(não me matem por favor)



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