Sempre Com Você escrita por oinani


Capítulo 1
A chegada


Notas iniciais do capítulo

olá leitores, esta fanfiction foi escrita por uma portuguesa, logo não terão o habitual português do Brasil mas sim o português de Portugal



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Hoje fazem exactamente 2 meses. 2 meses desde a nossa partida de Nárnia e em consequência a nossa chegada a casa. Desde que tínhamos voltado, eu tinha feito amigas.

Lá conheci um rapaz, um rapaz telmarino que agora é rei, um rapaz chamado Caspian.

Passamos pouco tempo juntos porque havia sempre muitos problemas para resolver, mas acabamos por nos apaixonar, mas agora dói, dói muito. Não consigo aceitar o facto de que nunca mais vou ter a oportunidade de o ver, de estar perto dele, de ouvir aquele sotaque espanhol, de sentir aquele cheiro tão característico dele, aquele calor.

Acordei. Tinha quase a certeza que tinha sonhado com ele outra vez porque tinha os olhos mergulhados em lágrimas. Desde a nossa chegada que não conseguia dormir direito.

Levantei-me e olhei para o espelho. Via uma rapariga muito magra, estava pálida, com olheiras e com um ar de quem não dormia há dias.

Algo mudara em mim, sentia-me incompleta, vazia.

Desci as escadas e dirigi-me à cozinha onde Len (nome afectivo que chamávamos à nossa mãe) tinha preparado o pequeno-almoço, ela estava do outro lado da cozinha olhando para mim com cara de preocupação. Entretanto desceram os meus irmãos, Peter, seguido por Lucy e mais tarde Edmund.

Os dois juntaram-se a mim na mesa, mas Peter ficou a falar com Len. Tudo o que eu ouvia eram uns sussurros e uns olhares rápidos dirigidos a mim, ignorei-os.

Depois da escola, sentei-me a ler, pensara que me iria distrair, o livro era sobre um amor proibido, entre Rob e Elly, as personagens principais, e todas as suas peripécias até ficarem juntos.

Senti uma movimentação súbita de ar, e, antes que desse por ela, Peter já se encontrava a meu lado, em pé, direito com uma expressão inquebrável.

–Susan ..

–Diz Peter.

–Quando é que vais parar de fazer isto?

–Isto o quê?

E então ele explodiu e falou como nunca o tinha visto falar.

–Pára de ter pena de ti própria, tu já sabias que não ias ter nada com ele, não te vale de nada e apenas te magoas , às tantas ele já te esqueceu, já avançou com a vida dele, e tu, tu continuas presa a ele. É só uma paixão tola, avança, esquece-o.

Fiquei perplexa, magoada. Como é que ele poderia ter dito tais coisas?

Fiquei um segundo sem reacção, mas no momento seguinte já estava de pé, a afastar-me da sala. Sentia a fúria a gerar-se em mim a cada passo.

Por fim deixei tudo sair quando as lágrimas começaram a cair-me. Nunca pensara aquilo de Peter, não dele.

Abri os olhos, hoje não mostrava sinais que tinha chorado, mas tinha dormido pouco.
Vesti-me, desci as escadas num ápice, peguei na sacola, comi alguma coisa pelo caminho e saí. Não tinha esperado por ninguém, não importava.

Lembro-me de todas as disciplinas que tinha tido, exepto História. Nessa disciplina só me lembrava de metade da aula, devia ter adormecido.

Fui ter com as minhas amigas que mantinham uma conversa animada, embora não me pusessem de parte não entrava tanto na conversa como elas as três.

Claire tinha os olhos escuros, cor de framboesa, uma cara com um aspecto selvagem, e os cabelos pretos indomáveis presos por uma fita, sempre com um caracol ou outro a fugir.

Considerada uma das raparigas mais bonitas da escola, Elizabeth tinha sempre algum moço atrás dela, embora ela fosse demasiado honesta para reconhecer a sua beleza. Tinha os olhos castanhos-claros, cor de mel, e o cabelo loiro, liso, que ela usava para fazer tranças.

Miriam tinha olhos verdes-água, e o cabelo castanho-claro meio ondulado, embora fosse menos selvagem do que o de Claire. A sua cara tinha um aspecto muito dócil, mas ao mesmo tempo severo.

Eu queria muito contar-lhes o que se tinha passado, mas ao falar-lhes de Caspian teria evidentemente de falar-lhes de Nárnia e isso estava fora de questão. Claro que elas tinham comentado que eu estava estranha, mas eu dizia sempre que andava com problemas em dormir.

As aulas terminaram e eu decidi ir nadar à piscina, talvez, talvez me libertasse um pouco o espírito.

Enganara-me. Ao nadar, em vez de sentir a liberdade que antes sentira, sentia-me presa, mais presa do que nunca.

Saí daquele lugar. Cheguei a casa e Peter encontrava-se à entrada, como se estivesse à minha espera.

–Susan, eu…

Virei-lhe as costas. Como é que ele acreditava que eu lhe proferisse o que quer que fosse depois daquilo que ele me tinha dito?

Contrariamente ao que eu pensava, ele não me seguiu. "Se calhar deve ter desistido", e engoli em seco.

A minha cabeça achava-se numa confusão. Tudo concentrado. O ódio e a mágoa criados pelas palavras que Peter me tinha dirigido, a confusão gerada por aquilo que senti quando estava a nadar, e claro, o sentimento mais profundo de todos, a consciência da perda de Caspian.

Dei voltas e voltas. Não sabia o que fazer, estava em pânico total. Então decidi acalmar-me. Fui ao espelho ver qual era o meu aspecto. Era horrendo. Os olhos estavam mais escuros, a cara mais pálida do que o normal, e eu encontrava-me magra, muito magra. Aquela não parecia eu.

Deitei-me na cama e fechei os olhos. Ainda nem tinha jantado, mas também não queria enfrentar Peter nem os olhares acusadores do resto da família.



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