Lua Cheia escrita por Ania lupin


Capítulo 4
Capítulo 4- Não entrando em panico.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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BPOV

Mas eu não melhorei quando acordei. Quando abri os olhos, o mesmo enjôo se fez presente outra vez e eu corri para o banheiro – desta vez sem um vampiro atrás de mim. Enquanto me ajoelhava infeliz ao lado do vaso sanitário, só pensava que deveria mesmo ser uma virose estúpida que resolvera acabar com meu sábado.

"Bells?" A voz de Charlie, já acordado, perguntou por detrás da porta trancada. Que horas eram agora? Sete? Eu ainda estava com tanto sono...

"Não estou muito bem, pai." Consegui responder depois de alguns segundos, percebendo a náusea diminuir consideravelmente. "Já desço!"

Ouvi Charlie ir para o andar de baixo e resolvi que o melhor a fazer era escovar os dentes e seguir seu exemplo, caso contrário o telefone tocaria de cinco em cinco minutos durante todo o dia. Saindo do banheiro, passando rapidamente no meu quarto para pegar os chinelos que não tivera tempo antes, eu já me direcionava para fora do cômodo quando mãos frias me impediram.

"Amor, vou descer assim que ele for embora." A voz era preocupada. "Está sentindo mais alguma coisa?" Será que se eu dissesse fome, ele iria rir de mim? Sem dúvida.

"Edward, deve ser só uma virose." Mas ele me mandou para baixo mais uma vez com um termômetro para verificar a temperatura.

E eu cheguei à cozinha bem a tempo de evitar um desastre – salvei a nós dois de Charlie preparar o café da manhã. Enquanto o deixei fazendo o café preto, que não era tão difícil quando o que faltava era somente adicionar a água quente, fritei alguns ovos com bacon, e preparei um copo de leite com chocolate para mim.

E nos sentamos à mesa, meu pai me olhando preocupado quando o termômetro enfim apitou.

"Nem 37º. Nada com o que se preocupar." Disse vitoriosa, comendo com gosto meu primeiro ovo. "Não disse?"

"Que bom, garota." E sorri, feliz com meus ovos, que para mim, mas aparentemente só para mim, estavam deliciosos. "Bells, não se ofenda," Vi meu pai começar, devagar. "Mas não acha que colocou sal demais na comida?"

Coloquei mais um pedaço na minha boca, mas como o outro, para mim o café da manhã estava salgado na quantidade certa. O que me levou a somente uma conclusão, pois Charlie nunca reclamava da comida: meu paladar se fora.

"Talvez eu esteja mesmo doente. Vou passar o dia em casa hoje." Peguei mais um ovo. "Vou chamar Alice." Acrescentei, antes que ele pudesse se oferecer para ficar também.

Mas que droga.

"Tem certeza de que não quer ir até Carlisle? Seu pai nem ficaria sabendo, Bella." E era disso que meu vampiro preferido falava nas últimas horas. Não que eu estivesse mostrando qualquer sinal de doença no momento – a não ser pela fome e pela sonolência, estava perfeitamente bem – mas Edward era mais preocupado do que o necessário.

"Eu tenho certeza que quero mais um pedaço da pizza, pode me passar?" Tinha desistido de controlar minha fome naquele dia, estava fadada mesmo a virar uma bola, do jeito que as coisas andavam ultimamente. Talvez fosse um sinal, para eu me apressar em virar uma da espécie dele. Logo. Bem, aquela pelo menos era a melhor desculpa que meu cérebro preguiçoso conseguia criar naquela hora, enquanto eu me deliciava com a minha marguerita.

Vi Edward me olhar, provavelmente ainda decidindo em sua cabecinha se ia me levar à força para ver o pai, ou se me daria mais alguns dias para melhorar. Quando enfim ele suspirou, pegando o controle remoto para mudar de canal, dei um sorriso vitorioso: mais alguns dias para meu enjôo sumir.

Mas eu mesma estava decidida, se aquele enjôo matinal não melhorasse, e aquela fadiga, combinada com a minha fome monstro, não fosse embora, iria parar no hospital para achar o que havia de errado comigo.

"Não se preocupe tanto-"

"Impossível." Talvez fosse mesmo impossível. Afinal, estávamos falando de mim, Bella Swan, imã de problemas. Talvez o melhor que ele pudesse fazer era me levar à força mesmo para ver um médico. Mas às vezes, Edward fazia minhas vontades mais do que o necessário.

A tarde voou, como qualquer tarde que eu passava com o amor da minha existência. Mal vi as horas passarem – quanto mais a pizza acabar lentamente ao meu lado da cama – e não percebi que havia cochilado enquanto Edward assistia a um filme qualquer em minha TV. Só percebi que havia fechado os olhos quando os abri, apressada, precisando urgentemente de um banheiro.

E o vampiro pouco preocupado assumiu que eu estava enjoada novamente, pelo que pude ver.

"Um momento humano, sem vômitos, eu juro." Me livrei da mão dele e quase corri para o banheiro.

Eu nem havia tomado tanto refrigerante assim. Nem água, nem nenhum líquido para precisar tão desesperadamente ir ao toalete. Nem andava com muita sede nos últimos dias, ao contrário da minha fome desenfreada. Fome, enjôo, vontade de urinar...

Puxei a descarga e fui para a pia lavar as mãos, e foi então que encarei o espelho pela primeira vez no dia. Havia algo de errado ali. Havia algo... maior? TPM, com certeza, meus peitos estavam quase estourando ao toque, e enchiam de uma forma anormal minha blusa, e a fome deveria ser sintoma disso, também. Precisava comprar logo um pacote de absorventes, pois não havia comprado nenhum ainda aquele mês, e os do mês passado provavelmente já haviam acabado.

Foi então que eu vi um pacote rosa demais, completamente lacrado, na prateleira ao meu lado, e agradeci, muito, mas muito, por Edward não poder entrar na minha mente.

Não. Não, não. Não, não, não, não, não! Teste, eu precisava de um teste. Mas não, era impossível! Ele era um vampiro, e eu só me deitei com um vampiro, somente com um vampiro, e uma vez só, e teoricamente é impossível eu estar grávida! E eu não tinha um teste!

Foque Bella, foque. Existe uma explicação para tudo. Se eu não estava grávida, eu estava o que? Uma, duas, três... três semanas de atraso! Meu deus, eu nunca atrasei tanto, eu nunca atraso, como eu não vi isso antes? Mas grávida, como eu posso estar grávida?

Respirei fundo. Eu precisava de calma, e precisava de calma agora.

"Bella?" Muita calma.

"Edward," Pelo menos minha voz não me denunciava, ainda. "Acho que vou tomar um banho, tudo bem? Você me espera?" Diga sim, diga tudo bem, qualquer coisa, só não me peça–

"Ok. Eu espero."

Com as mãos trêmulas, comecei a desabotoar a blusa que usava.

Um banho havia feito milagres com minha pessoa. As idéias finalmente se organizaram em minha cabeça, e eu conseguia pensar direito. Precisava contar a ele, mas essa não era a primeira coisa que eu precisava fazer. Precisava ter certeza, antes de tudo, mas como eu conseguiria ter certeza disso com um vampiro que não saía do meu lado?

Bem, ele disse que iria para casa agora. E ficaria lá até dar a hora de Charlie ir dormir, pois queria falar com Carlisle, provavelmente sobre meus sintomas. Ao menos com isso eu não precisava me preocupar – tinha certeza de que gravidez era a última coisa de que o médico vampiro desconfiaria.

Fechei a janela, observando Edward sumir na floresta com certo alívio, enquanto meu pai estacionava a viatura. Um tempo livre para pensar e me desesperar um pouco. Afinal, era uma coisa para me desesperar, não? Eu seria louca por ficar feliz com uma coisa dessas, certo? Talvez fosse melhor pensar nisso quando tivesse certeza de alguma coisa.

"Um bebê na família seria ótimo. Acho que todos o receberiam de braços abertos e felizes, muito felizes."

Um bebê, dele. Por mais que fosse loucura, não conseguia deixar de sorrir feito uma boba com a idéia. E, em frente ao espelho, não pude deixar de me imaginar barriguda. Não. Um bebê não era brincadeira, e definitivamente, não era uma coisa para se ter agora!

Ok, um teste. Será que daria tempo de ir até a farmácia? Não, Charlie desconfiaria, certeza. E em uma farmácia de Forks, todos estariam sabendo da minha suposta gravidez amanhã pela tarde, inclusive meu pai, e isto não seria nada bom. Comprar um teste fora, em Seatle? Agora? Talvez amanhã, mas então, melhor ir logo a um hospital em Seatle, para ter cem por cento de certeza. E como ir, com um vampiro permanentemente no meu pé? Melhor ir até Carlisle. Não, nem pensar! E deixar todos esperançosos por um delírio de minha cabeça?

Talvez eu pudesse falar com alguém. Alice? Será que ela conseguiria ver isso? Provavelmente sim, Alice via tudo, só não conseguia ver os lobisomens. Mas falar com ela sobre isso era um risco considerável, ainda mais com Edward por perto. Alguma outra amiga?

"Bells, eu trouxe pizza!" Ótimo, meu pai estava colaborando no processo de me tornar uma bolinha. Ou então, estava com medo que qualquer coisa que eu fizesse para o jantar saísse com um sabor mais exótico do que o normal. Mas eu ainda achava que o café da manhã tinha um gosto ótimo – pelo menos para mim.

Desci as escadas somente para me deparar com uma enorme caixa, que cheirava a queijo e orégano. A fome veio instantaneamente.

"Pai, se importa se eu já comer um pedaço?"

"Vá comendo Bells, só vou tomar uma ducha e já desço." Ah, obrigada senhor.

Não esperei mais para pegar um pedaço generoso. E foi enquanto eu dava a primeira mordida, ainda escutando os passos de Charlie escada acima, que a última idéia – e a mais realizável no momento – me veio à cabeça. E por mais que eu estivesse com medo, não consegui não discar os números da única pessoa que me compreenderia. Mordi mais um pedaço, e esperei alguém atender do outro lado da linha.

Que ela me entenda, que ela me atenda...

"Mãe?"

"Bella! Querida, tudo bem? Aconteceu alguma coisa?" É claro que ela iria estranhar uma ligação da filha em pleno sábado à noite.

"Oi mãe. Estou bem, não aconteceu nada. Bem, nada de ruim." Nem de bom. "É só que, eu fiquei com saudades." E eu não fazia idéia de começar a lhe contar sobre minhas dúvidas.

"Brigou com Edward, querida? Sua voz está tão tristinha."

"Não mãe, nós estamos bem. Ele deve vir para cá mais tarde." Silêncio. Ela já percebera que algo estava errado, agora faltava pouco para Renée me poupar do trabalho de começar. Minhas mãos suavam frias, e meu estômago se revirava. Resolvi me sentar, para evitar qualquer tipo de acidente, que me deixasse mais encrencada do que já estava.

"Fale logo, Bella."

"Eu passei mal hoje, mãe. Eu estava enjoada, o dia todo."

"Bells-"

"Com fome, o dia todo. A semana inteira, na verdade. Eu fico tonta, e eu choro por qualquer coisa," Funguei, tentando fazer as lágrimas em meus olhos desaparecerem. "Como agora."

"Bella-"

"Mãe, não fica decepcionada comigo. Mas eu não sei o que eu faço! Edward não pode ter filhos, mas eu acho que," Só agora vi como era difícil falar aquilo em voz alta. "Acho que estou grávida."


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