Lua Cheia escrita por Ania lupin


Capítulo 13
Capítulo 13- Diferentes tipos de amor.


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal agradeço pelos comentarios e desculpe por ontem, eu nem lembrei rerere, mas hoje eu posto tres caps pra vocs ok!
O primeiro vai agora.



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BPOV

"Eu acabei de re-ler seus e-mail dos últimos dias – não, da última semana! Nada da sua gravidez mencionada, muito menos do seu futuro casamento, mas você fez questão de dividir essas poucas frases diversas vezes: E aí? Aí está quente? Aqui não. Frio, brr. Forks." Renée.

"Mãe-" Edward parecia estar se divertindo ao meu lado, escutando nossa conversa enquanto virava uma panqueca na frigideira. Nossa, aquele cheiro doce apetitoso estava me matando de fome.

"Só isso! E aí no final de cada e-mail você adicionou uma daquelas coisas que supostamente deveria ser uma carinha, que eu nunca consigo saber se está sorrindo, chorando, ou vomitando."

"Eu não mandei carinha nenhuma, disso eu tenho certeza."

"Não importa! Onde está a parte que deveria falar que minha filhinha já não vai mais ser só minha filhinha?"

"Mãe, se eu falar que tudo esta semana está meio corrido porque eu meio que me mudei para casa de Edward, você promete ficar quietinha e me escutar?" Silêncio. "Ok, então, eu me mudei para casa de Edward." Mais silêncio. "Mãe? Mãe, por favor, não tenha um ataque como Charlie teve. Nós passamos pela parte da gravidez tão bem-"

"Você se mudou?"

"Charlie," Evitava a qualquer custo chama-lo de papai no momento. "Não gostou muito da novidade."

"Só porque você não soube dar a notícia direito, meu amor." Fui tomada por cinco segundos de fúria, segundos em que arremessar a frigideira na cabeça do meu noivo era muito, muito tentador. Mas a realização de que aquilo não o machucaria combinada ao fato dele estar certo me fez manter meu autocontrole.

"Deixe-me falar com ele."

"Mãe, comporte-se." Passei o telefone após a primeira mordida na panqueca – deliciosa, para variar.

"Renée?" Observei meu noivo ser interrompido em segundos pela provavelmente frenética fala de minha mãe. Demorou um bom tempo para ele conseguir abrir a boca outra vez. "Mas é claro, seria um prazer. O casamento será no meio de setembro. Não, acho que será depois." O que havia de tão importante em setembro mesmo?

Suspirei, pegando mais uma panqueca, parando de prestar atenção na conversa e me fechando no meu próprio mundinho. Ficar ali com Edward estava sendo tão perfeito, não haviam palavras para descrever o quanto ele era um pai preocupado e um quase marido atencioso vinte e quatro horas por dia. Ele era tudo que alguém poderia pedir, quando eu iria imaginar, anos atrás, que algum dia eu conseguiria alguém como ele?

Inconscientemente minha mão foi parar em minha barriga, ainda reta, sem vestígio de meu pequeno milagre. Já eram dois meses completos, estava na primeira semana do terceiro mês. Quando será que começaria a mostrar, a aparecer? Era estranho, mas não via a hora de ter algum sinal de que realmente havia um bebê ali dentro.

Sorri. Meu bebê. Queria contar a todos que em menos de sete meses o teria em meus braços, ligar para todos que conhecia e espalhar a novidade maravilhosa. Contar a Angela, Bem, e até mesmo Jéssica e Mike e... Jacob. Jake. Deus, ele precisava escutar aquilo de mim, e não de nenhuma outra pessoa. E então Charlie voltou para minha cabeça, e me perguntei se ele havia comentado algo sobre meu estado com Billy. Precisava vê-lo. Precisava ver os dois, e logo.

"Sim, mando sim." Charlie era simples – ele era meu pai, um ser humano normal, afinal. Agora, Jake, lobisomem adolescente não muito bem controlado, segundo meu noivo, já era outra história. "Até logo, tenha um bom dia." Edward nunca me deixaria ir a La Push agora.

Suspirei, me levantando até a pia, começando a lavar um dos pratos quando de repente, dois braços firmes envolveram minha cintura. Como convencer meu namorado vampiro que eu necessitava ver meu melhor amigo lobisomem? Eu não tinha a menor idéia.

"Gostou das panquecas, meu amor?"

"Deliciosas." Um beijo no pescoço. Ele estava fazendo de novo, estava me deixando tonta pela segunda vez naquele dia, e o dia mal havia começado. Eu já estava perto de perder totalmente o foco quando juntei o resto de minhas forças e me virei para ele, tentando desviar do beijo que estava a segundos de acontecer. "Edward."

"Estou a deixando sem ar?"

"Completamente tonta." Olhei para baixo tentando me concentrar e ouvi uma risada de meu vampiro. "Precisamos conversar." Os braços que me envolviam tencionaram no mesmo segundo. "E você não vai gostar disso, mas sério, eu preciso dar um jeito de fazer alguma coisa, alguma hora." Já o preparei para o pior. Quando voltei a olhá-lo nos olhos, o par de topázios estava um tom mais escuro. Epa.

"Por que eu acho que sei do que isso se trata?" Ele perguntou, enquanto me soltava e desviava sua atenção para os pequenos potes sobre uma prateleira.

"Porque essa é a única coisa que você não gostaria de considerar no momento." Uma carranca tinha se posto na face perfeita, e ela não sairia dali até aquela conversa acabar, tinha certeza. Ele tirou três comprimidos grandes demais – um de cada pote – e logo depois pegava um copo de água gelada. "Edward, por favor-"

"Bella, se sente enjoada agora ou acha que consegue tomar as vitaminas e não enjoar por mais duas horas?" Ele começou a ignorar completamente o assunto que decorria. Por mais perfeito que fosse, Edward conseguia ser muito irritante em alguns momentos. "Isabella-"

"Por que você não pode escutar-"

"Por que você não faz o que eu digo ao menos uma vez na-"

"Você sabe que vou tomar cuidado-"

"Isabella, você precisa tomar suas vitaminas." A voz era séria, e com certeza, ele esperava que a voz imparcial e o rosto pouco amigável encerrasse a discussão. Ledo engano.

"Eu preciso ver Jake!" Empurrei o copo de água que havia sido posto sobre a pia frente a mim, logo ouvindo o mesmo se quebrar sobre a bancada de mármore. Não me importava naquele instante se quebrasse a pia inteira.

"Você não vai chegar perto de La Push, muito menos de algum lobisomem com problemas de temperamento enquanto estiver com meu filho na sua barriga!" Ele gritou comigo. Gritou comigo, e ainda apontou o dedo na minha cara. E então, vi o rosto suavizar, e mais um copo ser pego e enchido com água. A minha vontade era de quebrar o copo na cabeça dele, mas então aquelas lágrimas irritantes começaram outra vez.

Antes que eu percebesse, havia me virado e minhas pernas me levavam a sala, me fazendo dar de cara com mais vampiros.

"Bella?" A voz preocupada era de Carlisle, que ia a minha direção junto a Esme. Ah, tudo que eu não precisava no momento era mais alguém me falando o que eu podia e o que não podia fazer. Eu estava tão irritada, queria sumir dali, não ver mais nenhum desses rostos preocupados, que me tratavam como se eu fosse uma boneca de porcelana, prestes a quebrar a qualquer segundo.

"Bella, querida, você tem que tomar as vitaminas." Edward vinha mais uma vez com aqueles malditos comprimidos e aquele maldito copo de água. Eu só queria correr dali – mas então, ele provavelmente me impediria de fazer isso também. "Bella-"

"Cala a boca!" Falei – ou melhor, gritei – antes mesmo de pensar. Mas estava tão nervosa naquele instante que nem mesmo me preocupei com o que falara, muito menos pensei em pedir desculpas. Nem mesmo o olhar um pouco ressentido do meu vampiro me acalmou.

"Bella," Era uma voz nova. Quando vi, quem segurava as vitaminas agora era Alice. "Vamos, só tome isso, é pelo bebê, você não quer prejudicar meu sobrinho por estar brava com meu irmão, sei disso." E ela deu um sorriso caloroso e me entregou as pílulas. "Depois você pode ir fazer o que quer fazer."

"Alice-"

"Edward, sério, fique quieto." Engoli aquelas pílulas grandes demais com a ajuda da água, e voltei a olhar para minha cunhada, agradecida. "Vá tomar um banho, eu falo com ele."

Não demorei mais a seguir as instruções de minha vidente particular. Subi as escadas, secretamente me divertindo com o rosnado que vinha claramente de meu noivo.

"Eu fiz extra forte. Essa xícara deve amarelar seus dentes e matar qualquer bactéria em seu estômago." Angela colocou o café na minha frente.

Meu destino inicial que havia sido La Push, naquela manhã, rapidamente se transformara na casa de Angela Weber, quem eu poderia considerar minha melhor amiga não-vampira. Após mandar Edward calar a boca com um prazer quase doentio, decidi que o que eu mais precisava naquele dia era falar com alguém que estivesse fora do universo de fantasias no qual eu me metera ao conhecer meu atual noivo.

"Deus te abençoe." Mal esperei o líquido negro esfriar para tomar um gole. Saboreei o café com calma, tentando não pensar quando seria a próxima vez que tomaria aquilo. As proibições quanto algumas comidas na casa dos Cullens era um pouco frustrante, e me tirar o café – que eu subitamente precisava tomar durante aquela gravidez – não havia sido muito bom para meu humor matinal.

"Não tem nada cem por cento comprovado que café faz mal durante a gravidez. E também, é só hoje." Ela sorriu, e cortou um pedaço de bolo de pêssego. Provando o doce, tive que admitir, Angela cozinhava tão bem quanto eu.

Minha amiga ficara um pouco surpresa quando cheguei durante a manhã em sua casa, sem nenhum aviso, e só ficara mais surpresa ao me ouvir contar o motivo da minha fome ilimitada. A primeira pessoa fora de minha família que sabia de minha gravidez, e provavelmente a única fora que me daria apoio. Ah, Jake...

"Você está triste." Não era uma pergunta.

"Briguei com Edward hoje." Confessei. Agora começava a me sentir estranha – nunca brigava com Edward, e continuava brava ao vê-lo outra vez. Mas naquela manhã, quando desci pronta para pegar o carro e ele tentou conversar, só o ignorei e saí. "Nesse momento o que eu mais quero é pegar o telefone e ligar pedindo desculpas."

"E por que não faz isso?" Ela se sentou frente a mim, colocando seu café na mesinha de centro da sala.

"Porque ainda estou irritada com ele." Admiti a verdade. "Ele não quer que eu veja Jacob. Com a gravidez, ele praticamente não me deixa fazer nada sozinha, é tão frustrante às vezes! E eu precisava ver meu amigo, preciso contar para ele, mas não quero fazer isso por telefone, e ter Edward ao meu lado quando contar só vai piorar a reação de Jake quando ouvir as notícias."

Queria chorar, outra vez. Por que a vida não podia ser fácil, ao menos quando se está grávida? Por que Jacob e Edward não podiam se tornar melhores amigos, e Jake ficar feliz e saltitante com minhas duas notícias? Ele ficaria louco ao me ouvir contar que vou ter um bebê e me casar até o fim de setembro. Não queria nem pensar na reação que ele poderia ter – naquele momento, compreendi um pouco a apreensão do meu vampiro. Talvez realmente não fosse sábio ir a La Push sozinha.

"Bella, ele só está preocupado com você. Se você quiser, pode dizer para ele que eu vou junto contigo falar com Jacob." Sorri. Ang era uma boa amiga, e havia adorado a sugestão que me dera, mas duvido que uma humana como eu me acompanhando até a reserva faria Edward menos preocupado.

"Vou falar com ele, Edward consegue ser tão cabeça dura às vezes! Mas obrigada, Ang." Coloquei a xícara já vazia de café sobre a mesa de centro, e sorri, me lembrando que ainda não contara todas as novidades. "Agora, além da gravidez, eu tenho outra notícia bem grande!"

"O que?"

Me limitei em levantar minha mão direita, ainda um pouco escondida desde que o anel parara nela. Acabei pedindo para usá-lo, afinal, um dia ele pararia na minha mão, e não custava nada – bem, ao menos não muito – fazer meu noivo um pouco mais feliz. A reação de Angela era bem como eu esperava: boquiaberta com o anel nada modesto que meu dedo anular direito ostentava.

"Ah meu Deus, ah meu Deus!" Era difícil vê-la empolgada daquele jeito, então a cena seguinte dela me levantando e dando pulinhos enquanto me abraçava era quase engraçada. "Quando?"

"Já faz tempo, mas o pedido da primeira vez foi meio que anulado." Ela me olhou confusa. "Ele achou que eu estava aceitando por obrigação." Apesar de que no começo, era realmente uma obrigação para mim. "Mas agora ele me pediu faz pouco mais de duas semanas. Foi perfeito." E ao me lembrar do pedido, a culpa pela discussão de hoje mais cedo começou a surgir, mas me forcei a não telefonar. Antes de falar com ele, tinha outra pessoa que precisava ver.

Enquanto dirigia a caminho da casa de Charlie, rezava para ele não ter resolvido sair para pescar naquele domingo. Estava um dia bonito – bem, ao menos não chovia, isso já fazia com que um dia fosse bonito em Forks – e as chances dele não estar em casa eram altas. No entanto, não podia deixar de arriscar a visita, afinal, o máximo que aconteceria era meu pai bater a porta na minha cara.

A viatura estava estacionada no lugar de sempre, em frente a minha picape que continuava no quintal da casa. Estacionei com cuidado o volvo próximo ao carro de Charlie e desci, só então percebendo o quanto estava nervosa. E se ele nem ao menos abrisse a porta para mim?

Mas antes mesmo de eu chegar próxima da campainha a porta fora escancarada, revelando a figura que eu tanto esperava ver nesses últimos dias. E ele sorria para mim, o que fora o bastante para eu me jogar nos braços de meu pai, soltando um soluço aliviado segundos depois. Sentira tanta falta dele, como não havia percebido antes aquilo?

"Pai!" Afundei mais o rosto em seu peito, as lágrimas molhando a camiseta branca. Todo aquele choro acabaria por me dar uma enorme dor de cabeça no fim do dia, mas agora não ligava muito para aquele fato. Charlie retribuiu meu abraço, quase tão apertado quanto o meu, e por um instante jurava que ele chorava como eu. Mas então, nos separamos, e seus olhos estavam secos, diferentes dos meus.

"Minha filhinha, senti tanto sua falta." Só chorei mais com essas palavras. Era tão difícil para ele falar alguma coisa – qualquer coisa – com sentimento. Ele realmente sentia minha falta. Ele não estava bravo comigo do jeito que imaginava. "A comida é horrível quando você não está, mas então, acho que vou ter que me acostumar com isso, não é verdade?" Charlie disse, apontando para o anel de diamantes que parecia gritar na minha mão. "Ao menos o rapaz fez a coisa certa. Venha, vamos entrar."

Fomos direto para a cozinha, e eu logo abri a geladeira, feliz por vê-la farta de congelados entre outras comidas semi-prontas – ao menos Charlie não estava morrendo de fome.

"A proposta do curso de culinária para ti ainda está de pé, pai." Disse com um sorriso, me servindo de um copo de suco de laranja e indo me sentar na cadeira onde estava há semanas atrás, quando contei de um jeito totalmente errado sobre minha gravidez. Pensei por um momento se deveria mencionar ou não o bebê, mas a próxima frase de Charlie acabou com meu dilema.

"Espero que aquele garoto esteja alimentando direito vocês. Não quero que meu neto nasça cheio de problemas." Ele sentou-se ao meu lado, e eu peguei seus olhos em minha ainda não existente barriga.

"Ainda são só nove semanas, não espere ver nada crescido aí."

"Renée já tinha uma barriguinha com dez semanas." Ele observou, e tive de sorrir, era difícil ele mencionar qualquer coisa sobre a gravidez de mamãe. "Vocês dois ainda tem sete dias para começarem a perceber algo a mais."

"Edward não vê a hora da barriga começar a crescer." Sorri. Era quase engraçado a inspeção minuciosa que ele fazia toda noite antes de eu dormir. "Ele está muito feliz com o bebê. Na verdade, ele está me deixando maluca com todos os cuidados excessivos que anda tomando comigo."

"Acho que não esperava diferente. Quero dizer, apesar do erro que ele cometeu ano passado, o Cullen parece realmente amar você mais do que a própria vida, para te acompanhar até aqui enquanto você me diz que vou ser avô." Tive que rir, sabia o quanto Charlie estava próximo de pegar a arma aquele dia. "É sério, mocinha. Minha vontade era de deixá-lo estéril outra vez."

"Eu sei, pai. Desculpe."

"Você que tem que me desculpar. Não deveria ter dito nem metade de tudo que falei aquele dia, não para você ao menos." Era quase surreal ouvir Charlie sendo tão compreensível.

E então, mais uma vez meus pensamentos voltaram ao meu melhor amigo lobo. Como eu queria que Jacob fosse assim compreensivo. Mas com certeza, compreensivo era a última coisa que ele seria após ouvir as notícias.

"Eu tenho uma coisa para te dar." Charlie disse, se levantando.

"O que?" Segui.

"Lá em cima, no seu quarto." Só não corri escada acima porque me lembrava constantemente de minha falta de sorte com passos rápidos. "Feche os olhos agora." Ele me pediu quando estávamos frente a minha porta. Quando ouvi esta abrir, dei um passo para dentro, tentando imaginar o que Charlie havia comprado desta vez. "Pode abrir agora."

E quando meus olhos voltaram a abrir, não acreditei. Eu iria ficar com uma dor de cabeça tão grande de tanto chorar naquele dia, mas não conseguia me conter. Hormônios.

"Eu achei que você fosse ficar feliz!"

"Eu estou feliz!" Enxuguei mais uma lágrima. "Mas estou triste ao mesmo tempo! Nunca esteve com uma mulher grávida antes?"

"Nos últimos anos, não." Ele passou um braço ao redor dos meus ombros. "Eu sei que não é uma coisa grande Bells, e eu não sei se Alice já fez o quarto inteiro do bebê – do jeito que ela é, não duvido – mas achei que você gostaria. Eu o guardei tão bem, está num ótimo estado. Mas se você não quiser-"

"É claro que eu quero! E é claro que eu gostei, pai. Nunca achei que fosse ver meu berço outra vez, que você teria guardado."

"E é amarelo. Amarelo é uma cor neutra, não é mesmo?" Fui para mais perto, vendo que a roupinha de cama ainda era a do meu bichinho favorito. "Você sempre gostou do Simba." E eu vi que Simba estava junto ao berço, em cima do travesseiro, com um novo companheiro. Uma ovelha. "Esse eu tive que comprar. Achei a sua cara."

"É lindo pai." O abracei forte. "Obrigada. Obrigada mesmo."

"É um pouco difícil ainda, sabe?" Ele coçou a cabeça, enquanto voltávamos para a cozinha. "Aceitar o fato de que você não é mais o meu bebê."

Abri a geladeira outra vez e Charlie se sentou numa cadeira, provavelmente contente que eu tomara a iniciativa de fazer o almoço.

"Pai, um bebê é algo que você carrega na sua barriga por nove meses, nos seus braços por três anos, e no seu coração até o dia em que você morrer. Eu sempre vou ser seu bebê. Só vou estar um pouquinho mais crescida."

"Sabe que sempre vai poder contar com seu velho pai, não é mesmo?" Ele me olhava sério. "Sempre. Não importa o que aconteça, o que você faça, eu sempre vou acabar te entendendo."

Sorri. Era tão bom ouvir aquilo.


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