Eu já não sabia mais o que pensar, quem mais estaria envolvido naquela história? Seu sorriso cínico, não deixava duvida que suas intenções não eram nem um pouco boas, então simplesmente entrei nesse joguinho, já que não passava daquilo, o plano de Angie era um jogo de duas faces e nada mais.

– Amarrada, mas realmente me sentindo renovada com as verdades! – respondi com um sorriso debochado, ela com certeza não esperava uma resposta calma como aquela, mas prometi a mim mesma que vou me manter viva até o fim

– Sabe eu poderia dar um jeito nisso... Mas você trocou meu filho por aquele cachorro

– Olha como fala do meu namorado! – respondi secamente

“Eu vou te matar” pisquei duas vezes, não acreditava no que estava acontecendo! Ela não tinha aberto a boca, o que significa que... eu leio mentes também! Eu iria logo revidar, mas resolvi me manter calada, até porque ainda não havia entendido as verdadeiras intenções dela por aqui e eu não iria me delatar.

– Falo do jeito que quiser! – “já que por sua culpa vou ser avó”

Quase engasguei com essa, como assim avó?

– Ele me traiu o que esperava? Não tenho vocação para ter chifres!

Então senti meu rosto arder de forma violenta e percebi que ela acabara de me bater.

– Não acho que esteja aqui só pra tentar me fazer voltar com o Mike, que provavelmente também está envolvido com tudo isso!

– Ele não está envolvido! Ele nunca faria algo assim, porem eu por outro lado...

– Provavelmente ele não irá gostar de saber que a mamãezinha dele é uma sequestradora psicopata! Então não se preocupe porque assim que eu sair daqui irei contar tudo a ele...

Senti outro tapa, porem mais forte e logo depois ela começou a falar:

– Esse é o problema... Você não vai sair daqui! – engoli em seco – Sabe Angie quer matar a você por si mesma, mas existem certas coisas que não me permitem, sabe por quê? – neguei com a cabeça – Sabe, meus pais costumavam me contar histórias de assassinos da noite, eram conhecidos por sua agilidade, inteligência e aparência atraente. Porem por algum fato interessante nunca ninguém era capaz de pará-los, então misteriosamente novos moradores da antiga cidade, os quais tinham humor um tanto raivoso, atos inacreditavelmente capazes de superar qualquer expectativa humana, ainda que tivessem corações batendo, sangue correndo nas veias...- minha garganta começou a se apertar, eu estava com fome – Fome Ness? Continuando... os novos moradores conseguiram de alguma forma espantar ou melhor acabar com os assassinos. Nunca pensei que esta história pudesse de alguma forma fazer sentido, como algo mais do que uma história para crianças, ainda que assustadora... Porem os mesmos novatos, agora também representavam uma ameaça eminente! Diz a lenda que ambos haviam sido criados através de bruxas. Praticamente todas foram extinta, com três exceções, as três bruxas fugiram de sua aldeia, porém preocupadas com suas famílias decidiram criar uma liga composto por pessoas que pudessem acabar com ambos os maus. Seriam caçadores por natureza, para garantir seus propósitos a maldição seria passada hereditariamente, teriam força e rapidez descomunal, suas habilidades seriam intensificadas, e assim foi passando e continua sendo passado...

– E onde pretende chegar?

– Até a parte em que você passa a me temer, pois sou uma caçadora! – seu sorriso mostrava sua satisfação ao notar que eu havia engolido em seco

– Então vá em frente me mate! – então ouvi sua mente “Droga Suzane pense! O que vou dizer? Ah Renesmee não vou te matar pois você é meia humana e como caçadora não consigo!” –O que foi? Está com medo de tentar? – debochei após ver sua mente insegura

– Não vou te matar já que Angie te quer pra ela! – bela mentira, pensei – Mas existem coisas mais interessantes para se fazer do que isso... – sibilou sorrindo maleficamente, antes de sentir algo me perfurando na perna me fazendo soltar um grito e então vi a faca que a pouco estava na mesa, agora se encontrava perfurando minha perna – Parece que sua parte humana não foi favorável em relação a dor! – debochou enquanto dessa vez fazia o mesmo com a minha outra perna usando o garfo, gritei longamente de dor enquanto lágrimas caiam rapidamente pelos meus olhos.

Nesse mesmo momento um homem que até agora eu não havia visto nenhuma vez abriu a porta enquanto usava o celular, ele piscou para Susane dizendo mentalmente “A verbena” enquanto a mesma sorriu maleficamente segurando um copo cheio de liquido derivado de verbena, percebi pelo cheiro, e derrubou o mesmo sobre o meu colo. Aquela substancia parecia corroer minha pele me fazendo gritar então o moço se pronunciou:

– CALA A BOCA PIRRALHA!

Então ouviu-se um berro pelo telefone “SOLTA ELA!” era com certeza Jake aquilo fez meu coração se contorcer de uma forma desagradável, a tremulação na voz indicava que certamente ele estava a ponto de explodir em um grande lobo castanho avermelhado. Podia-se ouvir também o “choro” de minha mãe os corações acelerados de Jake e Daniel, e então senti que deste momento em diante eu seria apenas mais um brinquedo nas mãos dela não havia esperança, se ao menos eu soubesse onde eu estava.

Neste exato momento uma brisa leve entrou pela porta o qual o desconhecido havia deixado aberta, e então havia esperança! Eu sei onde estou, esse cheiro de árvores, que era difícil aqui pelo Canadá, só poderia pertencer a um lugar, ao meu lugar...

– Me de-deixe falar...- minha voz saia ofegante por conta da verbena que persistia em arder mas me concentrei no que estava fazendo – Eu quero sair daqui! – choraminguei, então captei os pensamentos do moço “Pode ser uma boa! Eles vão ficar desesperados e toparão nos encontrar, e ai Bam! Acabamos com eles!”

– Que tal ouvirem o apelo da pequena e- “deslumbrante”, quase vomitei com esse pensamento dele- desesperada criança? – ouvi o rosnar do meu pai do outro lado da linha, então mamãe atendeu ao telefone no mesmo momento em que ele era posto de encontro ao meu ouvido

– Renesmee! – Ela disse desesperada

– Mãe passa para a tia Rose! – me matava ser tão direta e indelicada sabendo que ela estaria a beira de um colapso por conta disso, mas eu não sabia quanto tempo poderia falar e apenas tia Rose poderia entender – Ela está mais controlada. – Não disse com indelicadeza, só estava tentando fazer disso o menos pior possível.

– Tu-tudo bem... – sua voz não escondia sua decepção mas essa era a minha única chance de nos manter vivos, a todos nós.

– Querida on... – não deixei ela terminar de falar e me apressei em dizer o que eu queria, já que o estranho me olhava impaciente.

– Só diga a todos que eu vou ficar bem! – ouvi um “mas” de alguém atrás da linha, mas continuei – Tia, eu estarei sempre no meu “Cantinho dos Sonhos” – Esperei que ela entendesse a dica, pois senão, nada disso teria serventia.

– “Nosso” – corrigiu ela, pude ouvir um sorriso se formando do outro lado e tive certeza que ela havia entendido.

– Me surpreendam! – cochichei, pois pelo que eu sabia descendentes de fadas não tinham audição apurada, e esperava que o moço fosse um deles, já que com certeza Susane não poderia ouvir, não havendo portanto motivo para se preocupar com ela.

Então fortemente o celular foi arrancado de meu ouvido e um golpe foi desferido em minha cabeça, fazendo minha vista escurecer, ouvindo o estranho dizer “Como vocês ouviram está tudo bem, mas é bom nos encontrar no local marcado ou...” e assim a inconsciência me levou.