Aon escrita por Rodolfo Rodrigues


Capítulo 15
A sombra da morte




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Haourin, Eduarda e Marmota seguiram até o plano protegido das criaturas mágicas enquanto os outros se mantinham na vila. Palloma havia levado Victor para o que sobrara da enfermaria, Carolina continuava a vomitar em algum canto sendo aparada por Larissa enquanto Glauber e Guilherme organizavam a praça e levavam os escombros para os grandes portões. Sadi havia carregado a bruxa até uma velha taverna, a garota ainda estava desacordada, mas a aparência era bem melhor do que anterior.O elfo a colocou sobre uma mesa e pegou uma das taças caídas no chão retirou água de um barril e colocou a bruxa sobre seu colo e a fez beber o líquido. Sua pele antes pálida recobrou um pouco mais de cor e ela abriu levemente os olhos, a luz do sol poente entrava suavemente pela janela.

– Você está melhor? Perguntou o elfo dragônico.

– hum! Respondeu a garota.

De certa forma estranha a garota parecia incrivelmente frágil da forma que estava e isso incomodava o garoto.

– Melhor você descansar mais um pouco, poderemos ser atacados a qualquer momento.

– não eu estou melhor já posso me levantar e ir embora. Disse a bruxa se levantando.

Sadi um pouco irritado a puxou pela mão a fazendo se chocar contra ele e a empurrou contra uma pilastra partida ao meio,
pressionando suas mãos contra as dela impedindo que ela fugisse.

– Você acha que é simples assim? A gente te salva e você simplesmente vai fugir como se nada tivesse acontecido? Você tem que nos ajudar e parar de ignorar as pessoas deveria estar agradecida por não termos lhe deixado queimar na fogueira!

O Elfo a encarou com a respiração pesada seus olhos estava vidrados uns aos outros até que ele a beijou com força e ela se
espantou de começo, porém o deixou continuar e aos poucos foi soltando seu corpo sobre o do garoto. O Sol já se despedia enquanto Patrícia sentava-se no centro de uma das torres da muralha que protegia a cidade de Tehamera, apenas uma pequena chama azul saindo de um pedaço de papel a sua frente a iluminava agora. Sua respiração antes leve e tranquila se tornava ofegante, cenas de um massacre passavam em sua mente, a pequena chama azul cintilava fortemente tomando forma de guerreiros realizando golpes e sendo mortos seus amigos apareciam neles e muitos já estavam feridos e cansados da batalha, já não conseguiam mais se manter de pé e estavam sendo vencidos pelo o inimigo. Quando o seu ultimo amigo desfalece sobre o golpe de uma lança, ela se livra das visões com um grito e com chamas azuis saindo de seus olhos desaparecendo lentamente.

Haourin corria pela floresta em sua forma de lobo carregando um esquilo em suas costas, Eduarda sobrevoava as árvores em busca de sinais do inimigo, seguindo as indicações de marmota e por entre uma queda d'água eles encontraram a passagem para a floresta mistica, inúmeras criaturas mágicas tomavam as planícies. Os elfos e o espirito abandonaram suas formas animais e foram ao encontro das criaturas.

– O que procura? perguntou Marmota vendo o olhar distante de Haourin.
– Precisamos de criaturas mágicas que realmente saibam lutar, muitas dessas criaturas seriam assassinadas sem ter alguma chance de fazer diferente! Explicou o elfo.

– Mesmo assim elas devem proteger o lugar onde nasceram.Ponderou o espírito.

– É melhor que se distanciem da batalha, ou morreram em vão e não trarão a magia de volta a essas terras. Explicou o elfo secamente.

Haourin estava procurando em todos os cantos, até que colocou a mão dentro de uma de suas bolsas do cinto e retirou duas pontas de dente fazendo com que o espirito ficasse espantado. O elfo apenas o dirigiu o olhar e abriu um largo sorriso.

– Guardei isso para uma ocasião importante e pelo jeito é melhor usar agora! Disse o elfo com um sorriso aberto.

Palloma já havia curado grande parte dos ferimentos de Victor que já respirava mais tranquilamente. Carol já recobrara a consciência e organizava suas armas para a batalha. Guilherme terminava de selar os portões enquanto Karina o
observava de cima do telhado de uma casa lendo um livro de magias e runas antigas.Guilherme passou a madrugada criando um corredor de escombros que seria a unica maneira dos guerreiros adentrarem o local, dando-os vantagem para aniquilarem o exército nos portões. Larissa havia libertado os outros prisioneiros e os enviados de volta a suas casas e agora descansava olhando por uma das amuradas da muralha da cidade, a lua minguante oferecia um pouco de luz, mas ainda assim era possível se ver a floresta e o pequeno riacho que a cortava na base do morro que levava ao castelo na entrada oriental deixou um suspiro longo se levar junto ao vento e ouviu ao fundo uma voz lhe despertar de seus devaneios.

– Se está cansada por que não vai descansar? disse o elfo de Thanos.
A garota se virou para ele e enquanto se aproximava ela subiu na amurada e sentou-se, o garoto ficou de frente para ela a encarando.

– Não... estou cansada... apenas assustada! Desabafou por fim!

– Eu sei como se sente, mas é melhor assim não é? Melhor tentar se livrar do que lhe atormenta de uma vez por todas e tudo vai dar certo. Marmota e eu conseguimos bons resultados em nossa busca não será um grande exército mas o suficiente para resolver o problema! Disse sorridente o elfo.

– como consegue ficar tão calmo? perguntou Larissa.

– Por que eu acredito nas possibilidades e sei que faremos o nosso melhor. Explicou Haourin.

A garota arfou novamente e encarou a fraca luz que iluminava o lado esquerdo do rosto do elfo revelando a tatuagem que
cobria aquele lado, involuntariamente sua mão se estendeu até a face do garoto e ela o acariciou.

– Por que logo no rosto? perguntou a garota.

– porque para o meu povo as tatuagens são uma identificação, cada uma representa a sua personalidade e impõe certo medo a quem me encara. explicou Haourin.

A garota continuou o acariciando com os dedos e aos poucos seu rosto foi se aproximando do elfo até o beijar, apenas um tocar entre os lábios e se afastou, os dois se afastaram e o elfo a encarou por alguns segundos antes de puxa-la novamente para perto.

Patrícia havia se reunido com karina para ajuda-la a enteder as visões, Eduarda acabara de entrar no salão quando viu uma cena de uma lança transpassando o coração de Palloma.

– O que está acontecendo? o que é isso? perguntou a elfa em tom assustado.

– Ainda não sabemos duda, estamos tentando descobrir! afirmou em tom preocupado a xamã.

Patrícia fez um sinal para a elfa se aproximar e sentar-se entre suas pernas a jovem elfo sentou-se e e recostou-se sobre o corpo da mais velha que começou lhe acariciar a cabeça enquanto discutia com Karina.

– Vou avisar aos outros para comparecerem a sala precisamos explicar a eles o que pode ser essas visões. Disse Karina.

Sem ao menos se levantar e com um brilho azul dos olhos e com o livro em suas mãos ela entrou em contato com todos
seus amigos os chamando para a sala, poucos minutos depois todos estavam lá. Sadi foi o primeiro a perguntar o que estava acontecendo e Patrícia usando um feitiço começou a lhes mostrarem as visões. Primeiro a batalha fora dos portões e depois a cidade é invadida todos começam a lutar com dificuldades, Haourin é atingido e perde o controle de seu poder, Sadi e Guilherme começam a lutar com ele para segurar sua ira, Glauber e Carol são cercados na praça. Larissa e marmota estão mortos assim como muitos de seus guerreiros, Karina e Patrícia já não tem mais poderes e estão sendo arrastadas para fora da batalha pelos inimigos. Eduarda estava ferida numa das amuradas em sua forma animal e não conseguia mais lutar, apenas Palloma e Victor ainda tentava levar alguma vantagem na luta porém um dos guerreiros consegue se aproximar da princesa e a atinge diretamente no coração, Victor desespera-se e tentando resgata-la recebe uma seta na cabeça e cai morto na lama de sangue, porém subitamente tudo se torna calmo e sem guerra e todos estão bem parados encarando apenas um homem de vermelho que fica apenas sorrindo para os guerreiros que não tomam qualquer atitude e assim acaba a visão da xamã.

– Eu disse, não há salvação vamos todos morrer eles são muitos. começou a dizer desesperadamente Larissa.

Haourin a tocou nos ombros pedindo que ela se acalma-se.

– O que isso quer dizer Patrícia? quem é aquele homem vermelho no fim? perguntou o elfo.

– Creio que seja o mestre deles, mas não sei como explicar essa visão ainda não estou entendendo. Explicou a Xamã.

– Pelo jeito estamos a mercê da morte mais uma vez! disse Guilherme.

– Acredito em você meu amigo, porém algo está realmente estranho ela está bem mais próxima do que as outras batalhas que vivenciamos, mas acredito que existe algo falso nessa sensação de derrota! Explicou o elfo sulista.

– É melhor descansarmos, será uma árdua batalha antes do nascer do sol, os exércitos já se aproximam minhas sentinelas avisaram quando estiverem próximos. Explicou Karina em seu tom apático costumeiro.

– Amanhã não morreremos, amanhã colocaremos um fim a essa raça de malfeitores, amanhã a morte caminhará ao nosso lado para ceifar a vida daqueles que tiramos, mas não ceifará nenhum de nós! Disse convicta Palloma.


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