P.O.V Sam

Então era isso. Eu e Freddie estávamos brigados e tínhamos feito uma aposta. Que coisa boa, pelo menos ele ia largar do meu pé e eu não teria mais que aturar a minha mãe por, talvez, uma semana (talvez ele ceda antes... Noob). Por favor, como se fosse difícil ser um nerd idiota. O sinal bateu e eu senti falta da Carly tagarelando nos meus ouvidos coisas de patricinha. Olhei no horário do Lesado qual seria a próxima aula e era a de gramática. Cheguei na sala quando quase todos já haviam chegado, menos o professor. Reparei que a morena também estava na classe, então, arrumei uma carteira do lado dela.

- E ai, como foi seu “almoço”? – perguntei do jeito mais desinteressado possível, mas por dentro, estava quase arrancando a informação dela.

- AAh, foi bom... – lancei um olhar tipo: “ahn, sério? Eu finjo que acredito...” e ela complementou - Tá legal... Foi muito bom! Tirando a Cindy, que surgiu do nada...

- Como assim? Eu vou dar uma surra naquela desmiolad... – oops! Eu sou o Nerd, o NERD! – digo, vou pedir para Sam fazer isso. Enfim... E o que aconteceu? Me dê mais detalhes!

- Eu? Porque esse interesse todo em mim? Não é a Sam que é a sua esposinha querida? – ela perguntou, sem olhar para mim.

- C-Como? – eu questionei, começando a ferver. Que será que esse Retardado havia dito pra Carlita?

- Ah, vocês dois ficam sempre arrumando uma desculpa para ficarem sozinhos... Sei que pode parecer que eu não vi, mas eu notei que vocês estavam almoçando juntos... Não me olhe assim, eu reparei... Só os dois... – ela disse, botando a franja atrás da orelha. – brincadeirinha! Você devia ter visto a sua cara. – complementou, dando uma risada gostosa. Ela estava de bom humor, que legal! Gibby deve ter mesmo dito algo muito bom pra deixá-la assim... – Ih é, o Gibby, quase esqueci. – disse, como se tivesse lido minha mente. - Ele me chamou para ir numa festa na casa dele, amanhã! Ele também disse que eu posso levar alguns amigos, e acho que eu devo levar você, a Sam e o Chuck. Nada de Nevel, ele vai estragar tudo.

Assenti e dei uma risada baixinha.

- Quem me chamou? – o baixinho se meteu na nossa conversa.

- Fomos convidados para uma festa! – Carly comentou, na maior empolgação. – amanha! – berrou.

- De quem? – o pirralho perguntou desconfiado.

- De um... De um amigo. – ela retrucou, olhando para o chão.

- JÁ CHEGA! VOCÊS AI NÃO PARAM DE CONVERSAR, ASSIM NÃO CONSIGO DAR AULA! SHAY, CHAMBERS E... BENSON! PARA A DIRETORIA AGORA! – a professora berrou com a gente. Chuck se levantou e abriu a porta, enquanto a maluca que tinha uma veia em sua testa saltando estava escrevendo num papel para o diretor.

- Freddie, eu nunca pensei que teria de fazer isso com você... – ela disse para mim, muito dramática, enquanto nos guiava até a porta.

Que ótimo. Fui expulsa de sala... Grande coisa. Ah, também, que se dane a reputação do FredNerd. Ele brigou comigo, agora ele que aguente.

Fomos “atendidos” separadamente, e eu fui a última a ser chamada. Entrei na sala do diretor, e me sentei na cadeira em frente a sua mesa.

Ele apenas me deu uma leve bronca, porém, disse que a pedido da “minha mãe” teria que avisá-la do que havia acontecido, porque ela pediu para que ele o fizesse, sempre que “eu” me metesse em encrenca (o que era nunca, porque a Sra. B. nunca tinha recebido nenhuma ligação, presumi).

Dava para ouvir os gritos da lunática até fora da sala do diretor, coitado dele que estava com o fone colado no ouvido, e, às vezes o afastava. Depois de uns quinze minutos de gritaria no telefone, ele me disse que ela queria falar comigo.

- Fredward Benson, como pôde fazer isso com a sua mãe? Você nunca me deu problemas, nunca! Sabe o que eu acho que foi? Aquela menina, a loirinha! Você estava falando com ela, não foi, Freddinho? Eu sei que sim! Pare de se relacionar com essa louca, você é melhor que ela, ela não é para você... – ela berrava ao telefone. Não aguentei mais e desandei a falar.

- Eu sou um ser humano também, ok? Eu tenho o direito de falar, de errar e tudo mais! E ‘ela’, tem nome! É Sam, entendeu? Eu não estou me “relacionando com essa louca” nem nada parecido, e ela NÃO É LOUCA. E se eu quisesse ficar com ela, eu ficava, e não é você quem vai me dizer o que fazer. Quem decide isso, sou eu. Larga do meu pé!

- “LARGA DO MEU PÉ”? QUE TIPO DE COMPORTAMENTO INADIMISSÍVEL É ESSE? É ASSIM QUE VOCE FALA COM A MULHER QUE TE CRIOU? QUE TE DEU ABRIGO, COMIDA, CARINHO E AMOR? OLHA SÓ COMO ESSA ‘SAM’ ESTÁ DE INFLUENCIANDO! EU TE PROIBO DE ANDAR, FALAR, COMER OU FICAR COM ELA, ME OUVIU BEM? E VOCÊ ESTÁ DE CASTIGO A PARTIR DE HOJE. SEM TV, COMPUTADOR, VIDEOGAME, CLUBE DE RPG NEM NADA DESSAS COISAS. VOCÊ VAI APENAS FICAR NO SEU QUARTO, REFLETINDO NO JEITO QUE VOCÊ FALOU COMIGO... E ACHO FAZER O QUE EU MANDAR, POR BEM OU POR MAL! – e ela desligou.

Castigo? Era só o que me faltava... Que ótimo, então eu não poderei ir à festa do Gibby...