P.O.V Sam

Eu não sabia o que fazer na hora de me despedir de Freddie, mas ele me deu a deixa: Abriu os braços, e, em seguida eu o abracei. Foi bom. Um abraço de... Amigos, mas é claro. Também foi o que eu pensei.

Ao invés de se afastar, Freddie se aproximou de mim e nossos rostos ficaram tão próximos que eu não conseguia mais sentir o vento gelado que corria no meio de nós dois. Ele desceu as mãos das minhas costas para a minha cintura e gentilmente colou nossos lábios, e, nos beijamos. Sem nenhum motivo, eu retribuí. Tinha tanto sentimento, entretanto fora simultaneamente tão simples... Foi delicado, espontâneo, natural, foi... Perfeito. Ele foi o primeiro garoto que eu beijei na vida. Ao longe, pude ouvir um relógio, da Catedral, talvez, me dizendo que era meia-noite.

- Tenho... Que... Ir... – eu disse, com a voz oscilando, sentindo o frio invadir a minha pele. Ele não disse nada, simplesmente me deixou ir. Acho que ele, pela sua expressão, estava tão surpreso quanto eu. Provavelmente, estava em choque. Mesmo assim, continuei caminhando.

Cheguei em casa, exausta. Entretanto, não havia nenhum sinal da minha mãe. ÓTIMO. Eu não estava a fim de dar satisfações a ela, nem a ninguém sobre o porque de eu ter chegado a essa hora.

Troquei de roupa e fui dormir. O dia tinha sido... Cansativo.

No dia seguinte...

Levantei bem rápido por culpa desse despertador ensurdecedor... Espera um minuto... Eu não tenho despertador! Será que minha mãe comprou um? Olhei ao redor e estava tudo embaçado pois eu ainda estava levantando. A única coisa que eu lembrava, era do meu sonho bizarro, que eu prefiro não descrever.

- Anda, meu amor, levanta. Desse jeito, você vai acabar se atrasando para a escola... – disse uma voz vinda do corredor. De quem seria essa voz? Me era meio familiar.

De repente, tudo começou a entrar em foco, mas ainda sim, eu não consegui descobrir onde eu estava. Eu me lembrava de ter voltado para casa na noite passada, entretanto, não conseguia desvendar... Que quarto é esse? Eu já tinha estado nesse lugar... – eu pensava, olhando desesperadamente ao redor. Passei as mãos no rosto, tentando me acalmar, botar os pensamentos em ord...

- ESSE NÃO É MEU ROSTO! – exclamei involuntariamente em voz alta. Minhas mãos subiram para o cabelo... MEU DEUS, O QUE ESTAVA ACONTECENDO?! Pulei da cama e fui procurar um espelho. Segui direto para um banheiro, em anexo ao quarto. Entrei, e tinha um reflexo no espelho. Porém, não era eu. CARAMBA! COMO...? O REFLEXO ERA DO...

- Freddie, querido, já está de pé? – a voz retornou. Novamente, eu senti a mesma familiaridade. Eu conhecia essa voz de algum lugar. ERA A MÃE DO FREDDIE! OH DEUS, EU SOU O FREDDIE? Nãaaao, não pode ser! Era um sonho, ou um pesadelo...

O que aconteceu ontem à noite? – pensei.

Eu beijei a Sam. – meu cérebro respondeu.

Ah, foi isso... Espera... EU SOU A SAM, como eu me beijei? Algo muito estranho estava acontecendo, e eu ia descobrir o que era...