The Fear escrita por Enid Black


Capítulo 31
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

E ae, queridos nighters? *w* Desculpem pela demora -apanha-. É que eu não parei esse fim de semana e só agora pude ver aqui kk Enfim, obrigada a todos que estão lendo e boa leitura ♥



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– Emily? O que aconteceu? - Mikael perguntou ao meu lado, apreensivo.

Meu corpo estava estático, e de minha boca imóvel nenhuma voz conseguia se formar para responder a pergunta em pânico de Mikael. Eu só conseguia observar a parede esbranquiçada à minha frente com os olhos vidrados, enquanto lembranças enegrecidas voltavam a voar por minha mente.

– Emily? Emily! - o garoto continuava, colocando as mãos nervosamente em meus ombros.

Os gritos preocupados de Mikael pareceram chamar a atenção dos pesquisadores no local, pois Tariq e outros homens com uniformes claros se colocaram curiosos na passagem do meu quarto, querendo ver o que acontecia.

– O que foi, garoto? - perguntou Tariq, sua voz reverberando pelo quarto que antes fora dominado pelo tom inseguro de Mikael.

– E-Ela não me responde, eu não sei o que aconteceu - Mikael respondeu, afastando-se de mim para dar lugar aos olhos indagadores do pesquisador a me observar.

– Emily? Responda, pode nos ouvir? - ele perguntou, sua mão levantando minha cabeça até que meus olhos encontrassem suas orbes violetas.

Afirmei levemente, conseguindo uma pequena expressão de alívio do homem, junto a um suspiro nervoso de Mikael. Percebi a boca de Tariq começar a se mover, pronto para formar suas infinitas indagações, porém antes que ele conseguisse completar sua frase minha voz tomou seu lugar.

– Eu vi - comecei, conseguindo a atenção de todos que já haviam perdido o interesse na cena - Eu vi minha infância.

Os olhos de Tariq denunciaram seu pesar, e no mesmo momento eu notei que ele compreendia sobre quais lembranças eu falava.

– Ele sempre esteve atrás de mim - continuei, enquanto lágrimas de medo turvavam minha visão - Minha vida fora marcada por ele desde sempre.

– Eu sei, querida - Tariq murmurou, dando-me um abraço solidário e um pouco desconfortável - Se soubessemos que você lembraria disso dessa forma horrivel, teríamos te contado antes.

Neguei fortemente com a cabeça, desvencilhando dos braços que estranhamente tentavam me acalmar.

– Eu quero saber - eu disse firmemente, encarando o olhar violeta do homem - Conte-me tudo que eu ainda não lembro.

Tariq desviou o olhar de cima de mim, pigarreando desconfortável.

– Acho que esse não é o melhor momento... - ele começou.

– Você mesmo disse que poderia ter evitado isso tudo se tivesse me contado antes - o interrompi - Acho que não vai querer cometer esse erro novamente.

Tariq suspirou pesadamente, olhando ao redor.

– Acho que precisaremos de um pouco de privacidade aqui, certo? - disse ele para os outros pesquisadores que ainda observavam o diálogo inquietos.

Com um resmungo, os homens começaram a se distanciar lentamente da porta, murmurando entre si sobre qual poderia ser o fim daquela conversa.

– Isso vale para você também, garoto - Tariq disse, agora direcionado a Mikael, porém ele não fez o mínimo movimento de se afastar do canto da cama em que estava sentado.

– Eu irei ficar, conheço Emily melhor do que você e posso ajudá-la - ele disse, determinado.

Os olhos do homem voltaram-se para mim, buscando uma aprovação. Dei de ombros, permitindo a estada de Mikael, afinal, eu não me livraria de meu amigo extremamente protetor tão facilmente.

– Certo - disse Tariq, puxando um banco branco que eu não havia notado do canto do quarto e se sentando a nossa frente - Por onde eu começo?

– Primeiramente, por que você sabe mais da minha história do que eu mesma, sendo que eu nunca te vi? - comecei, dando voz a primeira dúvida que surgiu em minha mente.

Tariq deu um pequeno sorriso sem humor, virando-se para mim logo depois.

– Digamos que eu conheci seus pais - ele começou, observando-me enquanto dizia para medir minhas reações - Eu era bem próximo a eles, então eles me contaram sobre os problemas que você andava tendo, procurando ajuda.

– Você conheceu meus pais? - perguntei, um arrepio mórbido percorrendo meu corpo, enquanto diversas perguntas sobre as características que eu não lembrava de meus pais começavam a ganhar vida em minha mente.

– Sim - ele assentiu com a cabeça - Nós trabalhávamos no mesmo ramo.

– Meus pais eram pesquisadores? Como você? - perguntei, mesmo que a resposta parecesse óbvia.

– Sim - ele respondeu novamente, seu olhar conquistando um tom triste repentinamente - Eles eram um casal extremamente habilidoso, assim como outros cientistas da pequena sociedade que formávamos.

As ideias tentavam se processar em minha mente, enquanto eu tentava buscar em minha memória enfraquecida lembranças dos fatos que Tariq descrevia.

– Nós conseguimos diversos avanços na área da genética - Tariq continuou, olhando para o chão por um momento - Em nosso ápice conseguimos criar uma nova espécie, que se adaptaria a todos os ambientes e solicitações requisitadas mesmo que não fosse ditas.

Meus olhos se arregalaram enquanto uma possibilidade assustadora começava a se formar em minha mente.

– Você está dizendo que... - comecei a perguntar, porém fui cortada pela voz determinada do homem.

– Nós não percebíamos o quanto aquilo era arriscado - Tariq continuo, meneando levemente com a cabeça, como se se arrependesse de algo - Estávamos tão empolgados com os avanços que conseguiamos, que não percebemos o monstro que estávamos criando como se fosse uma salvação.

Ele suspirou pesadamente, o olhar violeta perdido em suas lembranças.

– Os espécimes evoluíram rapidamente, e os experimentos corriam melhor do que nossas expectativas - ele continuou, voltando o olhar para as mãos apoiadas em seu colo - Até que chegou o momento em que tivemos a ideia de vigiar mais atentamente as novas criaturas. Vários cientistas apoiaram a ideia de levar alguns da espécie para suas casas, onde poderiam monitorar tudo o que ocorresse com mais facilidade e comodidade. E seus pais aderiram a ideia.

– Espere - eu o interrompi, sentindo que uma lacuna estava se formando em toda aquela história - Se queriam tanto vigiar melhor essas criaturas, porque simplesmente não colocaram câmeras nas salas onde elas estavam? Para quê levar o trabalho para casa, onde nem tinham os materiais necessários para as análises e tudo?

Tariq umedeceu levemente os lábios, ainda olhando para baixo, e continuou dizendo.

– Estavamos extasiados com tudo que estava ocorrendo, e queríamos nos sentir mais próximos daquele grande avanço... Acho que por isso acabamos levando o pesadelo para dentro de casa. E, no caso, vários cientistas tinham um pequeno laboratório em suas moradias, assim poderiam continuar com as pesquisas caso algo desse errado. Seus pais eram um dos que tinham os instrumentos necessários para continuar as análises, e foram um dos primeiros a levar um espécime para casa.

Assenti lentamente, tentando evitar o torpor de emoções que minha mente estava virando com todas aquelas informações.

– E foi nessa época que eles tiveram você.

Tariq olhou distraidamente para mim, com um leve sorriso triste nos lábios.

– Você foi uma grande felicidade na vida deles, na verdade na vida de todos aqui - ele continuou - E, enquanto você crescia, as criaturas evoluíam e os experimentos prosseguiam, cada vez mais otimistas.

– E foi aí que tudo deu errado - Tariq continuou, sua voz ficando ríspida de repente - Você começou a ter sonhos com um grande anjo de asas negras, começou a desenhá-lo e dizer que ele o vistitava. No começo seus pais não acreditaram, ninguém acreditou.

Tariq fez uma pausa, medindo as palavras para continuar a história em sua parte mais terrível.

– Porém um dia foi noticiado que um dos experimentos que foram iniciados que estavam sobre nossa atividade, com um dos cientistas de nossa coorporação, havia mostrado uma danificação irreparável e inesperada, que o transformara em um ser indomável e temível por toda a humanidade. Os governos logo nos alertaram para tomar conta da situação rapidamente, porém em poucas horas tudo já estava fora de controle. Todos os testes haviam falhado e todas as criaturas começavam a evoluir no mesmo padrão assustador.

– Seus pais entraram em pânico no mesmo momento, e abandonaram as pressas o hospital afim de chegar logo a casa onde você estava com a babá. Quando eles chegaram...

Tariq parou novamente, finalmente olhando em meus olhos, enquanto um temor profundo invadia sua expressão.

– Eu vi as fotos que foram tiradas do acidente, tudo estava horrível. Havia... Marcas de sangue pelo chão da sala, e vários sinais de luta.

– As escadas eram marcadas por uma linhas mais grossa de sangue, e no topo delas, bem no começo do corredor que dava para os quartos, jazia o corpo esquartilhado da babá. O cadáver estava... Bem, acho que não é algo que eu consiga descrever em meu pleno juízo. Seus pais correram para seu quarto, e viram uma cena tão aterrorizante que os fez perceber o apocalipse horrível ao qual tinham dado início.

A sala ficou em completo silêncio depois da última frase, como se até as partículas que pairavam sobre o local estivessem tensas para ouvir o final da narrativa.

– E qual era a cena? - foi a vez de Mikael se pronunciar, com uma apreensão crescente na voz.

– Emily estava... - começou Tariq, direcionando-se ao garoto, como se dizer aquilo à mim fosse demais para ele - Emily estava sentada em uma das cadeiras que haviam no quarto dela, e atrás de sua firgura...

Tariq parou novamente, seus olhos rondando o local como se em algum canto daquelas paredes claras as palavras certas para ele dizer estavam escondidas. Percebi Mikael curioso e preocupado para saber o que rondara tanto a minha infância, porém eu não precisava de mais nenhuma palavra proferida por aquele homem para conseguir pintar exatamente a cena em minha mente.


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Notas finais do capítulo

E é isso! ^w^ Esse capítulo foi bem complicadinho cara... Escrever as explicações de um modo que se encaixe e tals é difícil D: Enfim, se acharem algo errado me avisem, mas fiquem tranquilos que as explicações não param por ae :D Ah, apenas um comentário aleatório, esse fim de semana assisti Atividade Paranormal Tóquio e-e Não conseguirei mais dormir kkk -apanha- Enfim, deixew reviews lindjos, e até semana que vem ♥



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