Dias se passaram desde a proposta de Santana para Brittany, agora era uma sexta á noite, elas não planejaram nada então ficariam em casa.

Brittany estava sentada no sofá com Santana encostada nela, Brittany tinha os braços ao redor de Santana enquanto assistiam a um filme. Logo o filme terminou e elas começaram a conversar.

- San, por que você nunca fala da sua família?

- Por que não tem nada de interessante para ser dito.

- Claro que têm, eles tem você, então com certeza deve ter mais alguma coisa de extraordinário.

- Britt...

- San...

- Vamos mudar de assunto? Por favor?

- Ok... Mas não pense que eu vou esquecer isso.

- Combinado.

- Então eu posso falar da minha família?

- Claro.

- Minha mãe quer te conhecer.

- O que? Sua mãe? Como assim? Por que você contou pra ela sem antes me consultar?

- Santana, calma. Eu não disse nada demais, eu só disse que tinha conhecido uma pessoa, e que ela me deixava muito feliz, não precisa se apavorar, minha mãe não é nenhum bicho de sete cabeças. E também não é como se você não tivesse conhecido os pais de suas outras namoradas.

Enquanto Brittany falava Santana tentava processar todas essas informações, ela ainda não tinha aceitado o fato de que Brittany queria que ela conhecesse seus pais, ela nunca havia levado um relacionamento realmente a sério a ponto de chegar a essa etapa. Todas as vezes que ela via que esse momento se aproximava, ela terminava o relacionamento, muitas vezes com desculpas esfarrapadas do tipo: “Desculpe, o problema não é você, sou eu.” O que não deixa de ser uma verdade, Santana se via encurralada e amedrontada com qualquer relação que pudesse levar a algo sério, em sua cabeça, ela tinha isso como um modo de evitar que a historia de seus pais se repetisse. Agora mais do que nunca ela se encontrava perdida, por que se fosse com qualquer outra garota ela terminaria o namoro neste exato momento, mas ela percebeu que não conseguiria, ela chegou então à conclusão de que realmente amava Brittany, pois o simples pensamento de deixar a garota era aniquilado de sua mente antes mesmo que pudesse saber o final do plano.

- Brittany, você não está me ouvindo? Isso não melhora em nada as coisas, você ainda deveria ter me falado antes. – Santana se levantou e alterou a voz.

- Ok Santana, não precisa gritar. Nós não vamos, pronto. – Brittany também se levantou mas deu as costas e saiu andando.

- Aonde você vai? – Santana perguntou confusa.

- Eu vou ao banheiro, ou será que eu também preciso te questionar sobre isso antes? – Brittany se virou para encarar Santana que tinha no rosto uma reação incrédula.

Brittany continuou olhando para Santana com um olhar que mais parecia de desafio. Mas Santana não continuou, apenas pegou suas chaves e saiu com lágrimas nos olhos batendo a porta.

Assim que Santana saiu, Brittany desfez sua postura e se arrependeu de tudo o que havia dito, começou a pensar em mil coisas, em como havia sido egoísta e que Santana com certeza teria um motivo, caso contrário ela nunca faria isso, mas ela sabia que se fosse atrás de Santana naquele momento só pioraria tudo, pois a morena era teimosa, isso agradava Brittany, mas muitas vezes era um empecilho entre elas. Então decidiu dar um tempo para que Santana esfriasse a cabeça e pensasse em tudo o que havia acontecido.

A noite de sexta já estava se transformando em sábado quando Brittany ligou para Santana, ao ver no identificador de chamadas o nome e a foto de Brittany, Santana não pensou duas vezes antes de desligar imediatamente, sem ao menos dar uma chance para a loira se explicar. Mas Brittany se sentia muito mal por estarem brigadas para deixar que isso a impedisse de pedir desculpas, então foi até ao apartamento de Santana. Chegando lá tocou a campainha, mas saiu da frente da porta, pois sabia que mesmo que Santana estivesse em casa se ela visse de quem se tratava, não abriria a porta.

Quem abriu a porta foi Sam, com cara de sono e cabelo bagunçado.

- Britt?

- Sam, a Santana esta?

- Não, pensei que ela estivesse com você. – Sam respondeu esfregando os olhos na tentativa de despertar.

- Não, a gente meio que brigou, eu queria falar com ela, mas ela não atende o celular.

- Você quer esperar por ela?

- Você se importa? Eu não queria te acordar nem te atrapalhar a dormir...

- Britt, tudo bem, ainda bem que você chegou, não era para eu estar dormindo, era para eu estar estudando para a prova que vou ter que fazer na segunda. Entra. – Sam saiu da frente da porta dando passagem para Brittany entrar.

- Você pode ir estudar, eu vou ficar aqui e esperar por ela.

- Britt, sem querer me intrometer, mas já me intrometendo. Por que vocês brigaram? Não ache que eu sou fofoqueiro e que quero saber só por curiosidade, mas é que eu me preocupo com a San...

- Não, Sam. Eu entendo sua preocupação. Eu... Eu disse para a minha mãe que estava namorando, e ela queria conhecer a pessoa...

- Ah não, ela não fez isso outra vez...

- Sam? O que ela fez?

- Ela não terminou com você, terminou?

- Não, pelo menos eu acho que não, se fez não deixou claro.

- Ah, - Sam suspirou. – Menos mal.

- Sam, você poderia me explicar o que esta acontecendo? Por que eu estou totalmente perdida agora.

- Ahh, claro. O que você quer saber?

- Tudo se possível.

- Ok. Vamos pelo começo.

- Quando quiser.

- Santana sempre foi muito insegura com relação a relacionamentos, ela sempre acha que vai acabar como seus pais... – Brittany interrompeu:

- O que tem os pais dela?

- Uma coisa de cada vez.

- Desculpe, continue.

- Como eu ia dizendo, ela é insegura, então toda vez que uma namorada mencionava apresentar ela aos pais, ela terminava o namoro, então basicamente, ela nunca conheceu os pais de nenhuma namorada.

- Então é por isso que ela ficou tão nervosa.

- Creio que sim.

- Mas quanto aos pais dela?

- Os pais dela brigavam muito, muitas das vezes por motivos fúteis, e muitas vezes na frente dela. Agora imagina a cabeça de uma criança que cresce em um ambiente como esse, eu não aprovo o que ela faz... Ou fazia pelo visto, mas eu entendo, eu também ficaria com medo de que o mesmo acontecesse comigo, por muito tempo eu pensei que isso fosse egoísmo da parte dela, mas ao longo do tempo eu percebi que ela não fazia isso só por ela, mas sim por todas as meninas que poderiam estar correndo o risco de entrar em algo do tipo.

- Então é isso? Por que os pais dela brigavam e ela acha que vai acontecer o mesmo com ela?

- Sim. Mas você deve ter alguma coisa de especial ou diferente, por que se fosse qualquer outra garota estaria chorando o termino do namoro. – Brittany sorriu quando Sam falou isso.

- Eu realmente não sei se isso é verdade, mas se for eu fico muito feliz por isso.

- Você gosta muito dela, não é?

- Sam, eu a amo, mais do que eu pensei que fosse possível. Eu preciso muito falar com ela.

- Espere ela chegar, com certeza ela voltará mais calma. – Sam se levantou e foi para seu quarto.

- Vai dormir ou estudar? – Brittany brincou.

- Eu realmente não sei, que vença o melhor. – Os dois riram.

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Já era tarde da noite e Quinn estava na lanchonete ajeitando os últimos detalhes de uma apresentação importante que ela teria que apresentar na faculdade, enquanto folheava as anotações que tinha feito, ela bebia um suco e comia batata frita que havia pedido.

Ao escutar o som da porta da lanchonete fechar, ela olhou imediatamente, e quando levantou a cabeça, avistou Puck entrando e conversando distraidamente com uma garota que o estava acompanhando.

- É como eu sempre digo gata, o Puckzilla aqui tá com tudo. – dizia Puckerman enquanto Quinn observava.

Enquanto caminhava em direção à mesa que iria sentar, Noah reconheceu Quinn e apenas acenou com a cabeça. Mesmo querendo, ele não iria falar com ela, mas nem por isso deixaria de cumprimentá-la.

Poucos minutos depois, Quinn se levantou. Vê Noah com aquela menina não estava lhe fazendo bem então, decidira terminar o trabalho em seu apartamento mesmo que para isso tivesse que aturar a Rachel.

Assim que saiu pela porta, Quinn escutou uma voz lhe chamar.

- Quinn. – Puck havia deixado a garota que o acompanhava e foi atrás da loira.

- Noah. – o garoto riu ao escutar o seu nome. - Por que está rindo?

- Eu gosto quando você me chama pelo primeiro nome.

- Aposto que não sou a única que te chamar assim.

- Não é. Mas é só você faz meu nome parecer especial. – a loira ficou sem graça ao escutar tal frase.

- Você precisa de algo? – Quinn não entendi o porquê do garoto estar dizendo aquelas coisas. Não era do gênero dele. – Eu preciso ir, tenho algu....

- Você quer sair comigo? – Puck a interrompeu.

- Sair?

- Sim.

- Pode ser sim. Vou falar com a Britt e com a....

- Não, só eu e você. Nós dois, tipo um encontro.

- Encontro? – o coração da loira palpitava. – Por que isso agora?

- Não sei. Quando eu te vi com o Sam na lanchonete da faculdade, eu não gostei. – o garoto falava e se aproximava. – E eu pensei que a gente poderia, sei lá.

- Noah Puckerman, é você mesmo aí? – por mais que a loira estivesse com vontade de agarrá-lo ali mesmo, sua razão a impedia.

- Na verdade, aqui é o Noah. O Puckerman ficou á dentro com minha prima – ele deu um sorriso de garotão. – Então, você aceita?

- Sim, aceito. – Quinn não sabia se ficava feliz com o convite ou com a tentativa do garoto de dizer por entre as linhas que a menina que estava com ele era apenas sua prima.

- Então eu te ligo.

- É, você me liga. – ficaram ali se olhando. De uma hora para outra eles pareciam ser outra pessoa, não sabiam como conversar e pareciam tímidos.

- Tchau! – falou Puck  quebrando o silêncio.

- Tchau.

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Brittany ficou ali parada por algum tempo, ela havia chegado ao apartamento de Santana ás 23:30, já se passava de uma e Santana ainda não chegara. Brittany usou este tempo sozinha para pensar no que dizer para Santana quando ela chegasse, pensou em como pediria desculpas e provaria para a morena que com elas poderia ser diferente, que ela faria de tudo para que fosse diferente.

Ela ainda estava nestes pensamentos quando ouviu o barulho das chaves na fechadura, logo depois veio o barulho do trinco sendo girado e a porta se abrindo. Com esse som Brittany se levantou em um pulo e ficou de frente a porta, assim que Santana terminou de abrir se deparou com Brittany.

A loira tinha um olhar carinhoso, mas apreensivo sobre o que viria a seguir, pois depois de tudo que Sam havia lhe contado o futuro delas era incerto e duvidoso.

- Oi. – Brittany foi a primeira a falar. Mas Santana não respondeu seu cumprimento, depois de alguns segundos encarando Britt, ela virou e fechou a porta.

- Acho que você errou o andar, seu apartamento é dois andares acima.

- Santana, eu...

- Brittany, não.

- A gente vai ter que falar sobre isso um dia, você não acha?! – Brittany se aproximou de Santana e tentou pegar suas mãos, mas a morena tirou as mãos de alcance antes mesmo de Brittany toca-las.

- Eu não sei se quero mais falar sobre isso. – Santana saiu da frente de Brittany e foi em direção a cozinha, Brittany a seguiu.

- Santana, você pode ao menos tentar ouvir?

- Não sei, você pode tentar. – Santana estava pegando água na geladeira e de costas para Brittany.

- Então você pode ao menos olhar para mim? – Santana se virou, em seu rosto ela tinha uma expressão de indignação.

- Santana eu só quero que você saiba... – Brittany percebeu que Santana olhava para todos os lugares menos para ela. – Santana, olha pra mim. – Brittany chegou mais perto e prendeu o rosto da morena com as duas mãos de forma carinhosa, evitando que ela virasse o rosto. – Eu te amo.

Continua.