Os Semideuses e a Árvore De Sangue escrita por DennysOMarshall, Robert Zhang, HenryDixon


Capítulo 1
DAKOTA




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"Carry on my wayward son

there'll be peace when you are done

lay your weary head to rest

don't you cry no more"

E virou a curva. O que a poeira que se produziu desse cavalo de pau perigoso deixou de ocultar alguns segundos depois foi um Chrysler Firepower correndo a 100km/h numa estrada de chão. Na seleção de músicas do iPod que estava conectado ao som do carro, a música Carry on my Wayward Son tocava alto. No volante, as mãos firmes de um jovem que tinha cerca de dezesseis anos mexiam-se de um lado para o outro. O cabelo dele era grande, e batia nos ombros. Não tinha uma franja, mas a metade da testa era coberta pelos cabelos. O cabelo era tão bagunçado e cheio de nós que mais parecia que era encaracolado. Usava uma jaqueta preta de lã sintética. Abaixo disso, a camiseta laranja, com as letras "mpamento Meio-S" aparecendo. O resto era coberto pela jaqueta. Os óculos escuros no rosto cobriam os olhos castanho-escuríssimos que fitavam a frente. Usava uma calça jeans escura, meio apertada por ter sido comprada há três anos atrás. Nos pés, um tênis de skatista (ele havia visto somente um skate em sua vida, e nem ao menos andou) com os cadarços desamarrados e colocados de qualquer jeito dentro da meia para não atrapalhar enquanto andasse. Conforme o carro andava, mais poeira subia, mas aquilo era usual para o caminho que Dakota Marshall percorrera tantas vezes. Aos amigos, dizia que passaria o verão trabalhando na fazenda de morangos que realmente ficava no seu destino. Mas estava indo para o seu abrigo, sua única casa desde que a mãe morrera. Estava indo para o Acampamento Meio Sangue, e sempre que esse nome vinha a cabeça, gostava de lembrar de "Mantendo Jovens Heróis a Salvo de Perigo (a maioria) A 3 Milênios". Por algum motivo, esse slogan o fazia dar uma risada de canto de boca. A música já estava quase acabando quando ele chegou ao Acampamento. Dakota deixou o carro estacionado abaixo da Colina e prosseguiu o resto do caminho a pé. Havia levado junto de si, pelo tortuoso caminho da subida, uma mochila pesada e cheia, que tinha tudo o que Dakota precisaria de pessoal no verão inteiro. Só tirou os óculos escuros quando viu uma figura vultuosa correr até ele. Sem os óculos, pôde reconhecer bem quem era. Um rapaz de estatura menor do que a normal e cabelo levemente despenteado. A calça de tactel era larga, e os dedos prendiam o chinelo que às vezes tentava saltar dos pés. Era Oliver, seu amigo desde os treze anos, quando chegou no Acampamento. Oliver era filho de Hipnos com uma mortal, que se Dakota não se enganava, chamava-se Lílian Heinrich.

— Dakota! — enquanto ainda corria desajeitado, Oliver bradou o nome do amigo que acabara de chegar. — Achei que não vinha mais. Era pra ter chegado há horas, quando Turbanus começou as atividades.

Turbanus Mokhmon era um centauro dos melhores. Tinha cabelos brancos, não grisalhos, e a pelagem de sua parte de cavalo era também desta cor. Sempre acompanhado de seu arco dourado, era o Diretor de Atividades do Acampamento. O comandante do acampamento era um sujeito que sempre andava com um terno dos mais caros e escuros, um óculos quadrado, seu bigode todos os dias aparado e seu cabelo meio grisalho meio escuro, penteado totalmente para trás. Filho de Zeus, Própon Emérien havia começado a comandar o Acampamento Meio-Sangue há três anos, e estava indo muito bem nas reformas que fazia depois do último desastre que lá ocorreu.

— É, foi mal. O tio Max não queria liberar o carro, disse que tava muito cedo pra dirigir. — de fato, a viagem da casa de Dakota, que era em Maryland, era muito longa até o Acampamento. Saiu de lá as cinco e meia da manhã — Mas vamos lá. O que o Turbanus tá fazendo?

— Agora, nada. O Própon fez um discurso gigante, e eu dormi.

Dakota o encarou como se aquilo não fosse nenhuma surpresa. Oliver só fazia dormir. A única desculpa que tinha para isso era ser filho de Hipnos. Própon havia desembolsado mais de sete mil reais para a reforma do Chalé de Hipnos. Alguns moradores de lá — inclusive Oliver — protestaram sobre os colchões, que eram duros demais. Agora, o Chalé provém de colchões com pena de ganso franco-australiano.

— Tá. Pra onde eu vou agora?

— Eu sei lá. Quer ajuda com essa bolsa aí até o teu chalé? O Turbanus disse que daqui a pouco vai ter o negócio da bandeira...

— Entendi. — Dakota colocou o óculos no bolso — Vamos lá pro doze.

Chalé 12, o Chalé de Dionísio, o pai de Dakota Marshall. Há anos atrás, Dionísio estava a se entreter com humanos durante uma festa, quando conheceu Regina G. Marshall. Depois de três dias embebedando-a com vinho, engravidou-a. Regina foi contestada como louca três dias depois de ter abandonado Dionísio, quando o filho tinha dois anos. Foi levada para um hospício, no qual morreu quando o filho tinha dez anos.

Ao chegar no chalé, Dakota viu-se a frente da imagem mais reconfortante desde os seus treze anos. Um chalé cor de vinho, escuro, com desenhos de parreirras por toda a parte. Teria estas ao seu redor também, não fosse a proibição de Zeus para com Dionísio. Dentro do chalé, tem uma sala com um tapete enorme roxo, e com quadros de grandes artistas do teatro, e tem todos os tipos de videogames, HDTvs, SKY, e com um frigobar no canto de cada beliche, cheio de suco de uva.


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