Todos concordaram e fomos atrás dela, passamos por algumas armadilhas que Peeta nos garantiu que eram dela, mas eu ainda assim não tenho certeza se ele realmente está falando a verdade, acho que ele ainda pode querer protegê-la para ganhar patrocinadores. Ficamos algum tempo caminhando, quando finalmente vou falar que ele não sabe onde está indo, Marvel aponta para água, e lá está Katniss, ela parece ter algumas queimaduras e o cabelo está um pouco chamuscado. Começamos a correr, todos atrás dela, por um momento acho que vejo uma expressão de dor na face de Peeta. Acabo ficando um pouco para trás com apenas Peeta atrás de mim. Cato está quase a alcançando quando ela sobe em uma árvore. Ela começa a zombar de Cato, e o chama, mas infelizmente ele não é bom em escalada. Dou-lhe incentivos apesar de não ter certeza se os galhos vão aguentar seu peso. Ele começa a subir e acaba caindo, Glimmer oferece o seu arco, mas ele recusa ela tentar atirar, mas sua flecha passa longe de Katniss. Já estou quase atirando minha faca quando Peeta fala:

-- Vamos esperar ela descer, ela não vai poder ficar ali para sempre.

Concordamos e Cato manda Peeta montar uma fogueira, comemos e resolvemos ir dormir, a garota do 4 que eu ainda não me dei o trabalho de perguntar o nome vai montar guarda no primeiro turno e depois é a Glimmer, não confio nela, então durmo com uma faca em cada mão. Vejo Cato se deitando e a loira indo ao seu lado, colocando a cabeça em seu braço para dormir, devo admitir que isso me deixa um tanto incomodada. Acho que todos também estão meio preocupados com a Katniss acima de nós. A noite passa rápido, acordo rapidamente e vejo Glimmer entrando em seu turno, me aproximo de Cato, e volto a dormir. Dor, muita dor, em todo o corpo. Acordo alarmada, todos estão gritando, a garota do 4 parece não conseguir mais se mover, e nem Glimmer, estou tonta e sentindo dor, olho em volta, teleguiadas!! Maldita Katniss! Cato está me chamando eu começo a correr e tropeçar. Começo a gritar de dor, Glimmer pede ajuda, mas ninguém volta para ajuda-la, nem mesmo Marvel, devo admitir que gostava da companhia da garota do 4, e agora ela esta morrendo e eu nem descobri seu nome. Estou caindo, ou alucinando, mas alguém me empurra no lago e meus olhos se fecham. Tenho uma espécie de pesadelo, alucinação, não tenho certeza... O rio fica verde e o céu está vermelho, sinto alguma coisa me arrastando para fora do lago, e meus olhos se fecham outra vez. Acordo meio atordoada, vejo que alguém tirou os ferrões das minhas picadas, me sento devagar e tento levantar.

-- Não se levanta Clove – Cato fala, fico muito feliz em ver que ele sobreviveu.

-- O que aconteceu? – pergunto zonza.

-- Katniss – Cato começa – ela derrubou um ninho de teleguiadas, a Glim não conseguiu ver porque acabou pegando no sono... Ai todos começamos a correr, eu te acordei e te empurrei na lagoa, depois Marvel tentou ajudar a Glimmer mas quando chegou ela já estava morta, a garota do 4 também morreu.

-- Onde está Peeta? – pergunto. O.K Glimmer está morta, mas porque tem que chama-la de “Glim”. Isso não deveria me irritar, porque ela nem mais viva está, ainda assim acabo corando – E Marvel?

-- O Peeta voltou para ajudar a Katniss, nunca poderíamos ter confiado nele – ele suspira – e Marvel foi buscar o que perdemos, depois vamos para a cornucópia pegar o resto dos suprimentos.

-- Então os dois estão vivos – falei em tom triste.

-- Por enquanto – ele fala – fiz um profundo corte em Peeta, na perna dele, não vai ficar vivo por muito tempo.

-- Vem – falo o puxando – me ajuda a levantar. – sorrio – o garoto mereceu.

Ele me ajuda a levantar e eu passo a mão no meu casaco, quero ver se o diário ainda está aqui, e as facas também, felizmente estão. Ando um pouco, e acho que machuquei meu pé, nada grave.

-- Vejo que já consegue andar – Cato fala me abraçando.

-- É consigo, por quê? – falo.

-- Vamos na cornucópia, Marvel já deve estar lá. – Ele me fala e me dá um beijo.

Então vamos andando até lá. Meu pé continua doendo, mas percebo que não estamos tão longe assim da cornucópia, quando chegamos vejo Marvel conversando com um garoto:

-- Quem é esse?? – Cato berra.

-- É o garoto do 3, ele vai ser nosso aliado. – Marvel fala, ele finge um sorriso, mas acho que ele está triste pela morte de Glimmer.

-- O que ele sabe fazer que vá nos ajudar? – Cato indaga.

-- Ele é bom com tecnologia – Marvel fala.

-- É, eu posso fazer uma armadilha com a mina, em volta da comida, é só fazer um monte com os suprimentos – ele fala triunfante.

-- E isso só vai explodir o tributo, certo? – pergunto desconfiada, não precisamos de mais ninguém nos traindo.

-- Isso, só os tributos – ele confirma.

Agora que tudo está mais tranquilo, vou até uma moita para escrever no diário, coloquei ele a par da situação, quando voltei para a cornucópia, foi estranho a Glimmer não estar ali azarando o Cato. O garoto o 3 desmontou as minas, e levamos os suprimentos para uma pequena clareira perto da cornucópia, e ele começou a montar  as minas em volta. Pego uma maça da pilha, faz um certo tempo que eu não como, também pego água.

-- Hum, onde será que a Cara de raposa está? – pergunto, pois noto que a ignorei o tempo todo.

-- Deve estar por ai, quando matarmos os outros vamos atrás dela. – Cato fala com indiferença.

-- E o Thresh? – pergunto – ele pode me matar a qualquer momento.

-- Enquanto eu estiver perto nada vai acontecer, eu prometo. – ele fala.

Cato e Marvel começaram a conversar, ele ficaram trocando algumas piadinhas sem graça e riam, estou com pena de Marvel, apesar do pouco contado sua morte vai ser um pouco triste, se fiz algum amigo dentro dessa arena foi ele e a garota do 4. Não posso pensar assim, não estamos aqui para fazer amigos, estamos aqui para matar e divertir o povo nojento da capital. Quando eles param de conversar Marvel até mim:

-- Deve ter sido duro para você – começo.

-- Não foi nada fácil ver a Glim desfigurada, e eu não poder fazer nada para salvar a sua vida – ele fala triste – outra má noticia é que a Katniss pegou o arco dela.

--Cato já sabe? Ele não vai ficar nem um pouco feliz – respondo triste – e por falar nela, onde ela pode estar?

-- Bem, da última vez que a vimos ela parecia meio grogue. – Acabamos rindo. – Acho que deve estar apagada ou alucinando. E tem mais, achei uma rede com a Emilly, vou montar uma armadilha nessas árvores, quem sabe não pegamos algum tributo desprevenido.

-- Emilly?

-- A garota do 4 – ele responde calmamente – vocês conversavam, achava que ao menos sabia o nome dela.

Dou um tapa em sua cabeça e vou até a pilha de suprimentos, o garoto do 3 ainda não terminou de armar as minas, então pego outra maça sem a menor dificuldade, seria um grande desperdício que isso aqui fosse explodido. Pego uma garrafa de água e bebo até a metade, sinto que preciso de outro banho, nisso a Glimmer faz falta, agora não vou poder tomar outro até sair daqui, ou restarem menos tributos.

-- Você fala demais com o Marvel – Cato fala me encarando.

-- Ah sério? E você e a Glimmer? Ela dava atenção só a você e eu nunca falei nada – respondo calmamente.

-- Só estou tentando te proteger baixinha.

-- Eu acho que está com ciúmes. – respondo segurando o riso.

-- Ah, eu só quero te ver bem – ele responde – vamos dar uma volta?

-- Dar uma volta? Na arena?

-- Melhor que ficar aqui sentado olhando para o nada.

Acabo concordando, e saímos dali, andamos pelo meio das árvores, aqui até seria um local agradável, se não fosse a arena. Andamos até um local repleto de flores brancas. Cato colhe uma e me entrega.

-- É linda! – falo no tom menos meloso possível.

-- Não mais do que você.