Dinamite escrita por Charlie


Capítulo 15
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Gente!
É o fim de "Dinamite"!
Eu queria agradecer pelos reviews, mesmo os suplicados, hehe, pelas recomendações, pelos favoritos e por todos os meus leitores fantasmas, que me desanimaram às vezes, mas tudo bem!
Eu espero que gostem do final, eu chorei escrevendo...
E muita gente acertou no palpite, e a Dudinha me infernizou porque ela tinha certeza que isso ia acontecer, ahha.
Espero que gostem, de coração!
xx



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Muitos anos depois...

Era um dia de outono, já fazia um ano que Sirius havia fugido de Azkaban e estava na casa de seus pais, o mesmo lugar que jurou nunca mais voltar, mas teve que fazê-lo. Remus tinha saído de Hogwarts, mesmo que Hermione o lembrasse que ele fora o melhor professor toda vez que se viam. Os dois estavam morando no Largo Grimmauld, porque o Black se recusava a ficar ali acompanhado apenas do quadro da sua mãe que gritava demais.

O moreno estava no seu quarto, jogado na cama ainda bagunçada, segurando uma foto com James e Lily, nas férias do último ano e chorando constantemente, tentando ainda digerir que todos aqueles anos tinham se passado, que eles eram cadáveres agora, que só lhe restava Remus e Harry, mas que seu afilhado não podia se refugiar com ele, era como chamar a atenção com uma placa de neon.

-Padfoot?  - ouviu a voz de Remus lá embaixo, depois da porta se abrindo.

-O que foi? – falou, controlando o choro e limpando o rosto, afinal, ele não deveria estar chorando como uma menininha.

-Temos visita! Acho que você vai se interessar. Desça logo! – ele bufou e colocou uma roupa decente, pois ainda estava de pijamas. Às 15h.

Desceu as escadas lentamente, ainda se recuperando, os pés descalços e apenas uma camisa branca e calça jeans. Mas que poderia ser? Seus amigos tinham morrido na guerra, ou estavam ocupados demais em outros países, aqueles covardes! Foi quando, virando a cabeça, enxergou madeixas loiras presas em um coque. Não poderia ser... Fazia mais de 15 anos, ela não poderia estar ali. Foi chegando mais perto e ela percebeu o movimento, virando-se rapidamente.

Os olhos ainda eram os mesmos, mas sem o mesmo brilho, mais opacos do que nunca. O rosto ainda era branco e as maças ainda coradas, mas agora havia algumas rugas de expressão que o marcavam. Havia uma mecha que estava fora do coque, caindo pelo lado esquerdo de seu rosto, e ela ainda era uma mulher linda. Não se parecia tanto com a menina que ele deixou.

-Bom tarde, Sirius – ela disse, a voz trêmula – Como vai?

-Roxanne? – foi tudo o que ele conseguiu dizer. Ela assentiu com um meio sorriso. – Você está... Ótima. O que aconteceu durante esse tempo?

-Eu fui pra França, pra casa de uma tia distante que nunca gostou da minha família – ela falou simplesmente – Meus pais encobriram minha fuga, por medo do escândalo, e acabou que usar o nome Malfoy ajudou muito.

-Como você...?

-Eu vivi no mundo trouxa por um tempo, Sirius, saí da guerra, mexi em ações e abri alguns negócios. Rendeu um bom dinheiro – ele assentiu e ela sorriu fechado.

-Ér, desculpa, pode sentar – ela repousou no sofá – Quer um café ou qualquer coisa?

-Não precisa – ele se sentou de frente pra ela – Você está tentando adivinhar por que eu estou aqui?

-Não faz muito o seu tipo voltar e me esfregar na cara que está rica e eu sou um foragido pobre – ela reprimiu um risinho.

-Eu vim pra ver se você está bem, Sirius. – ele franziu o cenho – Sua situação não é das melhores. E, apesar de tudo, éramos crianças idiotas na época. Eu me precipitei, você sabia, mas demorou demais pra me dizer... Nós dois erramos – ele assentiu – E eu sinto...

-O que?

-Que, han, algo ainda nos liga.

-Roxie, – ele a encarou – Tem algo que você queira me contar?

Ela hesitou antes de continuar. Contaria agora? Ou era melhor não contar? Foram muitos anos, 17 para ser mais exata. As coisas poderiam mudar pra pior, e isso era o maior medo da loira, que demorou a responder, acompanhando o flashback na sua mente.

-Não – ela sorriu – não agora. Que tal amanhã você ir a minha casa? – ela rabiscou o endereço e lhe entregou.

-Por que não contar agora? – ele suspirou, imaginando a preguiça de ir à casa enorme e bem-arrumada da Malfoy.

-Não posso contar sozinha. – ela disse e se levantou – Aliás, já é tarde e eu preciso ir. Amanhã é sábado, e você vai precisar aparecer antes das 15h, a pessoa chegará depois, é melhor assim, tudo bem?

-Tudo – ele respondeu sem entender muito bem.

(...)

O dia amanheceu com sol, mas um vento gelado. Remus o havia acordado mais cedo, ciente de que ele precisaria estar ao menos, apresentável. Obrigou-o a se barbear e arrumou uma roupa decente, o que irritou Sirius ao máximo, que só reclamava sobre Roxanne ter saído das cinzas, rica e bonita, e ainda cheia de mistérios. Ele deu graças a Merlin por não ter que sair naquele tempo e resolveu ir por Pó de Flu, preferia ficar sujo nos ombros a ter que aparatar na frente de uma casa, provavelmente, protegida contra aparatação.

Ele chegou lá e a casa era realmente muito bonita. Era a cobertura de um prédio no centro, bem iluminado e muito bem decorado. Havia fotos trouxas e bruxas, do tempo de Hogwarts, da família Malfoy, do casamento de Cissa, que ela deveria ter ido disfarçada, porque não se parecia com a garota da foto, mas a prima sorria feliz e apontava pra ela, como se soubesse a besteira que faziam. Havia milhares de fotos com Emma, que havia a reencontrado depois,e  chegou a comentar com Sirius, que apenas ignorou.

Havia um recorte do Profeta Diário sobre a sua prisão e sobre a morte dos Potter, o que o fez reprimir um sorriso e uma lágrima. E, mais importante, uma garota com os cabelos negros e os olhos de Roxanne em muitas fotos, aliás, com um painel só para ela, desde criança até os 16 ou 17 anos. Em Hogwarts, com o uniforme da Corvinal, com amigas no apartamento e, estranhamente, com Fred e George Weasley. Sirius mal podia acreditar. Ele realmente estava ficando louco.

Não havia ninguém em casa e isso o preocupava. Nenhum barulho ou sinal de vida no lugar. Roxanne devia ter saído pra comprar algo, então se sentou no sofá e ficou esperando por algum tempo, já eram 15h e ele esperou ainda mais. Depois de alguns minutos, a garota das fotos abriu a porta e se espantou de vê-lo ali. Sirius levantou rapidamente, abismado com a beleza da menina e de como ela se parecia com Roxanne e... Não, só pode ser loucura.

-Você deve ser Sirius Black – ela disse, com a voz trêmula. Vestia-se toda de preto e tinha os olhos marejados.

-Sim – ele estendeu-lhe a mão e ela o cumprimentou, fechando a porta. – Onde está Roxanne Malfoy, por favor?

A garota olhou pra cima, contendo as lágrimas e voltou a olhá-lo, tentando sorrir. Sua expressão confundia: ela estava chorando, estava triste, mas vê-lo dava-lhe um ânimo estranho, algo dentro de seu peito pedia um abraço. E tinha que ser dele.

-Minha mãe – ela começou e ele arregalou levemente os olhos – Faleceu ontem à noite, Sr.Black, em um acidente com o nosso carro. Nós velamos o seu corpo agora de manhã, eu venho do enterro.

Ele se apressou a lhe consolar, sentá-la no sofá e pegar um copo d’água, atrapalhando-se na hora de descobrir onde os copos estavam naquela cozinha enorme.

-Eu sinto muito – disse, enquanto ela bebia a água. Acabou, ali mesmo, por soltar algumas lágrimas. Mal tinha se despedido dela – Eu realmente sinto muito...

-Ela queria que nós conversássemos hoje – a menina soluçou e ele levantou a sobrancelha – Eu sairia de Hogsmeade durante o passeio para isso, mas Dumbledore me dispensou por um tempo por isso, nem chegarei a ver parte do Torneio Tribruxo.

-Meus sinceros pêsames, realmente. Mas... O que sua mãe queria que falássemos.

-Ela queria te contar sobre mim – ela soluçou e encarou os olhos acinzentados que, tantas vezes, sua mãe falou. E o aperto dentro de si ficou pior olhando aquele homem a sua frente, tentando formular a frase que diria.

-Qual o seu nome,desculpe? – ele disse, percebendo que mal sabia o nome da menina à sua frente.

-Hayley – ele sorriu, era um nome lindo – Hayley Black.

Seu sorriso se desfez e ele arregalou os olhos, respirando mais rápido e vendo a reação insegura da menina. Não podia ser... Mas ela se parecia demais com ele. Os cabelos, o sorriso fraco... Na verdade, só pedindo para estar cego (como ele estava fazendo) não se perceberia semelhanças tão notáveis entre pai e filha.

-Claro que eu não uso esse nome, é muito forte... – ela falou – Eu costumo usar “Vanity”, minha mãe disse que foi uma amiga muito boa e ela me fez duas certidões, com dois nomes diferentes. Assim, ninguém nunca soube.

-Você... É minha... – ele mal podia formular a frase.

-Eu sou sua filha. Sou Hayley Black, filha de Roxanne Malfoy e Sirius Black – ele suspirou. – E, a partir de hoje, só tenho você.

Era muita coisa pra só dois dias: Roxanne tinha enriquecido e acabara de morrer, no mesmo dia que falou com ele. E eles tinham uma filha. A única vez que dormiram juntos, uma vingança imbecil, lhes rendera uma filha.

Ela era linda, ele estava orgulhoso de ser pai daquela menina. Uma corvinal bonita e madura, que estava encarando uma grande perda e sabia que era filha de um foragido! Mas era muita coisa pra ele aguentar. Não havia saída, mas estava pesado.

-Filha, – ele disse e ela sorriu – Quer ir tomar um sorvete?

Ele estava esperando qualquer reação, mas Hayley sorriu e limpou as lágrimas no rosto, aliviada pelo que acabara de ouvir.

-Eu quero três bolas, com muita calda.

FIM


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Notas finais do capítulo

Acaboou! T.T
Espero que tenham gostado das fics...
Se quiserem, deem uma passadinha nas outras (ou não) :p
Amo vocês, boa semana...
xx



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