POV Sirius

Essa garota passou de todos os limites da mágoa de um pé na bunda. Isso não é normal! Você foder uma colega sua e o menino que você disse que amava horas atrás não é normal!

Pois bem, a história é curta, mas muito ruim. Rubia tinha feito minha cabeça, irritado até o meu limite e Prongs me empurrou pra ela, disse que era melhor eu arrumar qualquer rabo de saia e tentar esquecer essa loira louca. E foi assim que eu fiz.

Esperei no corredor por bastante tempo, até que vi uma menina linda, de cabelos castanhos mais puxados pra loiro rebolando na minha direção, porque ela não anda normalmente nunca!

-Boa noite, Sirius – ela disse e eu sorri de canto, passando a mão pela cintura dela e começando a beijá-la.

Mas não durou por muito tempo. Pouco tempo depois, quando estávamos quase entrando na sala, ouvi alguns passos e parei. Ela me olhou com uma interrogação no rosto e estava pronto pra falar, mas eu fiz sinal que se calasse. Olhei pros lados e consegui ouvir a voz de Slughorn e os seus passos pesados. Fiz sinal pra Rubia sair correndo pro outro lado e arrumei a minha roupa. Estava indo na direção de sair por outro corredor, mas ele chegou mais rápido, com duas loiras ridículas e quase idênticas no encalço.

-Senhor Black! O que faz acordado e pelos corredores quase às três horas da manhã, por Merlin?!

-Boa noite, professor – falei olhando pra ele, ainda tentando pensar numa resposta – O que o senhor quer comigo? O que as meninas querem comigo, aliás?

-Elas viram a Srta.Rubia saindo arrumada do dormitório, tarde da noite e vindo nessa direção! – ele me olhou pensando se eu realmente estava com ela – Você a viu, Sr.Black? E o que está fazendo aqui realmente?

-Não vi, professor. Eu saí do dormitório pra dar uma volta, estava com insônia – olhei pra Roxanne antes de continuar – Por conta de alguns problemas do recesso.

Ele suspirou antes de me responder, enquanto eu olhei Roxie torcer a expressão e Cissa mal me olhava.

-Desculpe, mas o senhor está fora da cama num horário inadmissível! Vai pegar uma semana de detenção, Hagrid precisa de ajuda com os novos animais! – eu assenti de mau grado e ele olhou para as meninas – As senhoritas, perguntem à sua colega, ela não está aqui! Eu vou me deitar e quero que vocês façam o mesmo!

As meninas assentiram e eu também, fingindo ir pra um dos lados. Assim que ele saiu, fui atrás das duas e as parei. Cissa me olhava com desdém e eu tenho certeza que não se dirigiria a mim, mas Roxanne me olhava como se falasse “Você não devia ter feito aqui, Black”.

-Vamos, Rox?

-Vai na frente – eu respondi por ela – Preciso falar com a sua amiguinha e você sobrevive sem ela por algum tempo. – ela revirou os olhos, mas saiu.

-Já falou tudo o que precisava, Black

-Malfoy, você é uma mimada! Uma idiotinha que não aguenta ouvir um ‘não’! O que foi isso?

-Isso foi uma vingança, Black! Queria que ele tivesse pegado você em cima daquela traidora, pra ser expulso ou sei lá!

-E isso mudaria o que entre nós dois?

-Nada, mas eu ficaria bem mais satisfeita, ok?

Ela me encarou e aí eu tive uma boa ideia. Puxei-a pra perto de mim, segurando-a forte pela cintura. Roxanne arregalou os olhos pra mim, mas eu a calei antes que qualquer coisa fosse dita. Eu a beijei de um jeito que, com certeza, nunca seria beijada de novo. Ela correspondia com a mesma vontade e aquilo só me encorajou. Prensei-a na parede e suas pernas se firmaram ao redor de mim, enquanto eu beijava e mordia seu pescoço, ignorando os quase protestos, que sucumbiam aos pequenos gemidos que ela soltava.

Olhei pro lado e vi uma sala aberta. Carreguei-a até lá, conjurei logo uma cama e um feitiço pra abafar o som. Eu a faria se arrepender. Pela noite toda.

(...)

Olhei pro relógio e eram seis horas e meia da manhã e Roxanne estava sem fôlego do meu lado. Não dava tempo pra mais uma, nem ferrando! Levantei e comecei a me vestir, logo depois olhei pra ela, que me encarava fria.

-O que foi?

-Vai ser só isso, né?

-Roxanne – sentei na cama, ainda sem a camisa – Você é uma menina linda, gostosa demais e sabe fazer as coisas muito bem. Mas eu não posso e não quero te dar tudo isso que você procura. Eu nunca fui de uma garota só, e agora não vai mudar. Você fez a sua vingança capenga, foda-se. Isso aqui foi pra você ver que, como as outras, você teve o que quis.

-Não era isso que eu queria.

-Era o máximo que ia conseguir de mim, desculpa – falei e me levantei da cama, calçando meu tênis e colocando a camisa, enquanto ela ainda estava na cama.

Desfiz o feitiço do som e olhei pra ela, dizendo que se apressasse porque logo os alunos iam descer pra tomar o café, ela não iria gostar de ser vista saindo de sala abandonada. Afinal, do que valeria todo aquele teatro de tanto tempo? A reação foi uma cara torcida e um dedo do meio, ao qual eu respondi com um sorriso, já saindo da sala.

Andei pelos corredores com ódio dela e de mim, por ter cedido. Cheguei a Sala Comunal e ainda não tinha muita gente, mas Lily já estava lá embaixo, esperando pelas meninas.

-Bom dia, Black. Conseguiu dormir? – ela perguntou rindo e eu dei um sorrisinho.

-Nem que eu quisesse, Lilica... Nem que eu quisesse!

Subi as escadas ignorando a cara de confusão e entrei no dormitório, acordando Frank, que caiu da cama, e assustando James, que estava pegando seu uniforme de toalha.

-Achei que a Rubia te tomaria até as quatro, no máximo!

-Rubia o meu saco! – respondi e eles riram – Foi a Roxanne. – e acabaram as risadas.

Contei a eles a história, até Peter estava interessado e tinha a mesma reação do resto. Remus revirava os olhos, ele nunca foi com a cara dela de qualquer jeito. Terminei e eles não conseguiam falar nada. Muito menos eu.

-Quer saber? – Prongs começou – Agora acabou, sem drama, suas menininhas! Agora vamos descer logo porque eu quero comer!

-Pão ou a Evans? – falei e ele me mostrou o dedo enquanto todo mundo ria – É a verdade, Prongs! Só a verdade.

-Até a nossa formatura, eu vou fazer a Lily se apaixonar por mim!

-Ainda é no ano que vem a formatura, seu louco! – Moony disse e ele torceu a expressão.

-Foda-se! Vai acontecer, vocês verão! A Lily ainda me amará!

-É Evans pra você, Potter! E-V-A-N-S! – Peter disse, rindo e imitando a voz de Lily.

(...)

Já havia se passado um mês. Um maldito mês e eu ainda sofria os olhares de desprezo de Cissa e o revirar de olhos de Roxie. Sem contar que ela me fez ficar sem sonserinas por um mês, todas do quinto ao sétimo estão me ignorando. Menos, é claro, Emma.

-Já soube? – ela veio falar comigo, a caminho das estufas. Eu ainda não tinha visto a Roxanne.

-Do que?

-Sobre a menina que você quebrou o coração, minha amiga – eu bufei. Ela entendia, mas desde que “fez as pazes” com a Roxie e soube a versão dela, começou a me zoar – Parece que ela se decepcionou tanto com o Príncipe Encantado aí que não aguentou ficar no castelo.

-Como assim? – arqueei as sobrancelhas e ela assentiu – Ela fugiu? Como?

-Não sei! Ninguém sabe. Ontem ela fugiu sem ao menos contar pra mim! Parece que tio Dumb mandou carta pra família, mas ela não foi pra lá. E ninguém sabe onde e como ela está!

-Bom dia, alunos! – a professora falou e Emma foi pra junto da sua casa.

Roxanne fugiu? Ela fez aquele circo porque não podia deixar o conforto pra trás por mim e fez exatamente isso sem mim? Não sei de mais nada, a minha cabeça ficou girando por um bom tempo. Não tem lugar que ela possa estar sem que alguém nesse colégio saiba, é praticamente impossível! Mas não, ninguém falou uma palavra sobre isso que não fossem fofocas, especulações e a dúvida: Como ela fugiu de Hogwarts? É o lugar mais seguro, é impossível fugir daqui. O único lugar que, talvez, seja mais difícil, deve ser Azkaban. Mas se essa escola contratar alguns dementadores vai se igualar na segurança.

Mas não importa se ela fugiu, ela fez porque não queria ficar do meu lado e eu entendo! Fazer o que? Vou continuar com esse fardo de culpa. Roxanne é esperta o suficiente pra sobreviver aí fora, eu tenho certeza que é.

Muitos anos depois...