Memories Of A Day With Rain. escrita por Hikari


Capítulo 3
E é uma nova vida para começar...


Notas iniciais do capítulo

Parte finaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaal o/
Desculpa a demora, essa semana está corrido para mim... Mas aqui está para você(s) leitor(es)! (:
Espero que gostem!



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A paz me foi tirada por um barulho constante e irritante.

Bip... bip... bip...

Aquele maldito barulho nunca ia acabar?

Bip... bip... bip...

O sangue ferveu em meu corpo e para minha surpresa conseguia senti-lo de novo,

Porém, junto com essa sensação, senti a onda de dor me invadir, minha cabeça latejava, e meu pulmão, apesar de não raspar mais, estava muito dolorido a cada respiração que eu dava. Minha perna estava pesada e dormente, assim como meu braço. Não sentia mais o gosto de sangue, mas minha boca estava muito seca e minha cabeça parecia ter sido pisoteada por uma manada de bois e vários caminhões.

Apertei meus olhos e gemi. Quem diria que a vida poderia ser tão dolorosa?

O barulho me incomodava ainda, era ao mesmo tempo irritante e um alívio.

Enquanto sentia as consequências da vida imaginava se morrer não seria melhor... Era mais fácil e mais calmo, sem toda essa agitação de sempre, mas graças ao meu pai eu sempre opto pelas coisas mais “complicadas”. Obrigada, pai.  

Abri meus olhos com esforço e vi que estava em uma sala quadrada e branca, totalmente branca, o que me deixava com vontade de escrever nelas e sujá-las.

Várias máquinas estavam ligadas no meu corpo por fios, minha perna estava enfaixada e em um tecido que as deixava no ar, meu braço também estava enfaixado, mas ele descansava na cama, uma dor aguda apareceu em meu tórax quando eu tentei me ajeitar e vi que lá também - adivinhem?- estava enfaixado. Que beleza. Simplesmente magnífico.

Alguma coisa se moveu do meu lado e notei que minha mãe e meu irmão estavam nas cadeiras –também brancas- do pequeno quarto, minha mãe dormia e meu irmão parecia ter acabado de acordar.

-Bom dia, bela adormecida. –murmurou sonolento e com um sorriso se abrindo, ele levantou-se, espreguiçou-se e se aproximou.

-Bom dia. –minha voz estava rouca e a estranhei, meu irmão percebeu.

-Não se preocupe, é normal a voz de alguém ficar assim quando não a usa há uma semana.

Arregalei os olhos.

-Estou desacordada há uma semana?

Meu irmão assentiu.

-Fez um estrago legal aquele carro em você. –ele disse estudando meu corpo quebrado. –Lembra-se do que aconteceu?

Seus olhos cinzentos cravaram-se em mim e eu fechei os meus, relembrando.

A discussão, a dor, Angie, Andrew, escuridão... Sim, eu me lembrava.

-Sim. –murmurei melancólica, abrindo os olhos. –Como estão os outros?

-Chocados. –falou. – Tristes... Alguns culpados e outro morrendo de saudades.

Ele olhou para mim como se eu tivesse que contar algo para ele.

-Vai me dizer quando que arranjou uma confusão dessas?

Suspirei e contei para ele o que aconteceu, quando terminei ele balançou a cabeça, abalado.

-Por que não falou comigo antes? Estou vendo que está bem apaixonada por aquele menino, por contar para ele e não para o próprio irmão. –ele fez uma cara triste de cachorro sem dono.

-Se eu pudesse me mexer te daria um soco agora mesmo.

-Sorte a minha que está bem enfaixada desse jeito, então. –ele piscou.

-Estou muito?

-O quê? Enfaixada?

Assenti, ele olhou para mim e fez um sinal de mais ou menos com a cabeça.

-Tem na cabeça? –perguntei já sabendo a resposta.

Ele afirmou.

-Que ótimo, sou uma múmia. –resmunguei.

Ele riu, conversamos um pouco e quando minha mãe acordou ela deu um escândalo que o hospital inteiro deve ter escutado.

O médico chegou e trocou as ataduras e o remédio, me aconselhou a não me mexer –como se eu pudesse- e que o horário de visitas ia começar.

Fiz uma meditação antes e a primeira pessoa que entrou foi Drew.

Ela quase me sufocou falando como estava preocupada e me contando o que acontecia no mundo quando estava impossibilitada.

Disse que estava saindo com Tyler e que Angie estava muito preocupada, falou que Andrew não dizia nada e passava noites em claro chegando à escola com os olhos marcados pelo sono e pelo sofrimento e ainda informou que ele e Angie vinham visitar todos aqueles dias que eu estava inconsciente.

 Assim que acabou o tempo veio Tyler que estava meio chocado demais quando viu meus “machucados” que ficou paralisado, mas logo recobrou ao normal falando –como sempre- dos animes e mangás que ele via e lia e de como se lembrava de mim quando alguém se feria em alguma coisa. Que jeito mais interessante de se lembrar da amiga.

Logo depois veio Lessie, ela não falou muita coisa, apenas se desculpou e ficou um tempo segurando minha mão e quando já estava na porta, disse:

-Aguente firme, eu sei que você consegue.

E saiu. Agradeci mentalmente por ela ter ido me visitar.

Apesar de termos estado um bom tempo imersos em um silêncio completo, aquele silêncio podia falar tanta coisa quando uma das conversar mais demoradas do planeta.

Então foi a vez de Angie, seu cabelo estava bagunçado e ela chorava, ela chegou perto eu a consolei.

-Foi minha culpa que está aí. –fungou - não devia ter sido tão má...

-Você não foi má. –disse e ela levantou os olhos cheios de pranto. –Eu que não devia ter saído daquele jeito... Desculpe-me.

Angie apertou minhas mãos fortemente.

-Eu que te peço perdão... –ela suspirou. –Aquilo que você disse é verdade, mas... Depois de um tempo eu percebi a verdadeira amizade. Você é minha amiga, uma das mais especiais que já tive, e só por ter cometido um grande engano em deixa-la daquele jeito você está aqui...

Angie ficou por um tempo olhando para o chão.

-Eu vou a entender se não me perdoar, mas eu espero que você possa me desculpar-

-Sim. –intervim não a deixando terminar a frase.

Ela se surpreendeu, eu estava sorrindo e repeti:

-Sim, eu perdoo, eu a entendo e sei o que você sente, afinal, é minha amiga de infância, não é?

Angie me abraçou, tendo o cuidado de não desarrumar os fios nem me prejudicar, rimos e conversamos pelo resto do tempo que restavam para nós.

Ao chegar a hora dela ir, senti-me mais leve, tudo estava resolvido.

Ou pelo menos quase tudo. Faltava mais uma pessoa.

Assim que o vi entrar meu coração parou por um momento e eu tinha um sorriso estampado no rosto, Andrew olhou para mim com os olhos brilhando de preocupação e alívio.

Ele foi ao canto da cama e consegui ver seu rosto direito, seus olhos estavam mostrando que tinha realmente passado noites em claro e chorado, percebi pela primeira vez que nunca o havia visto chorar antes daquele dia, ele segurou minha mão como naquela tarde, há uma semana.

-Você está bem? Está melhor?

Ri de como ele estava tão preocupado pelo meu estado.

-Estou bem. –apertei sua mão e então ele fez uma coisa que me surpreendeu ainda mais: ele inclinou-se no meu colo e chorou.

-Eu pensei por um momento que nunca a veria de novo. Você estava tão... Frágil e fraca... e eu queria estar no seu lugar para aliviar a sua dor e não a perder. Eu achei... que...

 Com um repuxo de dor no braço que ignorei eu levei minha mão boa em seu rosto, que levantou, enxuguei uma lágrima dele com o dedo e perguntei mansamente:

-Sabe o que me deu forças para viver?

Ele olhava para meus olhos e colocou a mão em cima da minha, igual à vez que estávamos em casa.

-Sua coragem e persistência? –ele tentou dando um meio sorriso que me fez alargar mais ainda o meu.

-Não, bobão. –disse brincando. –Você.

Seus olhos brilharam mais intensamente e ele abriu o maior sorriso que já vi.

-Você estava ali do meu lado e sabia que estava segura, sua presença me confortava e me acalmava no meio de tudo. Me mantinha viva.

Ele aproximou-se de mim rindo, o que me fez rir também.

-Sabe o que eu queria te contar há tempos, mas não sabia como, coisa que você me ensinou, só que nunca dava tempo para te falar?

Meneei negativamente a cabeça, ainda rindo e acariciando seu rosto.

-Eu te amo, minha pequena. –ele sussurrou, me beijando.

Para mim o tempo tinha parado e tudo que existia era Andrew. Eu também o amava, e só precisei de um simples acontecimento desses para descobrir.

E assim, percebi que valia a pena viver.


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Notas finais do capítulo

Hahaha, vão me matar? Esperando comentários para saber o que vocês acharam e nos vemos por lá! o/
Espero que tenham gostado, obrigada por acompanhar. ^^



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