Um Plano de Vingança escrita por Dark Lady


Capítulo 14
Capítulo 14 - Passado Revelado


Notas iniciais do capítulo

Continua a ser narrado pela Suzane... Quando mudar de narrador eu aviso (é mais fácil eheheh)



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Assim que entramos naquela casa fui dirigida para uma sala onde me indicaram uma poltrona para me sentar, Mark sentou-se numa outra poltrona e os outros dois sentaram-se num pequeno sofá. Eu fiquei ali em silêncio à espera que algum deles começasse a falar mas como ninguém o fazia tive de quebrar aquele silêncio incómodo.


- Então… Vão me contar as coisas ou não? – Perguntei olhando de Daniel para Draco.


- Sim, vou só buscar duas coisas e já volto. – Disse-me Draco levantando-se e saindo da sala.


Eu fiquei a vê-lo ir embora, sentindo um certo vazio dentro de mim que não conseguia entender. Mark olhava para todos os pormenores da sala parecendo quere-los decorar o mais rápido que conseguisse e Daniel apenas olhava para mim a sorrir. Era estranho como aquele sorriso me era familiar e ao mesmo tempo estranho. Não demorou até que a porta voltasse a ser aberta e Draco entrasse novamente na sala trazendo consigo dois pequenos cadernos.


- Melhor do que sermos nós a contar-te é leres os teus diários. – Disse ele entregando-me os dois cadernos. – Acredita que foi bastante complicado recuperarmos o primeiro diário e o segundo nunca o conseguimos abrir.


Eu peguei nos diários e abri o que estava por cima, de facto aquela era a minha letra. Comecei a ler, mas tudo aquilo me parecia tão estranho. Falava em magia, feitiços, encantamentos e mais algumas coisas que eu não conseguia perceber. Olhei para Daniel e Draco que estavam sentados à minha frente a olhar para mim mas nenhum deles deu mostras de que tencionava falar alguma coisa, mantinham-se sérios à espera que eu dissesse algo.


Estivemos cerca de uma hora em silêncio enquanto eu lia aquele que eles diziam ser o meu diário e mesmo assim para mim nada daquilo fazia sentido. Até que finalmente algo mudou. As imagens que até agora apareciam na minha mente com grande confusão eram agora nítidas, conseguia-as identificar perfeitamente. Conseguia distinguir o lago junto com o castelo, as masmorras desse mesmo castelo, a sala comum onde vários alunos se reunião. Todas as minhas memórias voltaram de uma vez à minha mente fazendo-me largar o caderno no chão e colocar as mãos na cabeça como se isso me pudesse proteger da imensa quantidade de informação que chegava até mim de uma só vez.


- O que aconteceu para eu ficar assim sem memória? – Perguntei ainda com a cabeça baixa e no meio das minhas mãos.


- No dia em que estávamos a sair de Hogwarts para as férias de verão houve um ataque e tu para salvares o Harry foste atingida por um feitiço e caíste dum penhasco. – Dizia Draco calmamente.


- E depois nós tentamos procurar-te mas não te encontrávamos. – Completou Daniel. – Todos pensávamos que tinhas morrido.


- E a guerra? O que aconteceu? – Perguntei na mesma posição de antes.


- Acabou há cinco anos. – Disse Daniel.


Depois disso ficamos em silêncio durante algum tempo. Eu permanecia com a cabeça baixa e no meio das minhas mãos até que levantei o olhar para Draco e quando o fiz uma sensação apoderou-se de mim, algo que fazia com que eu finalmente me sentisse completa, sentisse que tudo agora ia ficar bem porque ele estava ali. Levantei-me e fui até ele, ajoelhei-me à sua frente e fiquei a olhar para o chão. Lágrimas saiam dos meus olhos, lágrimas de felicidade por estar ali com ele, com o homem que aparecia sempre nos meus sonhos desfocados.


- Estás bem? – Perguntou-me Draco levantando-me o rosto para que pudesse olhar para ele.


Eu não disse nada, fiquei a olhar para aqueles olhos, como eu tinha saudades deles, e atirei-me para ele abraçando-o como se ele pudesse desaparecer a qualquer momento. Ele retribuiu o abraço e depois abastou-se um pouco, apenas o suficiente para me olhar nos olhos novamente e depois me beijar. E agora sim a minha felicidade estava completa. Mas aquele momento durou pouco. De repente ouvimos a porta da sala abrir e eu olhei para lá vendo um Harry de boca aberta e olhos arregalados a olhar para mim. Não aguentei e corri para ele abraçando-o.


- Como é que estás aqui? – Perguntou-me ele confuso.


- Eu trouxe-a Potter e ela já se lembra de tudo. – Disse Draco ainda sentado no sofá.


Recebi abraços de Ron, Hermione e Ginny. Esta última foi a correr até à lareira falando com a família e comunicando que eu já me lembrava de tudo e que estava ali com eles. Estávamos todos bastante contentes mas de repente eu lembrei-me de alguém que permanecia ali naquela sala sem que ninguém notasse a sua presença. Olhei para Mark que olhava fixamente para o caderno aberto no chão com uma expressão estranha. Fui até ele, vendo o olhar espantado de Harry, Ron, Ginny e Hermione que não tinham reparado nele, e peguei no caderno vendo que estava na última página lá escrita.


- O que se passa? – Perguntei ajoelhando-me à frente dele.


Ele olhou para mim durante um tempo e depois falou. – Tu és filha da Catherine.


Apenas aquelas palavras me fizeram lembrar da conversa que tínhamos tido no café e depois mais uma lembrança me ocorreu, a lembrança de que a minha mãe já estava grávida quando se casou. Eu desabei no chão, aquilo não podia estar a acontecer.


- Agora eu entendo porque é que ela fugiu. – Ele dizia baixo como se falasse para ele próprio. – Ela queria proteger a nossa filha porque sabia que a minha família nunca aceitaria.


Todos ficaram em silêncio a olhar para nós. Ele permanecia sentado na poltrona e eu sentada no chão a olhar para ele como se ele tivesse dito algo do outro mundo. Depois olhei para trás e vi Draco mais branco que o normal e quase como se tivesse paralisado, não mexia nem um único músculo. Até que depois Mark começa a rir e eu olhei para ele perplexa, como se lhe tivessem a nascer membros em sítios invulgares. Então ele parou de rir e falou com um sorriso nos lábios.


- Não é engraçado? Mais uma Potter junto com um Malfoy.


- Eu não vejo piada nisso. Já que essa Potter também é filha de um Malfoy. – Gritou Draco que parecia ter acordado do seu transe.


- Calma Draco. – Dizia Mark ainda a sorrir. – Ela não é filha de um Malfoy.


- Mas o senhor acabou de dizer que eu sou sua filha. – Eu olhava para ele confusa. – Ou eu percebi mal?


Ele baixou-se e depois levantou-se de novo levando-me junto com ele. O sorriso não lhe saía dos lábios e isso já me começava a irritar.


- Não percebeste mal. Mas a verdade é que eu não sou um verdadeiro Malfoy.


- Como é que é? – Ouvi o Draco confuso.


- Isso mesmo que ouviste Draco. Eu não sou realmente irmão do teu pai. Na verdade a minha família morreu quando eu tinha dois anos e os teus avôs ficaram comigo, adoptaram-me como um filho, afinal eu era de uma das famílias tradicionais e de sangue puro.


- Então o senhor não é tio do Draco? Isto é, tio de verdade, de sangue? – Eu perguntei começando a ficar mais aliviada.


- Isso mesmo Suzane.


Quando ele disse aquilo foi como se um peso saísse de cima de mim, fiquei imensamente mais leve. Depois senti-me ser abraçada e olhei para trás vendo Draco sorrir e eu sorri também.


- Nunca mais me assuste assim tio. – Disse ele olhando sério para Mark.


- Não, nunca mais. – Disse Mark a sorrir.


Mais uma vez o silêncio se apoderou daquela sala até que ouvimos alguém bastante exaltado atrás de nós, alguém que até então nos tínhamos esquecido.


- Mas esperem lá. Como é que ele veio aqui parar? – Harry estava bastante exaltado e ao mesmo tempo parecia confuso. – Porque é que vocês o trouxeram para minha casa? Tudo bem que a guerra acabou mas ele continua a ser um Malfoy, mesmo que só de nome.


- Calma Potter. O meu tio nunca foi de nenhum dos lados. – Disse Draco olhando calmamente para Harry. – Aliás ele praticamente desde que saiu da escola que não aparece em Inglaterra. Não é?


- É sim Draco. Desde que a Catherine se casou que eu nunca mais voltei para cá. Andei pelo mundo durante todos estes anos, voltei apenas este ano e vi que esta guerra sem nexo tinha acabado, por isso decidi ficar por cá.


 Depois de conversarmos mais um pouco fomos jantar, Mark preferiu ir embora dizendo que precisava de colocar as ideias em ordem, afinal era pai agora. A seguir fomos até ao bar onde me tinham encontrado na outra noite, fomos festejar o meu regresso. Voltamos tarde para casa e depois de me mostrarem o quarto onde eu ficaria, ao lado do quarto do Draco, fui dormir. E finalmente depois de cinco anos tive uma noite tranquila.


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