Um Plano de Vingança escrita por Dark Lady


Capítulo 13
Capítulo 13 - Recordações do Passado


Notas iniciais do capítulo

Capitulo narrado pela Suzane



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SUZANE

 

Depois daquela canção tive de sair do bar. Havia um homem que dizia que era meu namorado mas eu não me conseguia lembrar dele. A verdade é que eu não me lembrava de nada desde que acordei naquela cama de hospital. Disseram-me que uns turistas me tinham encontrado na margem de um rio, que eu estava desmaiada e com um grande golpe na cabeça, talvez esse seja o motivo da amnésia.

Só me consegui lembrar do meu nome (quer dizer o primeiro nome mesmo) porque tinha uma medalha ao pescoço que dizia “Suzane e Harry Juntos Para Sempre”. Até aquela noite eu sempre pensei que o tal Harry fosse o meu namorado, apesar de não me lembrar dele, mas agora via que estava enganada. Sempre que olhava aquilo pequenos flashes apareciam na minha mente e eu nunca conseguia identificar nada. Apenas via coisas confusas, olhos azuis, olhos verdes, música, um enorme castelo, um lago e por fim vários feixes de cores diferentes.

Enquanto pensava em tudo isso ia caminhando pelas ruas, naquela noite fria de Dezembro. Após quase um ano em coma tinha passado os restantes cinco anos a vaguear pelas ruas à procura do meu passado mas até agora nada, até àquela noite, nunca ninguém tinha dito que me conhecia. Ia tão absorta nos meus pensamentos que só parei quando esbarrei num homem loiro.

- Peço desculpa. – Disse envergonhada pela situação.

- Não faz mal. – O homem sorriu. – Estás perdida?

- Não. Estava apenas distraída. – Eu já estava a começar a ficar com medo, afinal já era tarde e encontrar desconhecidos na rua àquela hora não era bom. – Tenho de ir.

- Tens a certeza que estás bem? – Disse o homem amavelmente. – É que pareces um pouco abatida.

- Eu estou bem. – Disse seguindo o meu caminho.

Ele não me seguiu, simplesmente seguiu o caminho que seguia antes de eu me esbarrar com ele. Passados mais ou menos quinze minutos cheguei ao apartamento que tinha alugado. Entrei e fui directa para um banho quente e depois fui dormir. Como sempre não conseguia adormecer facilmente e quando conseguia adormecer imagens confusas apareciam na minha mente e eu acordava. Passava todas as noites assim, a dormir mal, sempre com sonhos estranho e acordava mais cansado do que quando me tinha deitado.

Como sempre acordava cedo e não conseguia ficar mais tempo na cama. Vesti umas calças desportivas, uma t-shirt e calcei umas sapatilhas. Prendi o cabelo num rabo-de-cavalo, peguei no mp3 e coloquei os phones nos ouvidos. Estava pronta para a minha corrida matinal, algo que eu tinha adquirido o hábito de fazer depois que acordei do coma. Era bastante bom para relaxar e esquecer por uns minutos todas aquelas imagens confusas que me invadiam durante a noite.

Corria distraidamente acompanhando a música até que tive de me desviar de um grupo de adolescentes que andavam de patins no meio do passeio. Ao mesmo tempo que me desviei esbarrei-me contra alguém e ambos caímos no chão. Eu levantei-me rapidamente, admirando-me a mim própria com a agilidade que tinha e nunca tinha percebido, e estendi uma mão ao homem para o ajudar a levantar.

- Peço desculpa! – Disse um pouco envergonhada. – Mas tive de me desviar daqueles rapazes.

- Não te preocupes com isso. – O homem sorriu-me. – Parece que nos estamos sempre a esbarrar não é minha jovem?

Eu olhei para ele e só então o conheci como o homem que eu tinha esbarrado na noite anterior quando voltava para casa.

- É verdade. – Eu sorri um pouco.

- Sabes, tu fazes-me lembrar uma rapariga que eu conheci quando estudava. Se eu não soubesse que se ela fosse viva seria muito mais velha que tu diria até que era ela.

Eu sorri e só depois percebi que talvez aquele homem tivesse conhecido alguém da minha família. Era algo remoto mas poderia acontecer.

- Será que o senhor aceita tomar um sumo comigo? – Eu disse sem pensar muito bem, poderia ser a minha oportunidade de descobrir algo sobre o passado.

- Claro. Vamos até ali àquele café. – Ele sorriu indicando um café do outro lado da rua.

Enquanto caminhávamos eu lembrava-me que na noite anterior poderia ter ficado a saber algo sobre o meu passado mas estava tão assustada com a reacção do homem que me abraçou que nem sequer pensei em perguntar alguma coisa. É claro que agora era tarde, talvez nunca mais viesse a encontrar ninguém daquele grupo. Entramos no café e seguimos para uma mesa perto da janela. Um empregado veio perguntar o que queríamos, eu pedi um sumo de laranja e o homem pediu um chá.

- Será que poderia saber o teu nome? – Perguntou-me ele. – Tornasse mais fácil para manter a conversa.

- Suzane. – Respondi olhando para ele.

- E o teu sobrenome? – Ele perguntou levantando uma sobrancelha. – O meu nome é Mark Malfoy.

- Eu não sei o meu sobrenome, não me lembro. – Disse olhando para ele também com uma sobrancelha levantada, eu já tinha ouvido aquele sobrenome em algum lugar.

- Não te lembras? – Ele agora parecia curioso.

- Não, eu só me lembro da minha vida desde há cinco anos para cá. Desde que acordei dum coma.

- E a tua família? – Ele agora parecia até um pouco preocupado.

- Não sei. Nunca encontrei ninguém. – Mas depois lembrei-me da noite anterior e acrescentei. – À excepção de ontem que encontrei um grupo de seis pessoas em que um deles dizia ser meu namorado. E tem também um tal de Harry que me deu esta medalha. – Disse tirando a medalha de dentro da t-shirt e olhando para ela. – Mas eu não sei quem é.

- Isso deve ser realmente frustrante. – Ele disse olhando através da janela para a rua.

- É. – Disse sem desviar o olhar da medalha mas depois olhei para ele. – O senhor disse que conheceu uma rapariga parecida comigo na escola? Quem era ela?

Ele ficou um pouco em silêncio a olhar a rua até que depois se virou para mim bastante sério.

- O nome dela era Catherine. Conheci-a na escola e devo dizer que no início não nos dávamos muito bem. – Ele sorriu depois de dizer isso talvez lembrando-se de algo. – Mas depois descobrimos que só não nos dávamos bem por causa das nossas famílias, eram digamos que famílias rivais.

- Mas ela morreu? – Eu perguntei curiosa e o sorriso dele desapareceu, o que me deixou envergonhada.

- Sim, ela morreu pouco depois de se casar. – Ele fez uma pausa bebendo um pouco de chá e olhou para a rua novamente e depois continuou sem olhar para mim, como se falasse para ele próprio. – Até hoje não entendo porque é que ela me deixou e casou com ele.

Eu não sabia que dizer, estava constrangida por um estranho me falar aquilo, por um estranho me estar a contar a sua vida. Depois disso ficamos por algum tempo a falar de coisas sem importância. Ele pagou o meu sumo, mas só depois de me prometer que para a próxima pagava eu, e saímos do café. Eu voltei atrás para buscar o mp3 que deixara em cima da mesa e quando saí de novo do café ouvi alguém perguntar ao Mark.

- Tio?

Mark virou-se em direcção à voz e eu tive uma grande surpresa, quando vi o loiro que me abraçou na noite anterior juntamente com um outro loiro que eu tinha visto de relance também nessa noite.

- Draco. Daniel. O que andam aqui a fazer? – Perguntou Mark espantado e com um sorriso nos lábios.

- Isso pergunto eu. O que faz o senhor aqui? Não sabia que tinha voltado. – Dizia o tal Draco.

- Voltei há pouco mais de uma semana. Cheguei mesmo a ir à Mansão mas tu não estavas lá e o elfo disse que não moravas lá agora.

- Pois eu agora moro num outro lugar.

Eu estava parada à porta do café a olhar aquela cena. Até que o meu olhar se cruzou com uns olhos verdes.

- Suzane? – Perguntou o homem loiro de olhos verdes olhando para mim.

Só nessa altura o outro olhou na minha direcção e já se ia encaminhar até quando parou de repente, talvez com medo de me assustar de novo.

- Então vocês conhecem-na? – Perguntou Mark.

- Sim. Ela estudou connosco no último ano em Hogwarts. – Dizia o homem que eu supus ser Daniel. – Mas mesmo no final do ano Hogsmeade foi atacada e ela caiu de uma falésia, pensamos que tivesse morrido até que ontem a encontramos.

Só aquelas palavras fizeram com que novos flashes de imagens aparecessem na minha mente. Vi um comboio vermelho, crianças aos berros, pessoas de negro com os rostos tapados, feixes coloridos por todos os lados. Depois um enorme lago, um castelo, uma sala enorme com sofás, poltronas e uma lareira, um grande salão com cinco mesas enormes... Parecia que toda a minha vida passava por mim como um filme mas eu não conseguia associar aquelas imagens a nada em específico.

- O que aconteceu exactamente. Quem sou eu? – Perguntei confusa.

- Talvez este não seja o melhor lugar para termos esta conversa. – Dizia Daniel. – Porque não vamos para nossa casa. Lá contamos-te tudo o que quiseres saber.

Eu apenas assenti com a cabeça. Era loucura ir com desconhecidos para algum lugar mas era a única maneira de descobrir o meu passado. Depois de uma grande discussão entre Draco e Mark, porque este último também queria ir mas sem dar qualquer motivo para isso, seguimos até um prédio onde reparei que faltava o número 12. Depois de Draco ter batido com um pequeno pau na parede do prédio os meus olhos arregalaram-se e a minha boca abriu-se. Apareceu do nada, entre o número 11 e o número 13 a casa número 12.

Daniel olhava para mim e sorria, parecia bastante divertido com a minha reacção. Os outros dois entraram e Daniel indicou-me o caminho para que os seguisse, e foi o que fiz, seguindo ele atrás de mim.


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