Um Plano de Vingança escrita por Dark Lady


Capítulo 1
Capítulo 1 - Onde Tudo Começou




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Finalmente pude regressar a Inglaterra, passados tantos anos, aliás eu nem sequer me lembro de alguma vez aqui ter estado, apenas sei que foi aqui que tudo começou. A transferência de Durmstrang para Hogwarts não foi complicada, o mais complicado ainda está para vir.

Dia 1 de Setembro. O dia em que tenho de colocar a máscara e esconder quem eu realmente sou, o dia em que tudo começa de novo. Chegar à plataforma 9 e ¾ e ver aquelas famílias felizes, ver aqueles alunos do primeiro ano a despedirem-se dos pais para ingressarem pela primeira vez na escola dá-me uma dor horrível, quase insuportável. Afinal eu não tive esse momento feliz com os meus pais, eu simplesmente fui sozinha. Quando penso nisso sinto ainda mais ódio dentro de mim mas agora tenho de me controlar, tenho de actuar, fingir ser alguém que não sou.

Tinha tudo planeado. Tinha uma história de vida convincente. É claro que havia uma pessoa que conhecia toda a minha história, a minha verdadeira história, Albus Dumbledore. Afinal se não fosse ele eu nem sequer estaria aqui, graças a ele pude sobreviver mesmo que longe da minha terra natal, mesmo que longe do meu passado.

Fui caminhando até aos Expresso de Hogwarts, precisava de arranjar um lugar antes que todos os outros entrassem, queria ficar sozinha durante mais algum tempo. As minhas malas já estavam em Hogwarts, tinha-as deixado ficar lá na semana anterior quando chegara da Bulgária e fora falar com Dumbledore, que me fez também uma visita guiada (claro sem me mostrar onde eram as entradas para as salas comuns das equipas, “por uma questão de segredo” disse ele). Entrei no Expresso e não demorou muito até encontrar uma cabine vaga onde, sem hesitar, me instalei mas a minha paz foi logo perturbada por quatro alunos que entraram mas que logo perceberam a minha presença.

- Oh! Desculpa não tinha visto que a cabine estava ocupada. – Disse-me um rapaz moreno de olhos extremamente verdes que imediatamente identifiquei. Como é que não o ia identificar? Todos no mundo na magia conheciam aquele rapaz, mas vê-lo ali à minha frente foi um choque que tentei imediatamente disfarçar.

- Não faz mal. Se não houver mais cabines vazias podem ficar por aqui mesmo. – Eu disse sorrindo, o que até não foi difícil, saiu naturalmente ao ver aquele rapaz à minha frente.

- Obrigada! – Ele sorriu também mas logo ficou sério. – Nunca te vi por aqui antes. És nova?

- Sim, vim transferida de Durmstrang. E já nos poderíamos ter encontrado há três anos atrás se eu não tivesse recusado ter vindo para o Torneiro dos Três Feiticeiros. – Sorri mais uma vez, como era fácil aquele acto em frente a ele. – Mas é claro que depois soube que mesmo que tivesse vindo não poderia participar.

- Mas se não sabias disso porque recusaste? – Desta vez foi uma rapariga de cabelos castanhos que perguntou. Eu olhei-a por um tempo e sorri mais uma vez.

- Porque não queria tirar o protagonismo de Viktor Krum. – Ouvi o rapaz ruivo atrás dizer algo que não compreendi mas pela cara dele pareceu não ter gostado muito da menção daquele nome. – A propósito o meu nome é Suzane Manson. – Sorri mais uma vez.

- Eu sou Harry Potter. Esta é a Hermione Granger. – Disse ele apontando para a rapariga de cabelo castanho – E estes são o Ron e a Ginny Weasley. – Disse apontando para o rapaz e para a rapariga de cabelos ruivos.

- Muito prazer! – Sorri mais uma vez.

E depois passamos toda a viagem sem nos falarmos. Eu permanecia a olhar pela janela, a ver aquela paisagem de que tinha sido afastada há muito tempo. A Granger e a Weasley falavam, não sei sobre que assunto, e o Weasley e o Harry (Harry? Tenho de ter cuidado para não o chamar assim em frente aos outros) falavam sobre Quidditch. Mas quando o Expresso estava mesmo a chegar à estação a minha paz voltou a ser perturbada.

- Olhem só, arranjaram mais uma amiguinha? Provavelmente mais uma sangue de lama como a Granger ou uma pobretona como os Weasley. – Disse uma voz irritante perto da porta e ouvi alguns risos também.

Desviei lentamente o meu olhar da janela e encarei o dono daquela voz. Ficamos assim durante algum tempo. Azul fixo no Azul até que eu falei.

- Em primeiro lugar eu não sou amiguinha de ninguém, eu não tenho nem preciso de amigos. – Depois olhei para ele mais ameaçadoramente, e pareceu surtir algum efeito porque ele levou imediatamente a mão ao bolso, talvez em busca da varinha. – Em segundo lugar eu não sou sangue de lama, sou sangue puro, e em terceiro não sou pobre, até tenho bastante dinheiro, se calhar até mais do que tu.

- Mais dinheiro do que eu? – Ele riu-se, eu sinceramente não estava a ver piada nenhuma porque eu era das pessoas mais ricas da Bulgária, ele deve ter algum problema mental só pode. – A minha família é das mais ricas de todo o mundo bruxo.

- A sério? E pode-se saber qual é? – Eu perguntei com sarcasmo, o ar presumido daquele rapaz já me começava a irritar.

- Malfoy! – Ele disse bastante orgulhoso de si próprio.

Nesse momento eu já me estava a controlar para não lhe lançar um feitiço ali mesmo. Só de ouvir aquele nome o ódio que me corria nas veias queimava, eu devia estar preparada para aquilo mas mesmo assim fechei as mãos sentindo as unhas cravarem-se nas palmas. Tentei controlar-me o melhor que pude mas as palavras que saíram de seguida transmitiam o ódio que eu tentava esconder.

- Se eu fosse a ti não teria assim tanto orgulho na tua família. – Enquanto falava fui-me dirigindo até à porta e ele mais os dois rapazes, que mais pareciam uns gorilas, foram-me dando passagem. Talvez tenham visto que eu não estava muito para conversas. Quando já estava de costas para aquele loiro idiota virei ligeiramente a cabeça para ele e falei mostrando alguma indiferença. – Nunca se sabe durante mais quanto tempo ela vai existir.

Depois de dizer isso segui o meu caminho para fora do Expresso de encontro com as carruagens, que segundo Dumbledore estariam por ali. Não demorou muito até encontrar uma, mas mal eu me sentei já um rapaz loiro (deve ser perseguição só pode) se sentou ao meu lado. Eu nem sequer me dei ao trabalho de olhar muito, notei logo que não era o mesmo loiro idiota do comboio, por isso preferi não dizer nada. Mas adiantou? Claro que não!

- Olá! – Ele disse bastante divertido.

Eu apenas olhei para ele, fixei por momentos os olhos verdes e desviei o olhar sem dizer nada. Ele deve ter percebido a mensagem porque não disse mais nada o resto do caminho mas não parava de olhar para mim, o que me irritava profundamente. Quando a carruagem parou eu saí e dei de cara com um homem totalmente vestido de negro (devo dizer que aquilo me causou arrepios). Eu levantei o olhar para ver de quem se tratava e como não conheci voltei a encaminhar-me para o castelo mas fui impedida.

- Miss Manson eu vim busca-la porque a menina tem de se reunir com os seus colegas do primeiro ano para a selecção da equipa. – Ele disse já começando a virar-se para o castelo

Eu olhei-o de novo e apenas acenei com a cabeça e segui-o para dentro do castelo. Lá ele deixou-me junto com os alunos do primeiro ano e com uma outra professora que nos guiou em direcção a uma grande porta de madeira, eu preferi ficar no final da fila. Quando entrei no Salão Principal fiquei fascinada, aquilo nada tinha a ver com o Salão Principal de Durmstrang. Aquele tecto mágico que mostrava o céu como se por cima de mim não existissem pedras, era maravilhoso. O meu estado de transe foi então quebrado por uma voz feminina.

- Quando eu chamar os vossos nomes vocês sobem e sentam-se neste banco para que eu possa colocar-vos o Chapéu Seleccionador e assim serem seleccionados para uma das equipas.

E ela começou a chamar um por um. Há medida que os alunos ouviam os seus nomes dirigiam-se para o pequeno banco e a professora colocava-lhes o Chapéu. Passavam-se alguns segundos até que o Chapéu gritava o nome de uma das equipas e então os alunos saiam do banco e dirigiam-se à respectiva mesa.

- Suzane Manson. – Ouvi o meu nome ser chamado e imediatamente subi a única escada que me separava do banco em que me sentei.

- Hum! – Ouvi uma voz na minha cabeça logo que o Chapéu me foi colocado. – É difícil. Em todos estes anos só uma vez tive estas dúvidas. Não sei se te coloque em Ravenclaw porque sem dúvida és das pessoas mais inteligentes que por aqui passaram, ou se te coloque em Gryffindor porque és bastante ousada e valente, ou então em Slytherin porque não olhas a meios para atingires os fins. Hum onde te colocar? – Após algum silêncio finalmente o Chapéu disse alto para todos ouvirem. – Slytherin.

A professora tirou-me o Chapéu da cabeça e eu olhei de relance para a mesa atrás de mim e vi Dumbledore sorrir-me ao que retribui sem hesitar só depois percebi que vários alunos aplaudiam e identifiquei aquela mesa como sendo a de Slytherin por isso dirigi-me para lá. Sentei-me na ponta da mesa e fiquei à espera que o resto da selecção fosse feita. Assim que isso aconteceu Dumbledore levantou-se fazendo um pequeno discurso e no final todas as mesas se encheram de comida.

Depois de jantar comecei a observar a mesa de Slytherin, não foi difícil encontrar aquele loiro de olhos azuis o que me surpreendeu foi ver o outro loiro, este de olhos verdes, a conversar animadamente com ele. Num instante um plano surgiu na minha cabeça. Levantei-me e dirigi-me até ao segundo loiro, tinha de colocar o plano em prática rapidamente.

- Olá! – Disse fingindo timidez e dei um pequeno sorriso. – Desculpa na carruagem não ter dito nada mas estava um pouco irritada e não queria descontar em cima de ti.

Por incrível que pareça resultou, ele sorriu-me bastante divertido. Aquilo não podia estar a ser mais fácil e eu ria por dentro. É claro que eu estava a ignorar completamente o outro loiro não pretendia voltar a irritar-me com ele.

- Olá outra vez. Parabéns por teres ficado em Slytherin. – Nesse momento notei que o Malfoy olhava irritado para o rapaz que falava comigo. – O meu nome é Daniel Turner.

- Prazer! – Sorri mais uma vez. – Desculpa mas será que poderias indicar-me onde é o dormitório de Slytherin? Disseram-me para perguntar ao Monitor de Slytherin mas eu não sei quem é.

- Oh! Ele está mesmo aqui. – Disse apontando para o loiro ao seu lado que olhava para mim bastante sério e devo dizer irritado também, o que naquele momento não me convinha nada.

- Hum! Acho que vou ter de encontrar o dormitório sozinha. – Disse mais para mim do que para eles já virando costas e dirigindo-me para a porta de madeira deixando para trás um Turner bastante confuso.

- Não tens de o encontrar sozinha, o máximo que ias fazer era perder-te por aí. – Ouvi aquela voz irritante atrás de mim. – Eu levo-te, afinal também tenho de levar os alunos do primeiro ano. Não o vou fazer por ti.

- Como se eu esperasse outra coisa. – Disse com sarcasmo virando apenas a cabeça para olha-lo.

- Bem… Se vocês matassem com o olhar já estariam os dois estendidos no chão. – Disse o Turner olhando de mim para o Malfoy e assim sucessivamente com um ar bastante confuso. – Não te preocupes Suzane eu protejo-te dele. – E sorriu mais uma vez antes de se aproxima de mim.

Eu apenas revirei os olhos e abanei a cabeça seguindo atrás da fila de Slytherins do primeiro ano que já se tinha formado atrás do Malfoy. Seguimos até às masmorras e paramos em frente de uma parede, já estava prestes a mandar uma boquinha sobre o senhor loiro sabe tudo ter-se enganado no caminho quando o ouço dizer “Sangue Puro” e uma porta começou a formar-se na parede. Ele mandou os alunos entrarem e depois entrou também. Eu segui-o com o Turner ao meu lado e fiquei a olhar para aquela grande divisão.

- Tu és a Suzane Manson? – Perguntou-me uma rapariga que devia estar no máximo no terceiro ano mal eu entrei na sala.

- Sim.

- Pediram para te entregar isto. – Disse entregando-me um envelope.

- Obrigada!

A rapariga foi em direcção ao que supus ser o dormitório feminino e eu fiquei a olhar para o envelope até que decidi abri-lo.

 

 

Cara Suzane,

Espero que estejas a gostar do ambiente do castelo e que o jantar te tenha agradado. Venho informar-te que na porta do teu quarto tem uma placa com o teu nome que desaparecerá assim que lhe tocares.

Quero também pedir-te para teres cuidado com aquilo que andas a planear. Não posso fazer nada para te impedir pois sei que tens de transpor a dor que sentes de alguma forma mas quero apenas lembrar-te que nem toda a família Malfoy foi responsável pelo que aconteceu. Espero ter-me feito entender.

Uma boa noite,

Albus Dumbledore

 

Não pude deixar de reconhecer que ele tinha razão, aquele rapaz que olhava fixamente para mim (o que já me começava a irritar bastante) não tinha nada a ver com as maldades que o pai e a tia faziam mas não tinha outra maneira de descobrir mais coisas sobre eles, tinha de me aproximar do Malfoy júnior. Olhei finalmente para aqueles olhos azuis que não paravam de me olhar e não pude conter a pergunta.

- O que foi?

Ele ficou calado por alguns momentos até que por fim falou.

- Nada. Estava só a pensar naquilo que disseste no Expresso. – Ele olhava para mim de um modo que não consigo identificar.

- Não leves à letra tudo o que eu digo. Quando estou irritada tento sempre meter medo às pessoas. – Eu sorri de lado e continuei. – Parece que consegui.

- Eu não fiquei com medo de ti. – Ele lançou-me um olhar completamente irritado. - Apenas não entendi o que quiseste dizer com aquilo.

- Disse por dizer, porque me estavas a irritar, nada mais.

- Irritar? Eu não fiz nada para te irritar, eu estava a tentar irritar os outros não a ti. Nem te conhecia.

- Mas conseguiste irritar-me quando me chamaste de sangue de lama, sendo eu sangue puro. – Eu por mais que tentasse não conseguia parar de olhar para aqueles olhos hipnotizantes, mas tentava abstrair-me disso.

- Wow wow alguém me pode dizer o que se passa aqui? Perdi alguma coisa?

Eu e o Malfoy olhamos para o Turner espantados, já nos tínhamos esquecido da presença dele ali.

- Nada de especial Turner, mas o teu amigo depois conta-te. – Disse já virando as costas aos dois loiros e dirigindo-me para a entrada do dormitório feminino.

- Podes chamar-me de Daniel. – Ouvi-o gritar antes de eu virar a esquina.

Não foi difícil encontrar a placa numa das portas e assim que toquei na maçaneta da porta a placa desapareceu. Abri a porta e dei de caras com um quarto singular, fiquei feliz por não ter de dividir o quarto com ninguém assim poderia pensar melhor, sem raparigas histéricas à minha volta. Caminhei para a cama e notei que as minhas malas já se encontravam lá ao lado. Em cima da cama tinha um pedaço de pergaminho com algo escrito que peguei para ler.

 

Preferi colocar-te num quarto sozinha para que possas estar mais à vontade. Espero que tenhas gostado.

A.D.

 

Quando terminei de ler não pude deixar de sorrir. Fui até ao wc para um banho demorado o que me relaxou e me fez perceber o quão cansada eu estava. Aquela tinha sido uma semana bastante movimentada. Vesti um pijama confortável e deitei-me na cama. Não demorou muito para adormecer.


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Notas finais do capítulo

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