A Marca De Uma Promessa escrita por LunaPandorha


Capítulo 1
Encontro




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Tudo começou quando minha cidade natal foi atingida por uma grande guerra, muitas famílias foram perdidas, a minha também, meus pais foram vitimas assim como muitos outros; um dia minha mãe veio correndo até mim, e mandou eu me esconder no sótão, nossa casa estava sendo invadida por guerrilheiros que estavam atrás de alimento ou qualquer outra coisa que lhes servisse como objeto de troca, nessa época eu tinha 6 anos e estava muito assustada, enquanto me escondia ouvi um barulhos vindo da sala, abaixo de mim e logo, disparos de tiros, comecei a tremer e por um instante aquele barulho parou, ficando um grande silêncio, não sei ao certo o que havia acontecido, resolvi descer, pisei numa pequena mesa que minha mãe usava para chegar ao sótão e vi meus pais caídos no chão, ensangüentados e de mãos dadas. Chorei muito, os abracei e os beijei ainda tremendo de medo, agora estava sozinha, sem comida, sem saber o que fazer, eu resolvi sair daquela casa, peguei uma mochila velha e coloquei umas poucas roupas que eu tinha, coloquei uma escova de cabelo que minha mãe costumava usar em meus cabelos, um casaco de meu pai, um canivete que eu havia escondido dele e uma foto como recordação, alimento não tinha já que o pouco que havia foi levado, fui ate a porta para ver se não havia algum guerrilheiro, mas tudo o que havia eram escombros e corpos pelo chão, pessoas que eu conhecia e que agora estavam mortas, casas destruídas.
Sai à procura de alguém que pudesse me ajudar, ainda com lagrimas nos olhos e a mochila velha nas costas andando sem rumo, cheguei até um lugar em que havia pessoas brigando por comida, provavelmente cidadãos que também sofriam pela guerra, a noite foi chegando e junto o cansaço, a fome e o frio.
Continuei meu caminho e já um pouco afastada das casas mais pobres cheguei a um bairro que antes era considerado de classe alta, as casas ali resistiram um pouco mais, apesar de que algumas estavam um pouco destruídas, mas não tanto quanto as casas da rua em que eu morava e nem tanto quanto a minha, enquanto andava por entre tantas casas que antes eram lindas avistei uma, quase no fim da rua, estava impecável, como se ainda houvesse gente morando nela, foi me aproximando cada vez mais até sentir gotas começarem a cair e logo se formou uma forte chuva, corri para tentar achar um abrigo, mas não havia nenhum, continuei correndo ate chegar em frente ao grande portão da casa mas estava com correntes, foi então que eu vi um carro do outro lado da rua quase em frente a casa, ele não prestava, estava sem rodas e sem algumas partes dele, as janelas da frente estavam quebradas, entrei pela janela e sentei no banco de trás, estava com fome e cansada, coloquei a mochila no lado e a usei como travesseiro e ali adormeci.


Quando acordei já era de manhã, quer dizer meu estômago me acordou, olhei para a casa e vi um garotinho saindo dela e indo pelo lado até os fundos, eu resolvi ver pra onde ela estava indo, sai pela janela do carro e fui andando pelo lado do muro ate chegar num pequeno buraco no muro, me agachei e passei para o outro lado, andei um pouco mais rápido e vi o garotinho entrando num lugar que parecia uma capela de família, me aproximei da porta que estava um pouco aberta e vi o garotinho de joelhos como se estivesse rezando em frente a dois montes de terra e pedras, resolvi deixa-lo, voltei para o carro velho e esperei até que ele saísse, mas acabei desmaiando.
Acordei com alguém me chamando e me cutucando com um galho, lembro muito bem daqueles olhos, sua pele branca, seu cabelo lisinho.

Garotinho on: Ei! Menina sai do meu carro, se não vou falar pra minha mãe!

Eu ainda estava um pouco tonta devido à fraqueza, peguei minha mochila e sai pela janela, e mais uma vez ele me ameaçou:

Vai embora, se não chamo meu pai!

Abracei minha mochila e mal dei um passo cai desmaiada no chão, novamente acordei, mas já estava dentro da casa, deitada num sofá e o menino me olhando.

Garotinho on: Você esta doente?

Sakura on: Acho que é meu estomago, ele ta doendo muito.

Garotinho on: Ta com fome?

Afirmei que sim apenas com a cabeça e o garotinho foi em direção a um tapete, ele puxou o tapete e em baixo havia um chão falso, ele tirou algumas tábuas e abriu uma caixa, tirando dois pedaços de pão, e voltou a esconder embaixo do tapete, e me deu um pequeno pão.

Garotinho on: Qual seu nome?E por que está sozinha?

Sakura on: Meu nome é Sakura Haruno e meus pais morreram.

O garotinho fica sério e me olha, olha para minha mochila e pergunta:
–Você ta fugindo?

Sakura on: Sim, estou procurando um lugar pra ficar. E você? Qual seu nome?

Garotinho on: Meu nome é Sasuke Uchiha, se você quiser pode ficar aqui comigo.

Sakura on: Onde estão seus pais?

Sasuke on: Eles também foram mortos, eu os enterrei na capela da minha família, eu sempre vou lá ver eles.

Sakura on: Por que sua casa não foi destruída?

Sasuke on: Por que alguns guerrilheiros a usaram como base, mas eles foram embora.

Sakura on: Você não tem medo de ficar aqui sozinho?

Sasuke on: Claro que não! Sou um homem, tenho 8 anos e meio.

Sakura on: Eu tenho seis anos.

Sasuke on: Eu vou cuidar de você, serei como um irmão mais velho, não precisa ter medo desse lugar, e ainda tenho comida escondida.

E assim Sakura e Sasuke ficaram juntos, eles sempre brincavam juntos, Sasuke realmente cuidava de Sakura com se fosse um irmão mais velho, ele a fazia dormir e sempre enrolava uma pequena mecha do cabelo de Sakura em seu dedo e assim ele também adormecia. Os dias foram passando até que o alimento começou a ficar escasso, Sasuke resolveu sair para ver se conseguia alguma coisa, Sakura insistia para ir junto até que ele deixou que a menina o acompanhasse, saíram pelo buraco que havia no muro e caminharam em direção do lugar onde antes havia uma feira, eles passavam entre os destroços e corpos em decomposição, era uma cena terrível, Sakura sentia medo e se escondia atrás de Sasuke enquanto o menino continuava andando, até que encontraram uma senhora que vinha em direção deles e comoveu-se em ver duas crianças sozinhas, a senhora pega de sua cesta duas batatas cozidas e as dá ao menino, a senhora queria levá-los com ela, mas ele se recusou.
Voltaram então para a casa, mas ao chegar lá Sasuke viu que havia gente na casa, eles se esconderam no carro velho e esperaram.

Sasuke on: Sakura fique aqui, vou pegar umas coisas e agente vai embora daqui.

Sakura on: Não vai! Eles podem te matar.

Sasuke on: Não se preocupe, sou muito esperto, fica aqui e não sai até eu voltar.

Sakura se encolheu enquanto Sasuke entrava pelo buraco que havia no muro, passaram-se alguns minutos e Sasuke voltou com a mochila de Sakura e outra mochila que tinha suas coisas, e então eles saíram correndo em direção a saída da cidade.

Sasuke on: Vem! eu sei de um lugar que podemos ficar por um tempo.

Sasuke e Sakura caminharam por horas até chegar em uma pequena trilha entre as árvores, caminharam até chegar em um riacho que tinha uma pequena cachoeira e por trás da cachoeira havia uma caverna, e lá eles ficaram, já estava escuro.

Sakura on: Tenho medo do escuro.

Sasuke on: Calma!Meu irmão e eu sempre vínhamos pra cá, aqui tem bastante lenha pra fazer uma fogueira, meu irmão sempre deixava aqui pro caso de uma emergência.

Sakura on: E onde está seu irmão agora?

Sasuke on: Ele foi embora também, pra outra cidade.

Enquanto o menino tentava acender a fogueira, pequenas lagrimas se formavam ao falar de seu irmão.

Sakura on: Não chora!

O menino irritou-se e disse empurrando Sakura: Eu não estou chorando... e saiu correndo para fora, deixando a menina sozinha.

Sakura abraçou sua mochila e também começou a chorar baixinho.
Depois de alguns minutos o menino volta e sentando-se ao lado de Sakura ele a abraça pedindo desculpa.

Sasuke on: Não chora você não tem culpa de nada, eu não devia ter te empurrado.

Sakura on: Se você quiser chorar não tem problema, minha mãe disse que é bom chorar às vezes.

Os dois ficaram ali sentados por um tempo e depois foram arrumar um lugar para dormir, esticaram um cobertor que Sasuke havia colocado em sua mochila antes de sair da casa e ali deitaram, Sasuke como sempre enrolava uma mecha de cabelo da menina enquanto tentava dormir. Passaram alguns dias e as duas crianças ficaram ali, colhiam frutas e bebiam da água cristalina do pequeno riacho, como sempre Sasuke cuidava de Sakura como se fosse seu irmão mais velho.
Certo dia Sakura acordou e não viu Sasuke ao seu lado, a menina procurou por toda parte, mas não o encontrou, resolveu esperar dentro da caverna, encontrou duas bananas em cima de uma folha de bananeira, ela comeu as bananas e esperou, enquanto esperava ficou escovando seus cabelos, depois ficou olhando a foto de seus pais, as horas se passaram e chegou à tarde, cansada de esperar, a menina se ajeitou no chão e encostando sua cabeça na mochila adormeceu. Quando acordou viu que estava escuro então resolveu sair da caverna, colocou sua mochila nas costas e começou a andar, andou bastante, pensando no que haveria acontecido com Sasuke, e por que ele a deixou sozinha, a menina andou até ver um clarão, era uma fogueira, e havia um homem perto dela, o homem ao ver a menina tentou chegar perto dela, mas ela saiu correndo e o homem correu atrás dela, Sakura correu agarrada a sua mochila mas o homem era bem mais rápido que ela, ele a agarrou e a olhou nos olhos e disse com um tom maldoso:
– O que uma linda garotinha faz sozinha aqui nesse escuro?
Sakura tentando se soltar das mãos do homem começa a gritar por socorro.

Homem: Não adianta garotinha, vou pegar suas coisas e depois nós vamos conversar só eu e você!
Sakura acerta um chute na canela do homem fazendo ele solta-la, mas logo ele a agarra pela mochila.

Homem on: Maldita! Tão pequena e tão corajosa, mas vou tirar isso de você.

O homem tira a mochila das costas da menina e agarra a menina pelos cabelos a jogando de cara no chão, na hora que o homem se aproxima alguém acerta uma paulada na cabeça dele o fazendo desmaiar.

Sakura ainda com o rosto no chão, sente alguém a levantar.

Sasuke on: Você esta bem? Por que saiu da caverna?

Sakura o abraçou e não disse nada, apenas ficou chorando, enquanto o menino a levava da li.

Sasuke on: Encontrei um lugar pra gente ficar.

Sasuke segura forte a mão de Sakura que continua chorando, os dois andam por um longo tempo até chegar numa casa humilde, lá morava aquela senhora que havia dado alimento para eles na cidade.

Sasuke on: Sakura essa é a vovó Chiyo, você também pode chamá-la de avó.

Chiyo on: Olá menina, seu nome é Sakura? É um belo nome. Como vocês estão sozinhos e eu também, vocês podem viver aqui comigo.

A senhora já estava bem idosa, mas o tempo que viveu ensinou Sakura e Sasuke algumas tarefas, Sasuke já estava com quase 18 anos (17 anos e meio como ele dizia) e Sakura estava com 15 anos quando a senhora Chiyo faleceu, deixando a casa para eles. Sasuke ajudava um senhor a cortar lenha, para usar no pequeno comercio que tinha na cidade a alguns quilômetros dali.


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Notas finais do capítulo

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