Borboletas escrita por lovemhatem_


Capítulo 3
Não me ignore


Notas iniciais do capítulo

Tô sem pc, nem sei quando vou voltar a postar. Tava sem fazer nada e resolvi criar um novo capítulo. Espero que gostem.



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"O que você pensa que está fazendo?" A voz da sua avó alerta em sua consciência enquanto ele tenta pela segunda vez pular o muro lateral da escola. "Eu não penso, apenas faço". Ele responde a si mesmo mentalmente. Então tenta de novo sem obter sucesso.

– Ah, qual é. Você deveria estar acostumado, seu molenga - ele repreende a si mesmo enquanto limpa as mãos suadas na barra da camisa.

E realmente deveria estar acostumado. Gabriel Benetti tem má fama na escola por despacho e atrevimento. Ele é do tipo que simplesmente faz o que quer quando quer. Como por exemplo se recusar a obedecer ordens de professores, sair da escola pelo portão principal usando uma desculpa qualquer, intimidar alunos ou pichar muros. E ele realmente não se importa.

Ele olha para o muro, examinando sua altura. Se afasta alguns metros e então corre tomando impulso e saltando, agarrando-se com firmeza a barra do muro, as mãos ardem com o esforço mas ele não desiste. Até que finalmente escorrega e cai, quase perdendo o equilíbrio total e se estatelando no chão. Ele xinga em voz baixa e suspira, preparando-se para uma nova tentativa.

– O que você pensa que está fazendo? - a sua vó volta a atormentá-lo para que ele desista.

Ele passa a mão no cabelo um pouco nervoso, parece tão simples, mas na realidade tão complicado. Ou talvez ele não esteja tentando o suficiente, precisa se superar, todos os outros garotos conseguem fazer isso.

– Está tentando pular o muro da escola e fugir? - a voz insiste.

Então ele percebe que não é sua avó. Vira-se assustado para a direção do som e quase agradece tamanho alívio ao perceber que é apenas uma aluna. Mas volta a se estressar ao perceber quem é exatamente. Porque havia de ser aquela garota? Justo aquela!

– O que você quer? Pensei que já tivesse dito que não vou mais fazer trabalho nenhum - volta sua atenção ao muro esperando que ela se dê por satisfeita e vá embora.

Mas não conhece Avalanna Hichter o suficiente para saber que ela nunca se dá por vencida.

– Você está tentando fugir.

– Ah não! Jura? - ele ironiza o tom de voz e ri sarcasticamente ao fita-la novamente. - Garota, me deixa em paz.

– Eu vou contar pro diretor. - ela ameaça.

– Olha minha cara de preocupado - o garoto a olha com desdém e revira os olhos em seguida, voltando sua atenção mais uma vez ao muro.

Mas no fundo ele teme que ela realmente faça isso. Anda cometendo muitos atos ilícitos na escola ultimamente e sabe que sua estadia na mesma está por um fio. Mais um deslize e ele não sabe do que o sr. Rossi seria capaz. Quem sabe expulsa-lo. Não soaria tão ruim se fosse apenas isso, mas teria que enfrentar também a mãe, a avó.. E o seu irmão. O que o pequeno pensaria ao saber que seu irmão mais velho fora expulso da escola? Não, melhor não arriscar.

Gabriel vira-se para a garota e como imaginava ela ainda está parada no mesmo canto, observando-o, e isso o irrita. Ela não tem nada haver com sua vida. Mas ao mesmo tempo ele a admira. Ela é realmente bonita, pena que tenha que ser tão insuportável. Mas há algo mais. Talvez a áurea misteriosa que a cerca. Afinal, ela é sempre o centro das atenções, mas de um lado positivo para todo mundo, e apesar de tudo ninguém sabe quase nada sobre ela além de que tem pais ricos e mora num condomínio super chique no qual qualquer um adoraria pisar, mas nunca teve intimidade suficiente com ela para tal merecimento.

– E daí? - ele pergunta.

– E daí o que?

– E daí que você é rica, bonita e popular? Eu não dou a mínima pra isso.

Ela faz uma careta confusa:

– Ninguém está falando disso.

– Isso não significa que eu tenha que te obedecer - ele continua e dá alguns passos na direção dela, que se afasta um pouco relutante.

Ela agora não parece mais tão confiante, talvez esteja com medo. As poucas pessoas que ousaram confrontar a vontade do garoto não tiveram boas respostas de sua parte. Mas Gabriel apenas ergue as mãos em sinal de rendimento, o que mais uma vez surpreende a garota.

– Relaxa, eu vou embora. Mas não pense que é por sua causa. Se eu quisesse... - ele coça a cabeça pensando no que dizer e por fim desiste, achando desnecessário, então se vira e vai embora.

Ela observa com expressão intrigada enquanto ele se afasta. Está confusa e irritada. Primeiro porque aquilo não os levou a lugar nenhum, e segundo porque sim, ele a deixa irritada pelo simples fato de existir. O motivo? Nenhum em especial, apenas era assim. Ele é confiante demais, decidido demais, como se não tivesse medo de qualquer desafio que fosse encarar. Apenas ia e fazia. E depois ele não podia simplesmente ignora-la daquele jeito, ninguém jamais fazia isso. Claro que Avalanna detesta toda a atenção recebida, mas não está muito acostumada que as pessoas a confrontem e depois simplesmente vão embora como se não houvesse necessidade de ouvi-la falar.

– Ei, espera aí - ela chama enquanto vai atrás dele.

– O que você quer? - seu tom deixa claro a raiva.

Nós.. Nós precisamos terminar aquele trabalho.

– Temos todo o semestre para fazer isso. - responde sem ao menos olhar para trás.

Ela insiste:

– Não é bem assim. Será que você poderia parar e me escutar?

A princípio ele não se vira e apenas continua andando. Mas ela o alcança e antes que ele possa escapar novamente puxa-o pelo ombro. É esquisito. Ele se contrai e se esquiva como se não gostasse de ser tocado.

– Não. - seus olhos são tão frios que quase a fazem tremer.

– Desculpa.. - ela murmura, totalmente perdida e desconcertada.

– Não me importo. - ele responda secamente e está pronto para se virar quando ela volta a chama-lo.

– Gabriel...

Ele para a menção de seu nome e ela suspirou de alívio. Quando ele a olha novamente seus olhos são tão quentes que ela fica sem palavras. É quase como se fosse outra pessoa em seu lugar. Será que ela havia dito algo errado? Mas porque desta vez ele parece tão calmo? Ele se aproxima e é automático um calafrio percorrer o corpo da garota. Mas ela aproveita a chance e joga sua carta final.

– Gabe, por favor..


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Notas finais do capítulo

Ficou uma porcaria, admito, mas nada que sua opinião possa mudar, né? Então chega aí e comenta e me faz sorrir, beleza? ;*



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