Borboletas escrita por lovemhatem_


Capítulo 1
Éter na Mente


Notas iniciais do capítulo

Só uma entrada, sei lá.



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Era complexo seu medo por espelhos. Nenhum tipo de fobia, ou um motivo específico. Apenas ela sabia. Não era especificamente aquele motivo, porque ela se negava a assumir seu medo, apesar de tentar combate-lo. Tentar, sem sucesso, porque era fraca demais para conseguir algo para si ou por si mesma. O termo fraqueza era sua definição. Porque ela era fraca, pequena, estúpida, e feia. Com seu corpo de menina, com seus modos criticados, com seus pensamentos futeis, inconstantes. Ela buscava uma qualidade em si mesma e não encontrava. Os cachos que se bem cuidados tornavam-se brilhosos e macios, tão longos que quase alcançavam a cintura, eram para ela secos e descontrolados, motivo de piada. Seu rosto continha uma própria beleza que ela desconsiderava se não houvesse a maquiagem, e seus olhos possuiam um brilho inteligente que transmitia algo além da sua curiosidade natural, porém, para ela, eles provocavam o medo ou estranheza por parte das outras pessoas, por serem quase sempre tão sérios.

Mas isso era para ela. Apenas para ela. Porque para o resto das pessoas, ela era o símbolo da perfeição. Saindo-se melhor em tudo, com o incrivel dom de ler emoções e saber como tratar delas, com seu espírito alegre e louco de menina, como se não houvesse problema algum no mundo que a impedisse de ser feliz.

Era como um espelho errado. Porque ela transmitia a todos tudo que se desconsiderava ser, mas os outros viam nela tudo que ela realmente era. Seria possível?


Era complexa sua vontade de mirar-se ao espelho. Nenhum tipo de orgulho, ou motivo específico. Apenas ele sabia. Não era especificamente aquele motivo, porque ele se negava a assumir sua ansia, apesar de tentar combate-la. Tentar, sem sucesso, porque era forte demais para desistir de algo para si ou por si mesmo. O termo força era sua definição. Porque ele procurava no espelho algum traço que o pudesse tornar igual, considerava-se diferente. Não em aspecto de ser melhor que ninguém, ou talvez sim, sua humildade o forçava a negar que ele realmente pensava desse modo. Ele era realista, impulsivo, imperalista e egoísta. Com sua silhueta de adolescente revoltado, seus pensamentos negativos e obscuros. Ele buscava ao mesmo tempo qualidades e defeitos, mas não se considerava capaz de julgar a si mesmo, enojava-se com a possibilidade. Era religioso, mas sem fé. Em seu cabelo de tom quase dourado se via mais que desleixo, e em seus olhos cor de caramelo era visível mais do que desafio.

E mesmo que por dentro ele fosse algo que se considerasse saudável e capaz de qualquer coisa por alguém que amasse, por fora só transmitia medo, nojo, repugnancia. Ninguém queria um estranho como ele por perto.

Um estranho que de estranho só tinha a aparência, porque por dentro era igual a todo mundo. Totalmente igual e completamente diferente, porque ele transmitia a todos toda a real essência do seu ser, mas os outros viam nele tudo que ele não era. Seria possível?


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Notas finais do capítulo

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