Capitulo VIII

No capitulo anterior:

“Edward Elric POV’s

Acomodei-me em meu saco de dormir e tentei pegar no sono, mas não conseguia tirá-la da cabeça. Por que isso está acontecendo?

Winry Rockbell POV’s

Demorou um pouco até que conseguisse dormir, fiquei virando de um lado para o outro só pensando nele. Por que isso está acontecendo?”

Edward Elric POV’s

Na manhã seguinte o professor acordou a todos do mesmo modo do dia anterior, com uma buzina. Levantei num pulo e fui me arrastando até o banheiro improvisado, dessa vez até as garotas pareciam cansadas, acordar as seis e pouca da manhã e fazer atividades de acampamento era muito cansativo.

Somente dois alunos não estavam ali, os sortudos que ganharam a corrida de ontem disfrutavam de seu prêmio que era poder dormir até tarde hoje. Senti inveja deles, na verdade acho que todos sentiram. Tomamos o café e logo os professores começaram a nos organizar, a atividade de hoje seria uma espécie de competição esportiva.

Faríamos esportes o dia todo e graças a isso a professora Hawkeye achou melhor não nos algemar, para não atrapalharmos os outros. O primeiro jogo era queimado e a turma foi dividida em duas equipes. O professor soou o apito e o jogo começou.

Eu e Winry estávamos em equipes opostas, mas não pensem que só porque ela é uma garota que irei pegar leve. Joguei a bola e esta passou a centímetros dela que se jogou para o lado, ela me olhou com raiva e eu apenas sorri.

Uma das garotas conseguiu queimar Noah, que estava na minha equipe, ele parecia muito tranquilo, mas ficou queimado pelo resto da partida. Winry tinha um olhar desafiador, ela era muito competitiva e odiava perder, especialmente para mim, mas seu time estava perdendo.

Agora, de uma equipe de vinte alunos, havia cinco. Comecei a tentar acertá-la e ela desviava como se fosse a coisa mais fácil do mundo até que parou e deixou ser queimada de propósito.

Ela passou por mim e murmurou algo, que traduzi como: Vou acabar com você. E não deu outra, ela mirou e me acertou logo de primeira, a bola bateu bem na minha cabeça. Ela passou sorrindo vitoriosa e o meu sangue ferveu, não pretendo perder para ela.

Mas toda vez que jogava a bola ela a agarrava e queimava alguém do meu time, até que estávamos empatados, cada lado com quinze pontos. O professor nos deu cinco minutos para desempatar, não tínhamos muito tempo, e do jeito que a demônia jogava ela com certeza ganharia. Até que algo passou pela minha mente.

–Ei! Doida megalomaníaca! –gritei e ela se distraiu momentaneamente

–Quem você...! –ela gritou se irritando e parou assim que foi atingida pela bola

O professor Mustang assoprou o apito dando fim ao jogo. Winry bateu o pé em frustração e eu e resto do time vibramos em vitória.

Depois teve vôlei, basquetinho, dentre outros. No final acabamos empatados, cada time ganhou três jogos. Os professores nos fizeram ajudar a desmontar as barracas e recolher as coisas, refizemos as mochilas e fomos para o banho.

As garotas foram primeiro, como de costume Noah tentou espiá-las, mas a professora Hawkeye ficou de olho nele e assim que elas terminaram, nós entramos.

Quando a turma inteira já estava tomada banho, nós seguimos pelo mesmo caminho até a entrada da reserva, os alunos reclamaram do mesmo modo que fizeram na ida e a professora Hawkeye gritou umas duas ou três vezes.

Para nossa sorte os ônibus já estavam a nossa espera, antes de entrar, a professora me parou e fez o mesmo com Winry, ela nos algemou e nos deixou passar. Sentamos nos bancos do fundo junto com nossos amigos, todos estavam exaustos.

–Cara, eu to morto. –David disse se espreguiçando

–Eu também. Os jogos acabaram comigo. –respondi

–Ainda não acredito que acabou empatado. O professor devia ter feito mais um jogo para desempatar. –Winry reclamou em protesto

–Foi melhor assim, todos saem ganhando. –Noah respondeu

–E você -ela se virou para mim- me distraiu no jogo de queimado! Aquilo foi golpe baixo! –ela disse com uma veia pulsando em sua testa.

–Eu tinha que fazer alguma coisa, não queria perder. –respondi rindo da cara de indignação que ela fez

–Espero que vocês dois não façam nenhuma brincadeirinha de mau-gosto dessa vez. –o professor Mustang falou chegando de surpresa- Ou irei prendê-los no banheiro novamente, se bem que aposto que estão pedindo por isso... –ele sorriu malicioso

–Está errado! –Winry respondeu com o rosto tão vermelho quanto o meu

–É verdade, temos que ficar de olho nesses dois. –Noah disse sorrindo do mesmo modo que o professor

–Se quiserem namorar tudo bem, mas não se animem muito hein! –uma garota do banco da frente gritou

E logo toda a turma fazia comentários daquele tipo. Meu rosto estava fervendo, eles agiam como se nós realmente tivéssemos feito alguma coisa! Isso é um absurdo! Eu nunca, NUNCA faria qualquer coisa do tipo com essa... Essa... Demônia!

Mas, aos poucos, eles foram parando até que praticamente o ônibus inteiro estava roncando. Eu já estava fechando os olhos quando senti algo no meu ombro, olhei pelo canto do olho e vi que ela tinha adormecido.

Ela ficava diferente quando estava dormindo, seu semblante era tão calmo e inocente, tão bonita dormindo quanto é acordada. Bocejei e deixei que o sono me vencesse.

Winry Rockbell POV’s

O professor Mustang tinha mesmo que lembrar daquilo! Não é possível! Como se eu fosse ter alguma coisa com esse nanico!!!

O pior de tudo foi o pessoal encarnando na gente por um bom tempo, até que começaram a parar, provavelmente o cansaço acabou vencendo. Eu também estava com sono, a viagem de volta a Escola Cross iria demorar uma hora ou duas, resolvi dormir um pouco.

Acordei quando o ônibus parou, eu estava encostada em alguma coisa macia. Não me lembrava da janela ser macia daquele jeito, tentei levantar a cabeça, mas tinha um peso sobre a mesma.

Olhei para cima e vi que o nanico estava com a cabeça encima da minha, e eu estava encostada no ombro dele, levantei bruscamente e acabei batendo em seu queixo. Ele resmungou e voltou a dormir.

Meu rosto estava queimando, olhei pela janela, já estávamos na Escola Cross. Os alunos começaram a sair cambaleando do veículo, todos ainda sob o efeito do sono.

–Ed. –o cutuquei- Ei! Ed acorda! – empurrei de leve, mas ele nem se mexeu. - EDWARD ELRIC LEVANTA!!! –gritei em seu ouvido e lhe dei um soco forte no ombro

Ele abriu os olhos assustado e pulou do assento.

–O que foi?! –ele disse com os olhos arregalados.

–Nós já chegamos bela adormecida. –falei rindo.

–É assim que você acorda as pessoas?! Não dava pra ser um pouquinho mais delicada, não? –ele reclamou massageando o ombro que eu soquei.

–Não tem como ser delicada com uma pedra. –respondi

Saímos do ônibus e vi que as outras turmas também estavam chegando, o inspetor Buccaneer veio na nossa direção.

–Então? Como foi o acampamento? –ele perguntou enquanto abria as algemas

–Uma tortura. –respondemos juntos

Fui junto com as outras meninas para a Casa Vermelha, Rose e Yumi tinham olheiras enormes, as garotas de outras turmas levaram um susto quando nos viram. O 2°ano inteiro parecia um bando de zumbis andando pelos corredores.

–Nossa, o acampamento acabou com vocês. –a supervisora falou

Ninguém respondeu apenas andamos até o nosso quarto, nem ao menos desfizemos as mochilas, cada uma caiu em sua cama e dormiu até não aguentar mais.

***

Acordei com o som alto do sinal, bem diferente dos outros dias, dessa vez eu levantei bem disposta e sem um pingo de sono se quer, era mais uma manhã de segunda-feira. Coloquei o uniforme e desci para tomar café, meu estômago estava roncando, provavelmente por não ter comido nada ontem à noite.

Sai junto com as minhas amigas, Buccaneer me parou quando me viu tentando passar despercebida na multidão, mesmo depois de um mês eu ainda tentava me esquivar daquelas malditas algemas. Logo Ed chegou e pude ir para a aula.

Assim que entramos na sala todos os alunos nos olharam com um sorriso suspeito no rosto. Tentei ignorá-los e me sentei, mas eu ainda sentia o olhar deles na minha direção, então Rose me chamou.

–Ei Win, o que significa isso? –ela perguntou rindo e me mostrou uma foto

Puxei o papel de sua mão, a foto havia sido tirada por uma daquelas câmeras instantâneas e nela estava eu e Ed, ambos dormindo um apoiado no outro no ônibus. Agora eu entendia o porquê daqueles sorrisos. Meu rosto já devia estar parecendo um tomate, pois o mesmo estava quente, muito quente.

–O que foi? –Ed perguntou ao notar o meu estado.

Não disse nada, apenas passei a foto para ele, este teve a mesma reação que eu. Ele me devolveu a fotografia tão vermelho quanto eu achava estar.

–Quem foi que fez isso? –ele perguntou sem me encarar

–Algum engraçadinho. –falei alto para que todos ouvissem- Não se pode nem dormir em paz hoje dia.

–Vocês dois estão muito fofos desse jeito. –Rose se pronunciou rindo- Parecem um casal.

–Pode parar por aí! Casal coisa nenhuma!!! –Ed falou nervoso- Nós estávamos inconscientes!

–Exatamente! Nem sabíamos que estávamos desse jeito! –respondi irritada

–Sei...Todos dão a mesma desculpa. –ela riu travessa

–Oras, mas ao contrário de mim, Rose, você estava bem acordada quando certa pessoa quase lhe beijou, não é? –falei sorrindo vitoriosa ao vê-la corar

–Não tente mudar de assunto! –ela respondeu rápida

–Por quê? Você sabe que é verdade. –ela me olhou com raiva e virou para frente.

O professor entrou na sala e começou a aula, eu e Edward não trocamos uma palavra sequer, eu ainda estava muito envergonhada por causa daquela foto idiota, e presumi que ele também estivesse.

O dia passou normalmente, eu e ele não brigamos e nem conversamos muito, alguma coisa tinha mudado entre a gente, mas eu não sabia o motivo. E isso me deixava angustiada e confusa.

Quando estávamos saindo da sala, logo após o termino das aulas extras, as líderes de torcida da Escola Cross estavam dançando e animando os corredores. Elas distribuíam folhetos vermelhos e azuis enquanto cantavam alguma música de torcida.

Olhei para o papel e nele estava escrito:

“Inscrições abertas para as líderes de torcida da Escola Cross!

Teste na quarta-feira, ás 18h30min! Venha torcer com a gente!!!”

A equipe de torcida da escola tinha somente alunos do 3°ano, mas parece que esse ano vão deixar outras turmas participarem. Continuei andando e notei que havia folhetos e cartazes por toda a escola.

Paramos no portão principal, Buccaneer retirou as algemas e segui para a Casa Vermelha. Lá dentro a animação continuava a supervisora, que era uma das líderes de torcida, estava sorrindo e distribuindo os folhetos para todas as garotas, incentivando-as a se inscrever.

–Por que só agora que resolveram deixar outras turmas participarem? –perguntei a supervisora

–A turma do 3°ano desse ano é muito pequena e nem todos os alunos são da equipe de torcida, então não tivemos escolha. Você irá fazer o teste certo? –ela perguntou

–Não sei. –respondi

–Vamos Winry! Você foi ginasta o ginasial inteiro, você têm as habilidades necessárias para ser uma ótima líder de torcida! –ela disse sorrindo e seu tom era muito confiante

–Ãhn...Não sei, mas vou pensar no assunto. –respondi antes de seguir para o quarto

As garotas do 2°ano estavam agitadas, todas falavam ao mesmo tempo, algumas faziam acrobacias, outras tentavam imitar, mas sempre caiam. Em outro canto, um grupinho treinava passos de dança supercomplicados.

–O que acha disso Win? –Yumi perguntou, seus olhos brilhavam de animação- Não é demais?!

–É sim. –respondi rindo da carinha fofa que ela fazia- Você irá fazer o teste?

–Claro! Pensei que fosse ter que esperar até o ano que vem para ser uma líder, nem acredito que a espera acabou!

–Eu também vou tentar! Eu não sei fazer muitas acrobacias, mas sei dançar. –Rose disse sorrindo- Você vai também né Win?

–Não sei isso não faz muito o meu estilo, fora que não sei dançar. –respondi

–Mas você sabe dar cambalhotas e mortais como ninguém, dançar qualquer um aprende. –ela respondeu tentando me passar confiança- Vai Winry! Por favor!

–Ok, mas mesmo que eu passe, eu não sei se irie me torcer. –respondi

–Tudo bem, nós te convencemos depois. –Yumi disse sorrindo

Joguei a mochila na cama e fui tomar um banho. Quando sai do banheiro fiquei conversando com as minhas amigas, elas pegaram um pouco no meu pé por causa daquela foto e eu me diverti mais um pouquinho com a cara da Rose.

–Por quanto tempo você pretende ficar com raiva do David, Yumi? –perguntei

–Até ele morrer. –ela respondeu emburrada

–Eu sei que o que ele fez não foi certo, mas ele já te pediu desculpas um milhão de vezes, não acha que já está na hora de parar com isso? –falei

Ela me encarou, desfez a cara de raiva e pareceu pensar sobre o assunto, até que suspirou alto e se deu por vencida.

–É você tem razão. –ela respondeu- Vou falar com ele amanhã.

Edward Elric POV’s

Aquela foto me pegou de surpresa e agora todos me olhavam com aquela expressão de “eu sei o que você fez no verão passado!”. Voltei a Casa Azul e dei de cara com Noah falando besteira como sempre.

–Imagina só a Rose numa daquelas minissaias de líder de torcida! Vai ficar um espetáculo! –ele falou eufórico e totalmente pervertido

–Só pensa nisso? –falei me pronunciando e assim que ele colocou os olhos em mim, sorriu malicioso.

–Eu vi a tal foto hein...Quem diria... –ele riu

–Quem diria o que?! Nós estávamos dormindo!!! –argumentei e tentei não corar

–Sei...É o que todos dizem. –David falou com o mesmo sorriso de Noah- Então...Você sabe se a Winry vai entrar para as líderes?

–Não. –respondi- Por quê?

–Como assim por quê?! Você sabe muito bem o motivo! –Noah falou voltando ao seu tom pervertido- Só duas palavrinhas: garotas de minissaia.

–Ah. Isso. –falei sem dar importância

–Não me venha com essa! Não estamos falando de uma garota qualquer, é a Winry Rockbell, a garota mais gata da escola! –ele voltou a surtar.

–Você não tem jeito mesmo. Só consegue ver esse lado das coisas. –falei com uma gota na cabeça

–Ele tá assim desde que as líderes de torcida começaram a entregar os folhetos. –David disse balançando a cabeça negativamente

–E aí David? Conseguiu se acertar com a Yumi? –perguntei ignorando completamente Noah e seus comentários maldosos.

–Não. Ela deve me odiar. –ele respondeu meio....triste? – Mas vou tentar novamente amanhã.

–Uma hora ou outra ela vai acabar te perdoando. –respondi

Tomei um banho e algumas horas depois fui jantar, quando estava voltando para o quarto Alphonse apareceu no corredor. Ele tinha uma expressão engraçada, como se quisesse me perguntar alguma coisa.

–O que foi? –perguntei

–Podemos conversar Nii-san?

–Claro. –respondi

O quarto do 1°ano estava vazio, ele sentou na cama e eu ao seu lado. Desde que voltou da excursão ele estava estranho.

–Ãhn...Eu queria um conselho. –ele começou a falar- Como é...err..Como é que se diz a uma garota que gosta dela? –ele perguntou ficando vermelho

Não pude evitar e comecei a rir, ele estava todo nervoso por causa disso. Só o Al mesmo.

–Não tem graça! –ele disse ficando emburrado

–Desculpe Al. –falei tentando parar de rir- Quem é a garota que você gosta? –perguntei, eu sabia, mas queria ouvi-lo dizer.

–Hum...É a May-san. –ele voltou a ficar rubro- Então? O que eu faço?

–Ãhn...bem... Eu não sei direito. Nunca me declarei pra uma garota. Mas acho que é só falar e pronto. –respondi meio sem jeito

–Mas e se ela não gostar de mim?

–É claro que ela gosta. Seria doida se não gostasse. –sorri tentando lhe passar confiança

–Obrigado Nii-san. –ele sorriu

Sai do quarto do 1° ano e fui para o meu. O supervisor já estava anunciando o toque de recolher. Deitei na minha cama e tentei dormir.

***

O dia seguinte estava agitado, havia garotas para todo o lado, divididas em vários grupos, todas treinando acrobacias e passos de dança. Eu e Winry estávamos na arquibancada, o professor Hughes estava tão animado com as líderes de torcida que cedeu seus dois tempos de aula para as meninas treinarem.

–Você vai participar? –perguntei a ela

–Vou. –ela respondeu- Yumi e Rose me convenceram. E você?

–Não, não fui feito pra essas coisas. –respondi rindo- Mas se você vai fazer o teste não acha que deveria treinar?

–Eu sei, só que estou com preguiça. –ela se espreguiçou- Fora que... –ela apontou para as algemas

–Mas é só pedir pro Buccaneer abri-las, ele está logo ali. –falei vendo o armário atravessar o gramado- Ei Buccaneer!!! –gritei e ele veio na nossa direção

–O que querem? –ele perguntou

–Pode tirar as algemas um pouquinho? A Winry precisa treinar para o teste das líderes de torcida. –pedi

–Hum... –ele disse pensativo- Tudo bem.

–Obrigada. –ela sorriu para mim assim que se viu livre.

Acompanhei-a com os olhos até a mesma entrar no vestiário feminino. Fiquei olhando para a agitação de alunos no gramado, Noah e alguns garotos pervertidos ficavam babando pelos cantos e os outros se distraiam jogando bola.

Até que encontrei David e Yumi conversando, dava claramente para ver que ele estava se desculpando com ela, e esta tinha uma expressão dura como se não quisesse ouvir, mas assim que ele parou de falar ela soltou um suspiro enquanto balançava a cabeça em sinal de “sim”.

Mas o que realmente surpreendeu foi a reação dele, ele a abraçou e lhe deu um beijo na bochecha, a garota parecia que iria desmaiar a qualquer momento, ela tinha as faces coradas e ele, logo depois de perceber o que tinha feito ficou tão rubro quando ela.

David se afastou e foi jogar bola com os outros garotos, Winry foi correndo até Yumi que ainda estava atônita. Só então percebi que as garotas usam a roupa de Ed. Física para o verão, regatas brancas e shorts verdes na metade da coxa.

Winry se juntou as outras meninas nas acrobacias, ela era uma ótima ginasta, mas dançava engraçado. Cai na gargalhada umas quinhentas vezes enquanto ela tentava imitar os passos das outras garotas, eu devia estar rindo alto, pois a mesma me encarou, fuzilando-me com o olhar.

O sinal tocou anunciando o fim das aulas normais, uma multidão saia da Casa Principal e os garotos começaram a assobiar para as meninas que ainda treinavam no gramado. Nesse momento senti algo estranho, um dos garotos do 3°ano ficou cantando o grupinho em que Winry estava, ele tinha um sorriso malicioso no rosto e olhava as meninas da cabeça aos pés.

Quando eu já estava levantando, Winry deu um soco na cara daquele pervertido. Ele a encarou assustado e ela disse algo que o fez sair correndo.

–Idiota! –ela gritou para garoto que já estava a uns cinco metros de distância

–O que aconteceu? –perguntei fingindo não saber de nada

–Só um imbecil pervertido enchendo o saco. –uma garota falou- É melhor nos apressarmos, as aulas extras vão começar em alguns minutos.

Winry Rockbell POV’s

Corri para o vestiário e me troquei o mais rápido possível. Eu já estava correndo até as outras garotas quando vi David e Yumi conversando, parei e me aproximei devagar tentando não ser notada por nenhum dos dois, fiquei próxima o suficiente para ouvir o que eles estavam dizendo.

–Me perdoa, por favor, Yumi! Eu prometo que nunca mais vou fazer outra brincadeira dessas! Eu juro! –David falava

–Agora você está arrependido? –Yumi perguntou irritada

–Uhum. Se eu soubesse que você iria ficar me dando esse gelo jamais teria feito o que fiz. –ele respondeu

Yumi fechou ainda mais a cara. Pensei que ela fosse gritar com ele ou apenas ignorá-lo, mas ela suspirou e o acenou com a cabeça.

–Tudo bem, eu te perdoo. –ela respondeu com um pequeno sorriso

–Sério? –ele parecia surpreso

–Uhum. –ela falou

E então ele a abraçou, Yumi ficou parecendo uma placa de PARE de tão vermelha e para aumentar ainda mais o tom rubro em sua face ele lhe dá um beijo na bochecha. Quando a soltou, o mesmo tinha o rosto tão vermelho quanto ela.

–Err...Eu não gosto quando você fica sem falar comigo. –ele respondeu sem jeito e olhando para um ponto qualquer

–Eu também não gosto. –ela falou virando a cabeça para o lado

–Bom, eu já vou indo. –ele disse antes de sair correndo e se juntar ao jogo de futebol

Aproveitei que Yumi estava sozinha e corri até a mesma. Ela se assustou quando me viu.

–Eu vi hein. –falei sorrindo travessa

–É, nós fizemos as pazes. –ele respondeu com um sorriso tímido

–Vocês ficam fofos juntos. –falei e ela voltou a corar

Fui até as garotas e comecei a mostrar o que eu sabia fazer, dei os meus melhores saltos e piruetas, até que elas me pediram para dançar. Dança é o meu ponto fraco, não sei fazer nenhum passo legal e não tenho nenhuma coordenação.

Rose parou na minha frente e começou a fazer passos simples para que eu imitasse, eu tentei, mas sensação que tive era que eu estava parecendo uma galinha tentando voar ou até coisa pior. Ouvi uma gargalhada vinda da arquibancada, eu já sabia quem era. Apenas o olhei com raiva, ele parou e assim que voltei a dançar as gargalhadas voltaram.

Ignorei aquele nanico e me concentrei na dança, o professor Hughes gritava alguma coisa para turma, acho que era “animação” ou algo do tipo. Logo o sinal tocou dando fim as aulas normais, os alunos saiam aos montes da Casa Principal e não demorou muito para as gracinhas começarem.

Os garotos de praticamente todas as séries assobiavam e faziam comentários idiotas, até que um garoto do 3°ano veio tirar uma com a nossa cara.

–E aí meninas. Vocês estão maravilhosas! –ele sorriu torto enquanto me olhava dos pés a cabeça- Eu estava pensando se vocês não querem ir treinar lá em casa, só pra gente se conhecer melhor.

Senti todo o meu sangue subir e quando me dei conta, já estava dando um soco na cara daquele pervertido. As garotas aplaudiram e ele me olhou assustado.

–Idiota! –gritei com raiva

–O que aconteceu? –ouvi uma voz familiar perguntar

–Só um imbecil pervertido enchendo o saco. –a garota que estava ao meu lado falou- É melhor nos apressarmos, as aulas extras vão começar em alguns minutos.

Corremos para o vestiário, tomei um banho rápido e vesti o uniforme. Do lado de fora, Buccaneer e Ed me esperava, o armário me algemou ao nanico e seguimos para a detenção. O castigo dessa vez foi o segundo pior, (o primeiro era ficar grudada ao baixinho) limpar os banheiros do primeiro andar.

Céus! Como os garotos são porcos! O banheiro masculino fedia tanto quanto, ou até mais, que o banheiro do ônibus. Foi horrível ter que desinfetar aquele lugar, mas depois da limpeza parecia até que tínhamos reformado tudo. Seguimos para os banheiros femininos, a diferença era enorme. Mal nos deu trabalho, as meninas são organizadas e limpas, levamos apenas meia hora para limpar tudo.

E assim que terminamos, o sinal das aulas extras tocou. Eu e Edward estávamos a caminho da sala de aula quando vimos duas silhuetas familiares no corredor vazio, eram Alphonse e May.

–Espera. –falei baixo e me escondi atrás do bebedouro- Abaixa! –o puxei com força e por muito pouco ele não caiu em cima de mim

–O que foi? –ele perguntou sussurrando

–Olha. –apontei para o casal e logo ele entendeu.

Continua...