Procura Obsessiva escrita por July Carter


Capítulo 2
Capítulo um.


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora para postar... Estava nos últimos dias de aula e então tive que focar nos estudos, também esperava o Thomas para continuar a história, mas como ele não quis mais continuarei a escrever sozinha. Espero que gostem desse capítulo.



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Dezessete anos depois...

Querido diário, tenho a sensação de que o dia de hoje não será tão repugnante quanto os demais. Não precisarei ficar o dia todo em casa fugindo das investidas de Charlie trancafiada em meu inferno pessoal. Só precisarei cuidar de mim mesma a noite, porque mesmo com a porta trancada não me sinto segura em minha própria casa.

Isabella afastou as mãos do diário e se levantou da cama caminhando em direção ao calendário pregado em sua parede. Ela riscou o último dia que faltava daquela cartela de vermelho. Era o primeiro dia de aula. Por mais que muitos odiassem isso, ela sonhava a cada dia que passava com esse dia. Acreditava que com ele oportunidades de vida melhores viriam. Ela riu de seu próprio pensamento e caminhou novamente até a cama, sentando-se e apoiando seu diário na perna. Ela continuou a escrever.

Rebecka teve sorte. Foi passar alguns dias com a vovó Swan, tenho certeza que ela será bem cuidada, mas ainda assim a preocupação não some. Queria que ela sumisse.
Será que a cota de sofrimento nunca acabaria? Dezessete anos nessa minha vida é demais para qualquer ser humano... Eu acho.

A garota fechou o diário com sua irmã em seu pensamento. Rebecka não era tão mais nova assim, tinha quatorze anos, mesmo assim agia como uma criança pequena. Ela colou o seu diário em uma caixinha fina, a qual poderia fechar, e a depositou em baixo de sua cama. Caminhou até a janela de seu quarto, do lado de fora da casa a chuva era frenética e não sessava, estava ali presente desde as três da manhã quando acordou com as batidas insuportáveis de Charlie na porta. Ele estava bêbado, como sempre nos últimos dez anos. Bella puxou a mochila para suas mãos e jogou alguns livros dentro da mesma. Ela pegou a mochila e a colocou em suas costas enquanto descia as escadas correndo torcendo para que não tenha que bater de frente com...

- Onde pensa que vai putinha? – Tarde demais.

- Maldição. – Bella sussurrou só pra si enquanto Charlie saia da cozinha com uma garrafa de cerveja de quinta nas mãos. Bella o encarava. – Estou indo para a escola... papai.

- Filha minha não precisa estudar meu bem. – Disse se aproximando. Era óbvio que ele estava bêbado. Bella gemeu internamente enojada. – Vamos, tire essa mochila, não quero minha pele de porcelana marcada.

- Me deixe em paz!– Ela queria gritar, mas com dificuldade se conteve.

- Papai. – foi o que disse ao invés disso. – É meu último ano na escola. – sussurrou. – Ano que vem poderei dar-lhe o que quiser.

- Pode ser uma boa ideia. – pensou feito um idiota. – Pode ir, mas volte antes do meio dia... Precisarei ir até a casa de Billy para tratar uns negócios, se é que me entende. – riu de si mesmo se jogando no sofá e fechando os olhos.

Bella revirou os olhos, mas não esperou tempo suficiente para consertá-lo, apenas correu para fora e fechou os olhos com força ao virar a esquina tão conhecida. Teria que se lembrar de escrever no diário que estava errada, que esse dia seria como todos os outros dias.

A chuva forte caía por seus cabelos e a cegava. Ela respirou fundo e se apoiou na parede próxima a porta da casa de Jacob. Ele era seu melhor amigo e também a compreendia. Era filho de Billy Black, mas completamente diferente de Charlie e até mesmo do próprio pai. Ela tocou a campainha dando graças por Billy ter viajado. Sempre era assim, ela tocava na casa de Jacob e eles iam a pé para escola e assim que saíam Billy e Charlie se encontravam para fazer sabe-se lá o que.

Bella colocou as mãos molhadas no bolso do casaco e depois de alguns minutos Jacob apareceu na porta de casa. Comparado a Bella, Jacob era alto e musculoso, ela nunca conseguiu imaginar como Billy conseguia agredi-lo. Jacob olhou para ela, como sempre sorrindo, mas o sorriso se dissolveu ao ver o estado da amiga.

- Charlie de novo? – sussurrou dando espaço para que ela entrasse.

- Quem poderia ser? – deu de ombros tomando o máximo de cuidado para que não encharcasse a casa. Olhou para si mesma e chegou à conclusão que não poderia aparecer na escola daquela forma. – Jake, você ainda tem alguma roupa da Leah aqui? – Essa era sua válvula de escape. Sempre que algo acontecia Bella recorria ao guarda-roupa da irmã mais velha de Jacob.

- Acho que guardei algumas...

Que Billy não saiba disso.– ela pensou em dizer.

Billy sempre suspeitou da sexualidade de Jacob, mas nunca deu a entender nada, no fundo, Jacob sabia que era questão de tempo para seu pai esfregar todas as suas suspeitas em sua cara. Qual o cara dezessete anos, nos dias atuais, que nunca namorou nem ficou com nenhuma garota? Esse cara é o Jacob. Ele dizia para quem quisesse ouvir que se fosse preciso morreria sem nunca ficar com ninguém. Sempre esperaria a pessoa certa e de certa forma, Bella o apoiava.

Jacob subiu as escadas em direção ao seu quarto e Bella foi atrás dele. O rapaz abriu o guarda-roupa e de lá tirou algumas roupas da irmã, Bella escolheu a mais simples e ambos foram para a escola no carro de Jacob.

[...]

 Um homem cruzava as ruas de Forks embaixo da chuva forte com uma pasta colada ao peito. Definitivamente foi uma ideia idiota ir para seu primeiro dia no emprego andando. Que impressão passaria para seus alunos?

Edward Cullen era um homem rico e professor de educação física nas horas vagas. Costumava pensar que aquilo era o que garantia sua sanidade mental e mantinha seu corpo funcionando.

Aos dezessete anos, Edward recebia a responsabilidade de um homem, teve sua primeira filha, Isabella, cujo só a pegou uma vez em seu braço. Aquela única vez foi o suficiente ara decorar cada expressão de seu rosto e ter a certeza de que o bebê que enterrou há dezessete anos não era sua filha. Dois anos depois, Edward se casou com Alex Denali, juntando assim duas famílias poderosas. Sua fortuna duplicou e desse casamento nasceu Tânia, hoje com quinze anos.

Com passos largos Edward entrou nas extremidades da escola. As gotas de chuva caíam por seu rosto. Edward hoje tinha trinta e quatro anos, mas não parecia passar dos vinte e seis. Perdido em seus próprios pensamentos sentiu algo bater contra seu corpo o que fez com que se inclinasse para frente. Edward olhou para baixo e sorriu discretamente ao ver uma garota de longos cabelos negros. Seus cabelos cobriam completamente seu rosto.

- Me desculpe. – A voz da garota era baixa e dura. Ela vestia um short curto e uma blusa sem manda, Edward logo reconheceu como o uniforme de educação física.

- Fugindo da aula mocinha? – deu um meio sorriso tímido e a ajudou a se levantar.

Os olhos da garota eram negros e eles lhe lembravam de alguém...

- Não, quer dizer... Sim. – ela levantou o olhar e o encarou. – O professor de educação física é horrível. – suspirou. – Deveria ser crime fazer um aluno correr cinco vezes a mesma quadra. – ela o olhou de cima abaixo e sorriu. – Você é novo aqui. – comentou.

- É, acho que sim. – Edward sorriu.

- Ah. – ela riu baixo. – Acho que temos essa aula juntos. – Bella pensou alguns segundos. – De qualquer forma, acho melhor você seguir meu conselho, fuja dessa aula.

- Pensarei nessa hipótese. – sorriu dando de ombros. Estava encantado por aquela garota.

- Tudo bem, nos vemos por aí. – ela deu as costas para ele e saiu correndo em direção a um homem alto e moreno, Jacob.

Edward deu um meio sorriso e caminhou em direção ao ginásio, de certa forma, Edward rezou para que sua fislha fosse parecida com aquela garota de olhos negros.

[...]

Bella entrou em sua casa, tudo estava escuro e ela deu um meio sorriso aliviado ao perceber que Charlie não estava ali. Andou com passos largos em direção ao seu quarto, bateu a porta ao entrar nele, mudou a roupa e pegou seu diário, seu refugio.

Querido diário, infelizmente, tenho que dizer que estava errada.

O dia de hoje foi tão ruim quantos todos os outros dias, garotas mimadas e meninos idiotas que só se aproximam de mim por achar que sou como todas as outras. Fico feliz por ter Jacob ao meu lado, ele parece querer me proteger contra tudo e todos, me sinto bem com isso.
Não consigo compreender o motivo, mas não consigo parar de ter esperanças de que esse ano será melhor que os outros. Sim, esse ano será.

Ela se levantou da cama fechando seu diário e checando mais uma vez se sua porta estava fechada, deitou em sua cama e encarou o teto. Mais um dia havia acabado e ela estava feliz por ter sobrevivido a ele.


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