No dia seguinte, Caroline quis levantar-se cedo. Vestiu uns calções pretos, uma t'shirt que dizia ''I ♥ London'' e calçou os seus ténis preferidos da Adidas. Como era Sábado, e eram 7h10, o seu pai continuava a dormir. Caroline foi até à cozinha, abriu a porta da dispensa e agarrou uma barra daquelas de cereais, só para não ficar sem comer nada. Sentou-se numa cadeira, no seu terraço. Se havia coisa de que ela gostava, era de sentir a brisa da manhã antes do quase insuportável calor que iria chegar no máximo duas horas depois. Estava agora a pensar sobre como seria o seu Verão em Florida. Estava ansiosa. Cerca de quinze minutos depois a reflectir sobre a sua vida, uma mota cinzenta parou à frente de sua casa. Ficou espantada quando viu que quem vinha nela, era Dylan, que saiu de cima da mota, tirou o capacete e ajeitou o cabelo. Dylan voltou a puxar as calças para cima, como tinha acontecido no dia anterior, olhou para o terraço e disse:


– Olá Caroline! Estás boa? - Ele pousou o capacete em cima da mota.

– O que estás aqui a fazer? E desde quando é que tens uma mota? - Caroline não o deixou responder, entrou para dentro de casa, desceu e saiu porta fora em direcção a Dylan.

– Foi um presentinho do meu pai, dos meus anos. Bastante atrasada, mas pronto. E já posso responder à tua outra pergunta?

– Sim, já. Desculpa. Volto a fazer a pergunta, o que estás aqui a fazer?

– Calma! - Dylan deu-lhe um beijo na bochecha, e ela deu-lhe outro. - Porque é que não respondes primeiro à minha pergunta?

– Estás a brincar comigo?! Já não me lembro o que perguntaste. - Caroline mordeu o lábio, baixou a cabeça por estar envergonhada, e depois deu uma gargalhada.

– Perguntei se estás boa. - Dylan deu outra gargalhada.

– Ah sim, está tudo bem. Agora responde tu à minha pergunta, pode ser?
– Claro que sim. Então... Eu, vim chatear-te. - Dylan deu uma gargalhada, e Caroline olhou-o com seriedade. - Estou a brincar, vim ver como estás daquilo de ontem. - Olhou para a perna de Carol, e rapidamente chegou à conclusão de que o seu corte estava um pouco melhor. Caroline olhou para a sua perna e disse:

– Está um pouco melhor, obrigada. - Olhou nos olhos de Dylan, e depois desviou o olhar. - Queres ir dar uma volta ou assim?

– Estás mesmo bem-disposta hoje! Estou a ver que a brisa da manhã te fez bem! - Disse Dylan pasmado. - Claro que sim, adorava. Onde queres ir?
– À praia, talvez. Tenho saudades.
– Vamos a pé? - Perguntou Dylan, olhando para a rua que os ia levar até à praia.

– Sim, até nem é longe.

– Vamos então. - Dylan pôs as mãos nos bolsos e olhou para Caroline. Caroline sorriu de orelha a orelha e agarrou o braço dele.

– Anda, vamos por aqui. - Disse ela. Foram os dois pelo passeio a conversar.
– Então Caroline, o teu pai estava em casa ainda? - Perguntou Dylan.

– Sim, estava a dormir. Ainda não são 8h, é um bocado cedo. Então, mas posso perguntar-te outra coisa?

– Claro que sim.

– Como sabias que já tinha acordado?
– Quando estive contigo no teu quarto, reparei que o teu despertador estava colocado para as 7h. És madrugadora, até aos fins-de-semana estou a ver. E pronto, apeteceu-me arriscar e passar por cá.

– Foi simpático da tua parte. - Dylan sorriu. - És sempre assim Dylan?

– Assim? Assim como?

– Preocupas-te sempre com os outros?

– Sim, eu gosto de ajudar quem precisa de ajuda. Pelo menos aqueles de quem gosto. - Caroline estava a sorrir, e Dylan estava a olhar para ela com ternura. - Ele tentou mudar de assunto. - Quer dizer, não é que tu precises de ajuda, mas tu percebes, como ontem de atropelei, e tal... Vim cá, porque a culpa foi minha. Pronto ok.

– Estás-te a atrapalhar um bocadinho. - Os dois deram uma gargalhada.

– Pois, eu sei...

– Reparei nisso quando ontem disseste que estás a tentar ajudar o teu amigo... Aquele que andava metido na droga.

– Por exemplo, o Fred é o meu melhor amigo, e ele precisa de mim. Eu também preciso e já precisei dele, e é isso que os melhores amigos fazem não é? Estamos juntos desde o 4º ano, e ele também é o namorado da minha irmã, por isso... Somos ainda mais amigos do que aquilo que éramos.

– Tens uma irmã?

– Tenho duas irmãs, e um irmão. Mas sim. - Dylan deu uma gargalhada.

– E como se chamam?

– Melanie, Emma e Rupert. A namorada do Fred é a Emma.

– É giro ele namorar com a tua irmã.

– Não te importas que ele venha connosco para Florida, pois não?

– Claro que não, mas mesmo que me importasse, a casa é tua.

Dylan e Caroline finalmente chegaram à praia. Os dois sentaram-se na areia, e ficaram a olhar para o mar por uns minutos. Dylan baixou a cabeça e ficou a desenhar na areia.


– E o que fazemos agora? - Perguntou Dylan, olhando para Caroline.

– Não faço ideia. - Ela olhou para ele também.

– Já sei, já sei! - Levantou-se de repente, e Caroline ficou a olhar para ele, sentada na areia. - Vamos dar um mergulho?

– O quê? Estás-te a passar, não estás? Não tenho biquini, nem toalha!
– Então molhas só os pés, mas não sei, temos de fazer alguma coisa. - Dylan estendeu a mão a Caroline, que a agarrou. Dylan puxou-a para cima.

– Vou molhar os pés então.

– Está bem, mas eu vou ao banho!

– Não tens calções, Dylan.

– Vou de boxers. Não há problema nenhum.

– Pronto, pronto. - Caroline deu uma gargalhada. - És doido. Pode estar calor no Verão, mas de manhã está sempre muito frio. Deve estar gelada a água.

– É muito raro ter frio. - Quando disse isto, Dylan despiu a camisola, e quando Caroline olhou para os seus abdominais que eram perfeitamente bem desenhados, ficou sem palavras.

– Até já.


Mandou a camisola para a areia, deu o seu telemóvel a Caroline para que ela o guardasse e foi a correr para a água. Caroline sentou-se na areia, e ficou a observá-lo. Eles os dois eram as únicas pessoas que estavam na praia. Por breves momentos, Caroline deu por si mesma a pensar o quanto achava Dylan bonito. Caroline achava-o realmente bonito. Era pouco mais alto que ela. Caroline achava que o seu namorado era melhor do que todos os outros, por mais giros que eles pudessem ser. Dylan e Michael eram parecidos em alguns aspectos: Ambos eram divertidos, bonitos, engraçados e inteligentes. A nível físico, eram muito diferentes: Dylan era mais moreno do que Michael. O cabelo de Dylan era loiro ou castanho-claro, e o de Michael era castanho escuro. Os olhos de Dylan eram castanhos intensos, e os de Michael eram de um azul profundo. Psicologicamente, mesmo que Caroline não conhecesse bem Dylan, já tinha uma pequena ideia. Não havia muitas diferenças: A que se notava mais, talvez fosse o facto de Dylan ser provavelmente um pouco mais mulherengo do que Michael. Dylan agia de uma forma que mostrava também que era um pouco convencido. Mas Caroline achava sobretudo, que isso acontecia principalmente pelo facto de Dylan ser rico. Michael era um pouco mais humilde. De repente, o telemóvel de Dylan tocou. Caroline apressou-se a olhar para o ecrã, e viu que quem estava a ligar era Fred - o seu melhor amigo. - Caroline levantou-se rapidamente, esquecendo que tinha um corte na perna. Acenou para Dylan, que tinha água nos olhos e não estava a conseguir vê-la como deve de ser. Dylan olhou para Caroline, ela levantou o braço e mostrou o telemóvel. Dylan fez-lhe sinal para que atendesse. Ela carregou no botão verde, para atender.

– Estou?

– Estou? Emma, és tu?

– Não, é uma amiga do Dylan. - Ela sentou-se na areia.

– O Dylan está ocupado?

– Sim, estamos na praia e ele mandou-me atender. Ele está na água.

– Estou a ver... É que eu queria falar com ele para que ele passasse aqui por minha casa. Onde é que vocês estão?

– Estamos na praia de Southend. Bem, é uma longa história... Queres vir cá ter connosco?

– Está bem, eu vou. Estão à frente dos bares?

– Sim, estamos.

– Está bem, vou para aí agora.

– Ok, até já.

– Até já.

Dylan saiu da água, e veio na direcção de Caroline.

- Quem era? O que é que ele queria? - Dylan sacudiu o cabelo (assim: http://gifsoup.com/webroot/animatedgifs/296866_o.gif).

– Era um amigo teu, acho. Pelo menos era um rapaz. Ele queria convidar-te para ires lá a casa dele. E eu perguntei-lhe se ele não queria antes passar por aqui, já que estavas dentro de água... - Ela continuou sentada.

– Fizeste bem, e ele? Vem?

– Sim. Posso saber uma coisa?

– Sim, diga lá o que é que quer saber menina Caroline?

– Como é que te vais secar?

– De pé.

– Isso é um bocado ridículo, tens noção disso não tens?

– Tenho, mas o que queres que faça? Não me vou sentar, porque fico cheio de areia.

– És mesmo comichoso. - Caroline agarrou-lhe o braço, e puxou-o. Dylan desequilibrou-se e caiu na areia.

– FOGO! E agora?!

– Agora secas sentado. - Caroline riu-se. - E cheio de areia.

– Ah Ah Ah - Ele riu-se ironicamente. - Queres ficar cheia de areia também? Assim também me começo a rir. - Sorriu e agarrou-a.

– Está quieto! - Caroline disse isto a rir-se, e a tentar descolar-se de Dylan.