- Então Caroline, ficaste mesmo assustada. 
- És um otário, sabias? - Ela ficou amuada. 
- Não faças birrinha agora. Comigo só tens diversão! 
- Quero lá saber disso! - Caroline estava irritada, e foi a nadar até à rocha. 
- Vá lá, não fiques assim. 
- E como é que tu queres que eu fique? Assustaste-me, seu estúpido! 
- Foi só uma brincadeirinha. 
- Uma brincadeirinha? De péssimo gosto, deixa-me que te diga! 
- Não vais amuar pois não? 
- Claro que não, achas?! - Disse Caroline ironicamente. - Vou rir-me à gargalhada, como se tu não fosses um grande idiota! - Caroline começou a subir a rocha, furiosa. 
- Tem cuidado! Podem haver coisas aí que cortam, sabias?! - Dylan avisou-a. 
- Cala a boca, Dylan! - Caroline não lhe deu ouvidos, e continuou a subir. Quando estava a subir, sentiu um vidro entrar-lhe pela carne a dentro. Deixou-se cair novamente para dentro de água, e Dylan foi logo ter com ela o mais rápido possível. 
- Estás bem? - Dylan agarrou-a. 
- Cortei-me! Outra vez! - Caroline estava espantada. Depressa ficou rabugenta. - E outra vez por tua causa! Mas porque raio é que está um vidro aqui?! 
- Eu avisei-te otária. Tu não me quiseste ouvir! 
- Deixa de te armar em bom, e responde à minha pergunta! 
- Olha, se calhar está aí um vidro, porque à noite, muito pessoal vem para aqui fazer festas, e começam a beber, e tal... E acabam por deixar as garrafas cair ou algo do género. Ai sei lá, só sei que te avisei, e tu não quiseste saber! 
- Pronto, agora ficas todo orgulhoso não é? - Caroline revirou os olhos. 
- Anda, eu ajudo-te. - Dylan foi a nadar com ela até à praia, e quando pisaram finalmente areia, sentaram-se. Dylan meteu a sua mão na perna de Caroline, e com a sua camisola, foi estancando o sangue. 
- Obrigada. - Caroline agradeceu e sorriu de seguida. 
- Não sejas parva, não fui obrigado a nada.

Caroline abraçou-o, sem hesitar. Queria que fossem amigos, mas não conseguia deixar de pensar que tinha traído Michael, e isso estava a consumi-la por dentro. Queria construir uma grande amizade com Dylan, mas Michael estava sempre no meio dos dois. Caroline sentia o coração de Dylan a bater rápido, enquanto estavam abraçados. Dylan sentia a respiração de Caroline no seu pescoço. 

- Queres ir dar uma volta? - Perguntou Caroline, parando o abraço. 
-  Sim, sim. - Dylan levantou-se da areia. 
- Queres ir onde? 
- Não sei, tens alguma sugestão? - Caroline esticou a sua mão, para que Dylan a ajudasse a levantar. 
- Não, por acaso não tenho nenhuma. - Ajudou-a a levantar, agarrando a mão dela. - Afinal acho que já tenho uma sugestão. 
- E é qual? Onde vamos? 
- Vamos andar por aí. 
- O quê, tipo turistas? 
- Sim, isso mesmo. Vamos onde os nossos pés nos levarem. Que me dizes? 
- Aceito então. 

Sorriram um para o outro, e puseram-se a caminho para algum lado que eles não sabiam onde era. 

- Então... Como estão as coisas com o Michael? - Perguntou-lhe Dylan. 
- Estão mais ou menos. - Respondeu-lhe Caroline com um tom de voz aborrecido. 
- Mais ou menos? O que aconteceu? - Dylan ficou com um ar preocupado. 
- Não aconteceu nada, mas como não temos falado, pronto... Tenho medo. 
- Medo do quê, Caroline? 
- Sei lá, que ele me esqueça. Que ele me traia, que ele me ignore, que ele me fale mal, que ele deixe de gostar de mim, que ele esqueça tudo o que já passámos. 
- Acho que isso é normal, não? 
- O quê, ele esquecer-me?! Não é nada normal! - Caroline levantou-lhe o tom de voz. 
- Não é isso, parva. É normal teres medo. Se realmente gostas dele, é normal teres sempre esse receio, ainda por cima agora, que estão longe um do outro. 
- Ahhh... Desculpa. Queria tanto estar com ele, agora. Fogo, nem imaginas. - Caroline estava com saudades, e apetecia-lhe imenso chorar. 
- Se calhar imagino mais do que tu pensas. - Dylan sussurou, para que ela não ouvisse. - Eu compreendo, acredita. Mas pior que isso, é quando estás muito próxima físicamente da pessoa de quem gostas, e ainda assim, tens saudades dela, mas não lhe podes tocar. 
- Ao falares assim, até parece que já passaste por isso, Dylan. 
- Não, claro que não. - Dylan tentou disfarçar. - Achas mesmo? Vi isso num filme, e achei uma certa piada. 
- Oh, pois. Mas mesmo assim, não é uma coisa que tenha piada oh, acho que é uma grande verdade. Acho que não há pior sensação do que estares ao lado da pessoa de quem gostas, e não poderes realmente estar com ela. 
- Pois é, pois é. - Ele estava cansado daquela conversa, porque não queria ouvi-la falar do namorado. Por isso, mudou de assunto. - Então? Estás a gostar de estar por cá? 
- Estou a gostar muito! Isto é óptimo! - Respondeu Caroline, entusiasmada. 
- E ainda não viste nada. - Dylan olhou-a de forma cativante. Os dois combinaram ir até onde os pés os levassem, e foi isso que fizeram. Foram dar uma volta enorme, passaram por imensos sítios, falaram sobre imensas coisas, e depois acabaram por voltar para casa, estafados.