Irritantemente Adorável escrita por Mrs House


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/275868/chapter/1

Cameron acordou com o barulho da porta da frente batendo. Seu quarto estava uma bagunça de travesseiros e de suas próprias roupas jogadas no chão.

Ela cobriu-se até o queixo com o lençol enquanto uma sucessão de flashbacks invadiu seus pensamentos.


“House, eu não posso voltar, já lhe disse isso.” Já era a segunda vez que ele aparecia em sua porta pedindo a mesma coisa.

“Mas eu não estava ouvindo.”

“Certo.”

“Você quer que eu a ouça mais, posso fazer isso.”

“Eu já aceitei uma oferta de emprego.”

“Com quem?”

“Yule, no Jefferson.”

“Diga que mudou de ideia.”

“Por quê?” Ela levantou uma sobrancelha, desafiando-o.

"Porque o Yule é chato, porque ele é baixinho... Porque eu quero que você volte."

"Não é o suficiente." Ela suspirou.

"O que você quer? Mais dinheiro? Uma vaga melhor no estacionamento?" Ele tentou barganhar.

“Um jantar, e não apenas uma refeição entre dois colegas.” Ela sorriu docemente. “Um encontro.”

"Você vai voltar a trabalhar se eu sair em um encontro com você?"

"Sim."

“Ok, é um acordo."


“Qualquer coisa que ele possa ter te oferecido pode nos interessar.” Foreman e Chase a seguiram pelo corredor.

“Ele concordou em sair comigo.” Os dois colegas trocaram olhares surpresos pelas suas costas.

“Um encontro? Jantar, cinema, nudez e suador?” Os olhos de Foreman pareciam prontos para saltar para fora.

“Bem, ele concordou com os dois primeiros.”

“Ele é tão.. velho.” Chase tentou colocar bom senso na cabeça da colega.

“É, e você é tão novo.”

“Isso é um erro.” Foreman advertiu.

“Ele é o meu chefe. Eu posso assediar sexualmente meu chefe.”


“Eu não estou esperando que você seja alguém que você não é."

"Estamos em um restaurante, bem vestidos e comendo. Sem conversa fiada, o que resta?"

"De acordo com Freud, e estou parafraseando, o instinto de amor para com um objeto exige um domínio para obtê-lo, e se uma pessoa sente que não pode controlar o objeto ou se sentir ameaçado por ele, ela age negativamente. Como um menino da oitava série socando uma menina."

"Eu te trato como lixo, então devo realmente gostar de você. Dada a sua teoria freudiana, o que significaria, se eu começasse a ser bom para você?"

"Significaria que você está entrando em contato com seus sentimentos."

"Hum. Portanto, não há absolutamente nada que eu possa fazer para fazer você pensar que eu não gosto de você."

"Desculpe, não.” Ela sorriu “Tenho uma noite com você, uma chance, e eu não quero desperdiçá-la falando sobre o que os vinhos que você gosta ou o que os filmes que você odeia. Quero saber como você se sente sobre mim."

"Você vive sob a ilusão de que pode corrigir tudo o que não é perfeito. É por isso que se casou com um homem que estava morrendo de câncer. Você não ama, você precisa. E agora que seu marido está morto, está procurando um novo caso caridade. É por isso que quis sair comigo. Tenho o dobro da sua idade, não sou encantador, nem mesmo sou legal. Mas sou o que você precisa. Estou danificado.” Ela parecia prestes a chorar, ele se surpreendeu pela maneira como ela se recompôs para respondê-lo.

“Está enganado.” Ela estava contente por sua voz se manter firme, porque, dentro dela, estava tudo uma confusão, seu coração parecia prestes a saltar pela boca. “Eu não quero corrigi-lo, não quero mudá-lo. Para mim você é perfeito, House. Não somos todas como Stacy.”

“Não? E o que você faria se estivéssemos juntos por quase cinco anos e eu tivesse um infarto tardiamente diagnosticado?”

Ela tentou se imaginar no lugar de Stacy, ser obrigada a tomar essa decisão. “Eu respeitaria a sua vontade. Você tem o direito de tomar suas próprias decisões a respeito de seu corpo e, sendo o médico que você é, eu confiaria em sua opinião e a apoiaria.”

“E se eu estivesse em um coma induzido e você tivesse que tomar a decisão por mim?” Ele continuou pressionando, propositalmente ignorando as lágrimas que agora escoriam pelo rosto de Cameron.

“Eu esperaria ao máximo para te dar a chance de acordar e tomar sua própria decisão, mas, se isso não acontecesse, eu ainda sim respeitaria sua vontade. Se você disse que seria capaz de sobreviver ,eu teria que acreditar e torcer pelo melhor.”

“Você respeitaria minha vontade mesmo que isso significasse minha possível morte?” Ele ergueu uma sobrancelha, incrédulo.

“Por mais que isso me causasse dor, sim.” Por mais que isso me cause dor, ela corrigiu em sua mente. “Quando eu me casei, já esperava a morte dele e, mesmo assim, levei anos para me recuperar completamente. Após cinco anos, se você morresse, não sei o que seria de mim, não sei como sobreviveria, mas garantiria que sua última vontade fosse cumprida.”

Eles entraram no apartamento de Cameron, até o momento em que alcançaram a cama, os dois já haviam perdido qualquer pensamento racional.



E ele foi embora. Pensou. Uma olhada no relógio e ela já estava de pé, é claro que se arrependeu no mesmo instante, uma vez que sua cabeça começou a explodir de dor e seu quarto começou a girar. Caminhou lentamente até o banheiro e tomou um longo banho e uma aspirina.

Hoje ela não estava com pressa, querendo evitar ao máximo o interrogatório de Chase e de Foreman e, principalmente, queria evitar House. Não que a noite passada não tenha sido incrível, mas ela não sabia como agir em torno dele, não agora que eles dormiram juntos e ele foi embora antes dela acordar.

“E então? Como foi?” Chase atacou assim que ela entrou na sala de diagnósticos. Ela corou levemente, mas não respondeu.

“Aah, vamos lá, merecemos pelo menos alguns detalhes!” Foreman argumentou.

House escolheu aquele exato momento para entrar, ele estreitou os olhos para os rapazes como se dissesse Calem a boca e deixem-na em paz, ou eu posso fazê-los limpar as comadres pelo resto de suas vidas. Cameron corou em um profundo tom de vermelho, o que só elevou a curiosidade dos colegas.

“Nenhum paciente, só nos resta limpar narizes na clínica.” Ele entrou em seu escritório e colocou a cabeça para fora da porta. “E é claro que, por ‘nós’, quero dizer ‘vocês’.”

Os dois suspiraram e se dirigiram para a clínica, mas Cameron permaneceu em seu lugar, pensando sobre o que diria para House.

“Você é a criatura com mais características irritantes que eu conheço.” Ele começou assim que ela entrou em seu escritório. “É ridiculamente moralista e emotiva. Se importa tanto com os outros que chega a ser patética, deixa que pisem em você, que tirem vantagem. É tão generosa e cuidadosa que parece a minha mãe. Cabeça dura e teimosa. É ingênua, incapaz de ver maldade nos outros e quer acreditar que o ‘bem’ sempre vence.”

Ela se virou para sair, sem querer que ele visse as lágrimas que se acumulavam em seus olhos.

“E todas essas características que são tão irritantes em qualquer outra pessoa, não me pergunte por quê, são incrivelmente adoráveis em você.” Ela parou a meio caminho da porta, recusando-se a acreditar no que tinha ouvido.

Virando-se lentamente, ela viu que ele havia se levantado e agora caminhava para ela.

“Eu disse para não perguntar por quê.” Ele disse ao ver sua expressão atordoada. Ela não sabe direito como isso aconteceu, qual dos dois se inclinou ou se foram ambos, mas a próxima coisa que notou foi que seus lábios estavam colados aos dela.

“Isso quer dizer que estamos juntos?” Ela perguntou, ofegante, quando se separaram.

“Essa parece ser uma boa maneira de colocar tudo isso.”



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Amanhã tem muitas aulas chatas, podem esperar por mais um capítulo =D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Irritantemente Adorável" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.