My Happy Pill escrita por Gabby


Capítulo 43
Culpa


Notas iniciais do capítulo

Agradecimentos à: Suco, Narumy e Nana, que comentaram no último capítulo.



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Ulquiorra observava o pequeno carro alugado de Halibel. Duas portas, prateado. Stark punha maletas grandes e de estampa animal no porta-malas.

Ulquiorra ainda não conseguia assimilar tudo muito bem. Loly espancara Orihime, espetara o cérebro dela com agulhas do medo. Tudo porque ela tinha ciúmes. Dele. Tudo fora culpa de Ulquiorra Shiffer. Talvez ele nunca devesse ter se envolvido com Orihime. Sabia que aquilo não parecia certo. Ele era danado ao sofrimento, porém naquele ano que morara em Karakura — Ulquiorra só havia empurrado toda a dor que deveria sentir para Inoue.

O verão já estava acabando; e, aos poucos, o clima ficara mais ameno. Um vento fraco de outono balançava as folhas verdes das árvores. Loly saiu da casa. Portava um semblante fechado, dolorido e irritado. Ainda tinha hematomas da surra que Tatsuki a dera. Usava uma calça jeans e uma blusa de manga curta vermelha. Os cabelos, ondulados, estavam soltos.

— Tchau — Loly disse, baixinho. Era surreal ouvir sua voz. Parecia forçada e estranha.

Ulquiorra lutou para despedir-se também. Não sabia o que sentir em relação á Loly, mas não era mais amigo dela. Se, por um lado ela batera em Orihime e criara danos permanentes em sua mente, por outro, Loly também tinha danos permanentes em sua mente. O que ela sofrera, o que o pai dela fizera... Loly precisara de ajuda desde o começo e ninguém deu isto adequadamente á ela.

— Tchau — Ulquiorra respondeu, rouco.

Orihime concordou em não prestar queixa, desde que nunca mais precisasse ver Loly. A morena voltaria para o orfanato, onde faria um teste psicológico para ver se era sã o bastante para responder por seus atos. Dependendo de seu desempenho, ela faria terapia e poderia ser, até mesmo, medicada e trancada em um hospício.

Halibel passou por eles, usando uma bermuda xadrez e uma regata preta justa ao corpo. Grimmjow e Neliel espiavam na porta, de longe. Ninguém soube reagir quando descobriram o incidente. Loly perambulava pela casa como um fantasma; todos do recinto se calavam imediatamente quando ela chegava.

Halibel trocou umas palavras com Stark enquanto ele fechava o porta-malas. Depois, olhou para Loly e a chamou. As duas entraram no carro.

Lilynette, os cabelos loiros como limão, berrou uma despedida e acenou com a mão para Halibel. A mais velha deu um sorriso pequeno, educado. Hitsugaya a liberara mais cedo sexta-feira para ela passar a noite dirigindo, levando Loly até o orfanato. Lá, Halibel conversaria mais um pouco com os diretores da instituição, arrumaria tudo direitinho para a morena e aproveitaria para rever suas amigas — passaria uma noite lá. Domingo cedo e pegaria estrada para retornar à Karakura. Ela estimava que, até o fim do semestre, poderia voltar permanentemente para lá. No entanto, Ulquiorra, Neliel e Grimmjow continuariam ali.

O carro afastou-se e afastou-se, até que ele não significasse nada mais do que um borrão. A visão de Ulquiorra estava turva e ele estava tonto. Tudo culpa minha.

Neliel o abraçou por trás. Ele sentiu o cheiro dela de camomila, os cabelos envolvendo seu pescoço, o aconchego e o calor da pele da irmã. Respirou bem fundo e segurou as lágrimas.

— Não é sua culpa — disse Neliel.

///

Tatsuki observou pela milésima vez a testa franzida de Shihouin Yoruichi. Discutiam sobre o que Tatsuki fizera — usar as técnicas que ela obtivera nas lutas para a violência era contrária aos valores que Yoruichi pregava.

— Eu só estava protegendo Orihime — defendeu-se Tatsuki. — A senhora nos ensina a defender nossos amigos.

Yoruichi bufou, depois a olhou com rigidez.

— Você não estava a defendendo. Se não, poderia ter parado assim que Orihime tivesse fugido para buscar ajuda. Ou, se estivesse a vingando, poderia parar assim que Loly caíra no chão, quase inconsciente.

Tatsuki inclinou a cabeça.

— O que você está querendo dizer?

Yoruichi sorriu tortamente.

— Você não bateu em Loly por Inoue. Bateu por você. Bateu por seus próprios anseios violentos.

— Eu nunca... — Tatsuki replicou.

Yoruichi colocou a mão na cintura, depois o sorriso cruel abaixou-se e seus lábios voltaram-se para baixo novamente.

— Você é uma das minhas lutadoras mais talentosas e esforçadas, porém também é uma das mais violentas. Preciso conversar com seu pai... Mas, se você continuar assim, não posso mais aceita-la na academia.

O mundo de Tatsuki, que já estava virado de cabeça para baixo, desabou.

///

Orihime fora engolida pelos lençóis, pela cama. O que passara fora muita pressão para uma garota de dezesseis anos. Seus parentes praticamente exigiram que ela prestasse queixa, que Loly fosse presa. Ficaram um dia todo em sua casa, exigindo justiça. Orihime só queria que aquilo acabasse e um processo seria lento e doloroso.

Rangiku estava aconchegada com ela também, assistindo televisão. O homem que ela preparara para assumir a filial de Karakura já estava pronto e Hitsugaya, então, lhe concedera alguns dias livres para ela ajudar Orihime a se recuperar.

— Gin me mostrou os bastidores de seu programa — contou Rangiku, enrolando seu pé com o da prima. Na televisão, um canal passava clipes de músicas populares japonesas, o volume baixinho.

— Ah, sério? Como foi?

Rangiku começou a descrever o estúdio com detalhes, tagarelar sobre a produção. Orihime estava lidando bem com a situação — já ia à escola e fazia as tarefas —, porém afastara-se da maioria dos amigos e do namorado. A única com que se abria era Matsumoto e a loira temia que, quando fosse embora, Inoue ficasse totalmente sozinha.

///

Tatsuki sentou em um dos bancos do vestiário e colocou o rosto nas mãos. Yoruichi estava certa? Ela era uma pessoa agressiva, raivosa? Uma lágrima desceu, ácida, por seu rosto. Tatsuki soluçou. Por que, então, tinha tanta raiva?

Sentiu o banco ceder para uma pessoa sentar. Tatsuki virou violentamente para ver quem era, e se deparou com Rukia.

— Eu ouvi a bronca que Yoruichi te deu. Sou a namorada de Ichigo, então sei bem o que ele pensa sobre o que você fez com Loly.

Tatsuki começou a falar, se defender, porém Rukia levantou a mão e a olhou com orbes de coruja.

— Eu discordo de Ichigo — ela disse. — Loly mereceu aquilo.

Tatsuki conteve as lágrimas.

— Obrigada pelo apoio, Rukia, mas nem eu sei mais se eu estava certa.

Rukia envolveu Tatsuki com um dos braços.

///

Momo finalizou a chamada. Estava falando com o aeroporto, confirmando seu vôo de retorno a Tókio. Sentiu seu coração pulsar mais forte só de pensar nas luzes da cidade, no abraço apertado que daria na avó adotiva, no beijo que daria em Kira.

Sorriu para Toushiro, que via o noticiário esparramado no sofá, e andou até lá.

— Confirmado para segunda às cinco horas da tarde, Toushiro-kun — ela avisou e sentou-se ao lado dele, no sofá.

— Hitsugaya, por favor — resmungou Toushiro, com as sobrancelhas franzidas, olhando fixamente para a televisão.

Momo beijou-lhe a bochecha corada rapidamente.

— Shiro-chan — provocou. O apelido dançou em seus lábios cor de mel.

Hitsugaya virou-se para ela, repentinamente. Um sorriso cruel pendurou-se em sua face, como uma lua crescente.

— Corre.

Uma interrogação passou pelo rosto de Momo. Porém, ela morreu ali mesmo. Hinamori foi cortada por uma almofada que a atingiu com força no rosto.

— Ai!

Toushiro riu.

— Corre!

E ela correu, sendo atingida por almofadas voadoras, jogando outras em Hitsugaya. Os dois riam. Toushiro não se sentia mais apaixonado por ela, mas mesmo assim a amava. Como sua melhor amiga e companheira para a vida toda.

///

Tatsuki prestava atenção nos dedos finos de seu pai, batucando levemente no braço da poltrona. Sem aliança. Sua mãe morrera quando ela tinha doze anos.

— Yoruichi conversou comigo quando vim buscá-la. Já falei com você sobre aquele ocorrido, porém acho que essa é uma oportunidade de salientar e de encontrar a raiz verdadeira do problema.

Tatsuki revirou os olhos e olhou para trás de seu pai, para a estante com os livros de psicologia perfeitamente organizados em ordem alfabética.

— Não me trate como sua paciente — retrucou.

O pai juntou as mãos e colocou-as no colo.

— O que você quer dizer com isso, Tatsuki?

A voz fria e neutra. O interesse fingido e calculista.

— Aja como pai pelo menos uma vez. Não como psicólogo.

O pai franziu a testa.

— Já te faltei com amor, Tatsuki? Com compreensão?

Tatsuki cruzou os braços. Segurou as lágrimas, depois engoliu em seco.

— Lembra quando mamãe morreu? Você me fez visitar um psicólogo, conversar um monte sobre isso. Mas não me abraçou. Eu precisava de um abraço, merda! Queria sentir que você estava ali comigo!

O lábio inferior de seu pai tremeu. Ele curvou-se e apoiou os cotovelos nas coxas, escondendo o rosto com as mãos.

— Talvez toda essa raiva... Tenha sido para mim — disse seu pai, a voz abafada. — Me desculpe, Tatsuki. Sua mãe que demonstrava o amor... Ela era a calorosa, ela era a carinhosa.

Tatsuki se levantou, as lágrimas salgadas brilhando em seu rosto. Acariciou as costas de seu pai, hesitante.

— Sinto falta dela — ele disse.

— Eu também.

Tatsuki subiu as escadas rapidamente. O quarto pintado de azul claro, cor da tranquilidade. Os troféus e medalhas na parede, duas fotos em um porta-retrato no criado-mudo. Ela com dez anos, a roupa branca do karatê, uma medalha de ouro pendurada em seu pescoço. Do seu lado, estavam seu pai e sua mãe, abaixados. Ela usava óculos de aro vermelho, os cabelos ondulados e cheios, um sorriso enorme no rosto. Ele usava um terno, o cabelo estava para trás com gel, o sorriso era contido, porém feliz. Tatsuki tinha uma família bonita, afinal. A outra foto mostrava ela, Ichigo e Orihime, com catorze anos. Eles estavam na escola, usando o uniforme. Todos sorriam e estavam abraçados.

Tatsuki pegou o celular e procurou um contato na agenda. Colocou no viva-voz e deitou na cama, contando os toques contínuos. Um... Dois... Três... Quatro...

— Alô? — fez Ichigo, a voz rouca tão conhecida. Lembrava dele, aos dez anos, chorando quando perdia no karatê. Lembrava de seus sorrisos quando via a mãe. — Tatsuki?

— Ichigo, oi.

O ruivo limpou a garganta — apenas um ruído.

— Tatsuki, tá tudo bem?

Ela segurou o ar, os soluços, as lágrimas e a dor. Depois, soltou tudo de uma vez só.

///

Ichigo a acompanhou até a casa de Inoue. Era difícil para Tatsuki retornar lá sozinha, porém Ichigo via Orihime regularmente e conversava bastante com ela no colégio. Diferente dos outros, aquela situação havia aproximado Ichigo e Orihime.

Ele tocou a campainha e encostou as costas na parede ao lado da porta. Era alto e magro; Tatsuki podia ver os ossos da omoplata debaixo da camisa cinza Made in Tókio, as veias proeminentes nos pulsos.

Orihime abriu a porta, usando uma saia comprida tingida de várias cores e uma blusa roxa. Seus longos cabelos estavam presos em uma cola baixa; as presilhas verdes enfeitavam o lado direito da cabeça.

— Tatsuki-chan?

Arisawa sorriu cuidadosamente. Olhou para Ichigo, que estava quase escondido de Orihime.

— Vou lá falar com o Grimmjow — avisou e saiu andando, na direção da casa vizinha. Fale com ela a sós.

Tatsuki encarou Orihime, desconfortável, até que as bochechas da ruiva ficaram vermelhas.

— Quer entrar?

Tatsuki assentiu e passou pela porta. Orihime fechou logo depois.

— A gente não tem conversado muito — comentou Inoue, para quebrar o gelo.

Tatsuki olhou para ela, depois virou e sentou no sofá. As duas já eram amigas íntimas há tempo demais para Tatsuki precisar pedir.

— Pois é — resmungou. — Você tá legal?

Tatsuki quis bater na testa por ter sido tão idiota. Dias sem se falar direito e isto era o melhor que conseguia formular? Toda a dor, toda a preocupação, toda a saudade, em uma frase ridícula como “Você tá legal?”. Tatsuki devia parar de andar com Ichigo ou Sado, porque já estava ficando monossílaba também.

— Surpreendentemente, sim — respondeu Orihime, sentando no sofá ao lado dela. Orihime balançou uma vez os pés descalços. — Todos têm sido compreensivos comigo. Nunca mais tive de olhar para a cara de Loly e está bom para mim assim.

Tatsuki não olhou para o rosto de Orihime; em vez disso, mexeu num furo do seu jeans com os dedos. Lembrava de como havia rasgado sua calça: ela estava jogando futebol com os meninos e ralara o joelho ao tentar dar um carrinho no Kurosaki.

— Ela é louca — disse Tatsuki, referindo-a a Loly. — Quando a vi batendo em você... — Tatsuki balançou a cabeça, para a esquerda e para a direita, como se pudesse simplesmente esquecer aquela cena. — Fiquei louca também. Perdi a cabeça.

Orihime pegou a mão de Tatsuki que brincava com o furo da calça. Orihime tinha uma mão delicada, macia como veludo — muito diferente da mão de lutadora de Tatsuki.

Arisawa virou para Orihime, observando seus olhos grandes e cinzentos, sua boca carnuda machucada, os pontos em sua testa de quando Loly a jogara contra o espelho.

— Não sei o que aconteceria se você não tivesse aparecido — disse Orihime, acariciando a mão de Tatsuki. — Obrigada.

Lágrimas irromperam dos olhos de Tatsuki descontroladamente. Ela abraçou forte Orihime, absorvendo seu cheiro, reconhecendo seu corpo. Quanta saudade tinha de sua melhor amiga.

— Eu te amo — disse Tatsuki.

Tatsuki sentiu Orihime sorrir — vários movimentos com as bochechas, os lábios, os dentes.

— Também te amo, Tatsuki-chan.

///

Orihime acordou de repente. Tinha tido algum sonho, mas infelizmente não lembrava do que era. Sua garganta estava seca. Ela levantou-se com cuidado, para que não acordasse Matsumoto que dormia ao seu lado. Desceu as escadas na penumbra devagar, um passo de cada vez, até que tateasse a parede e achasse o interruptor da cozinha.

Depois que Orihime tomou um copo de água gelada, ela desligou a luz da cozinha e subiu para o quarto novamente. Antes de deitar, as luzes dos postes de luz chamaram sua atenção. Ela andou até a janela, passos leves e descalços, e olhou para o quarto de Ulquiorra. Luzes apagadas. Cortinas fechadas. Tinha saudade do namorado, mas também não conseguia encara-lo depois do ocorrido — uma dúvida quase irracional assombrava sua mente. Será que ele havia ficado chateado com ela porque Loly fora embora?

Orihime olhou para baixo, para a rua, e viu a silhueta inconfundível de Ulquiorra. Estava sentado na calçada, olhando para baixo, os cabelos escuros como penas de corvo.

Orihime colocou sandálias e desceu — rápido, quase tropeçando nos degraus. Precisava falar com ele.

Ulquiorra estava desenhando no ar com os dedos finos e quase translúcidos. Vestia uma calça de moletom cinza e uma camisa preta com uma tirada inteligente. Nos seus pés, all-star’s de cano alto verde musgo. Ele virou a cabeça quando notou Orihime — seus olhos cor de esmeralda, vibrantes, bonitos e ao mesmo tempo assustadores. As luzes dos postes pareciam dançar enquanto iluminavam-no.

As sandálias de plástico de Orihime estalavam enquanto ela andava pelo concreto, usando uma blusa rosa com um cupcake estampado e um short. Ela sentou-se ao lado de Ulquiorra, no meio-fio, sem dizer uma palavra.

— Oi — Ulquiorra quebrou o silêncio; a voz rouca na rua vazia.

— Oi. — Os pêlos da nuca de Ulquiorra se arrepiaram quando Orihime encostou sua cabeça no ombro do rapaz. — Você tá legal?

Ulquiorra emitiu um ruído de descrença.

— Não era eu que deveria perguntar isso pra você, mulher?!

Orihime envolveu a cintura de Ulquiorra com o braço.

— Foi você que perdeu uma amiga.

Ulquiorra engoliu em seco; o buraco negro em seu peito latejava. Seus olhos coçavam; sua voz saiu embargada.

— Você deveria ter me contado antes. Eu poderia ter te ajudado.

Orihime olhava fixamente para a rua. Piscou uma, duas vezes.

— Pensei que poderia resolver aquilo sozinha. Mas, como sempre, precisei de ajuda.

Ulquiorra apertou o ombro de Inoue.

— Todo mundo precisaria de ajuda naquela situação. E, além disso, eu sou seu namorado; Tatsuki é sua melhor amiga. Nós te amamos. Deveria ter nos contado.

Orihime riu docemente, soltando Ulquiorra, se inclinando para frente.

— O que foi? — Ulquiorra franziu a testa. — Não tem graça. Estou falando sério.

Inoue envolveu Ulquiorra com os braços. Brincou com seu cabelo preto e denso, sentiu sua respiração acelerada.

— É que você disse que me ama. — Orihime beijou-lhe com ternura, um leve e rápido toque de lábios. Depois sorriu. — E eu também te amo.


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Notas finais do capítulo

Este é, tecnicamente, o último capítulo. No entanto, ainda postarei um epílogo se os amados manifestarem suas opiniões nos comentários. Desculpem quaisquer erros. Obrigada por todos que acompanharam-me nesta jornada, nesta minha primeira fic que já vive há mais de dois anos!
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