A pobre menina estava nervosa.Kurosaki-kun viria aqui hoje?Estava assim desde ontem,quando ele havia ligado.

-O jeito é pedir conselho.-disse, esfregando as mãos.

Havia acabado de almoçar,era algo entre 12:30,estava em casa e Ichigo viria as duas.

Orihime subiu as escadas apressada,doida para pedir conselho de Matsumoto.Era bem tímida e,ás vezes,tinha ataques de coragem;eles eram curtos e por isso Orihime aproveitava todos.

Bateu na porta do antigo quarto de Sora onde a prima havia se estabelecido.Esperou até que um berro preguiçoso desse permissão para ela entrar.

-Oi,Matsumoto-chan.

-Oie,Orihime. –Rangiku estava preguiçosamente deitada na cama; a voz soava arrastada de sono. –Tudo bem?-Sim,era óbvio que a pergunta era por educação.

-Bom,mais ou menos –disse Inoue -Preciso de um conselho.Você me dá?

-Claro.-Matsumoto virou-se para ela,interessada.Apoiou a cabeça nas mãos e ficou a observando atentamente.

-Sabe o Kurosaki-kun?

-Sei.

-Então,ontem ele me ligou...

Rangiku emitiu um “Hmmm” malicioso.

-E,como eu pedi a ajuda dele na aula de história,-continuou Orihime -me perguntou se eu queria na casa dele ou ele vinha na minha casa.

Os olhos de Matsumoto brilhavam,cada vez mais interessados.

-Eu disse que ele podia vir aqui.Ele vem hoje e eu não sei o que fazer!

-Yare,yare,Orihime.Não fique nervosa,sua prima Rangiku está aqui!

(...)

Estou perdido?Era o único pensamento que o pobre ruivo tinha na cabeça.Era a primeira vez que Ichigo vinha a casa de Orihime e realmente não sabia direito onde se localizava.O papel estava em mãos,dizia a rua e o numero da casa de Inoue.Ichigo o olhou pensativo,quase desesperado.

Era uma droga em se localizar.

Já tinha se conformado nos risos que Tatsuki daria por ele estar perdido,por isso o celular estava em mãos;pronto para ligar para pedir informação.Não,não pediria para Inoue pois julgara isso humilhante.

Já iria discar o numero de Tatsuki quando avistara uma cabeleira azulada berrando seu nome de jeito único.Era Neliel.Ulquiorra,Grimmjow e Lilynette logo atrás.Nell corria de jeito alegre,Lilynette estava absolutamente entretida em um sorvete de chocolate,Grimmjow murmurrava algo e Ulquiorra,indiferente,nem parecia prestar atenção em nada.

-Itsugo! –falou Neliel,chegando na frente de Ichigo.

-Oi,Nell.

Os outros três jovens logo atrás.

-Yo,Kurosaki –falou Grimmjow-Passeando?

-Não,procurando –corrigiu o Kurosaki para o pouco entendimento do azulado.

-Yo,Lilynette-chan. –saudou Ichigo.

A loirinha estava entretida e feliz demais com seu sorvete para responder.

-Ulquiorra.

O moreno apenas balançou a cabeça.

-O que ta fazendo aqui? –perguntou Grimmjow.

-A rua é publica –disse Ulquiorra. –Acho que ele estava andando.

-Ah vá!Enfim,-continuou Grimmjow- Tá indo pra onde?

-Casa da Inoue –respondeu Ichigo,direto.

Ulquiorra cerrou os olhos.

-Pra que? –perguntou ríspido.

-Estudar. –o ruivo parecia meio distraído –Sabem onde é?

-Na nossa rua!-exclamou Neliel alegre –Orihime-chan é nossa vizinha.Quer ir até lá com a gente?

-Quero-disse Ichigo, com um sorriso.

O grupinho de colegas então partiu.Grimmjow ficou com as mãos no ombro de Neliel o tempo todo,enquanto ela contava umas histórias bobas.Lilynette,quando acabou o sorvete,substituiu-o pelo celular e Ulquiorra ficou calado o percurso inteiro olhando Ichigo com um olhar mortal.

Finalmente,chegaram a seu destino.

-Itsugo,essa é a nossa casa! –exclamou Nell.Ela saiu dos braços de Grimmjow quase inconscientemente.

-É uma casa legal. –disse Ichigo,meio sem jeito.

Grimmjow pareceu perceber.

-A casa da Inoue é logo ao lado –disse ele –Mulheres não gostam de homens atrasados,né,Nell?

-É.-falou a menina com bochechas coradas -Seja pontual,Itsugo.

O ruivo não estava entendendo merda nenhuma.

-Am?

-Vá logo,seu burro! –gritou Lilynette impaciente.Todos haviam pensado que a menina nem ao menos estava prestando atenção na conversa mas,apesar dela ainda estar 70 por cento centrada no celular,ela estava sim prestando atenção.

-Ok.-falou com um pouco de medo.

Assim,o pobre do Kurosaki lá se foi para a casa da Inoue.Andou pelo gramadinho verde,fazendo questão da infantilidade de passar apenas pelas pedrinhas distribuídas até a porta,subiu os dois degrauzinhos e parou no tapete de boas vindas para tocar a campainha e assim o fez.

O barulho ecoou pela casa inteira e Ichigo pode ouvir um “já vai” da amiga ruiva.A porta se abriu,revelando Orihime.Estava usando uma saia curta preta com uma meia arrastão,a blusa era branca,tomara-que-caia.A roupa inteira havia sido comprada naquele dia no shopping,escolhida por ninguém menos do que Rangiku.

-Yo,Inoue.

-Yo,Kurosaki-kun.

A roupa deveria servir para causar algum sentimento a mais em Ichigo por Orihime, mas parece que o menino nem havia reparado.Fracasso.

Se você se sente tão vazio

Tão usado, tão desapontado

Se você se sente tão zangado

Tão roubado, tão pisado

Você não é o único

Se recusando a voltar para trás

Você não é o único

Então levante-se

Vamos começar uma revolta, uma revolta

Vamos começar uma revolta

Vamos começar uma revolta, uma revolta

Vamos começar uma revolta

(...)

Por que?Por que justo ela?O moreno não entendia.Apaixonado?Ele estaria apaixonado justo por ela?Com tantas moças a se apaixonar,se apaixonaria justo por uma que já amava outro?Ulquiorra nunca foi de se apaixonar,esta era sua primeira vez.Os sentimentos eram confusos mas,estranhamente,ele estava estendendo todos.

Aqueles sentimentos...eram horríveis e ótimos ao mesmo tempo.Odiava te-los mas também amava te-los.Ridículo.Ulquiorra era ridículo e esses sentimentos incompreensíveis também.

Se você se sente tão asqueroso

tão sujo, tão fodido

Se você se sente tão pisado

Tão doloroso, tão irritado

Você não é o único

Se recusando a voltar para trás

Você não é o único

Então levante-se

Vamos começar uma revolta, uma revolta

Vamos começar uma revolta

Vamos começar uma revolta, uma revolta

Vamos começar uma revolta

(...)

Mais uma dia de trabalho “árduo” estava se passando.Halibel andava pra lá e pra cá,anotando pedidos e,enfim,fazendo seu trabalho de garçonete de todo dia.De repente,viu os mesmos garotos do dia de antes(aqueles que a haviam “paquerado” no meio do serviço.)Eles a chamavam com um gesto de mão e,como Halibel era uma moça que encarava seus problemas de frente,ela assim foi atende-los.

-Há quanto tempo, né?-disse um dos caras,aquele que havia chamado-a de gostosa.Halibel só agora havia percebido que o menino tinha cabelos loiros muito mal-pintados e um alargador.

Pelo menos pinte essa droga direito, vaga-bundo.

-Sim –falou ríspida-O que desejam?

-O mesmo de sempre -falou,desdenhoso –Voce.

Halibel trincou os dentes,rosnando.

-Desculpe,senhor –disse com o melhor dos seus sorrisos cínicos no rosto –Você não escondeu bem esses seus olhos vermelhos de maconheiro.

-O que?!

O grupo que estava com ele apenas riu,pra provar como esses grupinhos são família.(N/A:Minha gangue é,só que ela é imaginária)

-Calem a boca,filhos da mãe!E,você –dirigiu-se para Halibel –Quem pensa que é? –apontou um dedo para ela.

-Melhor do que você.-pegou aquele dedo acusatório e bateu com ele forte na mesa.

Stark pareceu perceber só agora do que acontecia ali.

Halibel,por que tão pavil curto?

Se você se sente tão vazio

Tão usado, tão desapontado

Se você se sente tão zangado

Apenas levante-se

Stark sabia o que vinha adiante e se sentiu cansado demais para impedir uma coisa incontrolável.

Halibel,pra que um gênio tão forte?

O que aconteceu a seguir foi demasiado rápido.Um soco desferido por Halibel,um xingamento e uma tentativa de um soco pelo garoto e um chute nas cidades baixas do menino desferido por Halibel.

Já era.

O grupo que estava com o loiro de cabelo mal-pintado não fez nada para impedir a briga,apenas riu e falou algo como:Se ferrou,viadinho.No fim,o pessoal da lanchonete que teve que impedir que a briga se elevasse para algo mais grave.

Vamos começar uma revolta, uma revolta

Vamos começar uma revolta

Vamos começar uma revolta, uma revolta

Vamos começar uma revolta

(...)

-Já era-suspirou Halibel derrotada.Havia acabado de chegar em casa.

-Você tinha que dar um chute no saco do cara,Halibel? –perguntou Stark.Lilynette deu uma risada.-Vocês,garotas,não tem ideia de como dói.

-Ela castrou ele.-riu Lilynette.

-É pra ver se ele começa a pensar com a cabeça de cima.

Lilynette riu de novo.

-Não,pera aí.Deixa eu respirar.-riu de novo –Assim não dá.

-Lilynette,não tem graça.É provável que ela tenha perdido o emprego.-falou Stark.-Nos mandaram até mais cedo pra casa.Falando nisso,Halibel,vai trabalhar amanhã?

-Claro,vou lá pra acertar o meu contrato de DEMISSÃO.

Lilynette simplesmente não parava de rir.

-Ai,meu pâncreas!

-O que diabos o pâncreas tem a ver com isso? –perguntou Halibel.

Lilynette fez um perfeito face palm.

-Nada não.

-Halibel,não podia ter deixado quieto como da ultima vez?

-E o meu orgulho? –indagou,revoltada.

-E o nosso dinheiro?

Vamos começar uma revolta, uma revolta

Vamos começar uma revolta