Estava saindo da sala quando bati em alguém levantei pra pedir desculpas e nem pedi quando vi que era o Miguel, ele riu e disse alguma coisa sobre isso está virando rotina, mesmo que eu sentisse isso sobre ele eu ria sempre que pensava nele e eu não gostava disso, isso não é legal, ele tem esse ar de perigo, mas ele parece um ímã, que me puxa, porque mesmo que eu saiba ele não é pra mim, e eu não posso ficar assim, por ele, eu não estou me apaixonando porque é isso que ele quer, que eu me apaixone, esse ladrãozinho de meia tigela, ele acha mesmo que eu vou me apaixonar por ele, eu ri alto e umas meninas que estavam no banheiro me olharam, eu dei um sorriso pra elas e lavei o rosto, prendi o cabelo no alto da cabeça e sai da escola falei pra Gerald o porteiro que eu estava com dor de cabeça e enjoo, ele me deixou sair, ele sempre deixava todos saírem escondidos.

Quando estava entrando na rua do rio para ir para o centro da cidade, senti algo atrás de mim, olhei e não vi ninguém, andei um pouco mais rápido, estava com um mal pressentimento, já estava quase correndo, quando esbarrei em uma senhora, me desculpei e continuei a andar rápido, parecia que o rio não acabava e o centro com todas aquelas pessoas não chegava nunca, olhei de novo pra trás e vi uma silhueta andando rápido, quando dei por mim eu estava correndo com tudo, olhei de rabo de olho e a pessoa corria atrás de mim, senti algo me empurrando e então cai no chão, bati com a testa no chão e me virei pra olhar pra trás, quando vi quem era eu fiquei confusa enruguei a testa e senti o soco no meu rosto, com a cabeça já machucada eu não sabia mas o que fazer me deixei levar eu sabia que estava desmaiando e não tinha como lutar, ele é forte, bem mais forte que eu, eu não venceria uma luta.

Quando acordei novamente, eu estava meio zonza ainda e com dor na cabeça, dentro de um carro, tentei pergunta pra onde ele estava me levando, mas a minha voz não saia.

Ele me levou pra dentro de um galpão e lá me deixou sentada no canto, veio pra perto de mim e segurou meu braço com força.

– Me solta.- falei olhando pra ele, ele deu um riso que me assustou, eu não via mais como aquele garoto lindo e doce que eu conheci, ele parecia um monstro agora, ele chegou perto de mim e botou a mão na minha coxa apertando-a.

– Antes de te matar, vou brincar um pouco com você. - ele disse e começou a puxar meu cabelo pra ficar mais perto dele, gemi de dor e ele riu de mim, arrancou minha blusa fora, e então que eu percebi o que era brincar pra ele.

Ele levantou e tirou a blusa, a calça e enfim a cueca box, olhei para o lado, não queria ver aquilo, não agora, ele me jogou no chão, bati com a cabeça e chorei. Ele tirou minha calça e junto com ela minha calcinha, chorei mais e gritei, gritei e gritei, ate que perdi as forças e desmaiei, pensei que eu tinha morrido e acredite eu preferia estar.

Acordei dentro de um carro, e eu estava de roupa, tentei olhar o motorista, mas não consegui, foi só quando ele olhou pra trás e eu vi aqueles incríveis olhos azuis, que percebi que só poderia ser uma pessoa, Miguel.

– Você está bem?- ele perguntou em um tom preocupado.

– To, onde eu to?- perguntei, o sinal abriu e ele arrancou com o carro.- Porque você ta aqui? Como sabia onde eu estava? Quem me vestiu?- o carro parou devagar.

– Uma de cada vez.- ele parou e olhou pra mim.- Você ta no meu carro, está aqui porque eu te salvei daquele seu namorado maluco, eu te vesti, você estava desacordada e ele estava em cima de você.- ele fez uma cara de nojo depois sua expressão mudou pra de incredulidade.- Você sabia o que estava fazendo?- seu tom me censurava.

– O que? Logico que não... Eu desmaiei, ele que tirou minha roupa e. - Percebi que estava chorando porque solucei, ele passou a mão em uma das minhas lagrimas.- Ele... Ele transou comigo?- perguntei e chorei mais, não queria que fosse assim, eu queria que fosse com uma pessoa que eu amasse, e... Ele me tirou dos meus pensamentos falando.

– Desculpa, não sei. Estamos na frente de um hospital, pode fazer uns exames para saber se foi estuprada.

– Não, não, por favor, isso é humilhante, tenho vergonha.- falei e botei a mão no rosto.

– Eu acho que você deveria, mas você que sabe, aquele canalha tem que pagar pelo que fez com você.- ele disse e eu percebi um ar de perigo.

– Me leva pra casa por favor.- eu pedi e me encostei no encosto macio do carro.- Como você encontrou lá?- Perguntei e ele não respondeu de primeira como sempre, ele pensou um pouco e falou com a voz elevada, se eu o conhecesse bem eu diria que estava mentindo.

– Escutei uma pessoa gritando e então entrei, quando vi era você.

– Muito obrigada, se você não fosse lá, acho que eu nem estaria aqui. - eu disse e ele suspirou.

– Chegamos. - disse apenas isso, eu ia saindo do carro, quando vi na porta as letras J e E, dentro de um coração, voltei furiosa, pro carro e sentei do lado dele, ele me olhou estranho.

– Que que foi?- ele perguntou

– De quem é esse carro?- perguntei novamente furiosa.

– Meu.- ele disse e não me olhou nenhuma vez.

– Tem um J e E dentro de um coração ali na porta do carona, esse carro é do Enzo falei e tinha certeza, não perguntei, afirmei.

– Sim, era.- ele disse, como se não tivesse nada de mais.

– Vo...você roubou o carro?

– Logico que não, ele perdeu o carro pra mim em um pega. - ele disse e eu olhei pra ele, incrédula, eles participavam de pegas? Pega de carro, isso é ilegal.

– O que?- perguntei, eu tinha entendido, mas, esperava ter entendido errado. - Isso é ilegal, Enzo não participaria de uma coisa dessas. - eu falei e acreditava nisso, ele riu.

– Não logico que não, ele é um amor ne, não faz nada errado, e eu sou o malvado, ladrão que roubou o carro dele.- ele disse e estava estampado na cara dele e que ele estava com raiva.- Vai, sai logo do meu carro, vai dormi e tomar um banho, você ta precisando.- pela primeira vez ele me olhou, e me olhou com um olhar péssimo.

Sai do carro triste, mas não gostei disso, sei lá foi estranho, ele foi muito grosso, e eu estava com vontade de chorar por causa disso, fiquei com raiva de mim mesma por querer chorar por causa daquele idiota, olhei pra trás e o carro ainda estava parado, ele me olhou e saiu correndo com o camaro preto reluzente pela rua, fechei a porta com força e minha vó estava sentada na sala, ela olhou pra mim e eu subi correndo, não contaria nada disso a ela, ela morreria e botaria um segurança na minha cola, subi as escadas correndo e entrei no quarto tirando a roupa pra entrar no banho, fiquei no chuveiro quente por um bom tempo, deixei a agua quente escorrendo pelo corpo.