Somebody that I Used To Know . escrita por Brigit Rausing


Capítulo 10
Stay.


Notas iniciais do capítulo

Presente de Natal a todos os meus leitores USHASHUAH. Espero que gostem e vou postar apenas em 2013 agora ~rsrsrs~ Um beijo e obrigada a todas as mensagens incentivadoras que recebo diariamente. Vocês são os melhores leitores que alguém poderia ter. Vocês fizeram parte para deixar meu ano mais especial, agradável e inesquecível. Desde as mensagens de "Eu te amo fofa" até textos gigantes que eu pacientemente leio e agradeço imensamente a todo apoio que vocês me dão. Tudo isso se resume num simplesmente: "Eu amo meus leitores. Eu amo vocês." Boas Festas!



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Meu.mundo.caio. Literalmente. Não, não pode ser possível. Eu nem estudei muito! Não, não, mil vezes não. Nunca isso poderia ser possível, jamais eu poderia ter passado numa faculdade de alto nível de sabedoria, inteligência... Sei lá, mas eu não posso ter passado. Algum engano, talvez fosse outra Sophie, talvez Sophia. São nomes parecidos não são? Acordei-me rapidamente e deu um pulo da cama pra ligar pra Kath com meus pais ainda em cima de mim com confetes e serpentinas pelo chão e impregnando o meu abajour.

Kath: alô?

Sophie: KATH! KATH! VOCÊ TÁ AÍ?

Kath: Oi Sophie! Eu já soube da notícia, eu estava vendo o listão ainda agora pouco e adivinha? Eu também passei!

Sophie: Não! Eu não quero ir, você tem certeza que viu o MEU nome lá? Pode ser o nome de outra pessoa, de outra menina...

Kath: não senhora, eu vi o seu nome lá entre as 10 primeiras colocadas: Sophie Stelee.

Eu deixei o meu celular cair no chão e entrei na inércia. Como pode ser possível meu Deus? Como...? Minha mãe chegou junto de mim e falou algo sobre a desaprovação da faculdade de Mullingar por causa da “cor” da minha caneta que é inapropriada para uma prova, o que gerou a minha desclassificação, mas eu nem escutei direito o que ela falou. Eu apenas me sentei no chão, de mãos atadas, sem saber o que fazer, pensar, sentir, ouvir como se tudo que eu menos quisesse que acontecesse estivesse acontecendo diante dos meus olhos e eu não pudesse fazer absolutamente nada pra impedir. Eu queria correr agora, ligar pra Jon e dizer que eu vou embora daqui a três dias, que possivelmente nós nunca mais iremos nos ver e acabar de vez com essa agonia que está me prevalecendo. Lentamente, pus as mãos nos meus olhos e comecei a chorar. Minha mãe e meu pai se ajoelharam diante mim e me abraçaram.

Pai: nós também estamos orgulhosos de você filha. Você merece.

Mas não, eu não estava chorando de felicidade e sim de tristeza, que aos pouco ia me consumindo como o fogo consome a madeira numa grande fogueira. Meu corpo agora, neste exato momento, se resume apenas em algo material, sem sentimentos e eu apenas lembro os momentos em que passamos juntamente com Dési, a minha amiga que eu também deixarei para trás. Não tem alternativa, não tem. Meus pais vão me atazanar para que eu embarque naquele avião sem sombra de dúvida e mesmo que eles não se importassem, eu apenas passei para a faculdade de Ohio nenhuma mais, eu vou perder um ano da minha vida sem fazer nada até esperar o próximo vestibular? Estou num beco sem saída. Me vi soluçando em meio as grossas gotas de água que emana dos meus olhos ardentes e meu rosto molhado, com o sangue subindo me deixando extremamente ruborizada e o meu nariz molhado. Eu preciso dialogar com alguém, já que meus pais já estão estranhando o excesso de choro sem nenhuma palavra a mais.

Sophie: pai, deixa eu e mamãe aqui sozinha. Por favor.

Pai: tá bom. Parabéns filha.

Meu pai se levantou e saio do quarto.

Mãe: o que foi filha? (sorriso)

Sophie: mãe... eu não posso ir.

Mãe: como?

Sophie: eu posso deixar Jon aqui, eu não... (minha voz falha)

Mãe: eu não acredito Sophie Stelee! Você... você acaba de me dizer que não vai construir um futuro brilhante por causa de um namoradinho besta? A sua irmã...

Sophie: Sempre a minha irmã! Eu não sou ela! (grito)

Mãe: mas deveria ser, ao menos uma vez na vida deveria parar e prestar atenção na burrada que você está fazendo, deixar a sua vida... a oportunidade de ser alguém na vida, ganhar dinheiro e ser independente! Tem muitos homens por ai querida, garanto que você não vai se decepcionar. Você tem que ir. Você embarca pra Ohio daqui a três dias e a entrevista é de hoje a cinco.

Sophie: não tem nem como eu ir para a formatura? Rever meus amados pela última vez?

Mãe: pode ser, porque eu estou combinando com a mãe de Kath as passagens já que ela passou também. Sua irmã está vendo onde vocês duas poderão ficar, numa casa ou num apartamento... Não sabemos ao certo ainda. Mas eu verei se você vai para a formatura. Enquanto isso descanse um pouco.

Sophie: tá.

Ela sai do meu quarto e eu permaneci ali, no chão, o lugar que descreve perfeitamente o estado em que eu estou psicologicamente: no chão. Apenas tive força para ligar o rádio e começou a tocar uma sequencia de músicas confortáveis para mim naquele mísero momento como: Fix You do Coldplay; Stay da Rihanna; Ride de Lanna del Rey e outras que eu nem prestei atenção. Eu fiquei ali, deitada no chão com os olhos abertos pensando em tudo que eu já vivi com ele, as risadas... me arrastei um pouco e peguei o álbum que construímos juntos e com as minhas amigas que eu tanto amo, as brincadeiras... Acabei ficando dormente e peguei no sono. Quando acordei, vi tudo embaçado e meus olhos estavam grudando, me levantei cambaleando e abri a porta. Tudo está silencioso e não á sinal de nenhum ruído pela casa, quando chego no topo da escada não vi ninguém e então decido descer pra ver se tem alguém, até que eu vejo todos na sala, sentados no sofá: Jon, meu pai, minha mãe e Dési até que eles notam a minha presença.

Jon: como...? COMO VOCÊ FEZ ISSO COMIGO? (ele está com os olhos vermelhos e inchados, Dési olhou com uma cara estranha, como se algo a estivesse machucando mas ao mesmo tempo preocupada.)

Sophie: eu... eu posso explicar...

Jon se levantou furioso e veio em minha direção. Eu estava presa na escada, não consigo me mexer, algo está me prendendo no degrau, ah é, meu medo. Ele veio em minha direção, subiu até onde eu estava só que um degrau mais baixo já que Jon é mais alto, e sim, ele estava chorando, pude perceber as lágrimas acumulando e escorrendo pelo seu rosto. O bolo na minha garganta cresceu e meio que sem percebi me deu conta que eu estava em pânico, e pela primeira vez com medo da reação do meu namorado que sempre estava a ser tão doce e carinhoso comigo. Mas desta vez ele está irritado, pode-se perceber pelo tom da sua voz, ele está berrando pela casa feito um louco, maníaco sem controle.

Jon: OLHE OI QUE VOCÊ FEZ! (ele pegou nos meus ombros e me chacoalhou) VOCÊ ESTRAGOU TUDO! TUDO!

Sophie: não foi assim! Para! Para!

E assim acontece nossa primeira briga. Meus pais se levantam a ponto de segurá-lo, estou a ponto de desmaiar com tanto chacoalho, mas ele vai parando lentamente, sua respiração ofegante agora eu meu rosto, sua expressão desesperada logo procura os meus olhos que logo se suavizam e sua boa encontra a minha. Um beijo de desespero, angústia, incômodo, profundo, tentando reunir em um só todos os nossos beijos. Nisso, ele me abraça e coloca a sua mão na minha cabeça que vai de encontro com o seu peitoral malhado que pode ser previsto através de suas camisas de algodão que sempre costuma usar. Como poderei deixar esse homem?

Jon: porque Sophie? Porque... (choro

Me deu conta de que também estou chorando.

Sophie: me desculpe, mas tem que ser assim.

E fiquei ali, com o meu pedaço do céu que em três dias irei deixar pra trás e seguir com a minha vida como se nada aconteceu, como se nós não fôssemos nada, apenas pó que o vento se encarrega de levar. O dia foi tenso, completamente de tristeza. O céu range de trovões e chuva como se também sentissem o nosso desespero, Dési estava inconsolável, me abraçava a todo instante, me beijava e dizia que tudo vai ficar bem mesmo sem ela mesma acreditar nisso. E Jon apenas me abraça cheirando e acariciando meu cabelo, beijando minha pele a cada instante fazendo meu coração se partir em mil pedaços, querendo ou não a culpa é minha, eu não impus a minha opinião aos meus pais sobre o que eu realmente quero mas isso é um dilema: ficar com Jon, a pessoa que eu amo e perder um ano da minha vida ou ir pra uma boa faculdade em outro país, ficar longe de Jon e construir um futuro melhor. Quando eles foram embora, subi para o meu quarto, melancólica, fraca, me sentindo a pior pessoa do mundo e foi assim durante os 3 dias que antecederam a minha viajem: trancada no quarto, sem comer, chorando, vendo fotos, preparando a mala, sem atender o telefone de ninguém, sem falar com ninguém, tendo pesadelos, acordando gritando a noite e em seguida chorar de novo. Virou rotina. Quando finalmente ligo o celular, 60 ligações perdidas de Jon e 28 mensagens de texto: “onde você está?”, “está tudo bem?, “abre a porta”, “eu sinto sua falta” e várias outras que não tive coragem de ler. Entre as mensagens, vi que tem uma mensagem de voz dele que diz assim:

“Sabe, eu passei a vida inteira esperando por alguém que me deixasse de pernas bambas, quando na verdade eu só precisava de alguém que fizesse estar de pé. Pronto para receber todo o amor que esse mundo pudesse me dar. Eu sei que deve estar sendo difícil pra você, mas está sendo insuportável pra mim, eu já fui à sua casa mas sua porta está trancada e você não responde. Seu pai falou que você não come o dia inteiro, eu estou preocupado. Mas além de tudo isso, eu sei que no fundo a minha consciência fala que é melhor te deixar ir, porque na realidade isso é o seu sonho, ser uma advogada de sucesso. Porém, não adianta, mesmo que eu queira não queira te esquecer, você cola em mim. O seu cheiro é o melhor perfume do mundo, sua risada é perfeita e me faz rir feito um idiota, o seu cheiro ainda é um perfume misterioso pros meus travesseiros. Sua voz é canção para os meus ouvidos e quantas noites eu já passei pensando nela antes de ir dormir? Os seus lábios rosados sempre vão ser a cor pro meu cinza. Teu olhar sempre vai ser aquela luz que eu vou precisar pra me achar na escuridão. E o mais importante, sua presença vai ser a que acalma e a que me traz paz. Você é simplesmente a única que me faz feliz por inteiro. Porque o meu amor vai ser pra sempre enquanto durar.”

Como eu posso deixa-lo? Ficar sem sentir a sua pele, ouvir a sua voz, acordar com as suas mensagens de “Bom dia, dormiu bem?”, não beijá-lo, dormir sem o seu corpo pesado e quente sobre mim, sem os seus olhos verdes e o seu cabelo... Mas eu estou decidida. Quero acreditar na possibilidade de fazer a faculdade nos E.U.A e passar as férias aqui junto de todos, ficaria mais fácil. Eu tenho que ir, é isso o que eu realmente quero pra a minha vida: ser uma advogada de sucesso. Vai doer, obvio que vai e já está a doendo em ambos, mas temos que passar por esse sacrifício juntos, enfrentar nossos desafios de cabeça erguida porque as vezes a vida faz tudo ficar de cabeça pra baixo pra que possamos seguir caminho de cabeça pra cima, e eu tenho que enfrentar isso. Refletir sobre isso durante um tempo e cheguei a conclusão: eu vou embarcar para Ohio.

Hoje é o dia. Embarcarei de 3 da manhã. Acordei com a minha mãe me chamando delicadamente.

Mãe: filha, acorda... Sophie... acorde.

Sophie: já acordei mãe.

Mãe: são 1 da manhã, estaremos saindo ás 2 em ponto. Por favor, tome banho, troque de roupa e desça pra tomar café. Não podemos nos atrasar.

Sophie: tá.

O clima em mim é melancólico, e mesmo sem abrir os olhos a vontade de chorar já me vem na cabeça. Abri os olhos quando minha mãe fechou a porta, me levantei e calcei minhas pantufas. Fui ao banheiro, meio sonolenta, e me olhei no espelho. Estou com alguma olheiras, meu cabelo cada dia mais fino um pouco volumoso está irradiando o preto brilhoso devido eu estar comendo muito peixe ultimamente, quer dizer, ultimamente eu tenho me alimentado de todos os alimentos possíveis, meus olhos azuis claro da cor de uma piscina em um dia de sol que faz um contraste notável em relação ao meu cabelo. Estou um pouco branca, minha pele não está BRANCA dá cor de porcelana, num suave tom branco amarelado... sei lá, meio rosada... enfim, não costumo ser muito boa em cores. Estou mais alta, devo ter crescido uns 4 centímetros mas ainda sim não supero a altura de... Jon. Em pensar que em menos de 4 horas eu irei deixa-lo. Humpf (¬¬) Mas eu vou voltar. Liguei o chuveiro e apertei o botão para a água sair quente, tirei a roupa e meus músculos relaxaram. Lavei meu cabelo com meu shampoo de morango, esfreguei meu corpo com um sabonete espoliante que deixou a minha pele sedosa igual a de bumbum de bebê. Peguei minha toalha e me enrolei para procurar uma roupa. Ultimamente o clima não tem estado tão frio assim, um dia chove com trovões, outro o sol luta contra as nuvens escuras e consegue passar alguns raios para a NOOSSA ALEGRIAA U_U Procurei um vestido que eu separei na noite passada com um casaco pra sobrepor caso o clima esfrie mais, o que eu acho que não, daqui a 5 dia chega a primavera. (http://4.bp.blogspot.com/-V1P6BDIixwA/T0bOJiCXEbI/AAAAAAAAAEs/Jxrs01Ujqps/s1600/tumblr_ldbm0b8f781qbz0t0o1_400_large_large.jpg ) Penteei meu cabelo que caem pela minha costa, calcei uma sapatilha rosada e desci. Tomei café junto com minha mãe e meu pai em silêncio, comi alguns pãezinhos de queijo com café com leite e um pedaço de bolo. Subi para ir escovar os dentes e fico imaginando como será meu quarto no outro país. Peguei as algumas malas, que totalizam cinco Hahaha xD e a mala de mão que dentro dela vai meu mp3, gloss, escova de dente, escova de cabelo, creme dental, spray seco de cabelo e outras coisas. Desci, e logo meu pai veio me ajudar. Olhei o relógio e são 2 da manhã em ponto. Comprimento Zezé, aquela que veio conosco desde a Espanha e nos ajuda em tudo, eu vou sentir falta dela, de suas comidas, do seu cheiro, seu abraço, suas palavras de conforto... Vou sentir falta daqui muita, mas eu vou voltar. Entramos no carro e fomos direto ao aeroporto, na janela do carro vi minhas lembranças escorrerem entre as árvores verdes que simplesmente formam um borrão devido a velocidade. Resolvo passar uma mensagem pra Désiree.


“ Eu vou sentir sua falta. Mesmo sem termos nos falados ultimamente, saiba que você é uma das melhores coisas da minha vida, aquela que faz meus dias felizes, me faz rir, a única com quem tenho vontade de abraçar e chorar no seu ombro quando algo não sai conforme os meus planos. Estou embarcando daqui a pouco, mas quero que você compreenda minhas decisões e saiba que eu te amo. Eu vou voltar por você, pela minha família e por Jon. Se você o ver quero que faça o favor de dizê-lo que eu o amei com todas as forças do mundo, que neste exato momento eu sinto como se um pedaço de mim está ficando para trás. Um beijo e nos vemos em breve.”

Apertei enviar. Chegando no aeroporto de Mullingar, são 2:30 e o movimento não é intenso. Meu pai e minha mãe vão fazer o check-in enquanto eu fico sentada no banco de frente para o portão de embarque. Quando minha mãe toca no meu ombro.

Mãe:parece que tem pessoas querendo te ver.

Me viro e vejo cerca de 50 pessoas com balões coloridos, algumas negras, outras brancas, baixas, altas... Os balões são em formato de coração e da cor vermelha, uma das minhas cores preferidas. Todos estão sorridente mesmo sendo quase 3 da manhã e elas deveriam estar dormindo. Meu coração dispara, salta pela boca quando eu vejo o meu amado ali, parado na frente de todos com um balão igual ao dos outros, sorrindo também mas eu o conheço bem e sei que a tristeza lhe prevalece pois seu sorriso não chega em seus olhos. Mas mesmo assim, fico arrepiada e penso que estou num sonho e discretamente me belisco, porém tudo é real. Ele pega o microfone no balcão que serve para anunciar os voos e rapidamente uma pequena multidão de pessoas se junta ao nosso redor. Eu permaneço ali onde eu estou, sentada, com os olhos arregalados e o coração na mão. O que ele vai fazer? Olho para a minha mãe com a pergunta nos olhos de: “o que é isso?” E ela me responde silenciosamente e eu faço sua leitura labial: “surpresa”. Ele pega o microfone e começa a falar.

Jon: Bem, eu acordei hoje de manhã e percebi que esses últimos dias eu tenho dormido com o seu suéter debaixo do travesseiro e antes de dormi eu o cheiro pra ter sonhos com você e sentir um pouco a sua presença. Eu... nunca pensei que ia te reencontra de novo e pensei que seria a coisa irritante do mundo ter que te ver novamente porque, o que aconteceu naquela época que te causou tanto sofrimento... aquilo foi eu que planejei tudo porque pensava que você estava se afastando de mim e eu precisava de um jeito pra chamar a sua atenção mas infelizmente foi daquele trágico jeito que eu me arrependo até hoje. Mas quando eu te vi descendo daquela escada, pela primeira vez meu coração disparou e eu encontrei uma razão pra mudar quem eu costumava ser, pra me entregar por inteiro sem medo de errar e mesmo assim ser feliz. Eu vim aqui pra te implorar que fique, por que... Eu vou estar perdido, sem saber o que fazer, a minha vida vai ficar cinza de novo.

Eu não sabia o que fazer, enquanto ele falava, percebi que estava nervoso. Quando eu ia consultar meu cérebro para poder andar um passo, ele respirou fundo, fechou os olhos e começou a cantar a música que escolhemos como “nossa música”( http://letras.mus.br/frank-sinatra/328671/traducao.html) Eu comecei a chorar. Como eu posso deixa-lo? Como? Deixar a pessoa que eu amo sozinha, sem ninguém. Mas eu já tomei minha decisão e não vou privá-lo das coisas por minha causa. Sei que estou tomando a decisão certa, tenho 16 anos e ainda não vi nada da vida. Talvez eu esteja deixando meu futuro a ver navios e dando mais importância ao amor. Porém, se eu não ficar , vou construir uma boa carreira que possa me dar condições de vida melhores, mas vou estar deixando uma das únicas oportunidades de ser feliz. Quando acabou de cantar...

Jon: fica. Fica comigo.

Ele estava com lágrimas nos olhos. Olhei para a minha mãe e ela estava impaciente para que o voo chegasse logo, obviamente ela não estava gostando de nada disso. Qualquer ideia de ameaçar a minha vida em Ohio tirava o seu humor. Fui caminhando até direção do meu ursinho e quando eu parei na sua frente ele esperava que fosse falar algo, mas eu calmamente o abracei e me dei o luxo de chorar naquele momento. Abracei as suas costas sentir o seu cheiro refrescante invadindo o meu nariz, seus músculos agora na minha barriga, a sensação de estar com ele sempre vai ser a mesma, não importa o que aconteça. Ele afagou a minha cabeça com uma das mãos e sussurrava no meu ouvido o tempo todo: ”fica comigo, fica”. Me afastei e olhei para os seus olhos verdes chamativos, seu cabelo que agora não está nem tão cacheado assim por causa dos cortes de cabelo, sua pele bronzeada, seu rosto tão afilado com uma boca que eu costumava beijar todo dia.

Sophie: eu tenho que ir.

Assim que eu falei, seu rosto foi invadido por uma expressão de dor.

Sophie: tem que ser assim. Tem que ser. Olhe, eu quero que fique com isso.

Eu tirei o anel que ele tinha me dado semanas antes.

Sophie: melhor cada um seguir o seu caminho, mas saiba que eu te amei até não ter mais esperanças.

Jon: não...

...: Atenção, voo 376, portão B.

Jon: não vai, não, por favor.

Ele realmente estava chorando. Eu o abracei pela última vez até que minha mãe segurou por trás e me fez forçadamente até o portão de entrada. Mas eu resistir até o último minuto só que meu pai também veio ajudar minha mãe então apenas deu tempo de Jon me dar o balão que ele estava e um pequeno beijo de despedida até que ela me empurrou até o portão de embarque. Entreguei meu passaporte aos prantos e a mulher que estava no portão sentiu uma dose de pena e me disse: “vai ficar tudo bem. Seja forte.”. Olhei para trás uma última vez e vi minha mãe acenando bruscamente e meu pai com um olhar piedoso. Jon estava parado, sem acreditar no que estava acontecendo. Pelo jeito que eu o conheço ele estava desesperado, me vendo ir embora sem poder fazer nada, se fizesse viria a segurança e minha mãe com certeza iria leva-lo para a polícia e eu não queria isso. As pessoas que estavam ao nosso redor, a maioria mulheres, choravam. Que triste lembrança a minha, a última cena que vi da Irlanda. Mas, sem olhar para trás mais uma vez, um surto de coragem me prevaleceu e decidir seguir em frente por mais difícil que fosse. Peguei minha mala de mãe e segui pelo corredor que leva até o avião segurando o choro e pensando: “seja forte, seja forte, continue forte”, até que eu entrei na porta pequena branca, e vi poucas pessoas sentadas. Fiquei do lado da janela, até que o avião iniciou decolagem tirando de vez a minha esperança de ser feliz com alguém que eu amo.


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Notas finais do capítulo

Reviews por favor ^-^ Feliz Natal e Próspero Ano Novo!