Amour Sucré escrita por Kamiille


Capítulo 11
Capítulo 11 - Esclarecimento.


Notas iniciais do capítulo

"A dor de perder pessoas importantes..." -Zoey



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Estávamos parados em frente a casa de cor rosa queimado. Castiel estava segurando umas cinco sacolas e eu três, deixando as mãos da "Vó" livres para abrir a porta.

–Entrem queridos! Deixem as sacolas ali em cima. -Ela disse dando espaço para passarmos. Assim eu e Castiel colocamos as sacolas da compra em cima da mesa da cozinha, onde a mulher havia pedido.

–Obrigada! Não é sempre que se encontra jovens tão gentis por ai. -Ela agradeceu começando a arrumar as compras.

–Não tem de que. -Castiel disse.

–Sentem ali na sala, vou arrumar aqui e preparar um lanche para nós. Já chamo vocês.

Sentamos no sofá marrom da sala de estar. Era um sofá de dois lugares um pouco desconfortável. Começamos a assistir um filme que passava em um canal aleatório. Pouco tempo depois a velhinha nos chamou:

–Venham crianças! O lanche está pronto.

Desligamos a tevê e fomos até a cozinha onde havia três pratos em cima de uma mesa de quatro lugares. Em cada um havia um misto quente. No centro da mesa, uma jarra enorme de suco de laranja.

Sentamos, Castiel e Vovó conversavam enquanto comiam. Eu formulava perguntas em minha cabeça para fazer a velhinha.

Quando terminamos de comer a "vó" olhou pra mim.

–Muito bem Zoey, eu sei que na sua cabeça deve haver muitas perguntas... Pode perguntar!

–Ok, vamos para a primeira pergunta, de onde você conhece meus pais e minha tia? -Eu disse sem êxito.

Ela respirou fundo antes de responder.

–Você chegou a conhecer Boris?

–Quem? -Eu disse irritada percebendo que mais uma vez ela não responderá minha pergunta... Me fizera outra no lugar.

–Seu tio, Boris. Ele foi casado com a sua tia Alice, chegou a conhecê-lo?

Ah, o nome do meu tio era Boris? Bom saber, minha tia não conseguia falar dele sem chorar então eu preferia não tocar no assunto... Acaba que eu não sabia nada dele... Mas que droga meu tio morto tinha a ver com a história?!

–Não, quando eu nasci ele já havia falecido. -Falei o mais educadamente possível.

–Entendo... Boris era meu filho. -Ela disse com uma expressão de dor.

–Como assim seu filho vó?! Pensei que a senhora não tivesse filhos! -Cast disse surpreso.

–Eu tinha Boris. Mas ele faleceu há 18 anos. Eu fazia de tudo para enterrar o assunto, mas... Agora que Zoey está aqui, junto com a tia... O assunto voltou a me assombrar.

–Eu não sabia disso... -Cast disse olhando pro nada.

–E foi assim que conheci os pais de Zoey. Sua tia era minha nora. -Ela falava em um tom sério e às vezes expressava um pouco de dor.

–Entendo... Eu sinto muito por meu tio, digo, seu filho... -Eu disse um pouco confusa.

–Tudo bem. Já faz 18 anos... Não me machuca tanto... Mais alguma pergunta? –Ela disse parecendo não querer tocar no assunto "morte".

–Hmm... Foi por isso que a senhora teve aquela reação quando Cast me apresentou naquele dia? -Disse relembrando aquele quase desmaio súbito.

–Ah! Foi sim querida... Eu não me lembrava do meu filho a tempos... Quando Castiel disse quem você era eu perdi um pouco de controle com a quantidade de lembranças que vieram na minha cabeça... -Ela falou parecendo calcular o que iria dizer.

–Ah... Entendo. Por que ficou tão interessada em saber como meus pais morreram? -Eu perguntei tentando me lembrar do dia em que conhece-la para tirar o máximo de informações possíveis.

A minha pergunta pareceu toca-la em alguma ferida profunda e dolorida.

–Bem... É que... Bom, seus pais eram meus amigos... Foi um choque saber que eles morreram... Em um acidente não foi? -Ela deu ênfase na palavra acidente.

–É foi sim... -Eu disse tentando analisa-la.

–Vó, você não teria uma foto desse tal de Boris? Eu fico me perguntando como ele era... -Castiel disse.

–Ah querido, tenho uma só. A última que me sobrou.

Ele foi em direção ao corredor e entrou em seu quarto. Pouco tempo depois ela voltou com uma foto na mão.

–Aqui está. -Ela disse dando a foto para Cast e para mim.

Era uma foto antiga, estava um pouco desgastada com se tivessem chorado em cima dela ou a amassado com muita força...

Na foto havia um homem cheirando uma rosa, ele parecia feliz. Era um homem de grandes músculos, usava uma regata para mostra-los; tinha um cabelo loiro que era amarrado em um rabo de cavalo e penetrantes olhos azuis.

Ele era muito diferente da velhinha que estava na nossa frente... Pequena, magra e de olhos negros bondosos...

–Vó... Não posso dizer que ele se parece com a senhora, por que eu estaria mentindo... -Castiel disse.

A velhinha riu.

–É verdade... Ele era igual o pai, meu também falecido, marido... -Ela disse parecendo ter boas lembranças.

A vida daquela mulher era cheia de mortes... O filho, o marido... Meus pais que eram, segundo ela, seus amigos...

Se eu fosse qualquer pessoa, sentiria pena dela mas, eu odiava a pena! O olhar de "coitadinha"... Eu não gostava quando me olhavam assim no momento que eu falava da morte de mamãe e papai. Eu simplesmente entendia dor de perder pessoas importantes... A dor era mais forte no começo, mas ao passar do tempo você percebia que não podia fazer nada para mudar o fato de que as pessoas se foram.

Castiel e eu ficamos conversando com a mulher sobre assuntos aleatórios até o final da tarde. Depois da nossa conversa esclarecedora eu comecei a me simpatizar um pouco mais com a idosa...

–Adeus crianças, voltem para me visitar depois. -Vó Fátima acenava enquanto eu e Cast saiamos em direção a rua.

–Bom, temos um pouco de tempo até o restaurante abrir... O que quer fazer? -Castiel disse olhando pro ceu que ja estava escurecendo.

–Eu estava pensando... Por que não chamamos a turma para jantar com a gente? Assim você fica menos desconfortável com a ideia de sua namorada te pagar um jantar... -Eu pisquei pra ele.

Ele riu.

–Já te falei que você é muito boba? -Cast disse enquanto pegava o celular do bolso -Eu ligo pros meninos e você pras meninas.





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Notas finais do capítulo

"Pizza! Fomos em um restaurante comer pizza!" -Zoey, Capitulo 12, Amour Sucré.