Life Changes escrita por Paige Sullivan


Capítulo 29
Capítulo 29 - Reconquistando de vez o prêmio


Notas iniciais do capítulo

Ultimo capítulo! Poxa, não queria terminar a história assim... Mas... Esta aí para vocês se emocionarem....
Só tenho a agradecer quem vem lendo e acompanhando. Como eu disse, a história já tinha sido finalizada, então foi mais fácil postar. Só precisei arrumar os links.
Está ai... Aproveitem!
Mais informações no final do capítulo



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JACOB PDV

            Ela estava linda deitada ao meu lado naquela cama. A noite tinha sido maravilhosa e meu pai queria noticias de tudo que estava para acontecer hoje. Ele sabia que eu queria fazer uma surpresa, então enquanto o sono dela ainda era tranqüilo, me arrumei rápido e deixei um recado com a Ane. Logo quando sai do apartamento liguei para o meu pai e disse que estava tudo bem. Que tudo corria muito bem por sinal. Mas hoje eu completaria tudo o que estava faltando para ficar com a Paige de vez.

PAIGE PDV

- Bom dia Paige, pensei que fosse dormir a tarde toda. – Ane entrou no meu quarto com uma bandeja de café da manhã. – Não se acostuma não, Jake me pagou para fazer isso para você. – acabei rindo. Bem típico dele.

- Não sabia que fazia as coisas por interesse.

- Brincadeira, ele pediu e eu fiz. As meninas daqui desse hotel estão com algum problema. Ficaram olhando para ele tanto tempo que pensei por um momento que ele fosse o Rei Midas.

- Obrigada. – fiquei rindo do comentário. – Elas ficaram muito tempo paradas?

- Pareciam estatuas. Eu tive que interromper, porque depois que ele abriu o sorriso então...

- Geralmente ele causa esse impacto nas pessoas. – tomei o café que estava quentinho e comi um pãozinho quando ela sentou na cama. – Que foi? Ficou com raiva porque não fiquei com o Giulio?

- Ele me ligou mais cedo e me contou o que aconteceu.

- É uma pena, ele realmente é muito atraente. – continuei comendo e senti que algo estava errado. – Está interessada nele? – arqueei a sobrancelha e ela me olhou pasmada.

- Que isso Paige, não pense isso de mim... Mas já aviso que de lá ele não saiu desacompanhado.

- Deixa eu ver ele saiu com a minha prima? – chutei, mas era a única que eu conhecia que se amarrava num cara mais “experiente”.

- Como sabe? – ela abriu a boca e eu gargalhei.

- Se eu jogasse na loteria... – continuamos conversando e rindo quando finalmente me dei conta de que Jake não estava ali. – Ane, sabe do Jake?

- Ele disse que precisava resolver algumas coisas, que falaria com você assim que possível.

- Ok, temos algumas coisas pra resolver hoje não é?

- Sim, mas vai se embelezar primeiro, mais tarde resolvemos isso. Eu vou terminar de resolver algumas pendências dos seus documentos também.

- Tudo bem. – levantei e fui andando para o banheiro quando ela me chamou. – Fale.

- O que faço? Resolvo sua papelada para voltar de vez, ou volto com os documentos para Andorra? – droga, tinha me esquecido disso.

- Eu vou pensar no que vamos fazer. Resolva o que não tiver ligação que mais tarde eu dou uma resposta.

- Ok.

            Fui tomar um bom e longo banho. E pensar também. Seria muito complicado agora ter que voltar com tudo para cá ou simplesmente levar tudo embora. Há uns dois anos que estava resolvendo uma papelada de um hotel com a Ane e teria que ficar no mínimo uns dois anos por lá para colocar tudo em ordem. Por mais que ela fosse ótima, as coisas teriam que ser divididas. E ainda tinha os meus quadros.

            Ela também havia me falado sobre a possibilidade de viajar com exposições pelo país e deixar três quadros em Boston, dois em Nova York e mais dois em Andorra. Saí do banho, me arrumei e rumei para a sala para saber o que faria hoje.

- E então, o que faremos hoje? – Ane tinha acabado de desligar o telefone, e me olhou com um sorriso bem safado.

- Hoje você está livre para curtir o que quiser fazer.

- Mas você disse...

- Olha, fui intimada a te deixar livre hoje. Então se eu não fizer é capaz de não acordar amanhã.

- Como assim? – olhei desconfiada e ela me mandou outro sorriso.

- Não posso falar, é surpresa.

- Tenho medo de suas surpresas.

- Mas não é minha. – ela arregalou os olhos e fechou a boca – Falei demais!

- De quem é então? – fui chegando perto dela, que ia se esquivando de mim devagar.

- Ah você vai saber. – ela deu de ombros e quando cheguei bem perto dela, ela saiu correndo e chegou na porta com a bolsa na mão. – Espera a ligação e vai onde te mandarem ir.

- E se quiserem me matar? – falei quase gaguejando e ela deu uma gargalhada.

- Só faz o que eu to pedindo. O carro vai te esperar uma hora depois que o telefone tocar.

            Fiquei sozinha e falando com as moscas quando ela fechou a porta. Sentei numa poltrona e pensando o que ia acontecer. Logo liguei a algo com Jake, quando ele saiu repentinamente e ela me falou essas coisas. Será que ele prepararia algo para mim? E meus pensamentos ficaram rondando aquela pessoa maravilhosa, o final da festa, nossa noite e....    Fechei os olhos pensando em tudo e sorrindo involuntariamente quando senti duas mãos suavemente chegando ao meu rosto e me dando um beijo no canto dos meus lábios.

- E então ficamos desocupados hoje? – abri o os olhos e tive a visão perfeita daquele homem lindo com aqueles olhos azuis intensos.

- Ane me desocupou hoje e disse que tinha que esperar uma ligação, que alguém estava fazendo uma surpresa para mim. Não sei exatamente o que é e acho sinceramente que tenha ligação com você.

- Mas eu não ia fazer nada. – ele me olhou confuso e depois estreitou os olhos – Quem então vai fazer surpresa para você?

- Não sei. – dei de ombros e depois dei uma risada – Será que esse tom de voz é ciúmes?

- Não! – ele se recompôs e foi andando para a cozinha – Mas não quero homem nenhum fazendo surpresa para você.

- Se for você será ótimo, eu não vou ligar.

- Mas eu não vou fazer nada, tenho que trabalhar hoje, por isso vim aqui falar com você.

- Ah... – fiquei triste no exato momento que descobri que não era ele. Andei para a poltrona que me chamava, quando fui abraçada por trás e recebi um beijo no pescoço. Estremeci com a situação e Jake deu um sorriso satisfeito com a minha reação.

- Eu vou voltar para o escritório, mas de noite eu passo aqui para te levar para algum lugar tudo bem? – assenti e não falei nada – Não fica triste, foi tudo muito rápido, não tinha como desmarcar nada ta?

- Só quero saber então o que eu vou fazer, já que você não vai ficar comigo e não sei que diabo de surpresa é essa. Pelo menos se desse para trabalhar...

- Ei, aproveita o dia, sai com sua prima. Eu tenho que ir logo porque senão eu vou ter problemas.

            Recebi um beijo rápido, peguei um livro e me afundei na poltrona. Não sabia de nada, queria mais era enfiar um soco no doido que o fez trabalhar logo hoje... O telefone tocou e pensei que fosse a tal da surpresa.

- Alô.

- E então aproveitou a oportunidade que apareceu na sua vida?

- Giulio? – será que ele era a surpresa? Não pode, ele que me mandou ir atrás do Jake.

- Liguei para saber se tudo correu bem.

- Acredito que sim.

- Por que? – ele falou num tom meio confuso – Parecia que vocês dois tinham se acertado de vez.

- Nos acertamos, o problema é que ele não pôde ficar comigo. Teve que trabalhar hoje.

- Entendi...

- E você? Soube que aproveitou a festa depois de mim.

- Eu? – ele tentou disfarçar. – Bem...

- Sei, está com quem? Minha prima?

- Será que eu poderia ser menos previsível? – mas o que ela estava fazendo lá? – Desculpa, está no viva voz, acabei pedindo para saber como você está.

- Ainda bem que não falei nada comprometedor. – eles deram risada e eu também.

- Fica triste não, pelo menos você já conseguiu ficar com ele.

- E vem cá, eu fiz uma coisa e nem me toquei da namorada dele.

- Ele terminou com ela lá, não te contou?

- Não tivemos tempo de conversar sobre isso. – lembrei do Giulio. – Desculpa Giulio.

- Sem problemas.

- Vocês dois estão juntos é? – falei quase rindo de novo e se instaurou um silencio por uns minutos.

- Podemos dizer que sim. – Giulio respondeu e não agüentei.

- Vocês dois não perdem tempo.

- Correção: sua prima não perde tempo. – ouvi um barulho – Ai, Cris, não precisa bater.

- Não precisava falar isso de mim. – ela se fez de ofendida e ri mais ainda.

- Como se eu já não soubesse...

- Muito obrigada pela parte que me toca.

- Tem outra ligação aqui, depois eu falo com vocês dois.

            Puxei a outra ligação e só ouvi o recado de que eu deveria descer. Nem tive tempo de me arrumar. Dei uma de super herói e me arrumei em dois minutos. Coloquei o perfume de sempre, taquei os documentos na bolsa, troquei de roupa para um vestido mais arrumadinho e desci correndo. Ou melhor até chegar ao elevador, porque quando entrei, me ajeitei e ao chegar no térreo, andei como uma miss para a porta. Queria o que? Impressão boa sempre! O carro estava parado na frente do hotel me esperando e era um táxi. O motorista abriu a porta para mim e entrei meio com medo.

- Não se preocupe senhorita, só vou levá-la ao seu destino.

- Me desculpe, mas para onde que eu vou que me preocupo.

            Ele riu. Por acaso fiz alguma piada?

- Tudo vai ficar bem. – com aquela voz dele, pra mim tudo ia ficar mal isso sim.

            Ele andou mais um pouco com o carro e virou a esquina. Pelo menos eu sabia que não seria levada para algum subúrbio e que meus órgãos não seriam retirados de mim. Quer dizer, eu acho. Mas durante todo o caminho algo meio que me acalmou. Fiquei com medo de que no ar do carro tivesse algum tipo de sonífero, mas percebi que estava de janelas abertas. Ou seja, nada ligado para me sufocar ou para desmaiar.

            Tirando as idéias loucas da minha cabeça, ele parou em frente a um prédio muito bonito. Ele havia tomado um caminho diferente, mas o prédio ficava as vistas da galeria onde eu expus os quadros. A porta do carro foi aberta e a mão estendida para mim. Sai do carro e o mordomo do prédio me olhava sorridente e atencioso. Ele pagou o taxi e me puxou para dentro.

- O que está acontecendo? – perguntei assim que adentrei.

- Não disseram para a senhorita que era uma surpresa? – ele continuou sorrindo e fiquei com mais medo do que já estava.

- Olha acho a brincadeira até legal, mas para onde vamos? Vai me matar? Porque não estou a fim de morrer nova não. – ele gargalhou. Realmente eu deveria estar muito engraçada hoje para todo mundo rir da minha cara.

- Senhorita, não há nada que temer. Esse prédio é residencial e apenas pediram para levá-la a um dos apartamentos. – ele estendeu a mão e apontou para o elevador.

- Vamos ver o que está acontecendo então.

            Por dentro eu estava me cagando de medo. Vai que são aqueles assassinos ricos que pagam pessoas para ajudá-los a saciar suas vontades maníacas para matar? Será que a Ane estava envolvida com esses caras? Era uma facção? Uma gangue?

            Ao chegar no andar, fui empurrada delicadamente para fora, já que dava direto para o hall do apartamento. Ele fechou as portas do elevador rapidinho e um frio correu minhas espinhas. Mas que merda era essa?

            As luzes do alto se apagaram e luzes no chão foram acesas e me deixando encucada. Será que fui confundida com alguém? De repente a Ane me mandou para algum encontro errado, sei lá. Peguei o celular e liguei para o Jake.

- Alô. – ele falou e parecia ocupado.

- Desculpa, queria confirmar uma coisa com você.

- Pode falar.

- Assim... – fui andando para dentro do apartamento e ele estava todo iluminado com velas e um chão coberto de flores. Literalmente. O cheiro das flores exalava pelo apartamento inteiro.

- Aconteceu alguma coisa? – ele parecia preocupado.

- Se lembra da surpresa que eu te falei?

- Lembro.

- Então eu apareci nela.

- E o que aconteceu?

- Bom acho que marcaram um encontro para mim ou me confundiram com alguém.

            Percebi que tinha uma mesa posta para duas pessoas e o cheiro de comida vindo de algum lugar casa. Provavelmente da cozinha. Olhei para a frente de novo e tinha uma cortina cobrindo algo, já que ela não ficava nas janelas do apartamento.

- Paige, tem certeza que é seguro? – ele falou num tom preocupado e estremeci.

- Não sei, mas o apartamento está praticamente vazio. Só tem rosas no chão e um cheiro de comida muito do bom.

- Cheiro de comida? – ele falou desconfiado, quando ouvi um barulho da cozinha.

- Hello, tem alguém ai?

- Porque você não procura pelo apartamento então? – ele falou com uma voz rouca e não entendi.

- Não entendeu o que eu falei? Tem alguém esperando por alguém aqui.

- Entendi, vai procurar essa tal pessoa que você vai saber quem é. De repente é algum admirador secreto. – ele falou tão normal que estranhei de novo.

- Acho que você deveria ficar com raiva de alguma coisa.

- Mas o que eu posso fazer? Você já está ai... – e ele apareceu na minha frente. Mais lindo do que nunca. Uma calça preta, uma blusa marrom meio colada aquele corpo dele que sempre manteve na medida certa, e um perfume enlouquecedor. Ele continuou rindo pra mim e os dois mantiveram os celulares nos ouvidos sem desligar.

(James Morrison – If You don’t want to Love me)

            Uma música começou a tocar no ambiente e mordi os lábios marota para ele.

- E então? Descobriu quem é a pessoa?

- Desculpa Jake, mas acho que você vai ficar com raiva dessa pessoa.

- Por que? – ele me olhava confuso e rindo ao mesmo tempo – Ele é mais bonito do que eu?

- Tão lindo quanto. Está parado de frente para mim com um sorriso lindo nos lábios, com um perfume maravilhoso, um olhar super sexy...

- Olha que eu vou ficar com ciúmes hein. Tem que avisar para ele que você já tem dono.

- Tenho mesmo? Não discutimos nada disso quando nos vimos. – comecei e a rir e ele me olhou assustado.

- Então é assim mesmo? Vai me trocar por qualquer cara com um perfume gostoso? – ele foi se aproximando de mim com um olhar sedutor, passando a língua pelos lábios bem devagar e fiz cara de anjinho.

- Acho que esse você vai superar... – ele chegou bem perto de mim, tirou o telefone da minha mão, jogou num canto qualquer de um balcão que tinha ali e me puxou para um beijo.

             Senti faíscas por todo o meu corpo, um gosto maravilhoso vindo dos lábios dele e percebi que não podia resistir a ele. Não havia essa possibilidade. Ele foi me encostando na parede, e o beijo que antes era devagar, acelerou e mostrou que tinha mais necessidade do que parecia. Era uma sede difícil de saciar, algo completamente novo para mim por mais que eu já tivesse estado com ele. Afastamos-nos um pouco, e ele me olhou intensamente com um riso vencedor nos lábios.

- Seu namorado pode aparecer aqui a qualquer momento sabia?

- Eu não tenho namorado. – devolvi para ele que deu uma gargalhada.

- Agora tem. – ele se afastou, pegou as minhas mãos e me levou para a sala novamente.

- Tenho mesmo? Porque meu namorado não me deixaria sozinha se ouvisse que tinha um chão cheio de pétalas de flores para mim.

- Acha mesmo que eu a deixaria ir para algum lugar desses?

- E se fosse realmente um admirador secreto?

- Eu falaria para você sair do apartamento, não ir procurar a pessoa responsável por isso.

- Claro. – me chutei mentalmente por ele estar certo e por ser burra o suficiente para não saber que ele tinha feito isso tudo. Mesmo tendo desconfiado.

- Senta aqui, que eu já volto.

            Fiquei esperando alguns segundos, quando ele veio com um carrinho de hotel e com a comida pronta para nós dois. Ele serviu o mesmo prato que comemos no primeiro dia que jantamos juntos e dei um sorriso sem graça.

- Ainda lembra o que comemos naquele dia?

- Eu nunca vou esquecer o dia que ficamos bêbados.

- Mas naquela época era uma farsa Jake.

- Mas sem aquela farsa toda provavelmente nunca teríamos nos conhecido, ou então se tivéssemos nunca teríamos ficado juntos de verdade. – ele nos serviu e sentou na minha frente. – Tudo que podemos fazer agora é tirar boas lembranças daquele tempo não é verdade? Sem aquilo tudo você poderia não ter se apaixonado por mim.

- E você por mim. – ele sorriu.

- Fato.

            Ele pegou uma garrafa de vinho branco e nos serviu. Começamos a comer e ele contou sobre o que ele tinha preparado para mim para hoje. Pensei que a surpresa fosse só aquela, mas ele disse que tinha mais. Ele apontou para a cortina ao nosso lado, e quando fiz menção de ver o que era, ele não deixou.

- Muita ansiedade para uma pessoa só. Tem uma coisa que eu quero te perguntar antes.

- Fala.

- Você me ama?

- Claro que te amo, porque está perguntando isso?

- Então... - ele levantou e foi para perto de uma corda atrás da cortina. Fiquei ali parada olhando curiosa para aquilo na minha frente e ele soltou um riso abafado. Sim, parecia que tinha cinco anos.

            E então a cortina caiu. Fiquei emocionada no primeiro instante que percebi o quadro que pintei na minha frente. Achei que ele tinha sido vendido para outra pessoa.

- Assim que o vi sendo leiloado achei melhor ter alguma coisa que me lembrasse você. Não sabia se a teria de volta, seria a única coisa que eu poderia fazer.

- Então foi por isso que você saiu na hora que ele foi leiloado?

- Você percebeu? – ele me olhou assustado e ri.

- Muitas coisas estavam se passando pela minha cabeça naquele dia. E quando te vi saindo, imaginei que não quisesse estar perto, principalmente por saber que eu estava vendendo algo que tinha relação com nós dois.

- Nunca, eu percebi que o tal do seu amigo italiano queria comprá-lo, então resolvi me esforçar em tê-lo.

- Nem sabe como estou me sentindo...

JACOB PDV

            “Nem sabe como eu estou me sentindo”... Pensei emocionado ao ver a reação dela.

- Então, agora vamos ficar com ele para sempre ao nosso lado. – parecia que ela ia chorar e me ajoelhei de frente para ela. – Só que tem mais uma coisa que eu preciso te pedir. Para que ele fique para sempre ao nosso lado, algo precisa acontecer.

- O que exatamente? – ela me olhou desconfiada e tirei a caixinha de dentro do bolso da calça.

- Você precisa casar comigo. – abri a caixa e os olhos dela encheram de lágrimas. – Podemos recomeçar nossas vidas juntos e fazer tudo certo dessa vez.

- Não é muito cedo não Jake? – ela falou preocupada e tomei um susto – Falo por você. Esse é um passo muito serio.

- Paige, você mudou a minha vida. Aquele cara que saía com todas as mulheres e que não queria um relacionamento sério, foi-se há muito tempo. Eu te amo demais, e não posso te perder. Não mais. 

- Você tem certeza? – ela me olhou preocupada de novo e não resisti.

- Estou começando a achar que você que não está se sentindo preparada para isso.

- Não é isso, mas é que para casarmos precisamos ter certeza de onde vamos ficar. Eu criei uma vida em Andorra e seria um pouco demorado reorganizar as coisas.

- Se você quiser, eu me mudo com você para lá.

- Você faria isso? – ela se emocionou mais ainda.

- Não entendeu o que disse há pouco? Eu sou capaz de fazer tudo para ter você ao meu lado. Você é a mulher da minha vida.

- E você é o homem da minha.  

- Então, casa comigo?

- Caso. – ela aceitou, coloquei o anel de noivado no dedo dela e nos abraçamos. E claro, que aproveitamos aquele momento só nosso.

- Ah tem mais uma surpresa para você. – falei enquanto ela se ajeitava nos meus braços.

- Mais uma? Acho que não agüento mais uma surpresa.

- Pois bem, sabe esse apartamento que nós estamos? – ela assentiu com a cabeça – Eu o comprei. Se vamos morar aqui eu não sei, mas imaginei que se você voltasse para cá, seria melhor se fosse perto da galeria onde você expôs os quadros.

            Ela me olhou emocionada de novo e me encheu de beijos.

- Essa foi uma das melhores surpresas que você já me fez sabia?

PAIGE PDV

            Meia hora depois, estávamos entre os lençóis de um colchão que estava no quarto. Como ele tinha pensado em tudo mesmo, aproveitei que não precisávamos sair dali para ficar mais confortáveis. Fiquei olhando um tempo para aquele anel tão lindo na minha mão e ele beijava meu ombro admirando-o também.

- Sabe o que isso me lembra? – virei um pouco para encará-lo – Quando você me deu aquela pulseira.

- Você ficou admirando do mesmo jeito não é?

- E estávamos agarradinhos assim. – virei de frente e mesmo de lado ele apoiou a cabeça no braço – Senti tanto a sua falta, sabia?

- Eu senti a sua todos os dias. – ele acariciou meu rosto – Vou entrar em um assunto delicado agora...

- O bebê. – ele assentiu.

- O que aconteceu?

            Contei logo a historia toda. De quando descobri a gravidez e de que no dia que brigamos pela ultima vez, que estava com os exames para provar que estava esperando um filho dele. E que mesmo depois da briga ainda tinha uma esperança de que ele fosse me ouvir, mas que no final tudo tinha dado errado.

            Falei da viagem súbita, da estadia em Londres e da queda da escada. Chorei um pouco e chegou a ser sufocante contar aquela historia, mas ele me abraçou forte e beijou minha testa tentando me reconfortar. Acho que ouvi um fungado vindo dele, mas sabia que ele não iria se derramar em lágrimas ali, senão os dois entrariam em depressão profunda.

- Deveria ter voltado para cá e contado tudo. – olhei pra ele.

- Fiquei com tanto medo. Meus pais disseram que você estava me procurando e quando soube do sapatinho que você tinha achado quase surtei.

- Eles nunca me falaram nada.

- Foi um custo fazê-los ficarem calados. – ele parecia triste – Me perdoa Jake. Eu não pensei que você fosse acreditar que era seu.

- No começo fiquei surpreso. Depois indignado. Finalmente tentei me convencer de que se você sumiu é porque não era meu. Mas sabe, quando no fundo você sabe que é seu? Eu sabia que você não era ruim. E eu já tinha te perdoado pelo que aconteceu, queria tocar nossa vida...

- E eu não deixei. – outras lágrimas correram pelos olhos, e ele as enxugou – Me perdoa.

- Esquece isso. Já nos perdoamos pelos nossos erros não é? – assenti – Do que adianta ficar chorando por algo que já passou? Vamos tocar as nossas vidas... Vamos ser felizes.

- E vamos ter muitos filhos. – sorrimos e nos encaramos.

- Muitos, vamos encher a casa. – nos beijamos e voltamos a nossa bolha. Precisávamos correr contra o tempo perdido.

UM MÊS DEPOIS

JACOB PDV

            Depois de toda a emoção resolvemos acertar nossas vidas. Casaríamos o mais rápido possível e faríamos algo mais tranqüilo. Assim teríamos tempo de arrumar as nossas vidas. Ela ficaria uma semana por mês em Andorra para resolver os assuntos relacionados aos quadros e ao hotel que ficaria sob o comando de Ane.

            Ela voltaria para NY e ficaríamos no apartamento que comprei. Emy ficou tão comovida com tudo que acabou comprando um no mesmo prédio também. Elas duas juntas todos os dias? Eu e o Tom estávamos ferrados.

- E então meu filho, o casamento é quando mesmo? – encontrei com meu pai e com o Tom numa cafeteria.

- Amanhã de tarde. Será uma festa tranqüila pai, nada de coisas muito grandes. Os dois não têm tempo nenhum para uma cerimônia grande.

- Sabe que a Sofia ficou super decepcionada com a Paige por causa disso não é?

- Por que vocês não esperam mais um tempo e fazem um casamento com mais calma? – Tom se pronunciou e estranhei.

- Pelo que eu sei no seu você reclamou bastante.

- Mas também aproveitei bastante. – ele piscou e meu pai riu.

- Verdade filho, vocês podem se arrepender depois.

- Nós dois sabemos e tomamos nota desse fato, mas preferimos assim mesmo. Alem do mais ela não quer abrir o hotel com nome de solteira. Disse que a burocracia é muito grande para trocar as papeladas.

- Isso que é amor de verdade. Mal casou, e o empreendimento que seria dela antes de ficar com você já se tornou dos dois.

- Ela me fez ajudar com um monte de documentos. Nem sei direito, porque só ela entende catalão. Fiquei uma noite toda tentando entender as clausulas da compra.

- Imagino. Só ela mesma para querer aprender essas coisas. – Tom falou se lembrando dela falando essas coisas.

            Continuamos conversando sobre outros assuntos relacionados a trabalho. O dia seria longo mesmo, porque ainda tínhamos que experimentar nossas roupas.

PAIGE PDV

            Nunca me imaginei casando. Muito menos com o Jake. Nunca me considerei mulher para casar, até mesmo porque meus pensamentos nunca foram envoltos nesse tipo de coisa. Mas quando amamos outra pessoa, a coisa muda de figura.            

            Estava fazendo a ultima prova do vestido e olhando para o espelho. Todos os momentos da minha vida se passaram rapidamente pela minha cabeça e abri um sorriso involuntário.

- Pára de se admirar ai que você ainda tem que falar com a cerimonialista para os toques finais. – Cris levantou da poltrona atrás de mim e praticamente me puxou.

- Já entendi.

                                                           NO OUTRO DIA

JACOB PDV

            Eu parecia uma criança de dez anos que não conseguia sossegar o facho no canto. Fiquei andando de um lado para o outro como se fosse adiantar melhorar o meu nervosismo, mas eu não conseguia. Tentei desviar a minha atenção para a decoração e percebi que tinha ficado muito bonito, mesmo tendo sido em tão pouco tempo. O pai dela fez questão de pagar, então nem sei quanto deve ter sido.

            A cerimônia ia começar e a marcha anunciou a minha vez de entrar. Sofia andou ao meu lado para suprir a minha mãe que não estava lá para ver aquele momento. Emocionei-me por alguns segundos quando ouvi a voz dela.

- Tenho certeza que ela ficaria muito orgulhosa de te ver casando querido. Seu pai me contou que ela sempre teve essa esperança na vida dela.

- Queria que ela estivesse aqui. Mas obrigado mesmo assim. – sorri para ela e continuamos andando até chegar ao altar.

            Os padrinhos vieram depois de mim, Tom e Emy, Timoty e Toph – sim, por algum motivo eu os apresentei. Timoty descobriu há uns quinze dias que Paige tinha voltado e que íamos nos casar e veio pedir o perdão dela. Os dois conversaram, discutiram, mas no final de acertaram. No final das contas, lá estava eu apresentando os dois. ele tinha me explicado que não deu certo com a Rose, mas que eles ainda eram amigos, principalmente pelo menino, que por sinal estava lindo. Paige e eu o alertamos de não magoar a Toph, senão se veria com a gente – Cris entrou com Giulio – coisa que eu também não gostei muito, afinal o cara queria ficar com a Paige antes – Morty entrou com a Debby – que a Paige não ficou muito satisfeita dela ter ido, já que ela tentou nos separar, mas como ela se arrependeu e começou a namorar o Morty, ela acabou aceitando – e Billy com a Ane – que também estão juntos. Outro casal que se acertou sabe-se lá como.

            E finalmente ela entrou. Estava mais linda do que nunca. Meu coração parecia que ia sair pela boca e não pude conter um sorriso nos meus lábios. O pai dela também parecia todo bobo entrando com ela, a mãe dela quase chorando na primeira cadeira, e ele me olhou meio serio, mas logo depois, abriu um sorriso. Ela foi chegando aos poucos perto de mim e quando peguei em sua mão, a pulseira que tinha dado a ela estava no pulso.

- Você está linda! – olhei de novo para ela, agradeci ao pai dela por tê-la trazido e ela me olhou emocionada, tentando conter as lágrimas – E está usando a pulseira.

- Você me deu. E sua mãe faria questão que eu usasse, se ela estivesse aqui. – sorrimos uma para o outro e nos voltamos para o juiz de paz.

PAIGE PDV

            Percebi que ele tinha ficado emocionado por ter me ouvido falar da pulseira, de estar usando, e da mãe dele. Era algo que eu tenho certeza que ele queria que ela compartilhasse. A cerimônia correu bem, trocamos nossos votos e colocamos as alianças. Em seguida ao “sim”, nos beijamos e a cerimônia terminou. Cumprimentamos todos os convidados e fomos para a recepção.

            Ao chegar próximo as mesas, Giulio nos parou e senti que Jake ficou tenso.

- Fico muito feliz pelo casamento de vocês. Quando conheci a Paige eu sabia que algo a prendia, mas só pude ter certeza disso quando vi os dois juntos. Meus parabéns. – ele estendeu a mão para o Jake, e ele acabou se desfazendo da tensão e apertando a mão dele.

- Por mais que vocês não acreditem em mim, e entendo o motivo disso, espero que um dia vocês me perdoem pelo que aconteceu no passado. Eu realmente me apaixonei pelo Morty, e sei como é sofrer por alguém de verdade. – Debby estava falando conosco, mas não adianta, ainda tinha vontade de bater nela.

- Claro que entendemos. E acho que o passado tem que ser deixado de lado. Afinal você encontrou alguém que te ame, então espero que você seja feliz. – Jake falou com ela normalmente como se fossem velhos amigos e aquilo me incomodou um pouco.

- Espero também que vocês dois sejam muito felizes. Foram feitos um para o outro de verdade. – ela me olhou e percebi a sinceridade na voz dela. Morty a abraçou por trás e a levou embora quando agradecemos.

- Pensei que fosse bater nela. – Jake me abraçou de frente e ficou me olhando divertido.

- Vontade não faltou, mas ela pediu perdão, então... – dei de ombros e ele riu – Meu primo e ela estão apaixonados, deixa o tempo mostrar se vai durar mesmo ou não.

- Mas ele não a queria no inicio sabia? Depois que descobriu que ela tinha sido uma das minhas namoradas.

- Você que ajudou os dois a ficarem juntos não é? – arqueei a sobrancelha e ele riu.

- Ela me pediu desculpas Paige, e até sua prima percebeu que era verdade. Não só eu como ela também ajudamos no romance deles.

- Ok então...

- Vem, nossa musica vai tocar.

- E temos alguma música? – falei estranhando, porque essa parte foi a única que eu não me toquei quando estava fazendo os preparativos.

(Sum 41 – With Me)

            Olhei para o palco perto da pista de dança e quase tive um treco. SUM 41 AO VIVO?

- Como você conseguiu isso? – ele me puxou para dançar, mesmo não sendo uma musica para um casal, mas eu nem estava ligando pra isso. Chamei os padrinhos e logo todos estavam em volta da gente dançando também.

- Eu sabia que você gostava deles, assim como o Tom também gosta. Um deles parou no hospital onde ele trabalha porque tinha se machucado num show que fizeram. E como você conhece bem o Tom.... Ele fez amizade com o vocalista, pegou o telefone de todos eles, quando o show era perto sempre tinha convite e pediu um favor para eles. Ai eles vieram aqui.

            Dei um sorriso parecendo uma criança, abracei o Tom pelas costas, agradeci pelo presente dele – que também era pra ele, pensa que eu não sei – e todo mundo começou a cantar a música com eles. Como a maioria no casamento era novo mesmo, curtiram bastante. Não saía mais de perto do meu marido, HAHA, meu marido, sagaz não é, e continuamos cantando. E acabamos tendo um show particular. Jake e eu percebemos que a letra se parecia muito com nós dois como um todo.  Decidimos que seria mesmo a nossa música. Tom também se animou, chamou a banda e eles acabaram saindo nas fotos da festa de casamento com a gente.

(Edward Maya feat Vika Jigulina – Desert Rain)

            A festa continuou e depois que eles foram embora o DJ começou o show dele também. Fomos todos para a pista de dança e nem liguei para o tamanho do vestido.  Todo mundo estava dançando animadamente, eu fazendo altos passinhos de dança com as meninas e os rapazes se divertindo. Até que Jake me puxou para um canto para termos um minuto de privacidade.

- Sabia que esse é o melhor casamento de todos? – coloquei os braços em volta do pescoço dele e ele me olhou divertido.

- Já teve outros para ter essa constatação? – ele foi beijando meu queixo e depois partiu para o meu pescoço.

- Sei que não será como os próximos... – ele riu no pé do meu ouvido e falou sedutor.

- Ate parece que vai abandonar o homem dos seus sonhos.

- Nunca. – puxei-o para um beijo apaixonado e ali, definitivamente eu tive certeza de que ele era meu. TODO meu. E de mais ninguém. Aquele beijo era a prova de que poderíamos enfrentar qualquer coisa, de passar por qualquer problema, que nós dois iríamos enfrentar e estar unidos até o fim.

- E então senhora Sullivan, vai realizar todos os meus desejos? – ele repetiu a frase que falou naquele final de semana.

- Pode ter certeza senhor Sullivan que eu posso realizar todos os desejos que me pedir! – dei um sorriso malicioso para ele e nos beijamos novamente, sabendo que ali era apenas um começo de uma vida maravilhosa.

FIM


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Notas finais do capítulo

E acabooooooou!
Agradeço aqueles que leram a história, que gostaram e que comentaram. Até por PM. Me despeço mais uma vez de Jacob, Paige, Tom e Emy e espero mesmo que todos tenham gostado da história.
Irei para frente postar minhas outras histórias guardadas aqui. Mas não será agora. Porque ainda estão em andamento e estou querendo começar aqui, quando já tiver finalizado no blog. Quem quiser ler lá, pode me mandar mensagem com o e-mail que mando a autorização.
Mas lembro que estão em andamento e não escrevo tanto quanto antes, por conta de trabalho e faculdade.
Mas é isso ai! Até mais ver com mais uma história.
Pra quem me perguntou: Não escrevo histórias baseadas em personagens, como por exemplo, Crepúsculo. Se isso vier a acontecer, não segurei o roteiro e a personalidade que todo mundo costuma manter. Mas, a principio, TODAS as minha histórias são originais, com um ator aqui e acolá, e "personagens" que cato na internet. Como foi no caso aqui de Life.
Beijos meus amores, vou sentir saudades!



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