Life Changes escrita por Paige Sullivan


Capítulo 19
Capítulo 19 - Conhecendo os pais


Notas iniciais do capítulo

Bom, esse capítulo já é mais "cute".
Porque claro que em todo relacionamento precisamos conhecer os pais. Como Paige já conhece o pai dele, e ele não tem mãe, agora é a vez do pobre... Como será que vai ser isso hein?
Enjoy it!



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PAIGE PDV


Ainda tinha uma duvida tremenda: como contaria a ele sobre isso? Era demais para minha mente processar, mesmo sabendo que teria que acontecer. Estava chegando ao apartamento quando meu celular tocou. Vi que era minha mãe e percebi que ainda não tinha conversado nem com ela e nem com o meu pai sobre o Jake.


– Alô.

– Bonito hein, senhorita... – já vinha bronca – Por que não me contou que está com o filho do Sullivan?

– Então, mãe... – fiquei na recepção do prédio – Eu ia conversar com vocês direito. Estava esperando um momento que desse pra levar o Jake ai.

– Hum... Por isso que estou ligando... Seu pai quer conversar com vocês. E eu já estou preparando um jantar. Que tal hoje à noite?

– Hoje? – me assustei – Mas eu não sei se ele vai poder.

– Simples, você pergunta e depois me liga. Vou lá que eu tenho que terminar de resolver algumas coisas. – e ela desligou na minha cara.


Sério, eu mereço isso? Tava tudo, totalmente errado. Como eu ia apresentar o Jake, assim sem mais nem menos? Ela ia perguntar da Emy e do Tom e quando descobrisse que eu estava mentindo, o fim do mundo viria pra terra mais cedo. Respirei fundo, e fui logo para o apartamento.


Jake estava vendo TV e sentei ao lado dele. Nos beijamos e ficamos ali nos curtindo um tempo e imaginei como soltaria aquela bomba. Já estavam se acumulando pelo visto e se eu não desse conta, estouraria uma hora ou outra.


– Tenho uma coisa pra te pedir.

– Diga. – ele estava beijando meu pescoço e colocando minhas pernas em cima do colo dele. Eu não ia raciocinar direto assim.

– Minha mãe quer saber se não podemos ir jantar com eles... – parei de falar quando ele apertou minha coxa com força.

– Oi? – já estava deitando no sofá involuntariamente e ele continuava distribuindo beijos pelo meu pescoço.

– Calma Jake... – afastei-o um pouco e o sorriso dele era de que queria outra coisa – Meu pai quer conversar com a gente. – ele estacou.

– Conversar?

– É, eles souberam que estamos juntos, e querem conhecer você. – Jake sentou e continuou me olhando sem dar nenhuma resposta.

– Assim tão rápido?

– Estamos juntos há três meses, não é tão rápido assim não. – dei de ombros, mesmo percebendo o pânico no rosto dele – Minha mãe costuma ligar muito antes.

– Quantos namorados você já apresentou pra eles? – ele arqueou as sobrancelhas e ri sem graça.

– Detalhe que não precisa ser mencionado não é? – fiz menção de levantar e ele me segurou.

– É isso que você quer?

– Como assim? – não entendi a pergunta.

– Você quer mesmo me apresentar para seus pais? – o brilho no olhar dele me era indecifrável.

– Se você não quer, não tem problema, eu arrumo uma desculpa. – sabia que não poderia pedir esse tipo de coisa pra ele, se no fundo eu não estava sendo sincera, mas me senti um pouco magoada.

– Hei. – ele me abraçou – Claro que eu quero conhecer seus pais. É que é a primeira vez que eu vou conhecer os pais de alguma namorada minha, entende? E logo assim, em cima da hora... – ele parecia nervoso – Dá um sorriso pra mim. – eu estava murcha, e ele foi chegando perto – Se você não sorrir, eu vou fazer de marra...

– Duvido. – já estava me fazendo de inocente e me arrependi. Ele começou a me fazer cócegas, e eu já não aguentava mais – Me rendo, me rendo... – já gargalhava.

– Assim que eu gosto. – ele subiu em cima de mim – Quando faz exatamente o que eu mando.

– Se você fizer essa voz toda vez que me pedir alguma coisa... – já estávamos nos beijando de novo – Eu vou obedecer sempre.

– Bom saber... – com aquela voz rouca e aquele cheiro bom perto de mim, não tinha como negar nada do que ele queria – Que horas é o jantar?

– Eu preciso confirmar primeiro. – ele se afastou e peguei meu celular – Alô, mãe? To ligando pra confirmar. (...) É, falei, ele esta super empolgado. – olhei pra ele que negava com a cabeça e ria e eu também – Oito e meia então? (...) – olhei para o relógio – São cinco e meia, vou me arrumar para encontrar vocês. (...) Não vou demorar não mãe... – revirei os olhos e depois quando fiquei vermelha, ele me cutucou para saber o que era – Mãe... (...) Não vou falar minha intimidade pra senhora... – ele gargalhou – Tá ok. Beijo.

– O que ela disse?

– Eu nem vou falar o que ela disse, ela é louca. – levantei e quando estava indo me arrumar, fui jogada na cama e virada de frente pra ele.

– Eles moram por perto?

– Não. Meus pais moram com minha tia, mas alugaram uma casa aqui perto pro final de semana por causa de um evento do meu pai.

– Quanto tempo até lá? – ele foi abrindo os botões da blusa e eu já babava só de olhar aquela cena. Ele queria mesmo que eu raciocinasse assim?

– Vinte minutos.

– Então, temos tempo.


JACOB PDV


Saí do quarto dela depois de mais ou menos uma hora lá dentro. Queria tomar banho com ela, mas fui chutado de lá de dentro. Não iríamos tomar banho, com certeza. Quando entrei no meu quarto e me dei conta do que iria fazer mais tarde, quase tive um surto. Iria beber alguma coisa, mas não seria nada legal falar com o pai da Paige com bafo de álcool. Respirei fundo umas mil vezes e fiz uns abdominais, polichinelos e afins para tentar me acalmar.


Entrei no banheiro e tomei um banho bem quente pra ver se relaxava os músculos e nada. Nunca tinha passado por isso e estava nervoso. Tinha esquecido que em um relacionamento sério, esse momento uma hora ia encaixar. Como sempre fugi dos pais das outras meninas, e já estava acostumado com meu pai conhecendo todas elas, me vi em um terreno novo. E teria que pisar com cuidado, não sabia qual seria a reação dos pais dela.


Meia hora depois, Paige entrou no quarto já arrumada e me olhando divertida.


– É a primeira vez na minha vida que eu vejo tanta roupa de homem espalhada na cama. – eu olhava para o espelho sem saber exatamente o que vestir – Que insegurança é essa?

– Você esta linda sabia? – cheguei perto, peguei-a pela cintura e a beijei – Mas não sei com que roupa eu vou, sinceramente.

– Meu pai não é nenhum militar, que você precisa ficar com medo dele não Jake. – ela se afastou e me olhou – Essa roupa tá ótima.

– Acha mesmo? Quero parecer confiável para seu pai.

– Se ele conhece sua fama por causa do seu pai, acredite não é a roupa que vai mudar nada. – ela conseguiu me deixar ainda mais nervoso – Hei. - virei pra ela de novo – Vai dar tudo certo. Eles são tranquilos. Vão te amar.

– Espero. Porque meu pai já adora você.

– E eu te amo, isso que importa.

– Também te amo. – fui colocar os sapatos e saímos de lá apressados. Mais por minha causa, que queria causar uma boa impressão chegando cedo.


Enquanto estávamos a caminho, ela me indicava onde era a casa e eu só ia pensando em como conversaria com eles. Ela insistia em dizer para eu ser eu mesmo, mas mesmo assim queria que tudo saísse perfeito. Afinal, já começar com o pé esquerdo com o sogrão não seria nada legal.


PAIGE PDV


Era cômico ver como um homem com tanta postura, parecia um adolescente apreensivo apenas para conhecer os sogros.

Assim que saímos do carro, ele agarrou minha mão com força. Ri e quando virei para perto da casa, me dei conta de que o jantar não era apenas para nós. Acho que Jake viu a mesma coisa, pois relaxou mais.


– Não ficarei sozinho com seu pai.

– Não conte com a sorte. – puxei-o e a empregada abriu a porta assim que tocamos a campainha.


Algumas pessoas estavam espalhadas pelo ambiente. Alguns me reconheceram e vieram logo falar comigo. Quando olhei para o lado, Jake já conversava animadamente com alguns ali. Pelo visto, não seria difícil ele se enturmar, provavelmente metade daquelas pessoas conheciam o pai dele.


– Quem diria hein! Jacob Sullivan finalmente amarrado! – surgiu um rapaz desconhecido pra mim e Jake o abraçou como se fossem amigos de décadas.

– Quer dizer que a noticia já se espalhou? – ele sorriu e me puxou – Paige, esse aqui é o Mike, amigo meu do colégio.

– É... Mudei-me há pouco tempo e quando cheguei aqui, fui apresentado a um monte de gente.

– Prazer. – nos cumprimentamos e olhei pra ele sem entender nada – Você é filho do...

– Sobrinho do Smith. Não conheço ninguém aqui, meu tio que me arrastou.

– Ah tá, entendi. – porque lindo daquele jeito e fazendo parte do nosso circulo social, eu conheceria fácil. Ok, parou né? Jake, que era muito mais bonito, filho do amigo da minha tia, eu não conhecia... Imagina ele que era sobrinho de um conhecido do meu pai.


Fomos para perto de outras pessoas, quando finalmente vi minha mãe. Ela sorriu e estava tão linda como sempre foi.


– Jacob Sullivan. – ela estendeu a mão para cumprimentá-lo e o senti tenso ao meu lado – Finalmente te conheço.

– Prazer, sra...

– Nada de senhora. – ela sorriu – Rebecca, por favor.

– Rebecca. – ela o abraçou. Minha mãe o abraçou???

– Muito bom saber que minha filha finalmente está com um rapaz direito. – Jake sorriu pra ela contente e satisfeito. Devia estar agradecendo pela roupa. Eu, por outro lado, estava querendo saber o que ela tinha bebido.

– Boa noite. – meu pai apareceu e o sorriso de Jake murchou – Muito prazer, Sullivan. – estendeu a mão e ele o cumprimentou.

– O prazer é meu, senhor Spencer.

– Me acompanha, por favor?

– Pai... – o alertei e ele soltou o sorriso que me deixou mais tranquila.

– Só vamos conversar minha filha. – me deu um beijo na testa e foi embora com Jake, me largando sozinha com minha mãe doida.


JACOB PDV


Ok, eu não esperava que logo quando eu chegasse, o pai dela fosse me escoltar para outro lugar para conversar. O que eu ia dizer a ele?

Entramos em uma sala reservada e ele me pediu para sentar. Sentou na poltrona a minha frente e ofereceu um uísque. Aceitei para não fazer desfeita, mas será que fazendo isso ele me acharia um alcoólatra? E desde quando eu fico inseguro com isso?


– Pois bem, Jacob, peço desculpas pela falta de educação da minha filha. – ele estendeu a mão novamente – Marco Spencer.

– Bom, ela já tinha falado seu nome, por isso nem me atinei a isso. – sorri e assim que ele entregou o uísque, bebi um gole. Precisa de algo nas veias.

– Tudo bem. Não precisa ficar assustado e nem nervoso porque eu te trouxe aqui pra conversar. Só estou fazendo como todo bom pai e queria saber o que você pretende com a minha filha. – por acaso era ponto chave dessa família ser objetivo?

– Seria clichê dizer que a amo? – ele continuou me olhando sem falar nada – Pois bem, tenho as melhores intenções com ela. Eu sei que minha fama não é das melhores, já que puxei bem o meu pai...

– Não queria chegar nesse ponto... – ele me interrompeu – Desculpa. Mas a Paige já teve vários namorados e apresentou alguns pra mim, e talvez, ela queira me matar se souber que eu te disse isso... – ri com o comentário – Mas, nunca nenhum que veio aqui, foi tão elogiado quanto você.

– Eu fui elogiado? – me surpreendi.

– Sim. Sofia, Cristina, até Morty e Billy falaram bem de você. E olha que a sua fama, como você disse realmente não é das melhores. Eu só espero mesmo que de tudo certo entre vocês dois, Paige tem uma cabeça difícil e quando cisma com uma coisa é difícil tirar dela.

– Eu percebi. – ele riu e eu também – Mas já to me acostumando.

– Sério? Eu ainda não consigo. Acho que porque ela puxou isso de mim e é complicado demais nos fazer mudar de ideia.

– Eu agradeço o elogio que todos me deram, Marco, sinceramente. Paige esta me ajudando a ter mais responsabilidade, e já percebi que isso tem melhorado muito a minha vida.

– Bom ouvir isso, parece que você também esta fazendo muito bem a ela.


Continuamos conversando e eu já estava mais aliviado. Achei que ele fosse querer me enterrar vivo ali mesmo por estar namorando a filha dele, mas ainda bem que tudo tinha dado certo. Voltamos para o salão da casa e Paige chegou perto de mim já curiosa com a conversa.


– E ai, tudo certo? – Marco piscou pra mim e foi ao encontro da esposa.

– Tudo certo.

– E o que conversaram?

– Papo de homem , Paige. – fiz pose e ela me deu um soco no ombro – Isso dói sabia?

– Deveria socar outro lugar para você me responder. – ri.

– Depois te conto.


O jantar transcorreu bem. Há tempos que não me sentia como em uma família de verdade. Não que eu e meu pai não fossemos chegados, mas tinha que admitir que depois da morte da minha mãe, nos afastamos um pouco. E depois do trabalho dele e da minha faculdade, esse espaço só aumentou.


Estar ali com a família dela e até mesmo com alguns conhecidos era aconchegante. Pelo visto, eu nunca iria me arrepender de ter ficado com ela. Minha mãe ficaria orgulhosa de mim.


PAIGE PDV


Quanto mais tempo o jantar passava, mais eu percebia que estava ferrada. Todo mundo o amava ali e isso só piorava as coisas. Pedi licença e fui ao banheiro. Acabei colocando pra fora toda a comida e fiquei zonza. Sentei no chão e encostei a cabeça na parede vendo tudo rodar. A ultima vez que passei mal por comida foi há anos atrás.


Mas eu sabia o que estava me incomodando. Meu corpo só reagia ao que minha consciência teimava em me lembrar. A ansiedade e o estresse dessa situação toda estava começando a me fazer passar mal. Precisava resolver logo isso com ele.


Dei um jeito em mim mesma, porque assim que me olhei no espelho... Misericórdia, parecia um defunto. Sorte que tinha levado minha bolsa... Arrumei uma pasta de dentes ali mesmo e escovei muito mal e porcamente os dentes com os dedos, só pra disfarçar. Ajeitei o cabelo, sai do banheiro e catei o primeiro balcão com alguma bebida. Voltei a mesa como se nada tivesse acontecido. Todos conversavam animadamente.


Quando chegamos ao apartamento, só fizemos dormir. Estávamos exaustos, e ele principalmente porque tinha feito muito mais coisa do que eu.


****


No outro dia, acabei indo pra faculdade primeiro. Tinha acordado cedo devido ao meu enjoo da noite anterior nada agradável que só fez repetir a situação de madrugada. Sorte que ele estava tão cansado que nem se moveu quando levantei pra vomitar.


Assim que estacionei o carro, dei de cara com a Emy. Ela já me olhava preocupada e veio ao meu encalço rapidamente.


– Vai me dizer que contou a ele?

– Minha cara está tão horrível assim? – ela confirmou compadecida – Mas não. Ainda não contei. Ontem minha mãe nos chamou para um jantar para conhecê-lo.

– E vocês foram?

– Queria o que? Que eu despistasse meus pais? No outro dia mesmo eles apareceriam na porta do apartamento. – ela riu – E sua mãe não perguntou de mim?

– Acho que ela ainda não sabe que você e o Tom estão namorando, senão com certeza já teria me perguntado algo. Como eles dois estão só de passagem por aqui... Minha tia está com os meus primos... Uma coisa leva a outra.

– E ela contou de você e do Jake.

– Exato. – sentei num banco ali perto – Não sabe como meu coração foi parar na boca quando meu pai decidiu conversar com ele.

– Mentira! – ela arregalou os olhos – Mas deu tudo certo?

– Tudo. – respondi com um sorriso, mas ainda triste – Passei mal a noite toda. E acho que não tem nada a ver com comida...

– Está grávida? – os olhos dela, se possível, arregalaram ainda mais.

– Vira essa boca pra lá... – meneei a cabeça negativa e freneticamente – Isso é culpa. Remorso... Todos os pensamentos ruins que você possa pensar...

– Eu estou aqui Paige... – ela afagou minhas mãos – Sabe que eu vou te ajudar com essa história. Só precisa tomar coragem e contar a ele.

– É isso mesmo que eu vou fazer.


****


Não tinha encontrado com ele o dia todo. Tinha decidido contar logo tudo de uma vez, mas tinha que entregar trabalhos na faculdade e ainda assistir a algumas aulas, senão seria chamada a atenção.

No final da tarde, voltei logo pra casa. Encontraria com ele mesmo, já que era o horário que já teria voltado do estágio. Lógico que primeiro passei numa loja para ele não desconfiar do meu ataque no quarto por causa do tal presente e comprei um relógio para ele. Não ia comprá-lo com o presente, mas já despistaria.

Cheguei ao apartamento e as luzes estavam meio baixas. Uma musica ambiente estava tocando e fiquei besta com a mesa de jantar. Cheguei mais perto e tinha uma torta pequena escrita “Parabéns por me aturar esses 3 meses! =D”. Me emocionei e ele apareceu por trás de mim e me puxou para dançar.


– Parabéns.

– Eu que te parabenizo por me aturar... – ele me deu um beijo e fiquei com medo de contar algo. Pelo menos naquele momento. Não era legal! Deixei levar....



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Notas finais do capítulo

Ai que fofo... jake é um fofo não é? Meio cagão ai com o lance de conhecer os pais dela, porque também nunca conheceu pai de nenhuma namorada....
Parecendo um adolescente isso sim.... sahuhusahusahusahusa
E ai o que acharam?



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