Second Chance escrita por Lady Salvatore


Capítulo 56
Capítulo 56 - O Relógio Continua Girando...


Notas iniciais do capítulo

Hellou peoples!

Serei honesta em dizer que fiquei mega bloqueada pra escrever e que esse é o motivo do atraso da postagem. Não é algo que eu goste, mas infelizmente acontece. Desculpem por isso...

Outra coisa: os comentários minguaram no último capítulo! Ofensivo isso, viu? Partiu meu pobre coraçãozinho...



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A música vinda dos alto-falantes preenchia todo o veículo enquanto Finn o conduzia de volta à Mystic Falls. Nesse quesito, o loiro se via obrigado a concordar com o irmão mais novo: um dos melhores avanços tecnológicos da humanidade foi a possibilidade de levar música consigo para onde quer que se vá, sem a necessidade de músicos.

Abby mantinha-se em total silêncio ao lado do Original, com os olhos ainda inchados por conta das lágrimas que continuavam a escorrer por seu rosto. Estava assim antes mesmo do vampiro jogá-la para dentro do carro, e parecia que permaneceria desse mesmo modo até o fim da viagem. Finn não se importava, é claro. Nada referente a meros mortais era digno de sua atenção, não mais.

Em seu primeiro século ele se importara, isso era fato. Repudiava a criatura sedenta e cruel na qual havia sido transformado, condenado a vagar pela eternidade em busca de sangue, preso a uma família da qual ele sentia não fazer parte.

Isso até conhecê-la... Sage, a bela ruiva que roubara toda a sua atenção naquela noite há tantos e tantos séculos atrás. A dama de sorriso fácil e provocativo, que o encarava sem o menor pudor, incitando-o a se aproximar, a galanteá-la... A tomá-la nos braços e rodopiar pelo salão, para depois beijá-la e jurar devoção por toda a eternidade.

Ela era uma bruxa - nascida de uma longa linhagem do velho mundo -, mas estava disposta a abdicar dos próprios poderes para viver todas as vidas que a eternidade lhe desse junto dele. E ele via nela tudo o que sempre quisera, tudo o que sempre buscara sem nem mesmo saber o que procurava... Tinha em Sage sua outra metade, e largaria de bom grado sua família para viver um número infinito de dias ao lado dela.

Mas nem mesmo isso lhe foi concedido. Sage tinha uma personalidade forte, e desde o início - logo após a transformação -, batia de frente com Klaus, seu meio irmão paranóico que não suportava a ideia de ser abandonado. À iminência de um afastamento definitivo, ele não hesitou em cravar uma adaga no peito de Finn e torcer o pescoço da mulher que ele amava, para que pudesse separá-los de uma vez por todas.

Assim se passaram nove séculos, em que o Original se viu mergulhado numa escuridão sem fim, perdido dentro de si mesmo, inconsciente do que se passava do lado de fora do caixão onde Klaus o havia trancado.

E quando ele pensou que uma segunda chance lhe seria finalmente concedida, no momento em que Sage voltou para os seus braços depois de tanto tempo afastados, Kol pôs um fim definitivo à vida da ruiva, num ato de vingança que Finn não conseguia nem sequer compreender. Assassinar Sage não traria a tal Sofia de volta, e além do mais, sua amada não teria feito nada contra Klaus se o mesmo não a tivesse forçado a isso.

Agora isso não importava mais. Sage estava morta, e Finn, sozinho. Tudo em que conseguia pensar era em causar dor e sofrimento àqueles que tinham lhe tirado seu bem mais precioso, não importando quanto sangue ele teria de derramar no processo. Foi assim que o Original se viu desligando a maior parte de seus sentimentos, focando-se apenas na sede de vingança que o impulsionava a seguir adiante.

O desespero e a dor que vira estampados nos olhos da menina Sophie quando Samuel caiu sem vida aos seus pés foi como beber o mais doce néctar dos deuses antigos. Se imaginasse que a vingança tinha um gosto tão bom, teria a adotado mais cedo...

Claro que seus irmãos não deixariam tal ato de “rebeldia” passar em branco, mas a volta repentina de Esther acabou por desviar a atenção de todos.

Finn ouvira com atenção todas as palavras ditas pela mãe, mas a conhecia o suficiente para saber que havia algo oculto pro detrás de suas boas intenções. Portanto, não foi surpresa quando ela lhe confidenciou seu plano para mandar Niklaus direto para o inferno, sem escalas ou possibilidade de perdão.

E era por conta desse plano que Finn se encontrava no carro agora, obrigado a espreitar com o canto dos olhos enquanto Abby se debulhava em lágrimas ao seu lado, chorando pela morte de Jamie, o filho adotivo, metido e idiota que tentara impedir o vampiro Original de levar sua adorada mãezinha para Mystic Falls.

– Não acha que já derramou lágrimas suficientes? – o loiro indaga, olhando-a de esguelha. – Sem querer ser chato, mas está ensopando os assentos de couro legítimo, sabia? E isso não é nada bom – completa, como se falasse com uma criança de quatro anos.

Abby limitou-se a encará-lo com descrença por alguns instantes, secando o rosto com as costas das mãos ao voltar seu olhar novamente para a estrada. Sentia-se ferida, confusa e culpada, e as lágrimas eram a única maneira que tinha para extravasar sentimentos tão corrosivos.

Passado o que pareceu um longo tempo, ela respirou fundo e voltou-se para o vampiro ao volante, que cantarolava uma música.

– Por que, exatamente, sua mãe exigiu a minha presença em Mystic Falls? Não vivo na cidade há vários anos, e não há sequer quem me espere por lá... – e enquanto dizia tais palavras, sua voz ia falhando.

– Pelo que sei – Finn começa a responder, não dando atenção à voz embargada da morena ao seu lado -, as bruxas Bennett descendem de Ayanna, que era amiga, se é que se pode chamar assim, de minha mãe e colaborava com Esther em certas ocasiões específicas. Parte do poder que minha mãe canaliza agora vem de sua linhagem, o que inclui você e sua adorável filha Bonnie. É por isso que ela quer ambas por perto essa noite. Precisa do máximo de poder possível para realizar o feitiço que vai acabar de vez com Klaus.

– E você não se importa, nem mesmo um pouco? – Abby questiona, encarando-o. – Afinal, ele é seu irmão, não é?

– Compartilhar o mesmo sangue não impediu que meus irmãos me prendessem em um caixão, ou que matassem a mulher que eu amava. Então não, realmente não importa para mim. Só quero que eles paguem o que fizeram, e depois serei livre.

************

Kol percorrera a floresta que se estendia entre os limites de Mystic Falls e Lynchburg por quase uma hora, mas não achou o menor sinal da presença de Finn. O máximo que conseguira fora um rastro fraco, que indicava que ele não passara muito tempo em meio às árvores, o que provavelmente significaria também que a desculpa que ele dera ao sair da mansão não passava disso, uma reles desculpa esfarrapada.

Sem muitas opções, o moreno resolveu voltar à cidade, onde aguardaria junto de Rebekah e Sophie por notícias dos irmãos e pelas próximas instruções do plano para impedirem Esther. Afinal, ele não seria de utilidade alguma se permanecesse parado feito uma coluna do templo no meio da floresta.

Pensar em Sophie fazia seu coração se apertar, e não havia como evitar isso. Mas se havia algo do qual tinha se convencido na noite anterior, era do amor daquela garota por seu irmão. Ninguém seria capaz de sofrer tanto durante o sono se não sentisse algo verdadeiro pela outra pessoa, não é?

Com essa conclusão em sua mente, Kol sabia que não havia mais motivos para alimentar alguma esperança em relação à Soph, mas também não estava disposto a se afastar dela. Estava apaixonado, era verdade, mas aceitaria de bom grado a amizade da loirinha se isso lhe permitisse estar por perto.

Pensar dessa maneira até o fazia se sentir mais adulto, um rapaz crescido, e logo o moreno se viu rindo sozinho daquele pensamento. Afinal, sempre fora como o Peter Pan, o menino que não queria realmente crescer. Elijah era o mais adulto dos irmãos, e ele preferia que as coisas continuassem assim...

*************

Sem pensar exatamente no que fazia, Damon percorreu boa parte do centro da cidade em busca de Bonnie, sem muito sucesso. Ninguém parecia tê-la visto ou falado com ela nas últimas horas. Sua próxima opção havia sido ir até a velha casa na floresta, a mesma onde os espíritos costumavam não o deixar entrar, mas ali também não conseguiu nada, o que era no mínimo estranho... Afinal, se havia uma reunião marcada, ao menos Esther deveria estar por perto, não?

Mas o vampiro não conseguia senti-la, por mais que se aproximasse e vagasse pelos arredores. Tudo que chegava a ele eram os murmúrios raivosos dos espíritos, nada mais.

Preocupado, apanhou o celular no bolso da jaqueta e ligou para o irmão, com uma esperança mínima de que talvez Stefan soubesse onde a garota estava. Para sua irritação, o número do irmão parecia estar desligado ou fora da área de cobertura, pois apenas a secretária eletrônica atendia a ligação.

Numa última tentativa, o moreno voltou ao carro e pegou o caminho que o levaria à mansão dos Mikaelson. Parecia um plano um tanto amador pensar que Klaus levaria a bruxinha justamente para a própria casa, mas era o único lugar em que o vampiro conseguia pensar no momento.

************

Longe dali, Klaus conduzia Bonnie escada acima, em direção ao cômodo que Esther havia tomado como seu escritório particular desde que retornara. Se havia algo que pudesse ajudá-lo a reverter o feitiço que a mãe lançara sobre ele e os irmãos na noite anterior, haveria de estar atrás daquela porta de carvalho.

Mas mesmo com sua força sobre-humana, o híbrido não conseguiu fazer a bendita porta se abrir. Parecia lacrada por algum feitiço, o que fez com que o loiro praguejasse baixinho e descontasse parte de sua frustração numa luminária próxima.

– O que acha de ser útil e abrir a porta, pequena bruxa? – ele indaga ao voltar-se para a garota. – Ou prefere o sangue do garoto Gilbert em suas mãos?

– Esther é esperta – começa Bonnie, tentando não se amedrontar diante da nova ameaça -, posso não conseguir desfazer.

– Acho bom se esforçar, bonitinha – o loiro sussurra, apanhando o celular no bolso da jaqueta. – Ou Jeremy pode não acordar de seu sono de beleza.

– O que quer dizer com isso?

– Apenas que Elijah colocou seu precioso namoradinho para dormir com os espíritos, e basta um pequeno gesto dele para que o garoto permaneça por lá...

– Jeremy está morto? – ela indaga, com a voz esganiçada.

– Apenas por enquanto... Ou não. Depende de você – ele responde, com um sorriso gélido, mostrando uma foto do garoto desacordado. – Elijah acabou de me mandar – Não parece um anjo? Se bem que anjos não freqüentam academias, mas você entendeu o espírito da coisa, não é? – completa, com um sorriso forçado.

Bonnie encarou-o apenas o tempo suficiente para lançar ao híbrido o olhar mais duro que conseguiu, tentando não deixar transparecer o temor que ameaçava invadi-la, juntando-se à confusão que já a dominava há algumas horas.

Se tivesse visto aquela foto há apenas algumas semanas, sua reação provavelmente teria sido muito mais histérica, com direito a lágrimas e gritos. Afinal, ela e Jeremy eram mesmo namorados, e ela própria já havia sacrificado muito por ele.

Mas agora, a garota sentia-se dividida, pois tudo aquilo parecia pertencer a uma vida que ficara há séculos de distância do momento atual. Não que Bonnie não se importasse mais com o garoto, ou que não o amasse, mas sentia dentro de si que o sentimento que nutria pelo irmão de Elena mudara de alguma forma.

Antes era apenas Jeremy, simples e fácil. Agora havia Damon, com seus olhos cristalinos e palavras afiadas, sorriso torto e voz marcante, cujas atitudes podiam tanto enfurecê-la como desarmá-la completamente em questão de segundos. Uma complicação que ela não pedira, mas que também não sentia vontade de abandonar.

– E então bruxinha? Vai colaborar ou já posso mandar flores para o velório do pequeno Gilbert? – a voz de Klaus soou em algum lugar, cortando a linha de raciocínio da garota.

– Apenas faça silêncio – diz ela após um suspiro. Em seguida, deu as costas ao híbrido e voltou-se para a grande porta, estudando-a e sentindo-a por alguns instantes antes de começar a trabalhar.

**************

Esther já se encontrava na velha casa abandonada há algum tempo, cercando-se de todas as maneiras possíveis para que não fosse encontrada ou incomodada por visitas indesejadas, tal como a do garoto Salvatore que ela sentira vagar em volta da velha construção.

Mas a presença dele ali havia ativado um tipo de alerta na mente da bruxa. Afinal, se ele estava procurando pela garota Bennett justamente por ali, significava que ele poderia saber de algo, além de significar também que Bonnie não havia conseguido chegar até ali sem ser interceptada.

Tal fato poderia preocupá-la, mas Esther já vira e fizera coisas demais para se deixar abalar por um revés em seus planos. Sabia que Finn traria Abby até ela em segurança, então por hora não precisava se preocupar. Ainda dispunha da linha de sangue da Ayanna para fortalecê-la, e a lua cheia que se aproximava mais e mais com o passar das horas garantiria o sucesso de seu plano.

Afinal, ela não passara horas em seu escritório, estudando e analisando, para no fim ser barrada por algum tipo de acaso do destino. Ela dispunha da arma e do poder necessários para fazer o que precisava ser feito, e não permitiria que ninguém a impedisse.

***********

Damon acabara de estacionar o carro na entrada do terreno dos Mikaelson, ao lado do grande portão de ferro da propriedade. Sentia-se inquieto e preocupado, e se fosse o tipo de ser capaz de sentir esperança, ele o faria naquele instante.

Após desembarcar, seguiu o mais rápida e silenciosamente que pode pelo longo caminho que o levaria até a mansão, prestando atenção ao seu redor em busca de algum sinal de Bonnie. O perfume dela estava presente ali, ele podia senti-lo, mas era apenas um fraco aroma perdido em meio ao grande jardim. Poderia muito bem ser apenas o que restara da passagem da garota por ali na noite passada.

Mas ele não era o tipo de homem que se deixaria abalar por uma reles possibilidade, não Damon Salvatore. Portanto, ele seguiu firme em frente, até conseguir visualizar o grande e lustroso carro de Klaus parado em frentes às escadas da porta da frente.

– E não é que o lobo mau voltou mesmo pra casa? – ele diz para si mesmo, com um leve sorriso de satisfação nos lábios enquanto se aproximava mais. – Pois bem, eu serei o caçador... – completa, subindo os degraus de dois em dois e entrando na mansão em seguida.

A grande sala principal estava completamente vazia, nem mesmo uma leve brisa dava o ar da graça por ali, o que fazia com que o ar do ambiente parecesse quente e carregado, contribuindo para que a tensão que Damon já sentia aumentasse significativamente.

Ao ouvir um leve murmúrio vindo do andar superior, o moreno não hesitou em dirigir-se até a longa escada, subindo os degraus com passos leves e rápidos para não ser notado. Conforme subia, a voz se tornava mais clara, e ele logo se permitiu respirar aliviado ao constatar que ela pertencia a Bonnie, que a garota estava ali e estava viva.

Mais alguns passos e Damon se deparou com a única porta aberta ao longo do comprido corredor. Ao aproximar-se mais, pode distinguir as costas da garota, que estava dois passos além do batente da porta, como se algo a estivesse impedindo de seguir adiante.

Sua primeira intenção era aproximar-se da bruxinha, conferir se ela estava bem e abraçá-la, mas o vampiro tinha plena consciência de que, se Bonnie estava ali, Klaus não poderia estar muito longe, embora Damon não sentisse sua presença naquele momento.

Após fazer mais uma varredura em busca de algum sinal do híbrido, o moreno enfim se dispôs a se aproximar da garota, embora suspeitasse de que o “lobo mau’ pudesse estar à espreita e pronto para o bote.

– Bonnie? – Damon chama baixinho, tentando não assustá-la. – Bonnie, pode me ouvir? Sou eu, Damon. Vim buscar você, bruxinha! – completa, tocando o ombro dela levemente.

Por um momento, a garota pareceu congelar ao seu toque, os sussurros cessando de imediato. Mas no instante seguinte, ela se voltou para ele como se estivesse em câmera lenta, seus grandes e doces olhos castanhos encontrando o olhar preocupado dele.

– Recebi sua mensagem, bonitinha – ele dispara, ao perceber que ela não diria nada. – Vim pra te levar pra casa e te manter em segurança até toda essa loucura terminar.

– Damon – diz ela baixinho, aproximando-se dele e sentindo os braços fortes do moreno envolvendo-a num abraço apertado.

– Shhh... Vai ficar tudo bem, vou cuidar de você ok? – o moreno murmura em resposta, afagando os cabelos escuros e ondulados de Bonnie sem nem mesmo perceber.

– Eles têm o Jeremy, não posso deixar que o matem – a bruxinha responde, sem coragem para encará-lo.

– Claro, o pequeno Gilbert é sempre a prioridade – diz Damon, sentindo o gosto amargo da mágoa descer pela garganta. – Como pude me esquecer? – completa, afrouxando um pouco o abraço.

– Não foi isso que eu quis dizer – a garota murmura, finalmente erguendo o olhar para ele. – Não gostaria que eu tentasse salvá-lo se fosse o caso? – ela indaga, esforçando-se para dizer aquelas palavras.

– Preferiria morrer a colocá-la em risco, bruxinha...

– E talvez consiga isso – diz Klaus, torcendo o pescoço de Damon antes que ele pudesse se dar conta do que estava acontecendo.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!

xoxo



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