Second Chance escrita por Lady Salvatore


Capítulo 18
Capítulo 18 - Enquanto eu era humano...


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!!!!!
Desculpem a demora, fiquei uns dias fora e acabou atrasando tudo.
Mas aí está o novo capítulo, surgido de uma ideia maluca. rsrsrsrs Me internem.
Alguém já se perguntou como foi a vida do Klaus quando ele ainda era humano????



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– Oi Caroline. – diz Sophie, cansada, ao atender a ligação em seu celular – Como você está?

– Olá Sophie! Estou bem, considerando-se os últimos acontecimentos. Tudo não passa de um borrão pra mim. – responde a vampira loira.

– E como está a Elena?

– Se recuperando. Damon a trouxe para minha casa depois de resgatá-la do hospital. Klaus não pode entrar aqui, então é bem seguro.

– E Tyler? - pergunta Sophie, apreensiva.

– Não tive mais nenhuma notícia dele. Só sei que a transformação deu certo, ele agora é um híbrido. O sangue da cópia resolveu o problema. – diz Caroline – Mas e você? E o Stefan?

– Bom... Alaric esteve aqui há algumas horas e ele achou melhor mantermos o Stefan no porão, rodeado por verbena e sem o anel que o protege do Sol. E claro... Sem sangue. Passei a noite inteira velando-o do lado de fora da porta, com medo de que ele pudesse fazer alguma besteira. – responde Sophie – Ele vai me odiar quando sair de lá, Care. Ele já deve estar me odiando.

– Não se preocupe Sophie. Vocês vão sentar e conversar, e ele vai acabar entendendo os seus motivos. Ele não vai conseguir te odiar, confie em mim. – diz Caroline com um sorriso, tentando animar a amiga – Mas você não me disse como está! Está mesmo tudo bem? Vai vir pra escola?

– Estou apenas cansada, é só isso. – responde Sophie, com um suspiro - Estou saindo da mansão agora, vou até meu apartamento tomar um banho e trocar de roupa, e de lá irei pra escola.

– Ótimo! Nos vemos lá então. Até logo Sophie!

– Até mais. – diz a garota, encerrando a ligação.


**************



Após se arrumar, Sophie pegou sua mochila e dirigiu-se à porta, mas ao abri-la, teve uma grande surpresa.


– Bom dia Sophie! -diz Klaus parado à porta, com um largo sorriso no rosto.

– Klaus? – diz ela, surpresa – O que faz aqui?

– Bom, vou sair da cidade por uns tempos e gostaria de conversar com você antes de partir. Poderia me acompanhar? – pergunta ele, estendendo a mão para ela.

– Isso... é sério? – pergunta Sophie, desconfiada.

– Claro! E por que não seria?

– Porque você é um vampiro Original sem coração, que drena corpos e quebra pescoços apenas por diversão! – diz ela, muito séria – Além do mais, eu tenho aula agora. Terei de declinar seu convite, desculpe.

– Acho que um único dia não fará falta no seu histórico escolar, minha querida. – diz Klaus – E se a matéria for história, garanto que conheço detalhes que até o mais renomado historiador desconhece. – completa ele, com um sorriso.

– Pelo jeito, você não vai desistir, não é?

– A desistência não é uma das minhas muitas habilidades, admito!

– Muito menos a modéstia! -diz Sophie, deixando escapar um sorriso. Apesar de tudo que ouvira falar do homem à sua frente, de todo mal que ele havia feito à seus novos amigos e à sua recém-descoberta família, não conseguia odiá-lo. Havia algo em Klaus que merecia sua atenção.

– Vocês têm o mesmo sorriso. – diz ele, admirado.

– Vocês quem? – pergunta ela, confusa.

– Você e Sofia. Não são parecidas apenas fisicamente, mas também em certos gestos, como o sorriso. É um tanto perturbador, sabe?

– Desculpe se um simples sorriso o perturba, Sr. Híbrido. Prometo me esforçar para que isso não se repita em sua presença. – diz Sophie, irônica.

– Não é o sorriso que me perturba, mas sim a semelhança. – diz ele – Além do mais, foi apenas uma simples observação. Não precisa se sentir ofendida.

– Não estou! – responde ela, cruzando os braços e fazendo bico.

– Certo, acredito! – diz Klaus, sorrindo – Agora, vamos voltar ao assunto que me trouxe até aqui. Me fará companhia ou terei de pedir “por favor” para persuadi-la a me acompanhar?

– Não via adiantar de nada se eu disser que não, não é?

– Não, não vai!

– Ok, eu me rendo. – responde Sophie – Me deixe apenas guardar minha mochila e poderemos ir.


***********



– Para onde nós estamos indo, Klaus? – pergunta Sophie, quebrando o silêncio que se instaurara entre eles.


Faziam quase trinta minutos que tinham saído do apartamento dela e não haviam trocado nenhuma palavra desde então. Sophie ocupou-se em observar a paisagem durante todo o caminho, enquanto Klaus distraia-se cantarolando uma música do Guns’n Roses que tocava no som do carro.

– Te explico assim que chegarmos lá. – responde ele, simplesmente.

A garota bufou frustrada e voltou a olhar pela janela, vendo as árvores passarem como grandes borrões verdes. Alguns minutos depois, o híbrido enfim estacionou o carro, convidando Sophie a sair e acompanhá-lo pela floresta.

– Vai me dizer onde estamos ou não? – pergunta ela, ao desembarcar do carro.

– Estamos nos limites de Mystic Falls. – diz ele – Eu nasci e fui criado nessas terras. A vila onde vivi quando humano ficava exatamente nesse lugar.

– Sério? – diz ela, surpresa – E por que exatamente nós estamos aqui?

– Porque quero que me conheça um pouco antes de optar por me odiar. – diz Klaus, olhando nos olhos dela – Você sabe o que é passar toda a sua infância e juventude sendo menosprezado por aqueles que deveriam cuidar de você?

– Não. Meu avô foi simplesmente incrível. Minha mãe morreu logo após meu nascimento, e ele cuida de mim desde então. – responde Sophie – Mas conheço o sentimento da rejeição. Meu “pai” – diz ela, fazendo aspas com os dedos – abandonou minha mãe assim que soube da gravidez. Então... mesmo que eu não saiba exatamente como é, tenho alguma noção.

– Bom... Meu pai, Mikael, sempre olhou para mim de uma maneira estranha, como se eu fosse culpado por alguma coisa. E Esther parecia nem se importar se aquilo era justo comigo ou não.

Por sorte eu tinha meus irmãos. Foi Elijah quem me ensinou a manejar uma espada e Finn quem me ajudou com o arco-e-flecha, já que Mikael não tinha paciência alguma para me ensinar o que quer que fosse e fazia questão de me humilhar sempre que possível.

Lembro-me de quando tinha doze anos e estava mostrando ao caçula, Henrik, a que distância eu conseguia acertar um objeto ou animal com o arco-e-flecha. Mikael apareceu zangado, puxando Kol pelo braço e trazendo uma maçã na mão. Ele colocou meu irmão parado há vários metros de distância de mim e equilibrou a fruta na cabeça dele. Suas palavras ainda soam cristalinas como água para mim: “Espero que você seja mesmo tão bom quanto afirma, Niklaus, porque se errar a maçã, seu irmão morre.”

Agora me diga... Que tipo de pai faz isso com um filho? Colocá-lo numa situação tão extrema que o mínimo erro pode custar a vida de alguém que você gosta? – diz Klaus, revoltado – Fiz questão de mandar a maldita flecha longe o bastante para que não pudesse ferir ninguém. Não ousaria lançá-la de encontro ao Kol, já que qualquer mudança súbita do vento mudaria a trajetória da flecha.

Mikael fez questão de me humilhar, dizendo que eu não passava de um covarde que se escondia atrás de palavras bonitas sobre feitos que eu não era capaz de executar.

Anos mais tarde, Elijah e eu resolvemos nos distrair com uma divertida luta de espadas. Nossos irmãos caçulas até pararam ao nosso redor para nos assistir. Mas Mikael pareceu não achar graça naquilo. Ele tirou a espada das mãos de Elijah e partiu pra cima de mim com fúria, e só parou de me atacar quando fui ao chão, com a lâmina fria da espada tocando meu pescoço. Mais uma vez ele me humilhou, me chamando de fraco, e mais uma vez, Esther ficou apenas olhando, sem mexer um dedo sequer para me ajudar ou apoiar.

Quando conheci Tatia...

– Tatia? – pergunta Sophie, interrompendo a narrativa dele pela primeira vez.

– A Petrova original. É dela que descendem Katerina, ou Katherine, como é conhecida agora, e Elena. – responde ele – Bom... Quando a conheci, pensei que enfim tivesse encontrado alguém, além de meus irmãos, que me apoiaria e em que eu pudesse confiar. Mas ela estava apenas brincando, envolvendo à mim e à Elijah em sua teia de sedução. Foi ali que aprendi a não confiar nas pessoas.

A vida que conhecíamos começou a mudar algum tempo depois, na noite em que Henrik e eu saímos da proteção de nossa casa para ir até a vila vizinha para ver os lobisomens. Infelizmente, nós fomos descobertos e meu irmãozinho foi atacado. Levar o corpo ensanguentado e sem vida dele de volta à nossa vila foi uma das coisas mais difíceis que fiz na vida.

Além de lidar com a culpa que estava sentindo, tive de enfrentar a fúria de Mikael. Ainda lembro da dor de cada uma das chibatadas que levei naquela noite, depois de enterrar e dar adeus ao meu irmão.

– Ele bateu em você? – pergunta Sophie, assustada.

– Elijah e Finn até tentaram impedi-lo, mas acabaram apanhando também. – responde Klaus – Os dias seguintes foram bastante obscuros, com Esther quase beirando a loucura em busca de algo que pudesse nos manter à salvo das criaturas que tiraram a vida de Henrik.

Assim, algumas noites depois, eu e meus irmãos fomos surpreendidos por Mikael nos oferecendo vinho, o que era muito incomum. Mas nem tivemos tempo de questioná-lo, já que ele praticamente nos obrigou a beber. E depois, sem a menor cerimônia, nos apunhalou, um a um, com sua espada.

Quando enfim acordei, fui tomado por uma ânsia tão grande que nem consegui pensar se era certo ou errado quando ataquei um de nossos vizinhos, deixando seu corpo sem uma gota de sangue sequer. Assim que o corpo caiu aos meus pés, senti como se fosse partir ao meio, todo meu corpo doía, minha cabeça parecia que ia explodir. Foi Rebekah quem veio ao meu socorro e me levou de volta à nossa casa.

Nesse dia eu pude enfim entender o porquê de Mikael me odiar. Acho que, no fundo, ele sempre desconfiou. Eu não era seu filho legítimo, mas sim fruto da infidelidade de Esther com um dos aldeões da vila vizinha. E isso só foi descoberto porque, assim que tirei a vida daquele homem, ativei a maldição do lobisomem, que só pode ser passada de pai para filho.

E como a condição de híbrido, meio vampiro e meio lobisomem, me daria grandes poderes, Esther resolveu intervir e lançou um feitiço sobre mim, para que minha parte lobisomem ficasse adormecida. Maldição essa que quebrei há algumas semanas.

Ela se matou pouco tempo depois, tomada pela loucura e pela culpa ao constatar que precisávamos de sangue para sobreviver, mas não sem antes transformar Mikael em um de nós e entregar à ele a única arma capaz de nos matar.

– Então... Mikael é um vampiro que caça vampiros? – pergunta Sophie, confusa.

– Mais ou menos isso. – responde ele – Temos fugido dele desde então. Nem sei mais por onde anda, perdi seu rastro há alguns anos.

– Mas por que está me contando tudo isso?

– Sofia foi a primeira pessoa em quem eu pude confiar depois de um longo tempo. Era fácil gostar dela. Não era preciso usar máscaras perto dela, ela nos aceitou bem. Perdê-la causou um grande impacto em minha família. Era difícil lidar com a falta dela, desliguei meus sentimentos para fugir da dor. Kol transformou sua dor em ódio e partiu em busca de vingança, e Elijah abraçou sua dor, a aceitou como uma velha amiga e resolveu seguir com ela pela eternidade. – diz Klaus, olhando para um ponto indefinido, evitando olhar para a garota – E quando vi você na escola, senti como se pudesse tê-la de volta, alguém em quem pudesse confiar, que não faria julgamentos e com quem eu poderia ser simplesmente o Klaus, e não “Klaus, o terrível” ou “Klaus, o sanguinário”. – continua ele, com um sorriso – Além do mais, algo me fez querer me importar com você. Não sei se é por conta da aparência ou algo mais, não sei bem como explicar.

– Mas Klaus...

– A questão é... – diz ele, interrompendo-a - que não sei se quero, ou consigo, conviver com o fato de você me odiar. Normalmente não me importo com o que pensam ou sentem por mim. É até mais fácil que todos me temam e me odeiem, assim não preciso me preocupar em atender qualquer tipo de expectativa. Mas com você é diferente.

– E por que justo eu? Você mal me conhece, como pode depositar tanta confiança em mim? – pergunta Sophie – Estou tentando te entender, mas você é um poço de contradições. Ontem você matou o Tyler, compeliu a Caroline, machucou a Elena e fez o Stefan sofrer ordenando que ele machucasse a garota que ele ama. E hoje você está aqui, sendo gentil e adorável, querendo que sejamos amigos. Percebe o quanto isso é estranho? – diz ela, parando para retomar o fôlego – E por mais que eu devesse, eu não odeio você, não precisa se preocupar com isso. Mas sermos amigos não me parece certo quando tudo o que você fez foi manipular e ferir os amigos que fiz aqui. Desculpe Klaus, mas você não pode me pedir para ser a substituta da Sofia.

– Não quero uma substituta. – diz ele, num sussurro – Bom... como você mesma pode notar, não sou do tipo que desiste fácil, então não vai se livrar de mim tão rápido. – diz ele, voltando a sorrir – Mas agora preciso mesmo ir, tenho coisas a fazer. Venha, deixo você em casa. – completa ele, estendendo a mão para ela.


***********



De volta ao prédio onde estava morando, Sophie parou em frente à porta de seu apartamento, com Klaus logo atrás de si, e pegou a chave que estava escondida debaixo do vaso de plantas. Destrancou a porta e fez menção de entrar, mas Klaus a segurou pelo pulso, impedindo-a. Virou-a de modo que ficassem frente a frente e olhou com intensidade em seus olhos verdes.


– Gostaria de não ter de pedir isso, mas quero que você esqueça tudo o que conversamos hoje, pelo menos até que eu esteja de volta. Assim ninguém vai se atrever a machucá-la para chegar a mim. E não conte a ninguém que estivemos juntos, está bem?

– Tudo bem. – responde Sophie, automaticamente.

– Ótimo! Até mais Sophie. – diz ele, desaparecendo em seguida.

Sophie sacudiu a cabeça levemente, como que para reorganizar os pensamentos. Entrou em seu apartamento e trancou a porta. Numa rápida olhada na sala, viu seu celular piscando insistentemente sobre a mesinha de centro. Ela se aproximou do móvel e pegou o aparelho, assustando-se com o número elevado de ligações perdidas, todas de Caroline. Cansada, jogou-se no sofá macio e discou o número da amiga, que atendeu rapidamente.

– Sophie, até que enfim! Estou ligando há horas! Onde esteve a manhã toda?

– Longa história, Caroline. Aguarde pelo livro.

– Não tem graça Soph. Onde está?

– Estou em casa, esparramada no sofá!

– Estarei aí em poucos minutos, quero saber o que houve com você. E nem pense em tentar fugir, ok? – diz a vampira loira, encerrando a ligação.


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Notas finais do capítulo

Bom, aí está!
Creio que exagerei um bocado (dos bem grandes) no nível de gentileza do Klaus, mas deixa quieto. rsrsrs
Dúvidas, sugestões, críticas... deixem no espacinho reservado para os coments, ok?
Até o próximo capítulo!
Kisses...